S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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bebs 11/06/2023

Em S. Bernardo, o personagem principal, Paulo Honório, conta sua história da maneira mais crua possível, e Graciliano contribui para trazer todo um ar próprio para essa narrativa, abordando desde temas políticos sociais até a própria cultura e língua do povo nordestino.

Graciliano tem, assim como muitos dos autores que eu gosto, o dom de escrever como se estivesse na pele de qualquer um, independente dos seus ideias ou de sua classe. É uma obra que me lembra "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e acho que só com isso já está bem claro que S. Bernardo se trata de um baita livro. Recomendo!
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Thiago548 03/06/2023

Boa obra!
Li para a escola para um trabalho avaliativo, então não tinha muita motivação para ler, porém, foi um dos meu primeiros livros "não auto ajuda" que me trouxe para o hábito da leitura. É um bom livro, é uma história simples, que flui, trás ensinamentos e é uma boa leitura.
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Guilherme Tavares 02/06/2023

Um bom livro
A leitura de São Bernardo é para aqueles que estão cansados da literatura brasileira. Se temos como base autores como Machado de Assis, Mário de Andrade e Lygia Fagundes Telles notamos nesse livro uma direção narrativa completamente diferente. Inclusive, já li esse livro antes e não me lembrava de muita coisa por causa disso procurei reler. E já me adianto se alguém leu Vidas Secas, este livro é muito diferente. Não existe dramatização, não existe politização e não existe enrolação - este é um livro sólido sobre alguém pesado. O drama de Paulo Honório não é raro, mas também não é comum. Esta história é de um operário que vira mafioso para virar rico. Adquire sucesso, mas perde humanidade -simples assim. Eu particularmente gostei bastante da narrativa. A maneira como ele me prendeu foi rápida e durou até o final. Fiquei apenas com gosto amargo por esse livro ser tão diferente do geral e gostaria que a história fosse mais longa. Simples.
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joaoggur 01/06/2023

Graciliano; apoteose da literatura brasileira.
Impossível falar da literatura nacional sem citar o nome de Graciliano Ramos. Caçado na ditadura de Getúlio Vargas, atormentado por traumas e dilemas mentais, sua literatura é marcada pelo realismo exacerbado, não temendo em descrever a miséria deste país, tal qual a sua constante e incessante luta de classes. ?São Bernardo? fora seu primeiro romance, que o lançou aos olhos do modernismo.

?São Bernardo? seria uma fazenda no interior nordestino, e seu dono, Paulo Honório, é quem narra a história para nós. Quanto mais a história se passa, mais sentimos certa aversão ao protagonista, o ponto crucial da obra.

Tal qual a maioria dos livros do autor, posso dizer que o tema central da obra é a miséria humana. Miséria esta oriunda dos devaneios da ganância, capaz de persuadir os homens a cometer loucuras. Paulo Honorio, protagonista, preferiu ter uma vida em busca do lucro, do espólio, ao invés de simplesmente vivê-la. No ímpeto de querer afanar todas as riquezas para si, empobreceu sua própria alma.

Graciliano, já em seu primeiro livro, demonstra a sua exímia habilidade de mesclar uma profundidade psicológica com frases sucintas e descrições rápidas, uma marca registrada do autor. Conseguimos adentrar a mente do protagonista, e nos espantamos ao conhecer cada minúcia.

Recomendo fortemente a leitura. Graciliano já mostrava seu talento como um escritor realista. E o mesmo conselho que dou para todos os seus romances aplica-se neste; deve-se ler sabendo que, tal qual a história deste país, é um livro triste.
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Hygão 30/05/2023

Tudo pelo poder.
Paulo Honório é uma representação fiel da ambição, pois para ele o material sempre vale mais do que o humano. Principalmente, quando não temos o nome do filho dele exposto na sua narrativa, ele não se interessava em família, mas sim em ter posse dela.
Graciliano é certeiro em fazer críticas camufladas nos trechos de São Bernardo da sociedade da época.
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beatriznottingham 23/05/2023

Terminei esse livro e senti tanta coisa que nem sei bem como explicar. A gente se comove, sente raiva, angústia, e vários sentimentos surgem acerca da relação do Paulo Honório e da Madalena. Recomendo demais!!
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Nietzsche2 14/05/2023

S.Bernardo
Lido “S. Bernardo” de Graciliano Ramos.

A narração dessa história é feita por Paulo Honório, um sertanejo que decide escrever um livro a respeito de sua vida numa tentativa de esclarecimento sobre suas atitudes.

Com um início bem complicado, de um impacto de escrita mais arcaica/regionalista vem a exigir bastante concentração, pois além de ter uma escrita “difícil” é informado muitas coisas em apenas uma frase.

Tive que ler os primeiros capítulos de duas a três vezes para me situar no que o autor estava escrevendo. Mas passado essa dificuldade inicial a história se desenrola de forma tão (ironicamente) gostosa.
Não dá vontade de largar e nem de terminar tão cedo. Lembra um pouco Dom Casmurro e O morro dos uivantes.

É de uma grandiosidade de escrita que chega até ser uma honra fazer essa leitura. Graciliano entrega um romance crítico, grosseiro e árido em uma história tão abundante de sentimentos reais por personagens tão secos quanto o sertão.
Maravilhoso demais!!!!
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Sabrina 08/05/2023

Graciliano é mesmo um gigante, segundo livro lido dele e cada vez mais me surpreende, tem uma escrita objetiva e por vezes até um tanto seca, mas que prende o leitor do início ao fim. Em São Bernardo a vida de Paulo Honório vai sendo desvelada perpassando por questões políticas e sociais como pano de fundo da obra. Tem tbm maldade, ciúme, desconfiança? Livrão!
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Fernando1355 24/04/2023

São Bernardo
Paulo Honório tem uma vida difícil na fazenda São Bernardo, mas tudo muda quando ele conhece Madalena, uma jovem professora muito mais jovem que ele, com a qual decide se casar, sendo de dois mundos diferentes, muitos desafios surgem dessa relação.
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THALES76 21/04/2023

O orgulho pode te lavar para muito longe, entretanto lhe deixará lá sozinho.
Diria que o livro é resumido já na primeira página, pois o autor nos apresenta quem é de fato Paulo Honório; um homem simples e ambicioso que torna-se fazendeiro e com a pretensão de ter um herdeiro decide casar-se com Madalena.
A trama é vista a partir da ótica de Honório, isto é, praticamente uma história autobiográfica. Nela, ele revela que deseja publicar o livro na forma de pseudônimo, e nesse momento percebo uma certa semelhança entre nós, porque ambos desejamos o anonimato, preferimos a invisibilidade ao invés de estar na vitrine.
Uma curiosidade é que Paulo não tem o hábito da leitura, portanto não desenvolveu bem a escrita; por isso escreve o livro de forma despretensiosa, sendo movido apenas pelo anseio de colocar pra fora seus sentimentos, da mesma forma que se faz num diário.
Como mencionei no segundo parágrafo, Paulo é uma pessoa muito ambiciosa e busca mais do que tudo a ascensão financeira, deixando como secundário o objetivo sexual. Sendo assim, sua prioridade é subir de vida e não casar-se.
Para o protagonista os fins justificam os meios, por isso entende-se que ele é uma pessoa polêmica. Apesar disso, não conseguimos defini-lo como bom o mal, visto que ajuda com suas ações ajuda no desenvolvimento da cidade, mas por outro lado é um patrão muito duro com seus empregados. Portanto nos deixa com esse sentimento ambíguo.
Sobre o casal protagonista é importante observar que os dois são pessoas espertas, mas que o conhecimento de ambos foi adquirido de formas diferentes; Madalena aprendeu lendo livros, por isso tem um aprendizado mais teórico; já Paulo Honório aprendeu com a vida, experenciando na pele tudo o que sabe, logo seu conhecimento é empírico.
Madalena, era a única pessoa que confrontava Honório. Por ser uma mulher de pensamento independente, assombrou muito seu marido que era deveras machista e acostumado a mandar em todo mundo. Assim, ele se viu muito confuso ao ser questionado várias vezes por sua esposa a respeito de suas atitudes.
Queria abrir aqui espaço para falar de um personagem que pode passar despercebido para a maioria das pessoas, um coadjuvante que chamou minha atenção. Seu Ribeiro, um major muito respeitado em sua cidade, um misantropo, igual a Heatchiclif. Ele não gosta de ninguém e nem por isso sai hostilizando os demais.
No fim Honório acaba sozinho, transformando-se numa pessoa insípida e amargurada. Tenho certo apreço pela melancolia, então o desfecho do livro me agradou.
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igsuehtam 18/04/2023

Ciúme
S. BERNARDO é um livro rápido, cheio de camadas, que perpassa entre passado e futuro. Você assitir a vida externa e interna de Paulo Honório, um homem de cinquenta anos, que vai se transformando, mudando gradativamente. Para mim foi um livro razoável, mas mesmo assim uma leitura difícil de largar. É aquele tipo de livro que quando você termina, ele continua.
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legarcia 17/04/2023

Pela busca do preenchimento existencial
Está aqui um livro que comecei de maneira despretensiosa, sem saber muito o que esperar e fui a cada capítulo sendo impactada positivamente com o que estava em minha frente.

Essa é uma obra que permite diversos focos interpretativos. Os que mais me chamaram a atenção em uma primeira leitura foram: a escrita como autoanálie, a questão social e a psicológica.

É muito difícil não pensar na conjuntura social quando lemos ?São Bernardo?, uma vez que a história nos apresenta a um personagem principal que representa todo um passado arragaido do Nordeste, mas o qual possui também uma lógica capitalista. Dessa maneira, é possível perceber a alteração de poderes e na discriminação de pessoas pelo espaço social ocupado por elas.

Então, Paulo Honório é esse sujeito que irá transbordar a lógica capitalista nas muitas áreas de sua vida. Podemos perceber isso quando ele decide escrever um livro e resolve utilizar-se da divisão do trabalho, mas logo percebe que não consegue, uma vez que a escrita de um livro representa um trabalho transcendental e individual, que não pode ser transferido a terceiros ou repartido. Além disso, Paulo enxerga tudo em termos coisificados, suas relações são baseadas no material, o que acaba gerando um vazio existencial.

Não obstante esses pontos interessantes, a visão que mais me tocou na obra foi a escrita suas reverberações no indivíduo. É como se, apesar de toda a rudeza da vida de Paulo Honório, houvessem frestas das quais emergissem a necessidade de preencher-se. E a tentativa de escrita representa exatamente uma resposta a esse mal estar.

Com o processo de escrita, algumas partes de sua vida vão clareando-se um pouco para Paulo Honório, que consegue percebe que errou, que há uma monstrualidade em si, mas essa percepção não é gera modificações perceptíveis em seu comportamento. E para mim, essa parte é dolorida: a realização de que por mais que reconheça a deformidade moral dentro de si, Paulo não consegue ser diferente. A escrita é, então, um apontamento para a ruptura de sua circunstância imediata e uma forma de tentar refletir sobre a sua realidade.

Dessa forma, a leitura dessa obra foi pra mim qualquer coisa que sensacional. Estou em um momento de reflexão acerca da importância da escrita de si para uma vida mais consciente e com mais autonomia, então esse livro foi como um presente. Recomendo-o fortemente!
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