Alane.Sthefany 21/05/2022
Uma Carta de Amor - Nicholas Sparks
Esse foi o meu primeiro contato com a escrita do autor, já o conhecia devido as adaptações de alguns livros dele, dentre elas, a minha preferida "Um Amor Para Recordar". Eu tinha um medo enorme de ler um livro dele e não gostar, porque tinha criado uma expectativa enorme sobre os livros do autor, e nunca pegava para ler de fato algo escrito pelo Nicholas. Acredito que só li esse livro agora, porque minha amiga pediu para lermos ele juntas. Então... peguei ele para ler, mesmo em uma vibe que não estou para romance, além disso, com uma ressaca literária, que quase nada está me agradando ultimamente (a ressaca literária, juntamente com a correria da vida, dos estudos, seminário para apresentar, TCC ...). Ou seja, um péssimo momento.
No início, eu não estava gostando do envolvimento dos protagonistas, por ter sido muito rápido, mas era somente isso, já que me incomoda bastante quando as coisas são de imediato, entretanto, esse livro me surpreendeu, e estou bem mais tranquila para conhecer outras obras do Nicholas Sparks (com certeza em um período melhor que esse que me encontro - que deve ter influenciado um pouco na avaliação do livro), eu já sabia que ele era conhecido por escrever muitas histórias tristes/melancólicas, cheias de drama, que é tudo o que eu sempre amei, e sinto-me feliz por ter lido esse livro e por essa leitura ter quebrado a barreira que eu tinha ao tentar ler os livros do autor ???
Eu gostei, é um livro muito bom, só mudaria essa parte que eles começam a terem sentimentos um pelo outro muito precocemente e se relacionarem muito rápido (na minha opinião), quase fazendo com que eu não me apegasse aos personagens e ao que eles tinham desenvolvido.
Trechos Preferidos ?????
Ele tinha os olhos fechados, como se apreciasse a beleza do mundo sem precisar vê-la.
Estou perdido sem você. Sou uma pessoa sem alma, um errante sem lar, um pássaro solitário voando para lugar nenhum. Sou todas essas coisas e não sou nada. Esta, minha querida, é a vida sem sua presença.
Antes de nos conhecermos, eu andava pela vida sem sentido, sem razão. Sei que de alguma forma cada passo que dei desde o momento que aprendi a andar foi um passo na sua direção. Fomos destinados a ficar juntos.
?Sem você em meus braços, sinto um vazio na alma. Esquadrinho as multidões em busca do seu rosto ? sei que é impossível encontrá-la, mas não consigo evitar. Minha busca por você é uma procura sem fim destinada ao fracasso. Você e eu tínhamos conversado sobre o que aconteceria se as circunstâncias forçassem a nossa separação, mas não posso cumprir a promessa que lhe fiz naquela noite. Sinto muito, minha querida, mas jamais haverá quem a substitua. As palavras que lhe sussurrei foram bobagens, e eu devia ter sabido disso na hora. Você, e somente você, sempre foi a única coisa que eu quis, e agora que partiu não tenho desejo de encontrar outra pessoa. ?Até que a morte nos separe? foi o que juramos na igreja, e hoje acredito que essas palavras serão sempre verdadeiras, até que enfim chegue o dia em que eu também serei levado deste mundo.?
Passou-se um mês desde que lhe escrevi, mas parece muito mais. A vida agora passa por mim como a paisagem do lado de fora da janela de um carro. Respiro, como e durmo como sempre fiz, mas parece que não há um grande propósito na vida que necessite de uma participação ativa da minha parte. Apenas vago por aí, à deriva como as mensagens que lhe escrevo: não sei aonde estou indo ou quando chegarei lá.
Sem você em meus braços, sinto um vazio na alma. Esquadrinho as multidões em busca do seu rosto ? sei que é impossível encontrá-la, mas não consigo evitar. Minha busca por você é uma procura sem fim destinada ao fracasso. Você e eu tínhamos conversado sobre o que aconteceria se as circunstâncias forçassem a nossa separação, mas não posso cumprir a promessa que lhe fiz naquela noite. Sinto muito, minha querida, mas jamais haverá quem a substitua. As palavras que lhe sussurrei foram bobagens, e eu devia ter sabido disso na hora. Você, e somente você, sempre foi a única coisa que eu quis, e agora que partiu não tenho desejo de encontrar outra pessoa. ?Até que a morte nos separe? foi o que juramos na igreja, e hoje acredito que essas palavras serão sempre verdadeiras, até que enfim chegue o dia em que eu também serei levado deste mundo.
Não consigo parar de pensar nele, e não sei por quê. É como se eu estivesse de volta à escola, apaixonada por alguém com quem nunca falei. Só que agora é pior: não apenas nunca conversamos, como eu jamais nem o vi.
Se todos os que achavam que poderiam fracassar nem chegassem a tentar, onde estaríamos hoje?
?Acha mesmo que é possível que eu encontre alguém digno de tomar o lugar dela??
É impossível proteger os filhos das decepções da vida.
Aprendi muito com minha terapeuta, e ao mesmo tempo aprendi muito sobre mim mesma. Uma vez, quando estava tagarelando sobre David, chamando-o de idiota, ela comentou que, se eu continuasse agarrada à minha raiva, ele ainda estaria no controle da minha vida, e eu não estava disposta a aceitar isso, então resolvi me livrar desse sentimento.
Não quero que esta semana acabe. Você entra na minha vida, vira tudo de cabeça para baixo e agora vai embora.
Escute, Garrett, sei que você perdeu sua esposa. Sei que sofreu muito por isso. Mas agora está agindo como um mártir. Você tem a vida inteira pela frente. Não jogue tudo fora por viver no passado.
[...]
Ela sorriu.
? Como é que você sempre sabe exatamente o que dizer para me agradar?
? Talvez seja porque você desperta o melhor em mim.
[...]
Não consigo achar nada de errado em você. Quero dizer que você é perfeita.
? Não sou perfeita, Garrett ? retrucou ela, embora tivesse ficado lisonjeada.
? É, sim. É linda, simpática, me faz rir, é inteligente e também uma excelente mãe. Acrescente-se a tudo isso o fato de ser famosa e acho que não existe ninguém à sua altura.
Ela acariciou o braço dele, relaxada.
? Acho que você me vê através de lentes cor-de-rosa. Mas gosto disso...
? Está dizendo que não sou imparcial?
? Não. Mas até agora você só viu o meu lado bom.
? Não sabia que você tinha outro lado ? comentou ele, apertando os dois braços dela ao mesmo tempo. ? Os dois lados me parecem muito bons.
Ela riu.
? Sabe o que quero dizer. Você ainda não viu meu lado negro.
? Você não tem um lado negro.
? Claro que tenho. Todo mundo tem. É que perto de você ele gosta de ficar escondido.
[...]
As discussões quase nunca levam a soluções.
[...]
Querida Theresa,
Você pode me perdoar?
Num mundo que eu raramente compreendo, existem ventos do destino que sopram quando menos os esperamos. Às vezes sopram com a fúria de um tufão, às vezes mal tocam nossa face. Mas eles não podem ser negados, trazendo, como muitas vezes fazem, um futuro impossível de ignorar. Você, minha querida, é o vento que eu não previ, o vendaval que soprou com mais força do que jamais imaginei ser possível. Você é o meu destino (...)
Fui um tolo em ignorar meu destino ? mas até mesmo os tolos têm sentimentos, e acabei tomando consciência de que você é a coisa mais importante que tenho neste mundo.
Sei que não sou perfeito; cometi mais erros nos últimos meses do que algumas pessoas cometem durante a vida inteira (...)
Quando corri atrás do seu carro pela rua, e depois disso, ao ver seu avião levantar voo, sabia que devia ter me esforçado mais para impedi-la de partir. Mas, acima de tudo, errei ao negar o que era óbvio para o meu coração: não posso continuar sem você.
(...)
No meu sonho, eu me vi numa praia com Catherine, no mesmo lugar aonde levei você depois do nosso almoço no Hank?s. O sol estava forte, os raios refletiam na areia. Caminhávamos lado a lado e ela escutava atentamente enquanto eu falava de você, de nós dois, das coisas maravilhosas que compartilhamos. Por fim, depois de um momento de hesitação, confessei que amo você, mas que me sentia culpado por isso. Ela não respondeu de imediato, só continuou andando, até enfim se virar para mim e perguntar:
? Culpado por quê?
? Por causa de você ? falei.
Ao ouvir isso, ela deu um sorriso divertido e ao mesmo tempo paciente, como costumava fazer. Então, tocando de leve o meu rosto, falou:
? Ah, Garrett, quem você pensa que levou a garrafa até ela?
Com as mãos trêmulas, escrevi duas cartas: esta que você lê agora, e uma para Catherine, na qual eu finalmente disse adeus. Hoje vou sair no Happenstance para enviar a correspondência para ela, como fiz com todas as outras. Será a minha última: a seu modo, Catherine me mandou seguir com a vida e decidi obedecer ? não apenas às palavras dela, mas também aos impulsos do meu coração, que me levam de volta a você.
Ah, Theresa, sinto muito, muito mesmo, por tê-la magoado. Na semana que vem irei a Boston na esperança de que você encontre um modo de me perdoar. Talvez seja tarde demais. Não sei.
Eu a amo e sempre amarei. Estou cansado de ser solitário. Vejo crianças gritando e rindo enquanto brincam na areia, e percebo que quero ter filhos com você. Quero ver Kevin virar homem. Quero segurar a sua mão e ver você chorar quando ele finalmente se casar, quero beijar você quando os sonhos dele se realizarem. Vou me mudar para Boston se você me pedir, porque não posso continuar assim. Sem você fico triste o tempo todo. Sentado aqui na cozinha, rezo para que você me aceite de volta, desta vez para sempre.
Garrett
(...)
Sentada na praia, ela tentou mais uma vez imaginá-lo escrevendo a carta. Correu o dedo pelas palavras, percorrendo de leve a página, sabendo que a mão dele estivera ali.
[...]
Meu amor,
Um ano se passou desde que me sentei com seu pai na cozinha. É tarde da noite, e, embora as palavras me estejam vindo com dificuldade, não consigo fugir à sensação de que está na hora de enfim responder à sua pergunta.
É claro que eu o perdoo. Perdoo agora, e perdoei no momento em que li a sua carta. Em meu coração eu não tinha escolha. Deixar você uma vez foi difícil. Fazer isso de novo teria sido impossível. Eu o amava demais para deixar que partisse de novo. Embora eu ainda chore pelo que poderia ter sido, sinto-me grata por você ter entrado na minha vida, mesmo que por um curto período de tempo. No início eu imaginava que nós tínhamos nos conhecido para que eu o ajudasse a superar sua dor. Agora, no entanto, um ano depois, passei a acreditar que foi o contrário.
Ironicamente, encontro-me na mesma posição em que você estava quando nos conhecemos. Enquanto escrevo, luto com o fantasma de alguém que amei e perdi. Agora compreendo melhor as dificuldades por que você passou e percebo como deve ter sido doloroso retomar o curso da sua vida. Às vezes meu sofrimento é esmagador, e mesmo compreendendo que nunca mais vamos nos ver, parte de mim quer ficar presa a você para sempre. Para mim seria fácil fazer isso, porque o amor por outra pessoa poderia diminuir minhas lembranças de você. Porém é este o paradoxo: mesmo sentindo demais a sua falta, é por sua causa que não tenho medo do futuro. Por ter sido capaz de se apaixonar por mim, você me deu esperança, meu amor. Você me ensinou que é possível seguir em frente, por mais terrível que seja a dor. A seu modo, você me fez acreditar que o amor verdadeiro não pode ser negado.
Neste momento acho que não estou pronta, mas esta é a minha escolha. Não se culpe. Graças a você, tenho esperança de que algum dia minha tristeza será substituída por alguma coisa bela. Graças a você, tenho forças para continuar.
Não sei se os mortos podem voltar a esta terra e moverem-se, invisíveis, entre aqueles que os amaram, mas se puderem, então sei que você estará comigo em todos os momentos. Quando eu escutar o mar, serão os seus sussurros; quando uma brisa fresca acariciar o meu rosto, será o seu espírito passando por mim. Você não vai ficar longe de mim para sempre, não importa o que aconteça em minha vida. Você está junto a Deus, junto à minha alma, ajudando a me guiar na direção de um futuro que não consigo prever.
Esta carta não é uma despedida, meu amor, é um agradecimento. Obrigada por ter entrado na minha vida, por me dar alegria, me amar e aceitar meu amor em troca. Obrigada pelas lembranças que vou guardar para sempre. Mas, principalmente, obrigada por me mostrar que chegará um dia em que poderei enfim deixar você ir.
Eu te amo,
T.
(...)
Theresa ficou parada em silêncio, contemplando a garrafa que boiava em direção ao mar aberto. E, mesmo sabendo que isso era impossível, imaginou que aquela garrafa jamais pararia em terra firme ? viajaria ao redor do mundo pelo resto dos tempos, passando por lugares tão distantes que ela própria jamais veria.
(...)
Não sabia quando, ou onde, ou se algum dia sua carta apareceria, mas isso não tinha importância. De algum modo, sabia que Garrett receberia sua mensagem.