S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Ícone 08/08/2013

[2º RESENHA] São Bernardo - Graciliano Ramos
Afinal, o que torna um livro clássico?
Uma das maiores regras para definir um clássico é ele ser atemporal, importante historicamente, ter linguagem não usada mais e pelo visto ser meio arrastado e ás vezes CHATO de ler. Foram essas as impressões que Graciliano me deu ao ler S. Bernardo.

As palavras diferentes de qualquer livro atual foi a primeira coisa que senti pesar um pouco a leitura, mas nada impossível de continuar. Aos poucos me acostumei.

Paulo Honório, personagem principal e narrador do livro, quer escrever a história de sua vida. No começo pede ajuda a uns colegas, mas depois de ler o que eles escreveram decide fazer sozinho, já que seus colegas usaram, segundo ele, uma linguagem formal de mais. O início apresentando sua infância e juventude é rápido, mas já começamos a ter uma visão mais suja do personagem, que não é bonzinho nem nada. E isso piora ao decorrer do livro, o que foi bom, porque ter sempre o principal bonzinho é bad.

Gostei do jeito manipulador e rude do personagem, mostrado nas partes em que ele compra as terras de São Bernardo, usando golpes sujos e até assassinato para expandir a terra. O cara não mede esforços e só vê as pessoas como objeto para que seu trabalho seja bem sucedido. Mas parou por ai. A metade do livro começa a ficar lenta e arrastada, envolvendo política e ficando chata.

Ele conhece Madalena, uma professora muito boazinha. Convence ela de casar-se com ele e vivem suas vidas. Só que começa o conflito do "ter" (Paulo Honório) e do "ser" (Madalena). Sua esposa se importa com as pessoas, é caridosa e boa, já Paulo não. É rude e antiético com seus funcionários, o que leva os dois a discutirem muito, fora que surge ciúmes da parte dele quando vê sua esposa se importando com outros. E nem tendo um filho com ela ajuda nas discussões. Para piorar, ele não gosta da criança.

O motivo trágico do porquê Paulo decide escrever sua história é contado no final do livro, o que pra mim foi uma reviravolta. Não esperava por isso. Curti o final.

Se não fosse pelo lado político, lento e por ter personagens secundários quase rasos, daria mais estrelas. Deixando claro que reconheço a importância que esse clássico tem na literatura brasileira, mas não é toda essa maravilha que falam por ai.
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Bebella 15/09/2021

Linguagem mais tranquila
Vou ter q informar, a história é realmente boa, mas por ter sido meio que obrigada a ler e não ser muito acostumada com esse livro, não fui muito fã.

É narrado por Paulo Honória, um homem de meia-idade, capitalista e muito ambicioso, acabou de sair da prisão e o único objetivo de sua vida é comprar uma fazenda e aí eu ué está o nome da obra, São Bernardo, sua tão desejada terra.

Mas depois disso ele começa a ter mais ambições, precisa de um herdeiro para deixar todos os seus bens, então se casa, mal sabendo que sua ruína começaria depois dessa sua decisão.

Muitos assuntos interessantes são trabalhados no livro, até mesmo política. A história é interessante mas como eu não sou acostumada com esse tipo de livro, senti que acontecia umas coisas e eu nem percebia, fora isso, gostei de ler. E ainda linguagem não é muito difícil então recomendo que leiam!!
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Johnson 25/11/2021

S. Bernardo.
Um final extremamente dramático. Uma escrita que para Graciliano, é muito fluída. Sempre surpreendendo. Umas das melhores obras brasileiras que já li. Valeu total a pena.
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Cy 08/09/2018

Que livrão da P****!
Eu li em algum lugar que 'Vidas Secas' fala sobre as misérias do homem que sai (ou tenta sair) do sertão, enquanto 'S. Bernardo' é sobre as misérias de quem fica. Achei uma observação perfeita.

Pra ser bem sincera, não sei bem o que dizer depois de uma leitura dessas... Só achei que era minha obrigação moral obrigar todo mundo a ler. rsss. O livro traz tudo o que eu mais amo no autor (embora eu só tivesse lido Vidas Secas - umas 20 vezes - até hoje). Críticas sociais, a escrita árida do Graciliano, mas ao mesmo tempo extremamente bela e poética, personagens gente da gente... e, sobretudo, a solidão da alma humana.

Livrão!
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nathaliart 16/07/2021

Incrível!
Esse foi o meu primeiro "contato consciente" com Graciliano Ramos; consciente pois já havia lido partes de "Vidas Secas" no ensino médio, mas me lembro pouco ou quase nada da história. Será difícil falar de "São Bernardo", já que é um livro repleto de inúmeros aspectos importantíssimos e que valem a sua leitura.

Mas antes, deixo o aviso: se você resolver ler esse livro, leia com bastante calma, saboreando cada capítulo. É uma narrativa que precisa de atenção, uma vez que seu caráter apressado e objetivo nos leva a uma leitura muito veloz. Os capítulos são bastante curtos, e isso não só faz parte do estilo do autor, mas também do narrador, que é uma figura que pauta tudo em sua vida com base na objetividade, praticidade e impaciência.

O narrador, naturalmente, é o coração desse livro. É um homem de origem humilde e desconhecida, e é a partir dele que se constrói absolutamente tudo dentro da narrativa: São Bernardo é Paulo Honório e Paulo Honório é São Bernardo. Os personagens, a fazenda e o destino de tudo e todos estão diretamente subordinados a Paulo Honório. Determinado, autoritário e incansável, ele não mede esforços para conquistar tudo aquilo que deseja, ainda que, para isso, precise passar por cima das pessoas usando de métodos imorais.

Seu relacionamento com Madalena, sua esposa, é repleto de divergências, que nos revela como o caráter do personagem-narrador é extremamente complexo e problemático. No entanto, a meu ver, as passagens mais interessantes são aquelas relativas ao estilo de contar do narrador: as sutilezas, a omissão em admitir determinadas ações, deixando em suspenso que ele as tenha praticado, foi o que mais me surpreendeu nesse livro.

Enfim, deixo aqui a minha indicação dessa leitura maravilhosa, que me abriu as portas para esse autor sensacional. A cada vez que reflito mais sobre a história, mas enriquecedora ela se revela, e mais incrível. Recomendo a leitura e releitura!
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Tiago 09/07/2021

Um clássico
Ótimo livro, ótima crítica. Retrata bem o que vivemos hoje, pessoas matando e morrendo por dinheiro para, no final, perceberem que na verdade estão sozinhas e toda essa ganância não valeu de muita coisa.
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Lipe 05/06/2019

Paulo H. me pareceu uma combinação perfeita do Bento Santiago (Bentinho, Dom Casmurro) + o "cidadão de bem" dos dias atuais.
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Alessandro 16/10/2022

Ganância e poder
Certa vez encontrei afirmação razoável de que ? é nos presídios que se encontram os homens que cedem ao seus instintos?. Paulo Honório cedeu. sua vida aponta para o sucesso financeiro, ambição desmedida e a ânsia pelo poder. Sem limites em seus atos. O fim justifica os meios. Resultado: a vida me cobrou um preço muito alto. Disso resulta que é necessário haver equilíbrio entre Desejos e ambições?.
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Johnny Blue Heart 11/10/2022

O limite entre a escrita curta e o imaginário sublime.
O velho Graça é, indiscutivelmente, o mestre do texto curto. Muito é dito em poucas e precisas palavras. Um livro tocante que beira o ?realismo mágico?, mas é puro sertão. Sublime! Irretocável!
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Mariana Dal Chico 13/07/2019

?S. Bernardo? de Graciliano Ramos foi lançado pela primeira vez em 1934 e esse ano ganhou nova identidade visual pela Editora Record.
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Do mesmo autor, eu tinha lido Vidas Secas e quando estava procurando textos sobre ?Jude, o obscuro?, me deparei com um de Carpaux (Visão de Graciliano Ramos, ensaios reunidos volI) fazendo uma comparação entre a literatura de Graciliano Ramos e Thomas Hardy, ali ele dizia que Vidas Secas era a obra mais esperançosa do autor, fiquei curiosa para conhecer melhor outros títulos de Graciliano e tirei da estante meu exemplar de S. Bernardo.
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Tive um certo estranhamento no começo da leitura por causa do vocabulário, que traz uma linguagem regionalista, mas rapidamente me adaptei e fiquei completamente envolvida com a leitura.

A escrita do autor é concisa, não há descrições paradisíacas de paisagens, tudo aquilo que não é essencial, foi eliminado. Logo, cada palavra é escolhida de forma cuidadosa e magistral, com o objetivo de atingir o leitor em cheio.

Paulo Honório é o protagonista que nos vai contar sua história e, aos poucos, é possível perceber sua humanidade se esvaindo por entre os dedos. Seu extremo egoísmo é de um homem que sonha conquistar, prisioneiro de um mundo que existe apenas nele e para ele.

Apesar da narrativa ser em primeira pessoa, Paulo Honório é incrivelmente honesto com o leitor e não se esquiva de seus defeitos e crimes.

Em certo momento, achei que o livro tem um tom de Dom Casmurro, mas com um viés um tanto mais real, palpável com linguagem acessível que o de Machado de Assis.
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Gostei MUITO da leitura, mas não me comoveu tanto quanto Vidas Secas, que é meu favorito do autor.
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Instagram @maridalchico
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Andressa Lima 07/02/2020

Regionalista
O livro de Graciliano Ramos já virou um dos nossos clássicos, tá cheinho de regionalismo, o que se reflete na escrita. Escrita essa que não é tão simplista quanto parece.

Falar do protagonista, Paulo Honório, é falar de um ser empreendedor, um capitalista. É ler sobre algumas coisas bem típicas da época refletidas na ignorância que muitos personagens parecem ter sobre alguns assuntos.

É um livro importante na literatura, é um livro importante pra se ler!
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iS2ronan 31/12/2022

não esperava gostar tanto, o prefácio dessa edição só deixou o livro melhor e me fez ver um outro lado da escrita do graciliano ramos, quero ler outros livros dele agora.
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Lucas.Sampaio 10/08/2021

"Sou um homem arrasado. Doença? Não. Gozo perfeita saúde. Quando o Costa Brito, por causa de duzentos mil-réis que me queria abafar, vomitou os dois artigos, chamou-me doente, aludindo a crimes que me imputam. O Brito da Gazeta era uma besta. Até hoje, graças a Deus, nunca um médico me entrou em casa. Não tenho doença nenhuma.
O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.
Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar- se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo?"
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Line 28/05/2021

Ótimo livro para contextualizar época importante para o Sertão Brasilriro. Além de tratar de situações sobre sociopolítica, a principal temática do livro trata sobre conflitos internos não tratados dentro de nós, principalmente na cultura machista ao coibir a expressão sentimental de homens.
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Rayssa 22/04/2020

Romance de Graciliano Ramos publicado em 1934, retrata a ascensão de Paulo Honório que passa de um trabalhador rural, para criminoso e por fim um capitalista proprietário do latifúndio da fazenda São Bernardo.
Esta obra retrata o sistema de hierarquia entre os pobres e os ricos, fato este que é deixado as claras no momento em que Paulo Honório se ascende socialmente e passa a ter funcionários, e não se preocupa com a qualidade de vida dos mesmos e sim com seus rendimentos.
Durante toda a leitura é possível verificar a análise psicológica realizada pelo autor, que pode ser observada pela frieza do protagonista, que não se arrepende de suas atitudes nem as modifica, além disso, em decorrência de todo seu rancor fica sozinho no final, momento em que resolve escrever o livro para contar a sua triste história.
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