Sentimento do Mundo

Sentimento do Mundo Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - Sentimento do Mundo


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Matheus 09/01/2013

É tempo de absoluta depuração
Sentimento do Mundo traz os temas principais da poesia de Drummond: O indivíduo (Sentimento do mundo), a terra natal (Confidências do itabirano), a família (Os mortos de sobrecasaca), o choque social (Privilégios do mar e Elegia 1938), o atrito entre o Eu e o Mundo (Mundo grande), a própria poesia (Mãos dadas).

Escrito em um período que o mundo estava de ponta cabeça, Drummond lamenta-se diante das guerras e revela sua inclinação política e é capaz de transmitir todo o sentimento de desconcerto que parava então entre os homens.

A maioria dos estudiosos dividem as obras de Drummond em três parte: Eu maior que o Mundo, Eu menor que o Mundo, e Eu igual ao Mundo. No entanto arrisco dizer que este livro contêm a três, apesar de ser encaixado na segunda fase. A fase do eu maior que o munda é especialmente expressa em Mãos dadas, poema que ilustra um momento de superação, a preocupação com o tempo presente, o sentimento de esperança e ao mesmo tempo um pessimismo decadentista. Já o Eu menor que o mundo fica claro em Sentimento de mundo, em que há o indivíduo isolado na busca pelo coletivo. O Eu igual ao Mundo, por sua vez, aparece em Os ombros que suportam o mundo, meu poema preferido do livro. Nele há a aceitação do mundo tal como ele é, sem criar expectativas e a conformidade é completa.

O livro é tão profundo que eu tenho vontade de discuti-lo por horas. Mesmo depois de várias releituras ainda transmite o vazio que predominava naqueles tempos tortuosos. Sempre sinto um oco dentro de mim ao lê-lo.
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Marcelo1145 17/05/2022

Dores e angústias
Ler Drumond é algo que exige mais do que a vontade de ler. Exige contexto, sabedoria, empatia e sensibilidade. Poemas curtos ou longos, sempre complexos mas que mesmo na ignorância nós demonstram as dores e percepções desse magnífico poeta. Agradeço ao amigo Luiz Magalhães que me presenteou com essa linda obra.
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Ricardo 07/06/2022

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo
Um livro incrível que traz poemas memoráveis, como "sentimento do mundo", "mundo grande" e "congresso internacional do medo".

Recomendado para quem curte poesia.
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losttoria 09/03/2022

tenho nem o que falar
Conheci o poema de abertura desse livro perto do meu aniversário de 19 anos, e logo de início eu senti um peso nos primeiros versos ?Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo?, me sentia velha, sem ter conquistado nada, mas ao mesmo tempo com vontade de fazer tudo, e nunca fazendo nada. Hoje tenho 20 e parece que nada mudou. Ainda sinto o peso das palavras e o sentimento do mundo.
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Emerz 19/05/2022

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
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Rapha 26/07/2022

Livro para passar o tempo
Carlos Drummond de Andrade escreve muito bem, isso é um fato.

Seus poemas são belíssimos, outros fato. Mas nem todos.

Lendo este livro, me encantei por algumas passagens, outras não me animaram aos olhos ou ao coração. Talvez por sermos de épocas diferentes, com vivências diferentes.

É um bom livro para se ler para passar o tempo, com um ou dois poemas por dia.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

28 Poemas
Mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é um de nossos maiores poetas.

"Sentimento do Mundo", publicado em 1940, é seu terceiro livro e pertence a segunda fase da geração modernista com versos livres, sem rima e métrica, "favorecendo o ritmo e o desenvolvimento da obra como um todo."

Com relação à carreira do escritor, essa coletânea de 28 poemas faz parte da primeira fase cujos versos "são marcados pelo pessimismo e isolamento; individualismo e reflexão existencial." Aliás, merece lembrar que, escritos no final da década de trinta, eles sofreram forte influência da ascensão dos governos totalitários na Europa e do início da Segunda Guerra, um duro golpe para um homem politicamente de esquerda.

Aliás, o poema que abre a coletânea e intitula o livro, "Sentimentos do Mundo", foi inspirado no caos da Revolução Espanhola e Drummond transmite sua impotência como artista diante do rumo dos acontecimentos.

Outro poema que chama atenção é "Elegia 1938", o único em segunda pessoa do singular, no qual ele dialoga consigo mesmo. Esse desdobramento do eu-lírico revela até mesmo uma certa causticidade sobre a estreiteza do cotidiano e sua inércia para vencê-lo.

Na realidade, todos os poemas merecem interesse e reflexão. Particularmente, gosto muito de "Congresso Internacional do Medo", extremamente atual sob a perspectiva dos atentados terroristas realizados pelo Estado Islâmico, e "Confidência do Itabirano", cujos versos são bastante conhecidos: "Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira. / Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. / Noventa por cento de ferro nas calçadas. / Oitenta por cento de ferro nas almas. / E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação..."

Para finalizar, a análise crítica do livro, escrita por Murilo Marcondes de Moura, é extremamente esclarecedora e não deve ser deixada para trás.
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Dai Solyom 21/04/2022

Sentimentos
Infelizmente poesia ainda não é o meu forte, porém não concordo em falar que "eu não gosto de poesia"

Por quê?

Porque normalmente nós não gostamos daquilo que não conhecemos, e eu tenho pouco ou quase nenhum contato com poesia

Estou tentando, mas nada se compara a uma fantasia épica (para mim)
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Gi kian 17/09/2020

Necessário!
Um livro necessário porém achei a escrita um pouco complicada. É necessário prestar bastante atenção em algumas partes da leitura para conseguir absorver tudo o que o livro tem a nos oferecer.
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Gustavo 23/09/2020

Denso
Livro da fase ?negra? do Drumond, pessimismo impera ?não serei o poeta de um mundo caduco?.
As poesias são relativamente densas e se alteram entre significados políticos/sociais e questões mais do dia a dia. Vale bastante a pena um estudo prévio do contexto para melhor compreensão dos poemas.
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Andressa.Julia 22/06/2022

Muitos sentimentos!
De fato o livro trás os sentimentos do mundo, mas são poemas belos e tocantes.
Uma leitura fluída, mas bem profunda.
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Brunov 01/04/2022

Lírica e política
Drummond encarna o olhar do poeta tradicional e fleumático que tem que sair do campo para as cidades e cai no mundo percebendo-se ao notar o Outro, diverso de si, que também diversifica-o do que fora.

Nessa posição sente as agitações sociais contrastando com os privilégios de classe, que são os próprios, mas com os quais não pode mais se identificar, pois ao sair lírico do campo, entendo que a cidade não está parada e coisas fluem de um jeito ou de outro.

Averso a coerção e sua morbidez, mira na felicidade em coisas simples, mas entende que para passar para um modo de vida que recupere a simplicidade e a intimidade, precisa encarar a violência opressiva, nem que seja com ímpeto revolucionário, bélico e flamígero.

Ao mesmo tempo entende que a violência revolucionária também é violência e isso sobrepuja suas resoluções pessoais, sua capacidade individual de determinar algo, mesmo uma conexão afetiva.

Há esperança num porvir, mas o terror da morte o aliena é alienado é coberto de melancolia. Afinal: fascismo, revolução ou segue-o-de-sempre-por-enquanto ?

Visto sob contexto de sua época e à luz de sua biografia, Drummond dá voz ao socialista pequeno burguês. No entanto, reconstruído seu 'zeitgeist', hoje em dia soa um pouco mais com um paleoconservador ou alguém que tomada a redpill recai na blackpill.
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isabelle. 17/11/2020

chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
tempo de absoluta depuração.
tempo em que não se diz mais: meu amor.
porque o amor resultou inútil.
e os olhos não choram.
e as mãos tecem apenas o rude trabalho.
e o coração está seco.
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Tamires 21/12/2020

Triste e belo
A poesia de Drummond funciona mesmo que não se conheça o momento histórico que a inspirou, mas conhecendo, a poesia cresce em nós.
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João 26/12/2020

Simplesmente Drummond
Sentimento do mundo, e como Drummond se sente menor que o mundo. Meu poeta favorito só poderia receber 5 estrelas. Apenas leiam!
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