Resenhas - Mansfield Park

Ju 29/01/2021

Jane Austen rainha o resto nadinha
Sou suspeita pra falar de Jane Austen, mas vamos lá. A narrativa é muito envolvente, a história é linda, mas o melhor desse livro são os personagens!! Muito mais desenvolvidos do que nos outros romances dela e com personalidades bemm distintas.
Mesmo sendo bem tímida e quietinha, a personagem principal (Fanny) é o puro charme. Justíssima, educadíssima, calminha, fofa até enjoar...pisciana, com certeza! Hahaha
Ah, e o livro também é repleto de críticas sociais e é bem afrontoso rsrs, mas mantém a escrita deliciosa e delicadíssima dessa deusa.
Enfim, um dos meus preferidos da autora, recomendo de olhos fechados.

Emanuela 17/01/2021

Eu amo Jane Austen e sigo firme no propósito de ler toda a sua obra. Terminei agora Mansfield Park. Considerado um ponto de maturidade em sua bibliografia, devo admitir que senti falta do romantismo (sou uma romântica)! Talvez aqui o ponto central fosse uma grande ode aos princípios morais e crítica a falta de virtude da sociedade britânica (ou porque não universal).

Trata-se da história de Fanny. Nossa heroína tinha de nove para dez anos quando foi acolhida na casa de seus tios ricos, em Mansfield Park. Passa, então, a ser ?vítima? dos caprichos de seus parentes, mas sua alma resiliente consegue encontrar conforto e amabilidade. Apesar de sua fragilidade, timidez e insegurança, Fanny possui arraigados princípios morais e acaba sendo observadora de todos os vícios e defeitos de seus primos e primas, à excessão de Edmund, a quem dedica sua maior devoção e amor.

ALERTA DE SPOILER!!!

A história começa efetivamente a se movimentar com a chegada dos irmãos Mary e Henry Crawford. Enquanto a primeira rouba a atenção e sentimentos de Edmund, o segundo flerta descaradamente com todas as mulheres a sua volta. A vaidade dos irmãos e falta de decoro não passam despercebidas por Fanny.

No entanto, apesar do caráter duvidoso de Henry, quando este parece estar apaixonado por Fanny, não vou negar que cheguei a torcer por ele. Esperando por uma reviravolta em que ele então abriria os olhos para os melhores sentimentos e valores morais e ela aos poucos esquecesse seu primo (que padecia considerá-la apenas como uma irmã) e se apaixonar pelo jovem. Ou seja, um fio de esperança para essa sociedade tão desvirtuada ao mesmo tempo que encontraríamos a paixão do romantismo. No entanto, ao que parece nada poderia tirar Jane Austen de seu propósito em expor os males sociais.

O livro não decepciona, mas quem espera um herói vigoroso, bravo, charmoso... certamente não encontrará. O tom é contido o tempo inteiro.

Adriana.Machado 24/11/2020

Decepção
Finalmenteeee acabei esta leitura. Empurrei mesmo com o estômago ?

Lais619 23/11/2020

Profundo e reflexivo
Para mim esse foi um dos livros mais reflexivos da Jane Austen.
Temos uma personagem que consegue ser ainda mais tímida, acanhada e pensativa do que a Anne, de "Persuasão", o que eu nem achava possível. Fanny é muito sutil em suas palavras e ações e sempre evita chamar a atenção ou magoar alguém. Claramente, é muito insegura por causa de tantos e tantos anos sendo chamada de inferior em relação aos primos pela própria tia. Nunca conseguiu ser 100% aceita pelas primas e só conseguia consolo na amizade e companherismo do seu primo mais novo.
Edmund é um personagem bem diferente do Darcy e do Knightley. Achei ele bem frouxo e bundão em diversos momentos e muitas vezes não me simpatizei com ele. Para quem dizia ter a prima como melhor amiga e na mais alta estima, era bem ignorante a como ela realmente se sentia e como suas ações a deixavam mal. Mas vamos relevar porque ele estava apaixonado.
Gostei mais da Srta. Crawford do que achei que gostaria, achei muitas de suas opiniões a frente de seu tempo. Só que, uma pena, no final ela acabou se perdendo porque o dinheiro falava MUITO mais alto do que todo o resto.
Enfim, com certeza a ironia da Jane Austen está no ponto nesse livro. Eu me pegava rindo e ao mesmo tempo chocada com a capacidade dessa mulher maravilhosa. Mais um livro que admiro. Só pode mesmo perder no meu coração para "Orgulho e Preconceito" e "Emma".

Mari Doroteu 16/11/2020

Gostei, mas achei o final um pouco discrepante
Esse era o último livro que faltava da Jane Austen para que eu terminasse sua obra completa. Como grande admiradora da escrita da autora, posso dizer que esse livro foi bom, porém, queria muito comentar um detalhe COM SPOILER do final. A história começa de forma lenta e o desenrolar é bastante demorado, mas isso ocorre justamente pela construção detalhada dos personagens e descrições de cenários, costumes etc, que já é tradicional de Austen. O que me incomodou, e a várias outras pessoas também, como pude notar pelas resenhas daqui, foi que achei o final muito corrido e pouco detalhado quando comparado ao restante do livro, tão cheio de minúcias. Além disso, fiquei convencida de que Henry Crawford estava muito apaixonado pela Fanny, estando até um pouco chato e inconveniente, ?perseguindo? ela o tempo todo, mesmo após ela o ter rejeitado de diversas maneiras. Ele continuou esperançoso de que faria com que ela mudasse de opinião, mandava cartas expressando afeição e até fez uma visita super fofa e amável na casa dos pais biológicos dela, de modo que tudo levava a crer na veracidade desse sentimento. Fiquei extremamente surpresa com essa fuga dele com a sra. Rushworth totalmente do nada e totalmente oposta à construção que estava sendo feita do personagem. Achei contraditório com as atitudes dele e me pareceu um acontecimento meio ?jogado? sem qualquer lógica, apenas para proporcionar o final feliz de Fanny com o Edmund. Enfim, não achei o livro ruim, mas essa parte específica da história ficou meio descabida, na minha opinião.

NickSnow31 04/11/2020

Apaixonante
No começo me senti meio perdida com tantos nomes, mas foi apaixonante ver o destino da tímida Fanny em Mansfield Park! Jane Austen traz toda sua imaginação e conhecimento dos costumes da época para essa obra.

Apenas o final que achei sucinto, apesar de muito surpreendente!

Gigi 08/10/2020

Sobre explorar os bosques misteriosos de Mansfield Park (e da vida): uma resenha sobre o meu livro menos favorito de Jane Austen
Eu nunca gostei muito do romance Mansfield Park. Quando reli o livro pela segunda vez, para o nosso projeto de leitura coletiva Na trilha da Jane, decidi encontrar respostas para essa pergunta que não saía da minha cabeça: “O que Mansfield tem de diferente dos outros livros da Jane Austen que tanto me incomoda”?

Na história, a protagonista Fanny Price aos nove anos é adotada por seus tios ricos e passa a viver com a família Bertram – o casal e os seus quatro filhos – em Mansfield Park. A heroína não tem nenhuma atributo excepcional ou personalidade forte, como Emma Woodhouse, de Emma, ou Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito. Fanny passa a vida à serviço da tia, Lady Bertram, sente-se inferior aos primos e também é constantemente atormentada por Mrs. Norris. É quieta, tímida, sofre em segredo por causa de seu amor pelo primo Edmund.

Eu sempre detestei Fanny Price por ser tão passiva frente aos acontecimentos e por sofrer calada com as injustiças que lhe faziam.

Mas ao reler a obra, passei a me questionar: Será que eu não gosto da Fanny porque invejo seu autocontrole? Por sua forma de analisar com clareza as situações e interesses humanos? Ou por fazer algo que está cada vez mais raro nos dias de hoje – doar-se e pensar nos outros em primeiro lugar? Na verdade, ser forte não significa que precisamos dizer frases espirituosas. Podemos demonstrar coragem nos pequenos atos, ao nos manter firmes em nossos ideais e convicções, como quando Fanny rejeita o Mr. Crawford.

Acho que o que me incomoda mesmo em Mansfield Park é que Jane Austen nos trouxe uma protagonista que sofre os dilemas de uma vida comum: não é rica, está aprendendo a lidar com as máscaras e interesses da sociedade, gosta da quietude e de caminhar em meio à natureza, está apaixonada por um homem que gosta de outra mulher, tem dificuldades de se expressar em público. Quando nos identificamos com personagens, muitas vezes buscamos aquelas que têm qualidades que admiramos, que ressaltam nossos pontos fortes. Mas com Fanny, Austen faz exatamente o contrário: escancara as fragilidades do que é ser humano, mostra-nos as alegrias e as dores de sentir em demasia, relembra-nos que não temos controle sobre as ações dos outros. Não é fácil encarar na protagonista as nossas próprias vulnerabilidades. É como se estivéssemos nos encarando nus em frente a um espelho.

Percebi que Fanny é uma gigante em sua timidez, pois na história temos acesso à confusão de seus sentimentos conflitantes, à firmeza de seu caráter, à complexidade do que é ser humano. Eu ainda não gosto muito de Mansfield Park. Enfim, não é fácil assumir as próprias fragilidades, como nos mostrou Fanny. É preciso de uma boa dose de coragem. Essa obra é um tanto mais sombria que as outras de Austen, mas não deixa de ser um romance magistral. Explora na linguagem irônica da escritora os dramas humanos e nos ensina sobre rejeições, jogos de interesses, amor e tudo o mais que envolve o sentir em toda a sua intensidade.

site: http://longedaquiaquimesmo.com/sobre-explorar-os-bosques-misteriosos-de-mansfield-park-e-da-vida-uma-resenha-sobre-o-meu-livro-menos-favorito-de-jane-austen/

Edla 29/08/2020

Começou ruim mas terminou bom!
Esse é a oitava obra da Jane Austen que eu termino de ler esse ano, li todas as obras acabadas da Austen que me comprometi a ler esse ano e estou feliz com essa realização pessoal.
Confesso que essa história começou bem chata para mim, o começo da narrativa desse livro foi simplesmente um parto para eu ler. Mesmo assim prossegui com essa leitura e me surpreendi muito.
Essa é a história de uma personagem extremamente tímida, apática, negligenciada e subestimada.
Dona de uma opinião singular que ela guarda para si mesma (já que ninguém se dá ao trabalho de ouvir nada do que ela tem a dizer) e para o seu primo Edmund, por quem ela nutre uma paixão antiga e secreta.
Filha de pais muito pobres e membro de uma família numerosa, Fanny Price é mandada para morar com os tios (Mrs. Bertram e Sir Thomas Bertram) em Mansfield park. Lá ela tem uma verdadeira vida de cinderela, sendo constantemente maltratada e negligenciada por todos e principalmente por sua outra tia Norris, mulher extremamente irascível e arrogante.
O seu único consolo é a companhia do primo Edmund e a esperança do retorno do seu irmão William que trabalha na marinha, esse último com quem ela tem uma relação fraternal muito linda de se ler.
Somos apresentados a outros personagens que dentre outras coisas vem para agitar e destruir a dinâmica tranquila de Fanny. São eles: Miss Crawford e seu irmão Henry Crawford, que chegam como os antagonistas dessa história.
Entre decepções, negligência, traições, sentimentos reprimidos e muito mais reviravoltas inesperadas essa história acabou me prendendo e gostei muito do final que foi bem como eu queria.
Enfim, aos que iniciaram essa leitura e como eu não gostaram muito eu sugiro que, se puderem, continuem essa leitura porque pode acabar te prendendo em algum momento como aconteceu comigo!
Boa leitura!

Patrihpereira 19/08/2020

O mal está mais no fundo; na absoluta ignorância desses sentimentos, de cuja existência ela sequer desconfia; numa perversão mental que a fez achar natural tratar o assunto dessa forma. (por Edmund, p. 555)

Giovanna1242 29/07/2020

"E embora por vezes tivesse sofrido muito, embora seus motivos com frequência tivessem sido mal interpretados, seus sentimentos, desconsiderados e sua inteligência, subestimada, embora ela tivesse conhecido as dores da tirania, da zombaria e do abandono, quase sempre seus dissabores levaram a algo consolador."

"Fanny sabia muito bem o que queria, porém não sabia avaliar a maneira como expressava sua vontade. Não percebia até que ponto sua irremediável gentileza escondia sua firme determinação. Com sua timidez, sua gratidão, sua doçura, imprimia uma conotação de renúncia a toda manifestação de indiferença; parecia infligir a si mesma tanto sofrimento quanto a ele."

Fernanda 19/07/2020

Fanny Price não é uma heroína convencional, apesar de ser considerada extremamente submissa, ela mostra sua força exatamente no fato de conseguir abnegar-se de seus desejos em favor de preservar o bem estar e os valores e virtudes dos demais. A escrita da Jane é maravilhosa, nos prendendo completamente a história e a edição da Penguin Companhia é excelente, esse tornou-se facilmente um dos meus livros favoritos da autora juntamente com Emma.

Aline.Sacramento 22/06/2020

Amei
Não sei como vou viver agora que acabei, queria mais. Jane Austen rainha como sempre.

Celi Gomes 16/06/2020

Perseverem que melhora
O início é promissor e a leitura é gostosa até que se perde em meio a cansativas conversas sobre reformas e teatros, mas então quando isso tudo passa a história volta a ser gostosa e vc se vê ansiosa com as probabilidades, com o que pode acontecer e torce para personagens que te cativaram durante a leitura. O último capítulo me deixou um pouco decepcionada, pois se tornou um resumo do desfecho, preferia que tivesse mantido a mesma forma do restante do livro.

alejandra 08/05/2020

Gosto e não gosto das personagens
Austen conta neste livro uma história simples apenas na teoria. Três irmãs que fizeram casamentos bons, ruins e péssimos dão início à narrativa, a filha mais velha fruto do casamento menos vantajoso é abrigada pela irmã com o melhor casamento. A jovem de temperamento calmo e passivo que está sempre procurando atender às necessidades dos que precisam dela, difere em quase todos os aspectos das duas filhas da Sra. Bertran, assim como do filho mais velho, ela encontra conforto e ternura apenas no filho mais novo do casal bem sucedido. Devido às atenções oferecidas por ele, ela se apaixona, mas compreende que ele está muito acima dela, acreditando ser um amor impossível. A família Crawford traz à história a agitação familiar que a prudência do Sr. Bertran não possibilita aflorar. Numa confusão de sentimentos, reprimendas familiares, vaidade, ambição e conceitos morais equivocados, a história conta a trajetória de uma família abastada em meio aos problemas que o leitor vê desde o começo mas passam despercebidos aos olhos dos personagens.

(Confesso que no decorrer da história, minha afeição a determinadas personagens oscilou, em algum momento realmente considerei o Sr. Crawford uma boa opção para Fanny, podendo os dois chegarem à um meio termo satisfatório. Por isso fiquei verdadeiramente confusa com a recusa inabalável por parte da Fanny, mas ao passo que a história ia progredindo, o caráter do Sr. Crawford me pareceu ainda mais questionável, e no final do livro dei todo a razão para as escolhas da Fanny. No caso da amizade entre Edmund e Mary, me parece muito mais complexo, acho que nunca fui inteiramente a favor, mas acredito que teria sido de alguma forma interessante ver como os dois agiriam tendo posicionamentos tão distintos, me pergunto quem cederia primeiro.)

Laura Neves 05/04/2020

Previsível e ao mesmo tempo intrigante.
O romance de Jane Austen conta a história de Fanny Price, uma jovem de uma família de poucas posses criada desde os 10 anos de idade por seus tios ricos em Mansfield Park.
Uma escrita irônica, cercada de críticas à sociedade patriarcal do século XIX, mas que aborda temas que fazem parte dos dias atuais.