O homem duplicado

O homem duplicado José Saramago




Resenhas - O Homem Duplicado


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Milena.Berbel 05/03/2023

"As palavras são tudo quanto temos"
A genialidade com que Saramago elabora toda a sua narrativa é absurda. Pra mim, é uma experiência que chega a ser emocionante ler algo que tenha nascido da sua mente.
O uso excepcional que ele faz das palavras, montando cada frase que nunca, jamais, é apenas uma frase (na verdade, longos parágrafos), mas uma peça que se encaixa perfeitamente nesse quebra-cabeça que é a história que ele tem a nos contar, me faz muitas vezes sorrir de satisfação durante a leitura.
Os diálogos criados por ele, aparentemente simples e corriqueiros, dizem tanto.

Mas...além de uma história sobre um homem que se descobre duplicado e as implicações dessa descoberta um tanto inusitada, mais do que uma maneira absurdamente criativa de se falar sobre a perda da individualidade em uma sociedade um tanto uniformizada, o que eu também encontrei neste livro e que realmente me marcou, do início ao fim, foi o que ele tinha a dizer sobre a comunicação, a linguagem, sobre as palavras, sobre como elas nos afetam, conduzem nossas vidas, nos impactam de diferentes formas, seja na sua sutileza, no seu uso equivocado, na sua ausência...

Curiosamente, algo semelhante eu já havia notado em Ensaio sobre a Cegueira, em um determinado trecho, (que foi o que de tudo mais me marcou), onde ele fala sobre como as palavras, poucas que sejam, podem causar efeitos tão poderosos sobre os nossos sentidos.

Mas aqui, em O Homem Duplicado, foi que minha atenção a esse ponto foi totalmente fisgada. Eu o li como um pequeno tratado sobre a comunicação humana, disfarçado de ficção.
E não só por isso, mas principalmente, já valeu a leitura.
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Fernando Almeida 30/03/2023

Muito bom!
Uma reflexão absurda sobre identidade e autenticidade. As nuances e comentários que Saramago traz quando surge com pequenos comentários na perspectiva de narrador deixam a obra ainda melhor.
A mensagem principal é sobre até que ponto as diferenças, as mesmas que separam culturas, incentivam guerras, discursos de ódio, também são um porto seguro sob o qual repousa aquilo que nos fazem únicos. Como as semelhanças podem se mostrar como uma ameaça maior à própria identidade dos que as diferenças, ou nas palavras do próprio Saramago, sobre como "o pior de todos os ódios deve ser aquele que leva a não suportar a igualdade do outro".
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Ludmila 24/06/2023

To pensando se algum dia vou ler um livro desse autor e achar ruim... será? Pq, por enquanto, isso tá parecendo impossível!
T.N.T.Rock 25/06/2023minha estante
É uma trama tão cheia de idas e vindas, e como é curioso.


Ludmila 25/06/2023minha estante
Sim! Fiquei pensando o que eu faria de encontrasse outros "eus". Fiquei com vontade de conversar com gêmeos identicos




Cibele 12/10/2021

Em choque
Gostei bastante, foi uma surpresa pra mim eu ter conseguido terminar o livro porque no início achei bem chato. Mas depois fica muito bom, envolvente!!
Eu não esperava por esse final, ainda estou processando tudo. Mas de forma geral é um livro que eu recomendaria.
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Anthoni.Brunetto 13/03/2022

O caos é uma ordem por decifrar
Os romances de Saramago nos fazem viajar desde a primeira página, sua escrita é única, a leitura pode ser um pouco confusa no início por conta da formatação pouco usual, mas para quem já está acostumado, ela se torna fluida.

Acompanhamos o professor de história Tertuliano Máximo Afonso ter sua vida mudada após descobrir um homem idêntico a si num filme, fazendo papel de figurante.

A partir desse momento, ele inicia uma busca para descobrir quem é seu duplicado e quando o encontra, ambos ao saberem serem duplos, questionam sua individualidade, desde saber quem nasceu primeiro até a inevitável conclusão de não poderem coexistir.

Saramago apresenta então dois finais, o primeiro concluindo o arco principal e o segundo, uma inesperada conclusão de uma ponta solta deixada no meio do livro.
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Bela 16/01/2024

Leitura sensacional
Esse é o primeiro livro que eu leio do Saramago e fui com altas expectativas. Já sabia do esquema de não usar muita pontuação e parágrafos, das narrativas rebuscadas, dos diálogos entre vírgulas... Mas eu não estava esperando personagens tão tão tão interessantes e uma trama tão tão tão bem trabalhada.
No início, encantada com a forma de narrar, achei engraçado o livro ser tão dramático. Mas, chegando ao fim, passei a levar o drama bem a sério e o tema do livro também. O que você faria se encontrasse uma cópia sua? Se sentiria ameaçado? Tranquilo? Intrigado? Fiquei muito tempo pensando na história, especialmente no final.

Recomendo demais essa leitura. É de uma inteligência e sofisticação incríveis a reflexão que provoca no leitor. Estou ansiosa para ler outros livros do Saramago!
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Angelica75 05/06/2021

“O caos é uma ordem por decifrar”
Como resenhar Saramago, o rei, o mestre das palavras? Daqueles autores que nos deixa boquiabertos tamanha genialidade.

Abismada pelo tema, surpresa pelo desenrolar da história, divertida pelo humor e ironia inteligentíssimo do livro. Tertuliano Máximo Afonso descobre que tem um duplo, um outro igual, igualzinho. Em tudo, em todos os aspectos físicos. Isso o deixa fissurado a ponto de paralisar a sua vida pacata, seus relacionamentos que já são assim assim.

Começa então a saga em busca do outro (ou dele mesmo, o eu escondido, bem sucedido, melhor relacionado, já que se trata de um ator de filmes). Tertuliano não é nada disso, ao contrário. Seus relacionamentos são todos travados, paralisados, sem evolução. O chacoalhão que o seu outro eu traz pra sua vida faz dele um alucinado ( ainda que de
maneira serena já que não é dado a arroubos de emoções) em busca dessa novidade.

Conhecemos o duplo só depois de umas 100 páginas e daí o livro fica ainda
mais instigante. O que pode ser mais curioso do que saber que existe uma cópia sua por aí?

Não há tanto a dizer para não entregar o que vai acontecendo. Prepare-se pra se enredar em um livro que fica mais e mais curioso a cada página. Nenhuma palavra ali está fora do lugar, mesmo que em alguns momentos pareça.

O último capítulo é de cair o queixo e a resolução final vai fazer você ficar com esses
duplos na cabeça por muito tempo.
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Luke_the_hero 17/01/2022

Minha experiência com o livro, mesmo tendo assistido ao filme
"O caos é uma ordem por decifrar."

O filme de Villenueve foi minha primeira experiência com a obra. Quando assisti, fiquei maravilhado com a história e tudo aquilo me deixou tão curioso que busquei por análises e explicações em todos os lugares. Não me dei por satisfeito e decidi finalmente ler o livro de Saramago.

Comparando as duas obras, nota-se como é possível contar a mesma história de jeitos completamente diferentes. Villeneuve com a sua repleta de simbolismos e recursos metalinguísticos; Saramago com seu estilo e trechos reflexivos. Ambos são obras muito complexas.

Agora focando apenas nessa obra, devo dizer que o fato do narrador ser muito intrometido e cheio de reflexões, associado ao não uso de pontuação, me incomodavam no início da leitura. Era sempre necessário retomar mais de uma vez ao que já foi lido para entender o que realmente queria ser dito. Mas é possível se acostumar com o tempo, o que mais me incomodava mesmo eram as demasiadas alegorias e reflexões do narrador, talvez isso que me fez sentir que a história poderia ter sido melhor explorada.

Sobre o final, claramente é o ponto alto da obra, você fica cada vez mais instigado para o que pode acontecer. Mesmo tendo assistido ao filme, o final me impressionou e me agradou, de tal forma que vai ser necessário um tempo para "degustar" tudo... ele é um daqueles que pode ser interpretado de muitas formas. Minha conclusão é que vale sim a pena ler o livro mesmo tendo assistido o filme!
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Karinny 29/03/2020

Um livro sobre decisões que contradizem o senso comum.
As decisões das personagens não são muito óbvias; você pode se questionar, inúmeras vezes durante o livro, por quê elas fazem o que fazem, mas acredito que a maioria consegue supor aonde tudo vai dar. Acho muito bom o fato de o Senso Comum ser uma personagem.
GUGA 06/04/2020minha estante
Olá Karinny ! Aproveitei esse caos do isolamento da pandemia e finalmente li essa obra maravilhosa ! Chegou a mesma conclusão que eu , eles eram da mesma pessoa e o personagem tinha dupla personalidade ? Já assistiu ao filme ? No filme o final é diferente porém nos leva à mesma conclusão! Adorei os dois !




Italberto 21/09/2021

O homem duplicado
Um professor de história, Tertuliano Máximo Afonso, passando por um longo período de depressão após uma separação, recebe de um colega de trabalho uma indicação de filme para assistir, uma comédia, e quem sabe dar algumas risadas. Ao assistir o filme, depara-se com um duplo seu. No filme de cinco anos antes, havia um figurante que exatamente com sua mesma aparência, a mesma que tinha cinco anos antes, rosto mais magro e usando bigode. Essa descoberta insólita desperta no professor uma profunda angústia, motivando-o a descobrir o paradeiro deste seu sósia.
Tem uma adaptação para o cinema de 2013 que, surpreendentemente apesar das claras adaptações, conseguiu manter boa parte da atmosfera criada por saramago no livro intacta.
RhD 13/10/2021minha estante
Assisti o filme e discordo sobre a atmosfera ser a mesma. Para mim o filme foi sombrio e confuso. O livro é reflexivo, e me deliciei lendo. Assisti no mesmo dia que finalizei a leitura e me decepcionei muito com a adaptação




Kau 21/05/2023

Em um dia como outro qualquer, o protagonista encontra um homem duplicado encenando um simples recepcionista de hotel em um filme mediano, e a sensação de perda de identidade o invade. O homem que vê na tela é sua xerox fiel, e não como se fosse um gêmeo perdido, mas alguém com suas exatas características: voz, corpo, cicatrizes, sinais de nascença.
No decorrer de todo o livro, o narrador faz questão de chamá-lo pelo seu nome completo: Tertuliano Máximo Afonso (apesar de o próprio Tertuliano não gostar muito do nome), acredito que em uma tentativa de demonstrar o quanto a individualidade é considerada importante. O protagonista, tenta refletir e compreender o que está se passando em sua vida, sempre buscando auxílio do Senso Comum, que todas as vezes o aconselha a esquecer essas história de sósia, e que é "uma imprudência de todo tamanho" metesse com isso.
A escrita do livro é um pouco densa devido a sua estrutura: português de Portugal, parágrafos muito grandes, capítulos maiores ainda. Mas, ele consegue nos prender e passa aquela sensação de que alguma coisa pode acontecer a qualquer momento, e o final realmente é surpreendente.
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Vanda 17/10/2022

Vem aí um novo autor favorito?
Não poderia deixar esse sem resenha, espero sempre me lembrar dele. Mais uma leitura de Saramago, e maior fica o meu amor por este. Nesse livro o autor apresenta sua clássica maneira de narrativa, brinca com a personificação de coisas inanimadas (como o senso comum, nesse caso), e trás situações aparentemente absurdas, que muito dizem sobre o mundo real. Aqui eu senti ferozmente os instintos humanos do protagonista, o professor Tertuliano Máximo Afonso. Desde o início do livro o narrador nos deixa a par da condição dele; um homem deprimido, sem ânsia de vida, um homem que não consegue dar amor á sua amante, pois ele não se ama. Ele trás uma com isso uma abordagem interessante sobre o que seria a nossa identidade, e o quão necessária ela é. Sendo bem sincera eu terminei o livro achando que toda a história foi uma criação dele como mecanismo de defesa contra essa depressão, o que não diminui a obra, pelo contrário engrandece. Brincar com a nossa mente desse jeito é um talento para poucos, e Saramago faz isso com maestria. Acho que esse livro pode te dar diversas interpretações, mas o mais importante é como o autor consegue fazer isso. O desfecho desse livro é de explodir os miolos, um dos melhores dele, sem dúvidas
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Cris 15/05/2020

Tertuliano Máximo Afonso - Um personagem inesquecível da literatura
"Cada segundo que passa é como uma porta que se abre para deixar entrar o que ainda não sucedeu, isso que damos o nome de futuro, porém, desafiando a contradição com o que acabou de ser dito, talvez a ideia correcta seja a de que o futuro não é somente um vazio, a fé que o futuro não é mais que o tempo de que o eterno presente se alimenta." Pág. 187

Tertuliano Máximo Afonso é um professor de história que vive uma vida bem monótona. Ele vive sua rotina de professor, não possui hobbies, é divorciado e namora uma moça que não gosta.

Um dia, seguindo o conselho de um amigo também professor, ele aluga um filme em uma locadora para assistir em casa. A história do filme não tem nada de extraordinário, porém um detalhe chama sua atenção: um dos personagens coadjuvantes é idêntico a ele próprio. Isso o assusta e desperta sua curiosidade.

A partir de então, Tertuliano descobre o nome do ator, que se chama Daniel Santa-Clara, e resolve assistir todos os filmes estrelados por ele. Ele vai ficando cada vez mais intrigado à medida que observa o ator e vê que eles são exatamente iguais, e não apenas parecidos, ou seja, sem nenhuma diferença.

Tertuliano fica obcecado por este ator e começa a buscar informações sobre ele para que eles possam se encontrar pessoalmente. Isso me irritou um pouco na história, eu não sei se eu teria essa curiosidade toda em encontrar alguém igual a mim, mas este ponto da história tem um desenvolvimento muito interessante.

Gente, que história incrível! Há tanto sobre ela que eu poderia falar, mas quanto menos você souber sobre a história, melhor. Basta dizer que o livro questiona muito sobre os dilemas do ser humano.

Eu nunca tinha lido nada do Saramago e no começo confesso que senti um pouco de dificuldade com a leitura, porque o estilo de escrita dele é bem diferenciado. Quase não tem parágrafos, as falas dos personagens aparecem de forma “corrida”, sem separação do texto. Mas à medida que fui lendo e me adaptando à narrativa, fui ficando abismada com a genialidade da obra.

O interessante é que a história se passa em um lugar não identificado e em uma época também não especificada. Há um filme adaptado deste livro, com o Jake Gyllenhaal, que nos transmite muito da atmosfera do livro, porém segue por uma abordagem diferente e tem o final mais "WTF?!" que eu já vi.

Ao contrário do filme, o final do livro é totalmente surpreendente e genial.
Eu adorei e quero ler tudo o que este homem escreveu.

"Às vezes perguntamo-nos por que tardou tanto a felicidade a chegar, por que não veio mais cedo, mas se nos aparece de improviso, como neste caso, quando já não a esperávamos, então o mais provável é que não saibamos que fazer, e não é tanto a questão de escolher entre o rir e o chorar, é a secreta angústia de pensar que talvez não consigamos estar à altura." Pág. 242


site: http://instagram.com/li_numlivro
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Kamyla.Maciel 14/02/2023

Sigo confusa e apaixonada por Saramago
Esse livro me causou muitos sentimentos contraditórios, ao mesmo tempo em que queria abandoná-lo, também queria saber até onde ia aquela história, o que Saramago estava querendo dizer com aquilo.

Ao tempo em que achava meio lento e cheio de pensamentos do narrador, também fui ficando curiosa e não consegui mais largar.

O livro traz um professor de história que descobriu um outro homem IGUAL a ele, duplicado realmente. Dessa descoberta em diante, Saramago nos leva numa espécie de obsessão do personagem na tentativa de saber quem é esse ?outro?. Num momento que ele aparentava não ter interesse na própria vida, passou a se interessar tanto por sua cópia (ou seria ele a cópia?) que tomou decisões repentinas e mudou o rumo de tantas histórias.

Os diálogos são, como sempre, impecáveis, a melhor parte do livro é o que Saramago faz com as conversas entre os personagens. Sempre tão questionadores.

E o final é de explodir a cabeça, tanto que nem sei se consegui digerir ainda.

Percebe se dessa resenha que não consegui chegar em uma conclusão do que esse livro me trouxe. Mas, com certeza, vale a pena ler e mergulhar na genialidade que Saramago nos oferece.

Trecho: ?Diz-se que só odeia o outro quem a si mesmo se odiar, mas o pior de todos os ódios deve ser aquele que leva a não suportar a igualdade do outro, e provavelmente será ainda pior se essa igualdade vier a ser alguma vez absoluta.?
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