Reencontro

Reencontro Leila Krüger




Resenhas - Reencontro


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It Cultura 28/01/2012

...é de te fazer querer viver
Dizer que essa história é emocionante seria muito pouco. É de te fazer arrepiar fortemente, sentir a garganta queimando de vontade de chorar; é de te fazer querer viver.

Desde o primeiro momento em que soube da existência de Reencontro, algo me dizia que seria um livro marcante, não sabia como nem porque – o trabalho de capa também chamou bastante atenção -, até quando o apresentei a vocês no Correio do IC eu falei que ia adorar a história, e sou obrigada a dizer que Leila Krüger conseguiu provar isso e muito mais; me surpreendeu positivamente.

A história de Ana Luíza pode ser a de muitas pessoas que nem conhecemos ou sua ou de alguém próximo, é bastante real, por isso emociona tanto. Além disso, a autora narrou de uma forma única, mesclando vários elementos como trechos de autores renomados (Cecília Meireles dentre eles) a cada ínicio de capítulo, referências musicais marcantes, personagens intensos e humanos, história cativante, cheia de dramas familiares e amorosos.

Ela é uma garota que sofre bastante e guarda tudo para si, frágil e com uma visão bastante pessimista do mundo e de sua própria vida. Está perdida sem esperanças de salvação, e utiliza a bebida e drogas ílicitas como forma de se anestesiar e esquecer o seu mundo. Durante boa parte do livro, alternei entre me sensibilizar com Ana Luíza a ponto de sentir pena mas também tive raiva por ela abusar do seu corpo e sua mente por causa das drogas. Sou totalmente contra o uso destas e foi impossível não julgá-la estúpida por isso, entretanto, sabia que a sua fragilidade era grande e a tornava vulnerável.

- Essa gelidez… – ela continou – Eu não consigo tocar as pessoas. Tem um abismo entre mim e qualquer um. Entre eu e tu… Mas tu nunca vais entender, deixa pra lá.

Leia a resenha completa em http://www.itcultura.com/2012/01/resenha-reencontro-de-leila-kruger/
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Elay 16/09/2015

Maravilhoso
O livro gira em torno da vida de Ana Luíza, uma estudante gaúcha que enfrenta problemas na vida, como todos nós, mas Ana procura sempre resolver as coisas da pior forma. Para esquecer todas as coisas ruins que acontecem na sua vida, ela se joga em um mundo de drogas e bebidas, não tem mais forças pra viver e acaba não acreditando mais em si própria. Nana, sua melhor amiga, tenta de várias maneiras reanimar Ana, mostrá-la que isso à está destruindo cada dia mais, Rafa, o cara novo na turma da faculdade, que acaba virando amigo no decorrer da história, também tenta fazer com que Ana perceba que o tempo está correndo e ela continua na mesma. Uma história regada a muitas e belas trilhas sonoras, que com certeza irá fazer com que não largue mais o livro.

Confesso que fiquei apaixonada por esse livro, pela forma como tudo ocorreu. Ana sempre rendida aos problemas, sempre reclamando de tudo, fumando, bebendo e seus amigos sempre à ajudando da forma mais linda que existe, dando conselhos, e fazendo com que ela pare de achar que a vida é uma droga. É lindo ver o reencontro que ela tem com sí própria, ver o quanto podemos superar nossos medos e reagir quando achamos que tudo está perdido. O livro todo tem o charme do sotaque lindo de Porto Alegre, com músicas maravilhosas, algumas não conhecia e passei a ouvir diariamente. Minha personagem favorita é a Nana, ela é muito divertida, Rafa também é um amor, vocês irão se apaixonar.

"O amor dela nunca coubera nela"


site: umalivrariaaa.blogspot.com.br
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Helana O'hara 04/03/2012

Reencontro
A expectativa por esse livro foi muito grande. Chegou em minhas mãos, depois que a minha querida amiga Blogueira Fernanda me pediu uma mão para ajuda-la a montar um B.T, fui atrás de mais informações do livro. Li um trecho dele no site da Leila, algumas resenhas e a curiosidade só aumentava, a história a capa tudo me chamou atenção.. E valeu a pena esperar.

Leila nos apresenta Ana Luiza, uma jovem cujo seus sonhos são afundados nas drogas – bebidas, cigarros, etc. Ela não tem grandes expectativas e quando seu namoro termina, realmente joga o pano.
A moça vive em uma família totalmente sem estrutura, uma mãe que não dá importância a filha e um pai que culpa mãe e filha por tudo que acontece.
Seu único ombro na qual se apoia é Nana, sua melhor amiga, que tem os mesmos gostoso musicais dividem memórias, vontades, sonhos. Nana é uma jovem doce que dá todo apoio a amiga que infelizmente não anda vivendo em um conto de fadas também – Ana Luiza acaba que perdendo seu ombro amigo, claro, não contarei o motivo.

Porém quando tudo parece perdido na vida da nossa protagonista, eis que ela conhece Rafa, um jovem músico, que estuda com ela e com Nana, ele acaba sendo a injeção de ânimo que as duas garotas precisavam, um rapaz doce, com uma áurea de outro universo e totalmente compreensivo (porque não existe um Rafa em minha vida por que?).

Leila Krüger escreveu Ana Luiza tão bem que temos a sensação que alguém em nossa vida é a própria Ana, alguém que temos em nossa vida, ou até nós mesmos somos um pouco da “Aninha”, a falta de esperança, a falta de acreditar que ela é capaz mexeu muito comigo, principalmente no modo de como ela tem receio de amar – e tudo isso juntando com seus problemas familiares fazem a moça se jogar em um Mundo totalmente doente agredindo ela mesma.
Devo dizer que nossa protagonista teve uma grande sorte em ter alguém como Rafa ao seu lado o tempo todo, ela sofreu muito, caiu, se encheio de dúvidas e medos e Rafa estava lá o tempo todo.
Até por fim ela poder econtrar seu “reencontro.”

Várias partes do livro são emocionantes te fazem pensar em suas decisões, nos erros que cometemos em nossa vida, e sim, gente eu chorei em várias partes do livro, principalmente nas últimas 100 páginas.

Leila usou e abusou de citações de músicas, poemas, textos – entre eles Metallica, muita Clarice Lispector em seu livro, Cecília Mereles. Em cada novo capitulo uma nova citação. Essas citações da autora foram tão simples e fundamentais que você já tinha ideia no que poderia vir no capítulos, foram muito bem colocadas.

Só me resta deixar os parabéns a Leila por ter escrito um livro tão tocante. Reencontro marcou minha vida e espero poder compra-lo em breve para ter em minha estante. Acho um desperdício ler bons livros e não ter em minha estante.

Leiam Reencontro e reflitam depois em sua vida, em seus medos e receios antes de fazer qualquer tipo de bobagem – sua vida é o melhor que tens.

“Eu vou ser fiel mesmo, cem por cento, o dia em que eu amar. E mais: o dia em que eu achar um homem que preste e não me enfie um monte de guampas. Tá difícil… mas um dia…”
Pág 47
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Lady 16/07/2012

Logo que li a sinopse de Reencontro no site da autora Leila Krüger, já achei interessante pelo fato de que o enredo é bastante fora dos livros que eu costumo ler. Reencontro não é nem de longe um romance bonitinho, não tem passagens engraçadinhas, sequer posso dizer com certeza que tem um final feliz. O que mais me atraiu no livro foi o fato de ele parecer tão real - uma história dura, cruel, amarga como é a vida de muita gente, possivelmente muito mais palpável e real que qualquer história de amor que eu vá ler na vida. E isso ele realmente é: real. E cruel, e amargo, e triste. Não é mascarado, é intenso. Tão intenso que chega a enjoar, me permito dizer. São longas e longas páginas de uma vida descontínua, descompassada e despropositada, como é a de Ana Luíza (e tenho certeza de que muitos personagens da vida real também).
Se tem uma coisa que a autora soube retratar com perfeição foi essa agonia e esse sofrimento interior da personagem. Ela tem uma mente e uma profundidade extremamente complexas, do tipo que se explora, explora e talvez nunca se chegue ao fundo. Ana Luíza está visível e constantemente deprimida, sempre em busca de respostas pras perguntas erradas, e quase sempre bêbada ou chapada ou as duas coisas. É um estado emocional bastante difícil de se mostrar, mas Leila Krüger conseguiu. É inevitável não compartilhar um pouco da melancolia e não se deixar levar pelas descrições quase poéticas às vezes do dia-a-dia da personagem.
Ironicamente, isso também é parte do lado ruim do livro, que para mim começa no tamanho. Sinceramente, achei longo demais, muito maior do que seria necessário. Em um determinado ponto, eu já estava exausta do lamentar e do sofrimento e da tristeza poética, e queria logo que ela atingisse o maldito fundo do poço pra começar a subir novamente. Só que essa queda vertiginosa se deu lentamente, e quando chega no fundo, é que as coisas começam a acelerar. Como leitora, preferia que tivesse sido exatamente o oposto. A ascensão me interessa muito mais do que a queda, os tropeços do reencontro bem mais do que o pulo rumo ao abismo. E por ser um drama, me cansei com muita facilidade tanto dos personagens quanto do enredo. Se fosse mais curto, talvez não tivesse sido o caso.
Enfim, é um livro bacana e bem explorado sob vários aspectos, mas ficadica: se você não é o tipo de leitor que curte dramas, não é uma boa pedida.
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Mah 12/03/2012

Quando eu li a sinopse e me interessei pelo livro não achava que tinha achado um livro que mexeria tão profundamente comigo. Desde que terminei de ler o livro eu estou tentando escrever a resenha, e só agora que finalmente saiu. Isso porque estava difícil de passar exatamente o que o livro ‘fez’ comigo.

Ao abrir o livro pela primeira vez, a autora já mereceu muito respeito por começar o capitulo com Guns’n’Roses e depois temos Metallica e muito mais. Gostei muito de ler um livro ambientado em Porto Alegre e arredores afinal acabei de me mudar para cá e já sei vários lugares que eu quero visitar, também aprendi alguns palavras novas para meu vocabulário. Só achei que alguém no livro devia gostar da Fresno (brincadeira). Conheci uma banda ‘nova’ a Cidadão Quem e gostei muito das músicas – tive que procura-las quando o livro acabou e me sinto um tanto ‘orfã’.

Inicialmente você pode pensar que o livro será mais um a tratar de um romance, e só disso, mas o livro passa longe de qualquer estereotipo. Ana Luíza é aquele tipo de personagem real, que você pode encontrar ‘em qualquer esquina’ sabe? Próximo ou distante, você deve mesmo conhecer alguém como ela. Talvez se você for sincero e procurar com afinco, encontre uma parte dela (ou ela toda quem sabe) dentro de si mesmo. Aconteceu comigo.

Ana Luíza é uma menina ‘rica’ e mimada, do tipo que tem um cartão de crédito ilimitado e ninguém para colocar-lhe freios, uma família desestruturada, e nisso a autora utilizou de um ‘padrão’: pais ausentes, sendo o pai o médico que trabalha demais e nunca lhe deu atenção ou carinho, e a mãe fútil que desejava ‘outra vida’ para a filha. A única que presta atenção na garota é a empregada que cuida dela desde criança, “Tia Ella”.

Nana, a melhor amiga de Ana Luíza tenta cuidar da garota e colocar-lhe freios mas não consegue – afinal a garota não vê motivos para ‘melhorar’. Elas são muito diferentes e Nana é de certa forma o ‘porto seguro’ de Ana Luíza (não que ela demonstre isso muito bem), com seus olhos verdes, e seu sorriso fácil. Que chama a amiga de ‘nuvenzinha’. As duas fazem Odontologia juntas na PUC, onde conhecem Rafa – aluno novo que aos poucos vai se enturmando com as duas, por quem Ana Luíza se apaixona mas se recusa a deixar o sentimento fluir, e começa a fazer mais bobagens que o normal.

Ana Luíza chega finalmente ao fundo do poço e se ‘descobre’ uma viciada precisando de tratamento antes que morra pelas drogas que consome, e começa uma grande luta para escalar até a luz.

Reencontro pra mim foi um livro intenso, daqueles que te deixam sem dormir e com os olhos inchados de chorar. Te fazem pensar no que você já fez da sua vida, e o que você ainda quer fazer. E te fazem sonhar e acreditar também. Ele entrou definitivamente para minha lista de favoritos, e tem um lugar especial na estante e no coração. E falo sem pensar duas vezes, e sem medo de errar que este livro estará no meu TOP 10 de 2012.

Parabéns para a autora, Leila Krüger, que escreveu uma belíssima história. E obrigada pela oportunidade de ter lido.
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Orinalmente postada no blog TOC Por Leitura
http://tocporleitura.com/2012/03/resenha-reencontro-leila-krger/
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Rapha 08/08/2012

Reencontro no blog Doce Encanto
Um único livro, uma única história, contudo sinto que deveria fazer duas resenhas para ele. Como assim Rapha, duas resenhas para o mesmo livro? Exato! Eu já havia lido livros que me causaram sentimentos controversos antes, mas nada parecido com este. Parecia que eu havia lido dois livros diferentes, tamanha foi a divergencia entre o que senti até metade dele, e depois com o restante.

Do início da estória até pouco mais da metade me senti totalmente frustrada! Poxa, tanta gente tinha falado TÃO bem do livro, e eu pensava "mas como? Com uma personagem tão mesquinha, chata e irritante como a Ana Luiza?". E era exatamente assim que Ana Luiza, a personagem principal do livro era. 23 anos de idade, estudante de Odonto e bancada pelo pai, ela era uma pessoa totalmente negativa e reclamona. É claro que ela tinha problemas, mas quem é que não tem? Sempre acreditei que nossos problemas não são motivos para nossas atitudes, e vou te falar... as atitudes de nossa personagem principal nunca foram as melhores e, por mais que estivesse se afundando cada dia mais, ela não fazia nada pra melhorar, apenas reclamava.

Contudo, a certa altura da leitura (pouco mais da metade), o quadro se inverteu. A autora, Leila Kruger, começou a explorar mais outros personagens como o fofíssimo Rafael, Nana, a minha personagem favorita e melhor amiga de Ana Luiza, seus pais, entre outros. De repente me vi envolvida pela trama e fui pega totalmente de surpresa pela autora que deu uma tremenda reviravolta na estória!

Foi a partir daí que entendi o quão importante foi a "chatice" de Ana Luiza, então parei de julgá-la e passei a admirá-la, mas é claro que pra ganhar minha admiração ela teve que mudar! E com o decorrer da trama vamos percebendo essa mudança, a evolução, o amadurecimento.

A cada nova página lida, a frustração diminuía, e um novo sentimento começou a aparecer, um sentimento inominado, um mix de amor e satisfação.

Terminei a leitura entre lágrimas, soluços e, por incrível que pareça, um enorme sorriso no rosto. O que é que eu estava achando no começo da leitura mesmo? Agora dá pra entender porque é que disseram tão bem.

Quanto à estória, não é nem um romancezinho água com açucar. Ao contrário, o livro tem uma carga emocional bem densa, abordando temas quando não polêmicos, ao menos complexos, como a morte, a fé, o ateísmo e o uso de drogas. Cada um é abordado brilhantemente pela Leila, que em nenhum momento impoe suas crenças ou ideologias, apenas expões os pensamentos (ou dúvidas) de Ana Luiza para que nós mesmos cheguemos à uma conclusão.

Pra finalizar a resenha só a tenho a dizer: Leitura obrigatória!

"Nenhum outro beijo a compreendera e envolvera como o dele. Ela precisara muito daquele beijo e só agora o percebia, por tê-lo tido. Ela percebia o que não via antes....
Ela finalmente começava a ver."
Pág. 350

Confira outras resenhas em: rapha-doceencanto.blogspot.com.br
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Vanessa Sueroz 29/05/2012

Reencontro
Ana Luiza, uma jovem bonita que a princípio parece ter tudo para ser feliz, mas lhe falta a coisa fundamental, amor. Sua família é uma bagunça, sua mãe mais preocupada com seus próprios problemas e pai praticamente ausente e mantendo outra família, Ana se vê perdida e sozinha, apesar de sua amiga Nana estar por perto tentando ajudar.

Ana tem sua vida destruída pela bebida e drogas, além do cigarro e álcool ela começa a se afogar em drogas pesadas, vendendo seu corpo para conseguir um baseado, mas depois de tantos problemas com sua família e amigos, o que faz com que ela se afunde mais nas drogas, surge Rafa, um grande amigo que talvez seja capaz de ajudar Ana Luiza como ninguém mais conseguiu, ele se torna um grande amigo e tenta a todo custo tirar
Ana da depressão e aos poucos seus sentimentos tornam-se algo mais que pura amizade.

(...)

Veja na integra em: http://blog.vanessasueroz.com.br/reencontro/
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KKbarros82 19/05/2012

RESENHA: “REENCONTRO” DA LEILA KRÜGER
Olá Ouvintes Leitores! Após uma perda lastimável em minha família, uma das válvulas de escape para tentar esquecer um pouco uma dor inesquecível, foram os livros. No entanto, quando peguei “REENCONTRO” da Leila Kruger para ler, confesso que fiquei um pouco temerosa, pois, como eu iria encarar um livro que parecia trazer uma carga tão grande de drama e sofrimento. Como eu irie conseguir carregar as angústias da Ana Luiza, a personagem principal, se eu não conseguia carregar os minhas próprias?

Estas foram às perguntas que pairaram em minha cabeça. Mas imediatamente minha mente revidou com a brilhante resposta: “Serena, livros, nunca podem te fazer mal”. E foi neste momento que adentrei no mundo de “REENCONTRO”.
“REENCONTRO” lançado pela Editora Novo Século, pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, vai contar a história da Ana Luiza, uma garota de olhar longínquo, que após a traição de seu primeiro namorado se fecha para o mundo. E é neste momento que começa a avalanche de desencontros da Ana. Sim, apenas Ana. Tornei-me tão íntima dela que seu sofrimento, angustia e medo, também eram os meus.

A Leila Kruger criou uma personagem complexa e amargurada. Ana Luiza possui uma carga de sofrimento e solidão enormes. Ela é uma personagem que não sabe lhe dar com a indiferença dos pais e nem com o rompimento do seu ex-namorado. E por não conseguir suportar a dor das cicatrizes de seu coração, Ana, vai se afundando no mundo da bebida e ainda mais no mundo das drogas. Até que aparece Raphael, ou apenas Rafa, que ensinará a Ana como amar e aguentar todas as amarguras da vida.

Além de uma narrativa fantástica e ao mesmo tempo profunda e sensível, Leila Kruger mostra a riqueza de sua carga literária ao introduzir por toda sua história grandes autores como: Clarisse Lispector, Cecília Meireles, Vinícius de Morais, Mario Quintana e Erico Veríssimo. Não deixando de embrenhar-se também no mundo da música pop nacional e internacional.

Não posso deixar de destacar ainda, como a autora consegue descrever tão bem o sofrimento humano, principalmente quando a Ana perde uma pessoa muito próxima. A Leila Kruger consegue fazer o leitor derramar litros de lágrimas, literalmente. Confesso que não vejo a hora de ler outros livros da Leila kruger e poder me deliciar com sua magnífica narrativa.

No entanto, nem tudo são flores, ao descrever tão bem toda a estrada de espinhos que a sua personagem principal precisava passar para evoluir como pessoa, a Leila Kruger não soube distanciar a religiosidade de sua narrativa.

No início, o livro realmente se foca em como a Ana Luiza vai conseguir suportar suas feridas, mas, ao introduzir a personagem Rafa, as coisas parecem caminhar para uma resposta voltada a espiritualidade. Algo que eu não esperava, já que a autora aparentava que iria passar apenas sutilmente por este assunto. Realmente foi um impacto grande ver nas últimas 150 páginas, o livro de repente se transformar em um autoajuda espiritual. Até o final, onde existe uma revelação importante que justifica toda a religiosidade colocada no desfecho, poderia ser ocultada, deixando que o próprio leitor desse seu veredito sobre a recuperação da Ana Luiza e sua aceitação religiosa a partir da figura do Rafa.

Este definitivamente foi o único ponto negativo do livro “REENCONTRO”. Mas não acho justo, tirar algum selinho cabuloso de uma questão tão pessoal. Pois, o livro da Leila Kruger passa bem mais do que acreditar ou não em uma entidade superior acima das nossas cabeças. Ele passa para os leitores que a vida é feita de muitos desencontros, alguns encontros e felizes reencontros.

Trechinhos que a Serena adorou!

“As vezes se pensa que a ferida está cicatrizada; mas ela continua lá, brava. E aquela continuava lá, estampada nas árvores e no lago como tatuagem, com quase seis anos e sem ter envelhecido”.

Pag. 11

“- Essa calma tem outro nome…Mas…olha: a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Já ouviste”?

Pag. 40

“-Como disse Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida…”

Pag. 70

“-Acho que…quando alguém que a gente ama se vai…fica um lugar vazio para sempre. Pode até fiar menos com o tempo, mas sempre fica lá. Quando tu menos espera, ele aparece. Grande. Certas pessoas são insubstituíveis…”.

Pag. 219

“- É…tudo sempre termina. Nada é pra sempre….-Ana Luiza suspirou. – Só a saudade”.

Pag. 239

“- Foi como perder uma parte de mim. Por mais clichê que seja…Ficou um buraco. A perda era uma dívida impagável que a vida tinha comigo – ele ainda derramava lágrimas. – A dor, no fim…é sempre nossa né? Ninguém consegue sentir. Não dá para dividir. No máximo aliviar um pouco…A dor é a coisa mais egoísta do mundo…

Pag. 279

“- Nietzsche…disse que a fé é ignorar tudo aquilo que é verdade”.

Pag. 377


Leitura mais que recomendada.
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Nil 23/06/2012

Um otimo livro nacional
Recebi esse livro em um booktour que participei.
À princípio achei que não iria gostar do livro porque o começo é um pouco cansativo mas, com o correr das páginas vi que estava profundamente enganada.
Em Reencontro conhecemos Ana Luiza, uma garota que tem tudo, cartão de crédito para gastar a vontade, estuda odonto em uma conceituada faculdade, mora em um bairro bom na cidade de Porto Alegre, é bonita e jovem mas, mesmo com tudo isso, completamente infeliz. Seus pais não se dão bem e nem se importam com ela, Ana Luiza só tem uma amiga de verdade, a Nana. E, a tia Ella, que é a mulher que cuida dela desde pequena. O problema da Ana Luiza é o amor. Ela teve seu coração partido mais uma vez e, por isso, deixou de acreditar no amor e nas pessoas. Com isso começou a se afundar nas drogas e no álcool, um problema bem comum entre os jovens atualmente.
A Fernanda ou Nana, estuda com Ana Luiza, apareceu no primeiro dia de aula com os cabelos ruivos e foi apelidada pela amiga de Curupira. Enquanto Ana Luiza tem sempre uma nuvenzinha pairando sobre sua cabeça, Nana já é mais alegre e, mesmo que use maconha de vez em quando, não é viciada como a amiga. Nana acredita no amor, o que é estranho para Ana Luiza.
Rafa, o Rafael Benedetti, tem uma história de vida triste mas, surge na história e na vida de Ana Luiza para tentar tirá-la do fundo de poço em que ela está se metendo. Com esse nome de anjo, é isso mesmo o que ele se torna na vida da Ana Luiza. Ele é sempre super gentil e cortês com ela. Isso a encanta.
A narrativa em terceira pessoa nos mostra o cotidiano de Ana Luiza, durante um ano. O tempo que ela passa em casa com os pais ou na faculdade “estudando” e o tempo que ela desperdiça envolvida com as drogas, seu cigarro, seu baseado e sua bebida em excesso.
Os diálogos de Ana Luiza têm frases curtas e, em algumas vezes, até desconexas, demonstrando o real pensamento de uma pessoa que se encontra perdida, sem ver sentido na vida.
Como toda a história se passa em Porto Alegre, podemos ver o sotaque gaúcho nos diálogos dos amigos.
Se, no começo o livro tem uma narrativa mais arrastada, por volta da página 100 ela embala e se torna muito gostosa, cativando e emocionando o leitor com todos os acontecimentos, que eu não posso falar aqui. Então vocês vão ter que ler para saber o que tanto acontece no livro.
Só posso dizer que muitas vezes tive vontade dar uns tapas na Ana Luiza mas, na maior parte do tempo o que eu senti mesmo foi é pena dela. Como uma pessoa tão jovem pode deixar de ter fé e perder a esperança e o otimismo na vida?
O final foi bem interessante, mas era o esperado, por tudo o que aconteceu no livro todo. Apesar de, no meio do livro, ele ter se tornado como que um livro de auto-ajuda (que eu odeio. rs.), o final me agradou.
A capa do livro não é bonita mas traz boas recordações, principalmente para quem foi jovem na década de 80/90 (não que eu seja velha. rs.), quando a gente usava All Star sem problema nenhum. rs. E eu adorava o meu.
A diagramação é muito bem feita, o normal da Editora Novo Século. Um ponto positivo a mais para esse livro são as citações que iniciam cada capítulo. Sempre de algum autor consagrado como Cecília Meireles ou Clarice Lispector, ou até letras de algumas músicas de bandas de rock, como Guns and roses ou Metallica. As músicas do Guns que foram citadas eu adoro todas. Acabei ouvindo todas as músicas que a autora citou durante a história.
Enfim, é um livro bom que deve ser lido com cuidado. É realmente um livro que mostra a realidade vivida por muitos.
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Sa 09/08/2012

Belíssimo, mas um pouco cansativo.
Como o título já traduz, a história vai tratar de reencontros. Porém não aquele mocinha e mocinho que se amam e voltam a se encontrar após anos (meio Diários de uma Paixão) e por aí vai não! São os vários tipos de reencontro, sendo que o mais importante e principal é um reencontro consigo mesmo. Com sua própria história, com sua própria vida, com seu amor-próprio. E esse, pra mim, foi o foco principal da narrativa da história de Ana Luiza.

A protagonista é uma jovem de 23 anos que estuda Odonto na PUC do Rio Grande do Sul e que além de uma vida sem percalços financeiros, possui uma enormidade de problemas. Vou listar alguns: O pai é frio como um iceberg e ausente e a mãe é uma religiosa carola e fútil, sua auto-estima é um lixo e seu coração já foi despedaçado por amores profundos que nunca trouxeram nenhum bem. Por isso, Ana se entrega ao rock e a alguns outros prazeres nada saudáveis: o cigarro, o álcool e as drogas.

Três outras personagens crescem e tem uma grande importância para a protagonista e para todo o desenrolar da trama. A primeira que vou falar sobre é a Tia Ella. A 'verdadeira mãe' de Ana, a governanta que a conhece como ninguém e que cuida dela como se fosse a figura materna real dela. Ela, sim, faz o papel de mãe. Eu a citei aqui mas pela simpatia que eu criei pela personagem. É amável demais... A outra personagem é a única amiga de Ana Luiza, Nana. A Curupira, apelido por conta de seus cabelos ruivos, tem um sorriso cativante, uma alegria contagiante e uma fé no amor e em Deus que contrasta com a descrença da melhor amiga. Tem muito trabalho como 'almofada para o coração' de Ana Luiza, mas o faz acreditando na força interior de quem chama de Nuvenzinha. Uma força que a amiga não descobriu e descrê da existência.

A terceira pessoa merece um parágrafo dele. Rafa. O garoto de olhos imensos. Ele é responsável pelos diálogos mais interessantes, importantes e filosóficos do livro. É com ele que Ana Luiza passa os seus melhores momentos e os piores. Novo aluno da PUC, músico e compositor, se aproxima da garota apesar de suas tentativas de afastá-lo. Tentativas essas que chegam a dar raiva, gente! Mas Rafa se mantém firme conquistando seu espaço como amigo e como amor no coração da protagonista que vive tentando se auto-sabotar de todas as formas possíveis. E encontra nesse rapaz um grande conforto, além de palavras de larga sabedoria sobre a vida, amor e fé.

Eu confesso que tive uma grande dificuldade no início apesar de curtir o estilo de escrita da autora. Amo essa tendência meio dark e psicológica que se imprime a cada capítulo e a cada parágrafo. Passamos a conhecer os personagens de maneira única e isso me atrai muito num livro. O modo como os diálogos se desenvolvem e como os assuntos são costurados e construídos a partir de rock e citações de diversos autores clássicos da nossa literatura nacional como Cecília Meirelles e Clarice Lispector é primoroso. Contudo, eu achei o livro grande demais. A dificuldade apareceu justamente por conta de um excesso em algumas partes, o que tornou o livro cansativo em alguns momentos. Entendo que não é possível um livro sem partes mais vagarosas (embora Jogos Vorazes, Inimigo Brutal e a Série Mortal como um todo, os dois primeiros já resenhados aqui levem o ritmo de modo alucinante), mas alguns momentos me deram a sensação que poderiam ter sido encurtados. Vale ressaltar que a linguagem do livro é toda em 'gaúchez', algo que - para cariocas como eu - é surreal. O uso do 'tu' e da conjugação em segunda pessoa numa conversa informal é tenso, porém a autora é gaúcha e o utiliza com segurança. Foi um comentário regionalista apenas... rs

A leitura te leva a reflexão a respeito da vida e do modo como a entendemos e cuidamos dela. Ana Luiza é muito auto-destrutiva, porém os eventos são moldados a nos levar a compreender motivações e, ao mesmo tempo, questioná-las. Será que acabamos não pensando daquela forma? Ou nos justificamos erroneamente da mesma maneira? Leila Krüeger dá um show nesse sentido.

Recomendo e dou apoio aos escritores nacionais! Tem muito livro bom de nossa terra e Reencontro é um desses de qualidade brasileira. http:/mundo-sa.blogspot.com
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Carla 06/05/2012

Reencontro [Sonho de Reflexão]
Este é o primeiro livro da autora que leio, de apenas 496 páginas, que faz parte do Novos Talentos da Literatura Brasileira, um selo da editora Novo Século, que me surpreendeu no desfecho final.

Aos vinte e dois anos de idade, Ana Luiza é uma jovem estudante de odontologia, de olhar distante, discreta, guerreira, forte, que odeia ser rotulada, mas que esqueceu sua força interior devido aos tropeços da vida que fizeram com que se tornasse uma dependente crônica, depois de sofrer desilusões amorosas, ter um pai frio, agressivo e distante que não estava nem aí, uma mãe fútil e depressiva, já que foi criada pela reservada babá, que enxergava suas tristezas e ressentimentos, porque a conhecia profundamente desde pequena.

Se seu pai nunca estivera presente, por que então tudo ficara tão vazio?

Pág. 107

Inteligente, nasceu para brilhar e ser feliz. Tinha um futuro promissor, mas acabou jogando tudo para o alto, por causa do medo e da raiva, que fez com que esquecesse de acreditar em si mesma.

Sempre gostava das pessoas erradas. E depois ficava com aquela dor (...). Por que as pessoas sempre a trocavam por outras? Por que ela não sabia amar?

Pág. 16


Vivia cercada de amigos, mesmo sendo complexos ou verdadeiros. Entre os leais, está Nana, sua melhor amiga, que nunca a decepcionou, e Rick e Edu, as duas pessoas que mais amara, porque compreendia seu mutismo. Era forte, espontânea, extrovertida, perua, corajosa, sonhadora e idealista. Acreditava no amor mesmo em sua superficialidade. Apesar de personalidades opostas, as duas se complementavam, já que Ana vivia mal-humorada, letárgica, esmaecida e apreciava bons livros, músicas, especialmente o rock dos anos oitenta e noventa.

- Porra, Ana. Tu sabes, né? Já te falei. Tu és uma guria superbonita... Duvido que ela seja mais! E tu ainda és legal, inteligente... Para com esse coitadismo de porra, tchê!

Pág. 32


Seu amor foi em vão. Quando acreditou que daria certo, seu mundo desmoronou, deixando-a perdida num mundo de álcool e drogas, beirando o abismo com sua autodestruição. Indiferente e alheia ao mundo à sua volta, foge de tudo que a cerca, inclusive do amor.

(...) a dor é inevitável, o sofrimento é opcional.

Pág. 40


Tentando sobreviver um dia de cada vez, acaba encontrando alguém que muda sua vida para sempre, fazendo-a entender o quanto esse dom é precioso, tornando possível que Ana reencontre a si mesma e a seu destino e aprenda a amar.

O romântico incorrigível, Rafa, filho de um italiano e uma gaúcha, é um músico que, apesar de ser cavalheiro, gentil, independente, também tem seus percalços e uma família desestruturada. Ambos têm muito em comum, porque apesar de fortes, também são frágeis. Ele marca presença constante em sua vida nos bons e maus momentos, sempre apoiando, incentivando e, quando necessário, dando uma sacudida, porque ele enxerga dentro de sua alma, como se soubesse todos os seus segredos (isso é algo inesperado ao longo da leitura), porque ela emana uma força de alguém que precisa de ajuda, carinho e pede cuidados ao mesmo tempo em que tem uma fúria intensa e nociva, que faz mal a si mesma e a todos que a rodeiam devido à sua tristeza. Seu jeito plácido de ser trazia paz e serenidade à sua vida sombria, porque no fundo é frágil e medrosa, até que chega ao fundo do poço, porque amou demais e foi deixando sua verdadeira essência de lado por causa da baixa autoestima.

- Ele é o melhor amigo que já tive. Aparece quando mais tô precisando... mesmo que eu não queira. Me ouve... me faz rir... Ele sabe abraçar... assim por dentro. Ele sabe ver meus olhos (...). Ele me devolve uma coisa que me falta... nem sei o quê. E... mesmo eu correndo dele, sempre... eu no fundo só espero que ele me alcance a cada vez.

Pág. 303


Quando tudo parece estar entrando nos eixos, há uma reviravolta surpreendente que me levou às lágrimas.

Será que a jovem que tem tudo para ser feliz, mas não enxerga, deixará o rancor de lado e perdoará a si mesma?

- (...) quando alguém que a gente ama se vai... fica um lugar vazio pra sempre. Pode até ficar menor com o tempo, mas sempre fica lá. Quando tu menos esperas, ele aparece. Grande. Certas pessoas são insubstituíveis...

Pág. 219


Será que o amor e um fio de esperança que desponta em sua vida a salvará do abismo em que se encontra para finalmente encontrar a felicidade?

- (...) tudo tem uma razão. Até as cicatrizes são parte de quem a gente é. Cada marca é uma história, Uma vitória. Elas tão ali pra dizer que a gente sobreviveu. Cicatrizes podem ser bonitas. Podem dizer que somos fortes. (...). Porque nada é por acaso.

Pág. 374


Será que o desfecho de uma dependente química desequilibrada e desvairada para aplacar sua dor terminará de forma vitoriosa transformando em uma história de superação? Não posso dizer mais nada, porque iria estragar a surpresa da leitura.

A história foi me conquistando gradativamente, porque o jeito sombrio da personagem era angustiante e porque li-o em um momento meio conturbado. Acreditem, quase cheguei ao ponto de abandonar a leitura, mas prossegui e me surpreendi. Ele lembrou-me do livro Paixão, Drogas e Rock’n’Roll, da Daniela Niziotek, mas é denso e intenso.

O enredo tem uma linguagem regional típica do sul do país, o que muitas vezes me fez ter que recorrer ao dicionário para saber o significado de algumas palavras que desconhecia. Além disso, tem um repertório de belas mensagens, citações de poemas, músicas, filmes épicos, livros clássicos e programas televisivos que remeteram à minha infância e adolescência, entre eles: Xou da Xuxa com as Paquitas, Cavalo de Fogo, ...E o Vento Levou, Mário Quintana, Cecília Meireles, Érico Veríssimo, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, Metallica, Bon Jovi, Gun’s Roses, Legião Urbana, Titãs, Capital Inicial, entre outros.

Só quem ama pode ouvir e entender estrelas.

- Olavo Bilac -

Pág. 60

“E minha alma, sem luz nem tenda,
Passa errante, na noite má,
À procura de quem me entenda
E de quem me consolará...”

- Cecília Meireles -

Pág. 95

“Eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos."

- Vinícius de Moraes -

Pág. 265


O livro mostra várias mensagens reflexivas. Uma delas é que devemos valorizar as coisas simples da vida, vivendo intensamente cada momento preservando este dom precioso e aproveitando cada instante vivido.

- A vida é o maior dom que alguém pode receber, Ana... Nada vale uma vida. (...). Nenhuma dor vale uma vida.

Pág. 279


Como diria o sábio Vinícius de Moraes adaptado por Rafa:

A nossa vida é a arte do encontro, do desencontro e do reencontro.

Pág. 70


Confira esta e outras resenhas na íntegra no Sonho de Reflexão:

http://sonhodereflexao.blogspot.com/
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Rafaella 16/11/2012

Ultimamente eu percebi que travo quando preciso falar sobre um livro que amei. Grande parte porque eu acho que não existem palavras para descrever a obra em sua totalidade. E hoje não será diferente e peço perdão caso eu não consiga passar aos leitores todas as emoções que o livro me passou - o que eu considero uma tarefa extremamente difícil - mas irei tentar.
Reencontro é o segundo livro de Book Tour que eu recebi e deixo claro que não tinha grandes expectativas, não havia procurado informações sobre o livro e estava com a mente aberta para o que viesse. E Meu Deus, que livro. Sabe aquele livro que por nada no mundo você quer parar de ler? Reencontro foi assim, mas com um pequeno problema: é livro de book tour, ou seja, nem pensar em carregar para cima e para baixo porque tenho medo de danificar - afinal o livro não é meu e todo o cuidado é necessário - Então eu acabava morrendo de vontade de correr para casa e continuar a leitura. O livro é grande, mas nada que desanime a leitura. São quase 500 páginas e a autora conseguiu me prender desde o início até o final.
O livro é narrado em terceira pessoa e tem como protagonista Ana Luiza Herrmann que é fruto de um casamento desestruturado e muitas brigas. Sua mãe, Dona Vera, é dona de casa e seu pai, Doutor Guilherme, é um médico que mal para em casa. Ana está cursando Odonto na PUC de Porto Alegre e tem como melhor amiga e fiel escudeira Fernanda, mais conhecida como Nana, com quem divide uma grande amizade e alguns segredos.
A expressão "Pobre menina rica" define bem a situação em que Ana Luiza se encontra. A garota tem tudo o que quer materialmente, porém não tem o amor e afeto por parte de seus pais. Essa negligência em sua criação deixou a menina desamparada e ela acabou recorrendo a bebida e às drogas para tentar aliviar sua solidão. Quando ela conhece Rafa acaba mudando alguns pontos negativos em sua vida, porém uma tragédia coloca um fim nessa mudança. A garota precisa manter sua sanidade e saúde debilitada. Com algumas quedas, ela continua a batalha. Será que ela consegue controlar seus vícios? E Rafa? Estará sempre ao lado de Ana?
O livro me encantou. Nunca em minha vida chorei tanto quanto chorei em Reencontro. Eu dizia: chega de chorar. Passava algumas páginas e lá eu estava novamente me debulhando em lágrimas. Eu me identifiquei bastante com a protagonista - apesar de odiar beber e não usar drogas - mas sim, em relação a todos aqueles sentimentos de insegurança e impotência diante de determinadas situações. O livro é super recomendado e aqueles que amam um romance irão adorar. A diagramação do livro é muito boa e a autora colocou sempre ao início de cada capítulo uma citação ou um trecho de música que esteja relacionado ao capítulo. A capa remete ao lago que é o cenário de muitas cenas do livro e trás ao leitor uma imagem para ilustrar parte do local. Mas só deixo uma dica: não leia em público, você pode começar a chorar e será embaraçoso.


Disponível em: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2012/07/resenha-reencontro-leila-kruger.html
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Julia G 25/09/2012

"Era entardecer. Ana Luiza sentia como se fosse morrer.
- Vai ficar tudo bem Ana... tenho certeza. Ainda não chegou ao fim, lembras?
Mas ele estava indo embora! Como ele podia dizer que ia ficar tudo bem?!
Ele a abraçava, acariciando os cabelos dela:
- É por isso que eu sei que tu não és de gelo... - silêncio. - Gelo não sabe amar.
Ela aproximou seus lábios da orelha morna dele. Mesmo com medo. Precisava.
- Obrigada... Por ser o melhor amigo que eu já tive..." (p. 331)

Edu a tinha deixado, e Ana Luiza não poderia se sentir mais vazia. Mais um amor que se ia, talvez ela não soubesse amar. E suas únicas companhias, naquele momento, eram as taças de vinho e os cigarros, que se iam a uma velocidade sempre maior.

Quando as aulas do curso de Odonto da PUC retornassem, ao menos, ela veria sua amiga Nana, já que em casa a única que se importava com Ana Luiza era tia Ella; seus pais estavam mais preocupados com seus próprios problemas. Conheceria, também na faculdade, Rafa, um garoto que conseguiria amenizar as dores de Ana apenas com o olhar.

Era cada vez mais forte aquela dor em seu peito, seu "problema de coração". Tudo o que ela tinha, parecia não ser suficiente. E o caminho do álcool e das drogas, o qual Ana escolheu trilhar, parecia ser mais fácil, mas talvez não tivesse volta.

Reencontro, de Leila Kruger, trata de ir ao fundo do poço, e dos caminhos para voltar. Não é simplesmente uma história de superação, mas, como o título sugere, de reencontro, com aqueles que se ama e, principalmente, consigo mesmo.

A bela escrita de Leila, singular por se marcar em frases curtas e repetições - características próprias da obra -, não me pareceu em nada com a de uma principiante. No início estranhei um pouco esta forma de escrever, mas percebi que se torna fundamental no texto, para dar a ele simplicidade e elegância. As paisagens de Porto Alegre eram quase visíveis, e o sotaque atribuído às falas deu ainda mais veracidade ao enredo.

A leitura, contudo, se tornou um tanto arrastada para mim. A identificação com a protagonista demorou a acontecer, pois não conseguia concordar com suas atitudes. Entendo, agora, que o problema tinha como fonte principal uma doença, mas me indignava o pessimismo e a inconsequência, a dependência e o conformismo, talvez por ser tão contrário ao que acredito. Não entendo como pode alguém depositar a responsabilidade de sua vida e felicidade nas mãos de outro, e que quando esse outro se vai, simplesmente aceitar essa tristeza, deixá-la tomar conta, sem fazer qualquer coisa para mudar a situação. Posso até ter uma visão deturpada sobre o assunto, mas pareceu, nesse caso, que a causa principal disto seria a oferta de tudo o que o dinheiro pode comprar e a falta de, entre outras coisas, um objetivo de vida próprio, algo por que lutar.

Depois de superada essa diferença com a personagem, contudo, comecei a me envolver realmente na história. Me deliciei com os acontecimentos românticos, chorei com as passagens menos felizes, e me emocionei com as mensagens de superação e reconstrução sobre os antigos destroços.

Mesmo com uma narrativa em terceira pessoa, não era possível analisar psicologicamente todos os personagens, já que o foco ficava sobre os pensamentos de Ana Luiza. Alguns personagens, inclusive, se tornaram uma 'sombra' na história, já que não consegui montar um perfil completo deles, apenas algo mais superficial. Adorei Nana e sua faceta sonhadora, acho que foi a personagem que mais me encantou. Rafa também era ótimo, e talvez tenha sido ele que me ajudou a gostar mais de Ana Luiza, com sua fé e seu otimismo.

E por mais que tenha tido empecilhos pessoais na leitura da obra, recomendo o livro para todos, principalmente porque a vida não é sempre fácil e feliz, mas todos são capazes de ir atrás do que querem - se quiserem.
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Minha Velha Estante 14/10/2012

Está bem no fundo. Não se pode alcançar... aos poucos,vai roubando o ar." Ana Luiza vai perdendo seu fôlego: o fim de (mais) um grande amor, um pai distante, uma mãe fútil, uma amizade complexa e "pessoas que sempre vão embora". Com suas músicas de rock, seus livros e seus cigarros, Ana Luiza vê sua vida desmoronar.


"O amor é uma ferida", ela sentencia. Procurando sobreviver e encontrar seu rumo, a "garota de olhar longínquo" tem um encontro inesperado com um alguém aparentemente muito diferente dela: os "olhos imensos", que tudo veem...


Presa em seu próprio mundo e rendida ao álcool e às drogas, Ana Luiza tenta fugir de tudo. Principalmente do temido amor, que tanto a feriu... Ao mesmo tempo a garota procura entender as mudanças inesperadas e os "sonhos que nunca vão acontecer"...


Como encontrar, ou reencontrar o próprio destino?


Até onde o amor pode ir, até quando pode esperar?


O que há além das baladas de rock e dos poemas
românticos?


Poderá o amor salvar alguém de sua própria escuridão?


Às vezes, é necessário perder quase tudo para reencontrar... e finalmente poder amar.





O livro de estréia de Leila Krüger tem todos os ingredientes que um bom romance precisa ter. Uma moça sofredora, cheia de problemas, vinda de uma família sem amor, que se afunda nas drogas e no rock para suportar a própria vida. O livro se passa em Porto Alegre e, graças ao detalhismo da autora, mesmo que você nunca tenha ido até lá como eu, poderá se imaginar andando pelas ruas com Ana Luiza e seus amigos.


Devo dizer que me identifiquei muito com a Ana Luiza, sabe aquela época da adolescência em que você se apaixona e sempre dá errado? Pois é, queria o tempo todo dizer à Ana que não acontecia só com ela. Mais um detalhe que nos unia: minha música preferida também é November Rain, do Guns, não que não seja apaixonada pela grande maioria das outras que ela também gosta. Aliás, acho que esse é um dos pontos fortes do livro, todas as cenas tem uma trilha sonora, o que embala a nossa imaginação com mais fluidez.


Apesar disso, não estamos diante de um romance água com açucar. Ao contrário, o livro tem uma carga emocional bem densa, abordando temas polêmicos e tensos, como relacionamento entre filhos e pais, a morte, a fé, o ateísmo e o uso de drogas. Todos abordados com muita leveza e realidade, sem panos quentes.


Cada capítulo é iniciado com um trecho seja de Clarice Lispector, Cecília Meireles, Quintana, ou Chico Buarque, entre outros, como se todos eles estivessem nos preparando para o que está por vir.


Pra finalizar a resenha só a tenho a dizer: Leitura obrigatória!

site: http://www.minhavelhaestante.com.br/2012/08/book-tour-reencontro-leila-kruger.html
Adriana 20/07/2016minha estante
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Paty 29/04/2012

Uma ideia geral:
O livro já começa desde o início me atraindo com o trecho de uma música do grupo Guns N’ Roses que eu simplesmente adoro, fez parte da minha adolescência. E assim continua; em todo início de capítulo tem citações que vai de trechos de músicas a citações de poetas conhecidos, essas citações nos ajuda a compreender o que está por vir e os sentimentos da protagonista.

Ana Luiza é uma bela jovem, rica que cursa odontologia, mas cansada de sofrer por amor, completamente desiludida da vida e totalmente sem estrutura familiar, se envolve e se afunda cada vez mais com álcool e drogas.
Ana acreditava que ser feliz não era pra ela, não tinha sonhos, não acreditava mais no amor, e com a desunião de seus pais se sentia ainda mais desacreditada.
“O tal amor...como na música ‘Forever”, do Kiss...será que existe? Será que pode ser para sempre? Ou é só...uma chama, como disse o Vinícius de Moraes...De repente apaga, quando menos se espera. Se for assim...vale a pena se queimar nessa chama?” pg46

Ana tem uma amiga,sua única melhor amiga por sinal, Nana, que é o seu oposto: acredita no amor, acredita que no momento certo a pessoa certa aparecerá, acredita num amor pra vida toda, sonhadora. Nana andava um pouco arredia, faltando as aulas, distante de Ana Luiza cada vez mais, que se sentia enciumada e não entendia o motivo.
Rafa, o novo aluno do terceiro semestre de Odonto da PUC, logo procura fazer amizade com Ana e Nana. Mas Ana Luiza não se mostra nem num pouco interessada em uma nova amizade, ela busca sempre fugir das pessoas, e nunca mostrar seu verdadeiro eu....tem medo.
Ana Luiza se entregava cada vez mais ao álcool e as drogas, a cada decepção, seja ela amorosa ou familiar( a mãe de Ana é uma mulher fútil, e o pai um homem distante) . Ela sabia que precisava parar e recomeçar, mas como? Recomeçar de onde?
“Gostava de misturar maconha e álcool, era como gasolina aditivada. Mas gasolina aditivada pode estragar o carro...ela não se importava...”pg99
Rafa é um personagem de extrema importância na vida de Ana, diria um anjo, um ser especial dotado de uma esperança e um amor incondicional.
O livro é bem grosso mas é uma leitura que desliza,que te prende e quando se percebe já acabou. E é uma leitura que emociona, que toca lá naquele cantinho do coração onde por vezes deixamos coisas guardadas em silêncio. Com esse livro você vai refletir, e acredito que assim como eu , você também vai chorar, porque é um livro que abrange tantas coisas que envolvem nossa vida, nossa realidade, nossas perdas, nossos medos, nossas dúvidas. É difícil tentar transmitir por palavras os sentimentos que o livro me despertou. O livro é um relato de sensações e sentimentos, é uma história de fé, de luta pela vida, de superação,de descobertas, de perdão...um livro de ‘encontro, desencontro e reencontro’.
Reencontro acho que foi o livro mais dificil de resenhar, porque não vi nele apenas uma história, vi sentimento....senti. Com certeza é o livro mais lindo que já li apesar de triste e de mostar uma realidade cruel que infelizmente muitos vivenciam.
Leitura totalmente recomendada, não deixem passar a oportunidade de ler e conhecer essa obra espetacular de autoria nacional...vamos incentivar e apoiar os escritores nacionais.

“Eu acho que não existe um caminho pro perdão...- os olhos dele ficaram perdidos em outra direção- porque o perdão é o caminho. Um caminho diário que a gente percorre sem enxergar o fim. Sem saber se um dia vai acabar. Quando vamos descansar. E não vai mais fazer mal.”pg 208
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