Niketche

Niketche Paulina Chiziane




Resenhas - Niketche


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Lara 14/03/2023

Poesia em forma de conto
Chamo este livro de conto, mas não como o gênero Conto, e sim como aquilo que se narra ao contar histórias. E chamo também de poesia, se é que esse substantivo é suficiente, de tão bela, comovente e emotiva é a escrita de Paulina.

Niketche é um livro que se lê como um sopro, com a ansiedade da inspiração e a calmaria da expiração, assim como se (trans)forma a protagonista e narradora Rami: uma mulher ensinada a ser lagarto que decide virar borboleta e voar sozinha.

É, certamente, uma lição, um desabafo e um grito gradativamente engasgado, estridente e suave do que é ser mulher, esse ser que é paradoxal e complexo a ponto de causar medo da sua própria força.

Por fim, Niketche não se preocupa com teorias literárias ou rigores formais, mas com o retrato fiel e belíssimo de mulheres oprimidas pela tradição. Deixo aqui a minha apaixonada recomendação a todes. ??
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Aila Cristina 01/11/2021

"As mulheres deviam ser mais amigas, mais solidárias"
Meu primeiro contato com a escritora Paulina Chiziane, mas já a considera uma das minhas escritoras preferidas. Uma forma de escrita tão linda. Poética. Um estilo de escrita que me encanta, retratando as dores e as alegrias em forma de poesia. O livro é narrado por Rami e conta a sua história e os percursos do seu casamento com Tony (o polígamo com mais 4 mulheres). Nessa história de poligamia, a Paulina, por meio da Rami, nos apresenta uma diversidade cultural da sociedade moçambicana e a condição da mulher dentro desse contexto. A obra fala da solidariedade entre as mulheres na partilha das dores e espinhos e da emancipação feminina como forma de libertação. Fala também sobre costumes (tradicionais e diversos), sobre maternidade e paternidade, pobreza, traição, machismo, mas também fala de amor próprio e empatia, entre outras experiências do "feminismo" e do ser feminino. No geral, a obra traz diversas frases marcantes e poéticas que causam reflexões sobre a vida das mulheres no geral, e das moçambicanas em especial. Recomendo a leitura, principalmente para as mulheres, afinal, "as mulheres deviam ser mais amigas, mais solidárias. Somos a maioria, a força está do nosso lado. Se juntarmos as mãos podemos transformar o mundo."
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Mari 11/09/2023

Segunda vertente de literatura moçambicana que leio, sou apaixonada em Mia Couto, e com Paulina não foi diferente!
A história; uma mulher se incomoda com a constante ausência do marido em casa e vai atrás de uma possível amante. Não só uma, encontra quatro, e suas famílias. Em meio a uma luta de ego, abandono, coragem, frieza, submissão, tradição, traição e tantas crises, decide-se: casarão as cinco.
Um livro sobre a delimitação do papel do homem e da mulher no casamento, sobre a moral e a vontade como dois lados da mesma moeda. Sobre a poligamia como instituição sul-africana e a inversão de papéis dessa inimizade culturalmente forçada, sobre a qual Paulina escreveu lindamente, de um jeito místico, quase mágico. O significado de Niketche aqui; ?aquilo que imobiliza o corpo, e faz a alma voar?, é muito mais sobre o corpo da mulher, mas a alma do homem. Independente da minha opinião, não sobre esse ponto específico, mas sobre tantos abordados, um livro faz o papel de livro quando provoca o caminho que a nossa subconsciência já faz. Os temas não vividos, logo impensáveis e indiscutíveis, já estão dentro da gente, o livro só os resgata. E é inevitável que a nossa consciência caminhe para o lugar de Niketche.
Procurando, aleatoriamente, algo que marquei, encontrei: ?Aos meus olhos floresce o poder do amor proibido. Todo este fausto me cheira a falso, tão falso como o amor que construiu este lar.?
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Ana Lyra 14/01/2023

Um soco no estômago da sociedade.
Um livro que surpreende por mesmo sendo de um país e cultura diferentes, apresenta os mesmos questionamentos sobre o machismo, tratamento que é dado às mulheres. A história conta a vida de Rami que é casada com Tony, um policial. Rami eventualmente descobre que seu marido pratica poligamia, sem seu consentimento. Isso gera nela uma tempestade de sentimentos e reflexões muito importantes sobre autoestima, tradição, sobre a existência da mulher, etc.
O livro é um soco no estômago. Mostra muitas verdades sobre um mundo muito machista que impera até hoje, mesmo com as lutas feministas, tentando desconstruir e ressignificar alguns comportamentos ditados pela sociedade. A leitura é forte. Muito rica em reflexões, deveria ser leitura obrigatória nas escolas.
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Gabi 04/03/2022

Talvez eu precise ler esse livro novamente
Talvez eu precise ler esse livro novamente. Talvez eu não tenha entendido de todo a ideia e o que a autora quer mostrar através dele. Talvez eu tenha passado o livro inteiro procurando sinais e significados para além da narrativa e não me dei conta que a ideia era justamente narrar a realidade cultural vivenciada por mulheres muito diferentes de mim e da minha cultura.
É possível dizer que o tema central da obra é a poligamia? Penso que não. O tema central do romance me parece as diversas mulheres do polígamo e suas histórias, não a dele.
A partir da metade do livro eu comecei realmente a gostar da história e querer ir até o final para saber o que ia acontecer com cada uma delas. Do meio para o final eu percebi uma mudança na protagonista. Eu não sei se aquela característica, se aquela forma ácida e crítica de colocar as coisas, de falar da tradição que silenciava as mulheres, não sei se ela sempre esteve ali ou se ela começou a aparecer desse ponto em diante do livro. Só sei que foi aí que a narrativa me cativou.
Para quem quer ler e talvez comece o livro sem entender muita coisa e queira desistir: vale a pena ir até o final. O crescimento das personagens é incrível, além de ser uma excelente forma de sairmos de nossa zona de conforto culturalmente falando.
Taiane.Anhanha 05/03/2022minha estante
Hummmm, interessante essa análise ??


Gabi 06/03/2022minha estante
Gostasse? Foi a resenha que mais me senti desafiada a escrever até agora. Até escrever a resenha eu não indicava o livro pra ninguém, mas escrever ajudou a colocar em palavras algumas coisas que eu já vinha pensando e foi um processo interessante.




Marcela 31/07/2022

li esse livro por causa de um vestibular e a princípio achei q ia ser um saco ler, mas n foi. na vdd foi difícil mesmo não julgar toda a situação e cultura das mulheres desse livro, porém foi razoável de ler.
basicamente conta a história de uma mulher, Rami, q se casou com um cara e logo descobriu q ele traia ela e tinha 5 famílias diferentes? e então, para não perdê-lo por completo, juntou com as outras mulheres para dividir o marido, cada uma ficaria com ele por uma semana,desde q seguisse as regras sobre as partes do frango q pode comer, a forma como servir? e etc. teve partes bem complicadas de ler, mas ok,deu pra tirar bastante embasamento crítico da história.
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Isa Novas 28/06/2021

Posso dar 10 estrelas? Fiquei encantada com a força de Rami, símbolo da luta feminina pela independência das mulheres! Recomendo!
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Lare 26/08/2021

Procura-se uma Deusa para as mulheres
" --- As mulheres, de mãos dadas, podem mudar o mundo, não é, Rami?"

Independente se você esteja lendo esse livro para vestibular ou não, peço por gentileza que comece a ler com o coração aberto e aproveite cada página. Te garanto, você não vai se arrepender.

Admito que esse foi o livro mais diferente que eu já li em toda minha vida. Ele é contraditório em muitas partes, bonito em outras e simplesmente inspirador em todos os momentos. O livro que toda mulher deveria ler!

A Rami, protagonista da obra, é uma baita personagem. Ela cresceu muito ao longo do livro, e por mais que diversas vezes suas ações sejam um pouco controversas, acaba sendo compreensivo por conta da sua cultura. Tudo é muito novo para ela, e muitas vezes seus pensamentos se perdem em permanecer como uma esposa ideal imposta pela sociedade ou se rebelar diante isso. E isso é completamente genial! A gente acompanha seus questionamentos sobre o papel da mulher e acaba aprendendo muito com ela.

Claramente não podemos esquecer de falar sobre essa união feminina tão bem trabalhada. De desconhecidas perdidas na vida para amigas com a vida totalmente resolvida. Rami foi a autora dessa amizade e desse verdadeiro "grow up" na vida das meninas, mas todas foram essenciais para que isso acontecesse.

Por fim, não posso poupar palavras para a escrita da Paulina Chiziane que é o sinônimo de perfeição. No entanto, estaria mentindo se dissesse que a escrita dela é algo leve de se ler, por mais que seja uma obra contemporânea. A escrita dela é extremamente poética, então precisa estar atento a isso, além de ter um tom sarcástico em alguns momentos. Fora isso, o vocabulário é tranquilo e a leitura é bem fluída, com capítulos pequenos e bastante fala.

Essa obra deveria ser obrigatória para todos, principalmente para as mulher! Com certeza um dos melhores livros que já li na minha vida.

Caso você esteja disposto em mergulhar nesse universo de Moçambique, conhecer mulheres incríveis e aprender um pouco sobre feminismo, essa obra é para você!

"Choro. Por mim. Pelos milhões de mulheres que vagueiam náufragas na lixeira da vida. Quem carrega no ventre os mistérios da criação e as sementes da eternidade, para dar luz à vida e iluminar a cegueira do mundo? Somos nós, mulheres, somos nós! Quem dá conforto à vida? Somos nós. Quem faz os machos sentirem-se mais machos, vestirem as plumas da glória e vencerem todos os combates? Somos nós. Quem amacia a alma com flor, depois de um dia de labor? Somos nós. Somos nós a noite e a madrugada num só astro. Somos nós que semeamos a flor e o vento que transporta a nuvem negra que fertiliza a terra. Somos a curva do céu e a curva da terra no sim do horizonte. Somos o centro à volta do qual todas as curvas do universo se curvam. Mas somos nós que colhemos a tempestade. É a nós que a vida sufoca, lentamente, e enterra nas entranhas do morro distante. É a nós que os homens matam de sede, docemente. Somos nós a quem o mundo obriga a procurar um homem rico para receber migalhas da sua mesa. É a nós que a sociedade não dá oportunidade para ganhar com dignidade nosso próprio pão. Em cada dia buscamos o amor e só encontramos enganos. Procuramos a flor e só encontramos espinhos."
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beaschlemper 13/03/2023

Depois de 6 meses eu terminei as últimas 50
páginas que faltavam ?
o livro é ótimo, mas eu achei a narrativa florida demais, o que não é a minha praia
mas eu adorei o desenrolar da história e conhecer uma cultura completamente diferente da minha
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JAeh.Pereira 19/05/2022

Vish atrás de eita
Este livro tem humor, drama e tretas. Certamente, lerei novamente e indicarei para outras pessoas este livro. Além disso, a abordagem do tema é um pouco cômica, bem como conversa com o lado feminista da autora. Amei!
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Brun0 02/07/2021

Perfeito. Possivelmente, um dos melhores romances literários
Trazendo uma realidade muito diferente da habituada de qualquer brasileiro, a escrita de Chiziane cativa o leitor à primeira leitura, tornando sua prosa algo quase poético, emocionando-o em inúmeros os trechos, o livro traz também inúmeras reflexões acerca de vários temas, como a estrutura social em que nos estabelecemos, feminismo, machismo, e até sobre a cultura moçambique, que carrega consigo debates étnicos e sociais, além é claro, de todo o romance e drama envolta da trama do "hexágono amoroso".
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