Patty Costa 06/10/2022Acolhedor..
Nós lemos livros de autoras como Jane Austen, Charlotte Brontë, entre outras autoras de clássicos da literatura internacional, mas esquecemos que o Brasil também tem sua parcela de autoras de livros. Não estou aqui comparando, por favor, mas somente dizendo que temos opções na literatura brasileira.
Júlia Lopes de Almeida é uma delas. Nasceu em meados do século XVIII e, mesmo sendo uma época em que não era comum para as mulheres se tornarem escritoras, ela conseguiu ter seu destaque. Em “A Intrusa, escrito nos anos de 1908, temos uma obra que nos traz boas surpresas. Uma narrativa que nos remete ao Rio de Janeiro do início do século XIX e nos faz andar de bondinhos e a conhecer outros lugares da época.
Nosso mocinho é Argemiro, um advogado bem sucedido e viúvo. Sua amada esposa morreu ainda jovem o deixando com Maria da Glória, a filha do casal, ainda um bebê, para criar. Em seu leito de morte ele jura a ciumenta esposa que nunca mais se casará e passam anos assim sem nem em outra coisa. Sua filha passa a viver com os avós maternos e o vem visitar em alguns momentos. Até que ele percebe que a casa precisa de uma melhor administração e coloca um anúncio no jornal solicitando uma mulher para governanta da residência.
Alice, nossa mocinha, atende ao anúncio e ao pedido do novo patrão de nunca se encontrarem. Ela pode fazer o que bem entender com a casa e com os gastos, desde que a mantenha arrumada e bem organizada. Um feito que ela consegue tranquilamente e isso o deixa muito feliz. Tanto que pensa em trazer a filha de volta para morar novamente com ele, o que desagrada muito a avó que fará de tudo para tirar Alice da casa e ter a neta de volta. Mas o que nossa protagonista fez com a casa, foi muito mais do que Argemiro poderia esperar. E, mesmo sem nunca ter visto seu rosto, ele se vê pensando em um futuro diferente e isso pode mudar suas vidas por completo.