Ari 27/12/2018
O término da leitura ainda me deixou com muitas incógnitas a respeito do filósofo alemão Nietzsche. Comecei a lê-lo por curiosidade e finalizei pelo desafio. Seu tom crítico discorre sobre valores cristãos, sociológicos e filosóficos desde a antiguidade: Sócrates, Platão, Aristóteles, passando pelo cristianismo romano, também pelos filósofos modernos: Kant, Hegel, Shoppenhauer. Nietzsche expõe de forma icônica sua repulsa à moral, como ela se concretizou, a qual hoje vemos como um valor relativo ao bem ou ao mal.
Para Nietzsche, o cristianismo inverteu o significado da moral, sobrepujando a vida terrestre em perspectiva de uma vida celeste, ou divina. Os valores como "bom" e "mal" foram invertidos, outrora um homem forte, contestador e corajoso seria tido como "bom", em contrapartida, atualmente, tais valores, segundo a moral cristã, são visados como "maus". Ou seja, valores como humildade, submissão e fraqueza, são visto como "bons". A partir dessas premissas o discorrer de sua obra tende a demonstrar como a moral deteriora o comportamento humano e subjuga seu instinto humano através da moral dos fortes contra os fracos. A análise de Nietzsche pontua que, em qualquer sociedade predominam certos grupos, ou seja, a aristocracia sempre existiu. É fato que o jogo de forte/fraco é humano, a vontade de potência, outro conceito de Nietzsche, condiz com a luta pela sobrevivência e pelo predomínio na dominação do homem contra o homem. Com isso vemos que a moral, como é proposta pelo cristianismo acorrenta o instinto humano em seu íntimo e o polimeriza juntamente à submissão perante a classe dominante.
Meu intuito é continuar lendo outras obras de Nietzsche, para que meu intelecto possa absorver os conceitos e valores propostos por sua linha de raciocínio. Fica claro que a bagagem de um filósofo não se resume somente às suas obras, porém visa também o escopo histórico ao qual seu período se passou.