S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Vida Literária 23/11/2019

Decadência Psicológica de Paulo Honório
São Bernardo (1934) é uma obra que surge em um período conturbado da história do Brasil, quiça do mundo. 1929 é marcado pela quebra da bolsa de Nova Iorque e a crise mundial espalhada em larga escala. Os países com mercados internacionais (o Brasil incluído) sofrem o impacto em suas economias, as revoltas civis e sociais proliferam e assevera a crise política em diversos governos mundo afora.

Notemos, em primeira instância, o formato escolhido: o de memórias. Aqui, o jogo temporal colabora em demasia para o aprofundamento sistemático do psicológico dos personagens. Outros romances de nossa literatura já exploraram esse formato, como o saudoso Ateneu (1888), de Raul Pompeia ou Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis. Perceba que mesmo em diferentes períodos literários, o “romance memorial” figura como uma opção relevante entre os grandes escritores brasileiros.

A prosa em primeira pessoa também é um fato a ser considerado, principalmente no que tange ao lapso temporal e aos dois planos narrativos que Graciliano trabalha. Exite o narrador e o personagem Paulo Honório, essa característica fica evidente pela escolha do tempo verbal posto nos personagens. Paulo Honório narrador é demarcado pelo uso do presente verbal, já o Paulo Honório personagem é demarcado pelo tempo pretérito. Outros aspectos também são dignos de destaque, dentre os quais, ressalto a relação de poder, ascensão social e desumanização, esta última sendo, a meu ver, a mais grave.

Resenha Completa no link abaixo.

site: http://vidaliteraria.net/sb/
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Ana 15/12/2019

Eu nunca fui muito fissurada por clássicos, fossem eles nacionais ou internacionais. Tenho que admitir que eu fico com um pouco de preguiça, já que, na maioria das vezes, a linguagem é rebuscada demais para o meu gosto. S. Bernardo, por exemplo, foi lançado lá pela década de 30 e desde então vem ganhando novas edições, como essa de 2019 da Editora Record. Confesso que se eu não tivesse recebido esse livro, provavelmente morreria sem conhecer as memórias de Paulo Honório.

Tenho a leve impressão que Graciliano Ramos não gostava de exalar otimismo em suas histórias, visto que em meu segundo contato com o escritor ― o primeiro foi com Vidas Secas, quando eu ainda estava no ensino médio ― tive o mesmo sentimento de falta de esperança. Aqui, conhecemos a vida de Paulo Honório, um filho do sertão alagoano que sonha em conquistar o mundo, custe o que custar. Logo de cara percebemos que tem um caráter um tanto duvidoso: é frio, calculista, machista e bastante violento.

Mesmo conquistando a fazenda S. Bernardo, lugar onde trabalhou e sofreu por uma vida inteira, Paulo Honório só queria saber de acumular mais riquezas e, posteriormente, arranjar um herdeiro que cuidasse de tudo. Assim, tendo em vista a forma árida como tratava todos ao seu redor, não é difícil imaginar como era o seu relacionamento com a esposa, Madalena, uma professora inteligente e humilde ― e com os dois pés no socialismo, diga-se de passagem ―, com pensamentos totalmente opostos aos seus.

Apesar de ser um casamento arranjado e sem amor, Paulo Honório começa a desenvolver um ciúme doentio por Madalena e é a partir desse ponto que conhecemos a verdadeira face desse homem. Como S. Bernardo é narrado em primeira pessoa sob o ponto de vista do protagonista, temos acesso à todos os pensamentos dele, todos os sentimentos, todas as opiniões. O mais "engraçado" de tudo é que, ainda que seja uma história que se passa na década de 30, é impossível não comparar Paulo Honório aos "homens de bem" da atualidade.

A linguagem utilizada por Graciliano Ramos é carregada de regionalismos, o que pode causar certo estranhamento no início da leitura, mas é bem fácil se acostumar. Por incrível que pareça, não sei se foi para eu pagar língua, o desenvolvimento da narrativa é bem fluido, principalmente porque os capítulos são curtos, tornando a leitura bem mais direta. Outro ponto positivo é que não existem descrições cansativas, tudo aqui é muito objetivo.

S. Bernardo é um livro totalmente político e social. O final não surpreende ― na realidade, foi justamente o que eu esperava, infelizmente ―, mas acredito que demonstra com fidelidade a sociedade da época, uma classe burguesa que, de forma ou de outra, ainda prevalece no Brasil, e olha que estamos no século XXI...

site: http://www.roendolivros.com.br
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Leticia 26/01/2020

Livro admirável
Que livro admirável é este "S. Bernardo"! Na obra publicada em 1934, Graciliano Ramos usa a propriedade título do romance, no Nordeste, para abordar questões políticas, sociais e econômicas do país naquela época, mas principalmente, explorar aspectos psicológicos de Paulo Honório, que é tanto o narrador quanto o protagonista da história. Um recurso muito interessante utilizado pelo autor para diferenciar os dois é a alternância entre tempos verbais no presente e no passado. O que mais me chama atenção no livro, que figura entre os grandes da segunda fase do Modernismo brasileiro, é como Graciliano consegue transcrever a aridez do sertão e as adversidades de quem lá vive não somente pelas palavras da oralidade regional, mas na forma como o texto é escrito e apresentado pelo narrador. Para mim, essa habilidade fica ainda mais evidente em "Vidas Secas", publicado em 1938. Esse estilo direto, mas totalmente subjetivo, é um mergulho no personagem principal, o que nos ajuda, se não aceitar, a pelo menos compreender suas razões, comportamentos e transtornos. Foi inevitável me emocionar no final. A partir da crítica ao lucro acima de tudo e de todos, o romance mostra que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é a perda de si mesma e da sua humanidade.

site: https://www.instagram.com/leticiamariaklein/
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Josi 03/03/2020

São Bernardo
Conta a estória de Paulo Honório que sem escrúpulos passa por cima de tudo e se torna uma grande fazendeiro .
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Flávia 22/04/2020

Um clássico do Romance de 30
Passados 86 anos de sua primeira publicação, São Bernardo é uma obra que não se esgota. Impossivel concluir sua leitura e permanecer da mesma forma.
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Anlupi 02/12/2020

Livrão
Livro fantástico. Acompanhamos a evolução do personagem num clima de fazendas, cana de açúcar, engenho. Fala sobre um homem, paixões, velhice. No final o personagem surpreende e nos vemos como seremos e ai refletimos e se processa o aumento do intelecto na reflexão. Amei! Livros com essas paisagens, você se sente no campo, libertam a alma. Viajamos sem sair de casa. Junto com o livro Fogo Morto estes estilos são fantásticos! Lembra a novela Renascer, mas é claro q um livro é mais rebuscado. Seria um Renascer ambientado não no Cacau, mas nas fazendas de Engenho. Muitas paixões, saudades, lembranças, velhice, morte, saudades. Livro que emociona. São Bernardo e Fogo morto para quem gosta desse estilo de Engenhos, fazendas, natureza, verde. São excelentes. Aquela figura do coronel que tomava as rédeas. Você volta no tempo
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Robson.Vilar 18/06/2021

S. Bernardo
Depois de ler Vidas Secas, que conta a história do sertanejo explorado e oprimido, S. Bernardo parece mostrar o outro personagem antagônico a campartilhar da mesmo realidade do nordeste brasileiro daquela época.
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VANESSA 07/07/2021

S. Bernardo
S. Bernardo lembra bastante dom casmurro em alguns aspectos, é narrado em 1° pessoa, pois quem narra é Paulo Honório o personagem principal, a história conta a trajetória de vida de Paulo antes e depois de conquistar a terra de S. Bernardo, a história é fragmentada e por isso é bom ficar atento pra não se perder.
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najuliass 18/10/2021

Realmente não sei se tenho estrutura pra escrever uma resenha depois de terminar esse livro. Se você quer algo que vai te fazer se sentir solitário e triste esse livro é perfeito
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Giovanna 14/12/2021

Queria ter lido antes
É o primeiro livro de Graciliano que leio. Não sou muito de ler romance ou ficção, mas de todos que já li ou foliei destas classes, esse é o que mais me surpreendeu positivamente.

É um livro de linguagem forte e despretenciosa. O autor nos deixa livre para interpretar os personagens. E aqui é onde acontece o pulo do gato, Paulo Honório, a meu ver, não é o monstro que pintam. É um homem que viveu na década de 30 no nordeste do Brasil, de bom coração e humilde, podado pelo sofrimento de sua própria vida, mas que, infelizmente só "bate de frente" com suas imperfeições e incompreensões chegando à velhice, quando essa carga já é pesada demais para carregar sozinho.

Chorei, chorei muito. Por vezes, identifico em mim reflexos provenientes de algumas durezas da vida, que transbordam em minhas relações afetivas. Preciso amansa-las.

Talvez seja meu romance preferido agora.
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Giuliane.Souza 04/02/2023

Sou suspeita
Eu amo a escrita do Graciliano sou suspeita pra falar. Mas S. Bernardo é uma obra que retrata o Brasil e retrata tbm as consequências do Capitalismo e da revolução industrial para o Sertanejo.
Ele apresenta ideias sobre política que até hoje são discutidas quase da mesma maneira o que eu achei engraçado e triste ao mesmo tempo, porque não evoluímos muito nesse campo pelo que parece.
Enfim S.Bernardo é uma obra prima que apresenta muitas coisas a serem discutidas na sociedade.

Esse livro foi o primeiro que li depois de ter lido Como ler literatura do Terry Eagleton, e foi muito legal ler com as estruturas que ele fala no livro, consegui ter uma visão mais ampla do livro.
Pode fazer uma análise dos personagens, de como o Paulo Honório é um narrador- personagem, que começa um livro sempre agindo e termina com reflexões. Consegui ver que o espaço da obra é sempre S. Bernardo, a fazenda, que é além de espaço também personagem, não a toa da título ao livro.
Consegui perceber na obra o tempo histórico que faz referência a primeira revolução industrial, o marxismo e todo o pensamento sociológico-politico da época.
A questão da linguagem que o autor aborda, quando ele escreve que quer um livro com a linguagem que se fala, não na língua de Camões.
É um livro cheio de coisas a se discutir e só uma resenha não bastaria para falar de tudo que ele trata.
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Edneia.Monteiro 20/02/2023

São Bernardo, de Graciliano Ramos
Conta a história de Paulo Honório, que com muita objetividade, energia e força de vontade, alcança seus objetivos. Leitura fluída e rápida.
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