O Cavaleiro inexistente

O Cavaleiro inexistente Italo Calvino




Resenhas - O Cavaleiro Inexistente


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Juliana 24/01/2011

É impossível dar menos que 5 estrelinhas para qualquer livro do Ítalo Calvino. O cavaleiro inexistente é isto que o livro diz. Um cavaleiro que não existe, apenas usa uma armadura branca. É quase um anti-herói, uma espécie de Dom Quixote do realismo fantástico. E Calvino cumpre com maestria a sua função no mundo: a de contar histórias e transformar o impossível em realidade.
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Sid 07/09/2010

Autores de chamadas "ficções fantásticas" existem ao monte, desde aqueles aclamados por críticos, como Garcia Marquez e Borges, como autores de livros de módulos básicos de RPG, como Mark Rein Hagen. Alguns pegam peças, mitos, seres, ao já existente, e dá um novo formato ou faz uma releitura. Já outros criam novos ambientes, novos seres, uma mitologia inédita. Este é o caso de Italo Calvino.

Escritor italiano, nascido em Cuba, viveu durante a Segunda Guerra mundial e o Facismo na Itália. Foi membro do Partido Comunista do país, mas deixou o partido com uma carta célebre.

Dentro os seus primeiros trabalhos três se destacam por terem envolvimento elementos muito próximos, editados posteriormente com o nome de "Os Nossos Antepassados". O último a ser escrito, e o primeiro com o qual tive contato foi "O Cavaleiro Inexistente".
Criar situações inusitadas, como um ser dividido perfeitamente ao meio após receber um tiro de canhão, ou uma armadura ganhar consciência pelo simples desejo de servir a um grande imperador são normais no universo criado por Calvino.

Escrevendo de maneira objetiva ele consegue ter nosso consentimento para sentir sensações como paladar, acreditar ser possível a intervenção de forças maiores, alguém viver sem mais pisar no chão, em terra. Não cria teorias grandiosas para ter credibilidade em sua escrita, apenas descreve a melhor maneira de como foi possível chegar até o resultado final, e como outros personagens nas histórias aceitam, ou não, os fatos narrados, somos absorvidos por essa condição de veracidade.

Sempre me imaginei com uma grande criatividade, com uma mente capaz de devaneios grandiosos e complexos, até conhecer a simplicidade e magnitude colossal da obra de Calvino, onde apenas é necessário um único elemento para ter uma vastidão de combinações e possibilidades.

Foi através desse livro que conheci um autor grandioso e foi através dele que pude divulgá-lo a outras pessoas, caso tenha interesse em conhecer a história de Agilulfo, e sua força de vontade e fé numa causa, e as conseqüências desses atos, deve buscar esta obra-prima de um conteúdo singular, capaz de nos fazermos filosofar sobre quem somos e porque somos assim, do nosso jeito.
Christian 15/11/2012minha estante
Descreveu muito bem a obra do Calvino. É realmente incrível a simplicidade do estilo, leve e ágil, e temas que as vezes parecem prosaicos ou compostos por um único elemento e desencadeiam grandes reflexões na gente, além da magnitude.
Fora o lado humano, caloroso (italiano?) que existe nas obras dele, que me agradam muito.


sonia 25/06/2013minha estante
Já pensou que o realismo fantástico encanra porque a vida real é a coisa mais surreal que existe? Ao longo da vida tenho tropeçado em fatos reais inacreditáveis, pessoas estranhésimas e situações pra lá de bizarras. o fato de um cristão pegar em armas e sair matando, por exemplo, por si só é um completo absurdo.




Ricardo 23/08/2010

Fábula
O livro se assemelha a uma fábula,o comeco é um pouco filosófico, mas sem ser chato.O final é um pouco forçado, mas não chega a estragar o livro.Leitura muito agradavel.
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Li 03/06/2010

Estando inexistente, existe!
Um cavaleiro que não existe traz algumas reflexões sobre a nossa própria existência e (in) significâncias. Seria ele mais real do que cada um de nós jamais fora? A verdade é que O Cavaleiro Inexistente não é um livro sisudo ou tão profundo a ponto de nos fazer refletir com tamanha veemência, antes é uma história divertida, onde o improvável se faz presente e situações inacreditáveis acontecem.
O que falar de Gurdulu, o fiel escudeiro de Agilulfo, o bravo cavaleiro que inexiste? Um simples trapalhão ou a alusão real de como muitas pessoas podem viver sem se dar conta de sua própria existência? Como se fossem levadas por qualquer vento que muda de rota, ora sendo pereiras, ora sendo peras, numa mudança drástica de posições, sem tomar partido de nada. E Rambaldo que empenhado em sua vingança se vê tão perdido quando a mesma se conclui, como muitos de nós que não nos saciamos em nossas próprias conclusões, vivendo os quase com a vã esperança de haver mais vida nos pós das coisas. Também há a jovem Bradamante, que atrai e assusta, mas que no fundo é apenas uma mulher indefesa num corpo moldado para os confrontos, insaciável como todas nós somos, buscando cavaleiros tão perfeitos que inexistem. O jovem Torrismundo também aparece, surgido do nada, na última parte do livro, para reclamar posições e se desfazer de outras, se enfiando numa busca improvável e, se não fosse estranhamente engraçada, seria profundamente triste.
Um livro divertido, cuja segunda parte começa a galopar numa corrida desenfreada e curiosa, mas que se revela oportuna. Todos os personagens são inacreditavelmente reais e têm suas histórias costuradas de forma meticulosa e o cavaleiro inexistente é o centro de todas elas.
Ao final, fiquei com aquela sensação gostosa, que não sentia há muito tempo, aquele vazio de quando se imerge profundamente em algo que logo acaba, como o vácuo que fica o ventre, depois dos nove meses de espera.
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Estêvão 07/01/2010

As palavras "cavaleiro" e "cavalheiro" possuem algo em comum além da sonoridade aproximada: ambas passam a ideia de formalismo e um certo equilíbrio emocional. Levando essas características ao extremo, o escritor cubano, radicado na Itália, Italo Calvino, em seu romance O Cavaleiro Inexistente (1959), obra que integra à série Os nossos antepassados, cria um personagem que se configura como uma metáfora a ética nas relações humanas.

Agilulfo Emo Bertrandino dos Guildiverni e dos Altri de Corbentraz e Sura, cavaleiro de Selimpia Citeriore e Fez. É com essa frase que nosso cavaleiro inexistente se apresenta a Carlos Magno na primeira página do romance. Agilulfo integra o exército comandado por Carlos Magno e, possui uma excentricidade em relação a todos os outros cavaleiros desse bando: não existe. Talvez por esse motivo características como lealdade inquestionável, destreza e habilidades no manejo de armas, além de uma gana de competências e um caráter inquestionável são atribuídas a ele. Em algumas passagens Italo refere-se à Agilulfo como irretocável, por dentro e por fora – uma referência a sua moral e a sua armadura sempre muito limpa -, “sem uma mancha que a suje”, igual a sua honra.

A aventura de nosso cavaleiro inexistente é narrada por uma freira em um convento que é obrigada a contar uma história para pagar uma penitência. Portanto, o narrador é onipresente e onisciente em sua terceira pessoa. E, tal qual um Dom Quixote, Agilulfo tem uma missão: defender sua honra perante uma acusação de não merecer o título de cavaleiro de Selimpia Citeriore e Fez, além das obrigações típicas de um cavaleiro, defender donzelas em perigo. Para provar sua honra ele, parte em companhia de seu escudeiro, um idiota da vila (Sancho Pança?) em busca da virgem que salvou anos atrás e que, por tê-la protegido, conquistou o título que ostenta em seu nome.

Por ser uma estória contada por uma freira, temos dois planos narrativos: o da freira que conta como se processa o livro em sua cabeça e a trama de Agilulfo que ela cria. Portanto, podemos dizer que o plano da freira se situa no plano real e o de Agilulfo o plano mágico, metafórico ou alegórico e é aí que reside o ponto máximo do romance. Mas para isso é necessário mais informações sobre o seu enredo.

Além do cavaleiro inexistente, no acampamento dos cavaleiros carolíngios existia uma amazona chamada Bradamante e que era cobiçada por todos os outros cavaleiros e dentre eles o jovem Rambaldo, cavaleiro que se junta ao grupo de Carlos Magno com o intuito de vingar a morte do pai, que foi morto por um dos inimigos dos cavaleiros. Rambaldo escolhe Agilulfo como mestre, sem saber que ele era pretendido por Bramante e sua paixão por homens sérios, sóbrios e equilibrados emocionalmente, características que Agilulfo tinha e que era realçada por várias outras. Formado o triângulo amoroso e após a partida do cavaleiro inexistente em defesa de sua, até então, irretocável honra, Bradamante parte atrás dele e é seguida por Rambaldo.

O interessante nesse amor que Bradamente declara é a ironia que a narradora deixa no ar, gerando uma reflexão sobre o sentido de amar. O conceito de amor defendido pela amazona se aproxima muito da ideia platônica de amor, a personagem se encanta por valores e moral firmes e consolidadas, algo que só consegue encontrar em Agilulfo, cavaleiro que, não existe. Portanto uma pergunta fica no ar: o que é o amor?

Após um imbróglio que envolve parentes, sexo, incesto e a honra de um cavaleiro, Agilulfo resolve se desfazer da armadura e sumir para sempre, sem saber que era inocente. A simbologia remete ao valor da honra e da ética dos cavaleiros é como se quisesse afirmar que uma única insinuação jogasse toda ética por água abaixo e que tudo aquilo que existia único em sua imponência moral não valesse de nada diante de uma suspeita.

Vendo o seu amado cavaleiro “morrer” Bradamante resolve se isolar num convento (!). Sim, a mesma que nos conta a história de Agilulfo! Essa informação dá um reverso em toda a obra e, de forma magnífica, realiza as misturas entre os dois planos até então isolados – o real e o mágico. A junção deles é a tônica da narrativa que, além quebrar toda a lógica até então conduzida põe ambas no mesmo tempo e espaço culminando com a reflexão: o que é mágico e real nessa narrativa? Pessoas como Agilulfo só existem na ficção? E o amor? A ética é éter nas relações humanas?

A comparação com Dom Quixote é inevitável não só pela temática que tem como personagens cavaleiros, mas também pela mistura de magia e realidade, lucidez e loucura que, aplicadas em nossas vidas nos instigam a ver certos conceitos aos quais estamos submetidos e o quão platônico eles se tornam quando submetidos à realidade.
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Monse 31/10/2009

maravilhoso, poesia pura em prosa.
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F . 28/05/2009

Uma "fofureza" de livro, isso resume tudo!
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P.H. 09/02/2009

uma critica aos romances de cavalaria
muito bom, uma crítica bastante interessante aos românces de cavalaria. Uma história diferente que desbanca os heróis do Santo Graal e o machismo da época. Alguns temas criticados correspondem ainda aos dias de hoje. Acontecimentos inusitados e fechamento surpreendente. uma ótima leitura.
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Fernando Torres 07/01/2009

Atente!
Olhem, com cuidado como o distanciamento do narrador muda durante o Livro. No início é uma História em segunda pessoa com narrador externo, pouco a pouco percebemos o envolvimento do norrador, que deixa de aparentar onisciência até a revelação final.
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