S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Anderson.Hoch 19/11/2022

Conhecendo Graciliano
E na categoria 5, um romance de 30, do Desafio Livrada, resolvi conhecer Graciliano Ramos com seu São Bernardo.
O narrador é Paulo Honório que conta sua história, apresenta os personagens, os lugares e os ocorridos de acordo com a sua bruta mentalidade e ações.
Particularmente tive sensações variadas sobre o narrador/protagonista, o que deve ter sido proposital do autor, assim como tive apreço por Madalena desde que apareceu na história. Não vou dar spoiler, mas indico a leitura, acredito que acertei na escolha.
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Cy 08/09/2018

Que livrão da P****!
Eu li em algum lugar que 'Vidas Secas' fala sobre as misérias do homem que sai (ou tenta sair) do sertão, enquanto 'S. Bernardo' é sobre as misérias de quem fica. Achei uma observação perfeita.

Pra ser bem sincera, não sei bem o que dizer depois de uma leitura dessas... Só achei que era minha obrigação moral obrigar todo mundo a ler. rsss. O livro traz tudo o que eu mais amo no autor (embora eu só tivesse lido Vidas Secas - umas 20 vezes - até hoje). Críticas sociais, a escrita árida do Graciliano, mas ao mesmo tempo extremamente bela e poética, personagens gente da gente... e, sobretudo, a solidão da alma humana.

Livrão!
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iS2ronan 31/12/2022

não esperava gostar tanto, o prefácio dessa edição só deixou o livro melhor e me fez ver um outro lado da escrita do graciliano ramos, quero ler outros livros dele agora.
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Costa 17/12/2022

Uma mente brilhante
Graciliano Ramos é uma das mentes que acho mais brilhante da época conhecida por "romance de 30". É um clássico do modernismo brasileiro, carregado de reflexões e que tem um final maravilhoso.
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Guilherme Duarte 30/11/2021

Belíssimo em todos os sentidos, até mesmo na dor.
São Bernardo é uma obra direta e trágica, porém belíssima. Ela é contada por Paulo Honório, o narrador personagem e em diversos momentos a narração da realidade por ele se confunde com o seu pensamento, inclusive ocorre a omissão da falas de alguns personagens na narrativa. Isso acaba por gerar um efeito muito interessante causando uma certa dúvida entre o que foi fato e o que foi potencialmente a cabeça de Paulo.
Ainda sobre ele, Paulo é um homem bruto, e pode-se até traçar uma semelhança com Fabiano de Vidas Secas. No entanto, Paulo não é desprovido de sentimentos (não que Fabiano fosse, mas não vem ao caso) e em diversos momentos isso é posto em cheque, e ele se encontra no limiar entre o bruto e o minimamente sentimental; inclusive me parece que ele padece um certo 'complexo de Bentinho' quando se encontra em situações de maior insegurança e dúvida.

Sobre os outros personagens, eles representam diferentes classes sociais e também ideológicas, tudo isso dentro de uma cidade no interior de Alagoas; aqui destaco a personagem Madalena. É válido ressaltar que Graciliano foi membro do PCB, prefeito, jornalista e tantas coisas outras, ou seja, ele vivia essa tensão entre os diferentes diariamente e isso é muito bem registrado no livro. Lembrando que sua publicação é em 1934 e já retrata uma certa preocupação durante o governo Vargas -- lembrando que Graciliano é preso, salvo engano em 1936, e em 1937 é instauração do Estado Novo

Sobre a leitura como um todo, ela é fluida e em momento algum se faz de difícil entendimento; uma marca do autor. Em um momento e outro o leitor pode se deparar com alguma palavra mais regionalizada, mas nada que um dicionário não ajude.

Uma leitura obrigatória.
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Lipe 05/06/2019

Paulo H. me pareceu uma combinação perfeita do Bento Santiago (Bentinho, Dom Casmurro) + o "cidadão de bem" dos dias atuais.
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Mariana Dal Chico 13/07/2019

?S. Bernardo? de Graciliano Ramos foi lançado pela primeira vez em 1934 e esse ano ganhou nova identidade visual pela Editora Record.
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Do mesmo autor, eu tinha lido Vidas Secas e quando estava procurando textos sobre ?Jude, o obscuro?, me deparei com um de Carpaux (Visão de Graciliano Ramos, ensaios reunidos volI) fazendo uma comparação entre a literatura de Graciliano Ramos e Thomas Hardy, ali ele dizia que Vidas Secas era a obra mais esperançosa do autor, fiquei curiosa para conhecer melhor outros títulos de Graciliano e tirei da estante meu exemplar de S. Bernardo.
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Tive um certo estranhamento no começo da leitura por causa do vocabulário, que traz uma linguagem regionalista, mas rapidamente me adaptei e fiquei completamente envolvida com a leitura.

A escrita do autor é concisa, não há descrições paradisíacas de paisagens, tudo aquilo que não é essencial, foi eliminado. Logo, cada palavra é escolhida de forma cuidadosa e magistral, com o objetivo de atingir o leitor em cheio.

Paulo Honório é o protagonista que nos vai contar sua história e, aos poucos, é possível perceber sua humanidade se esvaindo por entre os dedos. Seu extremo egoísmo é de um homem que sonha conquistar, prisioneiro de um mundo que existe apenas nele e para ele.

Apesar da narrativa ser em primeira pessoa, Paulo Honório é incrivelmente honesto com o leitor e não se esquiva de seus defeitos e crimes.

Em certo momento, achei que o livro tem um tom de Dom Casmurro, mas com um viés um tanto mais real, palpável com linguagem acessível que o de Machado de Assis.
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Gostei MUITO da leitura, mas não me comoveu tanto quanto Vidas Secas, que é meu favorito do autor.
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Instagram @maridalchico
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legarcia 17/04/2023

Pela busca do preenchimento existencial
Está aqui um livro que comecei de maneira despretensiosa, sem saber muito o que esperar e fui a cada capítulo sendo impactada positivamente com o que estava em minha frente.

Essa é uma obra que permite diversos focos interpretativos. Os que mais me chamaram a atenção em uma primeira leitura foram: a escrita como autoanálie, a questão social e a psicológica.

É muito difícil não pensar na conjuntura social quando lemos ?São Bernardo?, uma vez que a história nos apresenta a um personagem principal que representa todo um passado arragaido do Nordeste, mas o qual possui também uma lógica capitalista. Dessa maneira, é possível perceber a alteração de poderes e na discriminação de pessoas pelo espaço social ocupado por elas.

Então, Paulo Honório é esse sujeito que irá transbordar a lógica capitalista nas muitas áreas de sua vida. Podemos perceber isso quando ele decide escrever um livro e resolve utilizar-se da divisão do trabalho, mas logo percebe que não consegue, uma vez que a escrita de um livro representa um trabalho transcendental e individual, que não pode ser transferido a terceiros ou repartido. Além disso, Paulo enxerga tudo em termos coisificados, suas relações são baseadas no material, o que acaba gerando um vazio existencial.

Não obstante esses pontos interessantes, a visão que mais me tocou na obra foi a escrita suas reverberações no indivíduo. É como se, apesar de toda a rudeza da vida de Paulo Honório, houvessem frestas das quais emergissem a necessidade de preencher-se. E a tentativa de escrita representa exatamente uma resposta a esse mal estar.

Com o processo de escrita, algumas partes de sua vida vão clareando-se um pouco para Paulo Honório, que consegue percebe que errou, que há uma monstrualidade em si, mas essa percepção não é gera modificações perceptíveis em seu comportamento. E para mim, essa parte é dolorida: a realização de que por mais que reconheça a deformidade moral dentro de si, Paulo não consegue ser diferente. A escrita é, então, um apontamento para a ruptura de sua circunstância imediata e uma forma de tentar refletir sobre a sua realidade.

Dessa forma, a leitura dessa obra foi pra mim qualquer coisa que sensacional. Estou em um momento de reflexão acerca da importância da escrita de si para uma vida mais consciente e com mais autonomia, então esse livro foi como um presente. Recomendo-o fortemente!
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Andressa Lima 07/02/2020

Regionalista
O livro de Graciliano Ramos já virou um dos nossos clássicos, tá cheinho de regionalismo, o que se reflete na escrita. Escrita essa que não é tão simplista quanto parece.

Falar do protagonista, Paulo Honório, é falar de um ser empreendedor, um capitalista. É ler sobre algumas coisas bem típicas da época refletidas na ignorância que muitos personagens parecem ter sobre alguns assuntos.

É um livro importante na literatura, é um livro importante pra se ler!
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nathaliart 16/07/2021

Incrível!
Esse foi o meu primeiro "contato consciente" com Graciliano Ramos; consciente pois já havia lido partes de "Vidas Secas" no ensino médio, mas me lembro pouco ou quase nada da história. Será difícil falar de "São Bernardo", já que é um livro repleto de inúmeros aspectos importantíssimos e que valem a sua leitura.

Mas antes, deixo o aviso: se você resolver ler esse livro, leia com bastante calma, saboreando cada capítulo. É uma narrativa que precisa de atenção, uma vez que seu caráter apressado e objetivo nos leva a uma leitura muito veloz. Os capítulos são bastante curtos, e isso não só faz parte do estilo do autor, mas também do narrador, que é uma figura que pauta tudo em sua vida com base na objetividade, praticidade e impaciência.

O narrador, naturalmente, é o coração desse livro. É um homem de origem humilde e desconhecida, e é a partir dele que se constrói absolutamente tudo dentro da narrativa: São Bernardo é Paulo Honório e Paulo Honório é São Bernardo. Os personagens, a fazenda e o destino de tudo e todos estão diretamente subordinados a Paulo Honório. Determinado, autoritário e incansável, ele não mede esforços para conquistar tudo aquilo que deseja, ainda que, para isso, precise passar por cima das pessoas usando de métodos imorais.

Seu relacionamento com Madalena, sua esposa, é repleto de divergências, que nos revela como o caráter do personagem-narrador é extremamente complexo e problemático. No entanto, a meu ver, as passagens mais interessantes são aquelas relativas ao estilo de contar do narrador: as sutilezas, a omissão em admitir determinadas ações, deixando em suspenso que ele as tenha praticado, foi o que mais me surpreendeu nesse livro.

Enfim, deixo aqui a minha indicação dessa leitura maravilhosa, que me abriu as portas para esse autor sensacional. A cada vez que reflito mais sobre a história, mas enriquecedora ela se revela, e mais incrível. Recomendo a leitura e releitura!
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Rayssa 22/04/2020

Romance de Graciliano Ramos publicado em 1934, retrata a ascensão de Paulo Honório que passa de um trabalhador rural, para criminoso e por fim um capitalista proprietário do latifúndio da fazenda São Bernardo.
Esta obra retrata o sistema de hierarquia entre os pobres e os ricos, fato este que é deixado as claras no momento em que Paulo Honório se ascende socialmente e passa a ter funcionários, e não se preocupa com a qualidade de vida dos mesmos e sim com seus rendimentos.
Durante toda a leitura é possível verificar a análise psicológica realizada pelo autor, que pode ser observada pela frieza do protagonista, que não se arrepende de suas atitudes nem as modifica, além disso, em decorrência de todo seu rancor fica sozinho no final, momento em que resolve escrever o livro para contar a sua triste história.
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Steph.Mostav 04/05/2020

São Bernardo, Paulo Honório e Madalena
O poder da literatura é enorme e, assim como existem livros que nos demonstram esse poder através da relevância das discussões que suas páginas proporcionam, também existem histórias que ilustram o potencial da literatura através da própria literatura. Paulo Honório é um narrador não confiável, que já inicia a narrativa com dois capítulos que ele julga "inúteis" mas que dizem mais sobre o personagem do que a própria apresentação que ele faz de si mesmo. A ideia inicial de Paulo era, através da "divisão do trabalho", atribuir funções aos seus empregados na confecção do texto e cuidar só de colocar o próprio nome na capa, colhendo os futuros frutos da fama com esse projeto. E é isso o que ele faz na fazenda de São Bernardo, explorando o trabalho de funcionários, ameaçando inimigos, conquistando mais fortuna através da força e da coerção. Além disso, logo nestes capítulos iniciais ele trata da distinção entre a "língua de Camões" e a linguagem falada pelo povo, da dúvida com relação à veracidade dos fatos que ele narra, do questionamento quanto à intenção do texto. Só a partir daí ele conta a história de sua vida, de como adquiriu a propriedade de São Bernardo e como conheceu a segunda personagem mais importante do enredo, Madalena. É do conflito entre esses dois personagens que não só são muito diferentes como representam valores opostos que vem grande parte do poder desse romance. Paulo queria submeter o espírito cheio de arte, conhecimento e altruísmo de Madalena assim como submetia os empregados e sofre com o primeiro fracasso em dominar alguém. A conclusão do romance é um dos melhores finais que já li na vida e a impressão que tive do todo pode ser resumida em um trecho do posfácio: "Graciliano tinha mesmo em vista contribuir, com a arte, para transformar a estrutura social. E é conhecido que julgava indispensável viver como um miserável para poder falar do ponto de vista desse miserável. A busca desse real é a expressão estética de S. Bernardo. Através da arte, aproximar-se do real, com a certeza de que tal verdade jamais será atingida na sua essência. O grito de cunho social de que S. Bernardo é portador se faz dentro dessa limitação. Se Paulo Honório, por abraçar caminhos individuais, sem se entrosar nos movimentos coletivos, foi punido, resta ao se terminar a leitura de S. Bernardo a sensação de que o homem, ser político, não pode aspirar à absoluta isenção e à racionalidade. Traz com ele um emaranhado de conflitos internos que lhe turvam necessariamente a razão."
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Hannah Andressa Delgado 30/04/2021

Genial! Quando Graciliano entrega a narração da obra para Paulo Honório, deixa que ele, voluntariamente, denuncie as violências que, mais que psicológicas, são sociais. Denuncia a elite rural.
Incrível como a personalidade objetiva e rude do narrador autodiegetico é transposta na forma da obra por intermédio de uma linguagem objetiva e simples (que era também, além de tudo, uma reivindicação da geração de 30) e como esse escrita ganha um tom cada vez mais lírico conforme o personagem perde o controle das coisas
Marconi Moura 08/01/2022minha estante
Meu preferido do autor (q tbm é um dos meus prediletos). Um dos melhores livros q já li.




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