Crônica da Casa Assassinada

Crônica da Casa Assassinada Lúcio Cardoso




Resenhas - Crônica da Casa Assassinada


187 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13


MarciaCannecchia 17/10/2021

Não há uma realidade absoluta
São 56 capítulos de pura adrenalina. Bomba em todos os capítulos. Sensacional.
Onde eu estava que não conheci Lúcio Cardoso?
Lucio era contemporâneo de Jorge amado e depois de maleita, outra de lúcio, todos acreditavam q seguiria um estilo regionalista, característico do momento. Porém crônicas é um romance psicológico mais no estilo Clarice Lispector, sua amiga.

Olha. Uma das melhores leituras do ano.

Chico Felitti escreve no prefácio : "... Potencial inflamatório de uma obra que tece incesto, adultério, hipocrisia religiosa e fobia de tudo o que não é norma."
Ps. Não leiam o prefácio, contem spoilers.


Sensacional.

Leiam muito a crônica da casa assassinada.
comentários(0)comente



Luiz.Goulart 17/10/2021

Abrace o seu pecado
Escrito pelo mineiro Lúcio Cardoso em 1959, esta obra-prima integra o livro 1.001 Livros Para Ler Antes de Morrer e é considerado um dos dez melhores romances brasileiros de todos os tempos. Acabo de lê-lo e, em minha opinião, está empatado em 1º lugar com Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, e ganha de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, de Machado de Assis, tal sua qualidade.

A obra, pouco lida e comentada no Brasil, ficou esgotada por anos, chegando a ser comercializada por mais de um salário mínimo. Felizmente, este ano, a Cia das Letras relançou o romance em uma edição caprichada.

Crônica da Casa Assassinada é um romance epistolar, composto por cartas, diários e depoimentos de dez personagens com narrativa não linear e fragmentada por pontos de vistas diferentes e às vezes contraditórios. O capítulo inicial é um soco no estômago e o capítulo final deixa o leitor de queixo caído pela capacidade de ainda ser surpreendido, após quase 550 páginas num desfecho inimaginável. A pessoa que terminou de ler esse livro, dificilmente será a mesma que iniciou sua leitura, tal o impacto que continuará por um bom tempo na sua memória.

Essa é a história de uma família em decadência no interior de Minas Gerais vivendo na sede da Chácara dos Menezes, uma decadente casa dilapidada que é talvez o personagem mais importante da obra, já que não só é habitada pelos Menezes, como os aprisiona a um passado que jamais retornará.

Os Menezes são três irmãos totalmente diferentes: Demétrio, primogênito mais afetado pelo passado, Valdo, o mais comum, e Timóteo, homossexual e vergonha para todos, meio louco, eternamente escondido num dos quartos da velha casa, engordando imensamente e tramando uma vingança contra os demais.

A chegada da bela Nina, recém-casada com Valdo, desencadeia todas as crises que se estabelecerão. O que se urdia no subterrâneo da família aflora e Nina torna-se o centro de uma dinâmica totalmente destoante do que até então imperava. Ela recebe o amor frio de Valdo, os ciúmes da cunhada Ana, a paixão doentia de Demétrio, a aliança de vingança com Timóteo, a relação tumultuada com o filho André, a relação passional com o Coronel e com o jardineiro Alberto. Todos os sentimentos violentos surgem com a presença de Nina e ela não poderá ficar impune. A Casa, como uma entidade, em si, ou através dos que nela habitam, não saberão aceitar paixões tão intensas.

Chico Felitti, escritor do prefácio do livro, aponta que a matriarca da casa é a própria casa com sua atmosfera fantasmagórica. O livro tem ecos do romance gótico norte-americano O Som e a Fúria, de William Faulkner, acerca da decadência de uma família através das vozes de diferentes narradores; e também de O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, que aborda desavenças e paixões familiares em torno de uma velha propriedade isolada.

Neste trecho Nina aconselha o filho André sobre como lidar com o pecado: “Assuma o seu pecado, envolva-se nele. Não deixe que os outros o transformem num tormento, não deixem que o destruam pela suposição de que é um pusilânime, um homem que não sabe viver por si próprio. Nada existe de mais autêntico em sua pessoa do que o pecado— sem ele você seria um morto”. É uma exortação para a liberdade, mas para os Menezes, a liberdade é um passado voando com gaiola e tudo.

Lúcio Cardoso foi um homem inteligentíssimo e atormentado que viveu intensamente e abusou do álcool e da boemia. Muito católico e homossexual assumido, esta dualidade está fortemente representada nos seus diversos livros, sendo A Crônica da Casa Assassinada sua magnum opus e exemplo da maturidade como escritor. Em um depoimento para um documentário sobre o autor, sua amiga Raquel de Queiroz lembra que Lúcio era um homem muito bonito e que sumia por alguns dias do convívio dos amigos e ao ser perguntado onde esteve, respondia: “Estive no inferno”.

Este livro foi indicado pela BBC como um dos precisavam ser lidos no verão de 2016 e em 2017, ganhou o prêmio BTBA de Melhor Livro Traduzido. Seus direitos foram vendidos para uma editora holandesa e vai virar um filme.

Evoé, Lucio Cardoso!

site: https://chacais-sempre-espreitam.blogspot.com/2021/10/cronica-da-casa-assassinada.html
comentários(0)comente



Nara 15/10/2021

Ai, gente... Não gostei, não... cheguei exausta ao final e a grande surpresa era um final rocambolesco, novelesco... aff achei a "solução" (dissolução, melhor...) tão forçada. Eu ia retornar ao primeiro capítulo. Era minha intenção, mas não. Só estou cansada. Chega!
comentários(0)comente



Katielly 11/09/2021

O corpo é matéria morrente
"Dirão que isto talvez não passasse de impressão exagerada, mas a verdade é que há muito eu pressentia um mal qualquer devorando os alicerces da Chácara (...). eu aprendera a respeitar e a admirar como um monumento de tenacidade, agora surgia vulnerável aos meus olhos, frágil ante a destruição próxima, como um corpo grangrenado que se abre ao fluxo dos próprios venenos que traz no sangue."

Ando há alguns dias querendo escrever um pouco sobre esse livro e o enfeitiçamento que o mesmo me causou, mas sempre acho que não consigo expressar nas minhas palavras o suficiente ou o que eu realmente desejo - evidentemente, acredito ser complexo dizer tudo que esse livro manifesta. A Chácara, misteriosa e silenciosa, localizada no interior de Minas Gerais, é o principal ambiente onde se passa a história - a casa tem uma atmosfera perturbadora. A influência que esta tem sobre os personagens de fato chama muito a atenção do (a) leitor (a). A família Meneses, tradicional e silenciosa, que vive para manter o trinômio nome-tradição-propriedade vai revelando aos poucos por meio de diários/ depoimentos os segredos e os acontecimentos que nos aguardam.

Temos na Casa três irmãos - Demétrio, Valdo e Timóteo - singulares. O primeiro, Demétrio, o mais velho e por isso, o ?chefe?, é aquele preocupado com as questões financeiras da casa e com a imagem da família, entretanto, para além disso, também é o mistério e a arrogância em pessoa. Valdo, seria o mais generoso; Timóteo, é o mais novo que carrega consigo um desejo que é reprimido. Os três possuem uma semelhança: a solidão. Porém, o cerne de tudo que se passa neste ambiente claustrofóbico são as mulheres: Nina, bela, carioca e com sede de viver casa-se com Valdo e muda completamente a rotina da Chácara. Ana, esposa de Demétrio, me despertou uma profunda pena. Foi obrigada a tornar-se uma Meneses tendo a partir disto uma vida insignificante.

Com isso, toda a trama vai se desenrolando, nos prendendo dentro da casa, nos envolvendo e causando sentimentos extremamente confusos. E nos perguntamos: que equilíbrio é esse que a Chácara/Família Meneses tenta nos passar? A vizinhança, curiosa e desconfiada, sabe que ali não reina certo equilíbrio, mas sim uma névoa complexa e com muitos enigmas. O ambiente da chácara a meu ver vai determinando a vida destes personagens. Dificilmente saem de casa, conversam, interagem: são pessoas tristes e incomunicáveis. O objeto papel é o aliado deles (as). É nesse material que tudo é revelado:os questionamentos, os desejos, os amores e a perplexidade da vida.

Uma questão que me chamou muito a atenção é a pulsão de morte que envolve a chácara. Ali temos o indivíduo diante da morte - que age e pensa em relação a mesma; a presença dos mortos - que causa um rebuliço na casa e o questionamento do sentido da morte. Os personagens são embebidos numa descrença, solidão, pensamentos suicidas? Há também questões entre o bem e o mal e a noção de pecado.

Para finalizar, o autor faz uma descrição detalhada do ambiente e dos personagens (expressão, comportamento, característica, corpo). Não achei o livro cansativo, pelo contrário, é bastante fluido e envolvente. Quero muito ler outras obras desse grande escritor mineiro que já me conquistou de cara.
comentários(0)comente



arthur966 31/08/2021

a danação é um fogo que se arde solitário; às vezes ardemos um, ardemos dois, ardemos toda uma comunidade, mas isolados em nossa chama particular, donos únicos daquilo a que poderíamos chamar o nosso malefício e o nosso ultraje.
comentários(0)comente



Cris 31/08/2021

Revelações
Acho que nunca li em minhas leituras algo tão revelador dentro de uma casa onde a família acha que o status é mais importante do que as emoções em si.
Algo profundo que nos mostra a verdade nua e crua estampada que esbofetea nossa cara diante de tantas revelações e os segredos agregados...cinismo, mentiras, hipocrisia um verdadeiro lamaçal de intrigas.
Estou com o coração palpitando ainda, essa leitura é marcante e impactante.
comentários(0)comente



Pandora 23/08/2021

Conheci Lúcio Cardoso em “Dias Perdidos”. Ali já senti a grande carga emocional que acompanha os escritos do Lúcio: os tormentos da alma. Seus personagens não são felizes e vivem em eterno conflito. Neste A casa assassinada ele vai além, desconstruindo valores e derrubando um a um os alicerces da família tradicional que tal e qual a Casa do romance, soberba e majestosa em sua aparência, tenta esconder onde apodrece.

Os Meneses são a família mais famosa da pequena Vila Velha, em Minas Gerais. A família do Barão é a mais rica, mas quem alimenta o boca-a-boca na cidade são os Meneses. Embora na época em que se passa a narrativa só haja homens entre eles e o irmão mais velho, Demétrio, seja supostamente o líder familiar, são as mulheres a força do clã. É da extravagante e carismática mãe destes homens e de uma lendária tia durona e independente que todos se lembram. O patriarcado é frágil, inapto e inerte diante da realidade da situação atual da família.

A Chácara é ao mesmo tempo prisão e fortaleza. Reclusos, os Meneses vivem fechados numa casa onde nem as janelas costumam ser abertas e onde nada de novo, dia após dia, acontece. Eles transitam sorrateiros pelos corredores e aposentos, mal se falam, não saem, não recebem ninguém.

Quando a bela carioca Nina chega à Chácara - casada com Valdo, um dos três irmãos da família -, os Meneses já estão se desmantelando, mas colocam em Nina todas as responsabilidades sobre o declínio do clã.

Neste romance polifônico, nada é o que parece e ninguém é confiável. Em mais de 500 páginas de cartas, diários, narrativas, confissões e memórias dispostas de forma não cronológica, Lúcio Cardoso deixa ao leitor a missão de analisar este vasto material e ir tirando suas conclusões. Que eventualmente são equivocadas pela confusão que os narradores provocam ao apresentarem versões diversas e imprecisas dos fatos.

Um romance denso, perturbador, por vezes indigesto… enfim: um livraço. Arrisco dizer que, ao lado de Graciliano Ramos, Lúcio Cardoso é meu escritor brasileiro preferido.

Lúcio Cardoso:
“Meu movimento de luta, aquilo que viso destruir e incendiar pela visão de uma paisagem apocalíptica e sem remissão é Minas Gerais. Meu inimigo é Minas Gerais. O punhal que levanto, com a aprovação ou não de quem quer que seja, é contra Minas Gerais. Que me entendam bem: Contra a família mineira. Contra a literatura mineira. Contra o jesuitismo mineiro. Contra a religião mineira. Contra a concepção de vida mineira. Contra a fábula mineira." (Edição da Civilização Brasileira, 2018, pág. 9)

“Um jornal publica hoje a capa do meu livro a sair no mês próximo. Dois anos, e mesmo assim, menos tempo do que levei para publicar O enfeitiçado, que durante tanto tempo rolou em minhas gavetas. Mas apesar disto, é o suficiente para que eu perceba os defeitos da Crônica e avalie os lados por onde envelheceu. Isto me consola, imaginando que posso fazer melhor. Mas assalta-me uma grande melancolia, imaginando que também este tombará no silêncio e no desinteresse e que, independente de seus defeitos, que talvez só eu conheça, poderia ser uma obra-prima que encontraria a mesma repulsa e a mesma prevenção que vêm encontrando todos os meus outros livros…
Mas é de cabeça erguida que eu me preparo para suportar este desdém.” (Diários/Lúcio Cardoso, Civilização Brasileira, 2013, pág. 478)

Notas:
O romance foi adaptado para o cinema em 1971 por Paulo César Saraceni como A Casa Assassinada. Teve Norma Bengell como Nina e Carlos Kroeber como Timóteo, além de contar com trilha sonora de Tom Jobim (disponível no YouTube).

Foi também adaptado para o teatro por Dib Carneiro Neto e Gabriel Villela em 2011.

Outra adaptação para o cinema, com roteiro de George Moura e direção de José Luiz Villamarim deve acontecer em breve (dados de 2021).

A Rede Minas TV, através do canal no YouTube Imagem da Palavra, fez um especial chamado Centenário Lúcio Cardoso - Imagem da Palavra que é curto, mas muito interessante.
comentários(0)comente



Kaiã 16/08/2021

Um desafio.
Termino esse livro com uma sensação de dever cumprido. Foi difícil, estranhei a narrativa, os capítulos longos com poucos diálogos e o tema abordado me chocou um pouco, realmente não esperava. Entretanto, a história é tão intrigante que não me arrependo de ter persistido. Por um bom tempo vou levar Ana, Nina e Timóteo comigo, personagens fortes e cheios de camadas. Espero daqui a alguns anos reler e aproveitar melhor a trajetória.
comentários(0)comente



Leticia 10/08/2021

Eu nem sei como falar sobre esse livro, acho que preciso de tempo para digerir o tudo que foi essa leitura. A minha experiência de leitura foi parecida com as sensações que tive lendo: O Morro dos Ventos Uivantes e Crime e Castigo. Uma leitura que traz algo da devastação do humano, algo voraz, atinge o vórtice de destruição de uma tradicional família mineira burguesa. A família como cárcere, exclusão e degradação.
comentários(0)comente



Rodrigo 26/07/2021

Raízes e frutos
A história de uma família mostrada de forma intensa e repleta de significados.
Mulheres fortes, homens fracos, mas poderosos, percorreram as páginas desse livro incrível.
Quantas reviravoltas! Sensacional!
comentários(0)comente



Angela 07/07/2021

Provocador desde o título... a Casa é uma entidade viva.
"Quem somos nós que assim passamos como espuma e nada deixamos do que construímos, senão um punhado de cinzas e de sombra?"
.
Crônica da Casa Assassinada (1959) é um romance polifônico, escrito de forma não linear, sobre a história dos Meneses, uma família em franca decadência econômica, social e moral.

A saga dos Meneses acontece nos limites de uma casa de fazenda (numa Chácara) em Vila Velha, Minas Gerais. É através de relatos, cartas, confissões, entradas de diários e memórias dos próprios personagens que o leitor tem a perspectiva dos temores que habitam a casa; uma casa que desempenha o papel principal na narrativa. Aqui estão o amor e o pecado, angústia e mistério, desespero e salvação, sendo o adultério, o incesto, a loucura, e principalmente, a vingança - forças que violentam a consciência - os temas centrais para derrocada dessa família que abriga os mais trágicos segredos.

(Toda a estrutura narrativa do livro gira em torno de Nina, que depois da Casa, é a personagem principal).

Recém-casada com Valdo, Nina chega à Chácara dos Meneses, vinda do Rio de Janeiro. Desde a sua chegada, a estranha acaba semeando a discórdia na casa ao despertar sentimentos adormecidos em todos os moradores dali, porque ao falarem de Nina, que desde o início é um enigma, todos as outras personagens falam de si mesmas. Nina chega na família rompendo com os valores tradicionais instaurando o desejo e o pecado nos Meneses que pareciam desprovidos de vida. E sendo Nina uma figura importante para os habitantes da Chácara, ao longo da narrativa, a casa vai se transformando em entidade viva, atingindo a alma atormentada dos seus moradores.

(É impressionante como Lúcio Cardoso descreve, através do tempo e das personagens, as marcas da decadência sendo assinaladas nas pratarias empoeiradas, nas janelas emperradas e nas manchas nas paredes. A casa do início ao fim sangra. O autor utiliza muitos símbolos na escrita, por vezes, é poética, com metáforas e códigos.

“Cego, com gestos manobrados por uma vontade que não me pertencia, abria as portas, debruçava-me às janelas, atravessava quartos: a casa não existia mais”.
.
O título do livro diz muito sobre o romance. ‘Crônica’ no título da obra visa a conferir a verossimilhança aos conflitos vivenciados pelas personagens que representam a elite agrária mineira da primeira metade do século XX. ‘Casa’ remete a família, ao brasão, e ‘assassinada - assassinato’, simboliza a necessidade do ser humano se libertar das prisões moralistas.
.
O que mais me impressionou é que na narrativa existe uma referência a uma pessoa que literalmente montou o livro, organizou todos os relatos, e os inseriu de maneira descontínua no corpo do romance. Essa figura se manifesta através das considerações feitas entre parênteses e nos descreve os manuscritos a que tem acesso numa busca pela verdade; e essa busca pela verdade sobre os Meneses desde o primeiro capítulo gera versões contraditórias e incompletas, ninguém está correto na história, e é o que torna Crônica da Casa Assassinada um livro perfeito.
comentários(0)comente



kiki.marino 03/07/2021

Poderia ser chamado também de Crônica da Casa "defunta", com personagens habitando em um lugar isolado e selado no tempo,sombrio até que chega o sol :Nina. A luz que que queima,incendeia,ilumina, o coração e a mente dos silenciosos Meneses.
Se em "Pedro Paramo" de Juan Rulfo, os mortos parecem estar vivos,aqui os vivos parecem estar mortos, vivendo das ruínas de riqueza,tradição e preconceitos da época.
A história é contada em várias versões e narradores,através de cartas, diários e lembranças, ao final nem tudo pode ser o que realmente aconteceu.
Assim como em "Dias Perdidos" ,Lucio Cardoso explora essas relações familiares
simbióticas e adoecidas, em qual as personagens femininas complexas se destacam e são a peça fundamental.
Nina ,Ana, Bety e até a distante ancestral dos Menezes, Maria Sinhá ,dominam esta narrativa arrebatadora . Embora um pouco tradicional e previsível, longe de ser perfeito,está obra vale a pena ser lida e relida
comentários(0)comente



Richardson 07/06/2021

Maravilhoso
( não é uma resenha. Somente comentários)Que livro perfeito! Angustiante, mas perfeito. Os personagens extremamente conflituosos e complexos ( A Nina, Ana e Timóteo que o digam. As personagens mais importantes) , e este final que explode na mente..mas uma explosão diferente, algo agridoce. Meu único adendo ao texto é que tive a impressão que a polifonia da obra não se diversifica muito na escrita. Todos os personagens têm a mesma forma de falar e escrever. Não obstante isto, que texto primoroso, meus caros...
Já to providenciando a leitura de outros livros desse autor, porque quero ler tudo dele.
Bruno.Araujo 25/07/2021minha estante
Leitura incrivel mesmo, mas achei que a polifonia tambem existe na escrita hein. O medico com sua escrita pomposa e pedante, andre com a escrita rapida e ofegante, ana com uma escrita hora moralista e acusadora e hora apaixonada e laciva.




escrivadocaos 31/05/2021

Antes um desabafo que uma resenha
Te amo tanto Cronica da Casa assassinada que já se passou um dia inteiro e até mais do que isso sem que eu soubesse que rumo tomar da minha vida.
Vi as pessoas dizendo que Lúcio Cardoso era o melhor de todos e elas não me mentiram nem mesmo por um segundo.
Que desamparo ter que por os pés no chão novamente e ter que buscar consolo em outras artes que talvez não sejam, tal como foi a Cronica da Casa Assassinada, aquilo e exatamente aquilo o que minha alma necessitava.
Te amo tanto que não sei como prosseguir agora que tudo se acabou. Como me reerguer? Como amar uma outra narrativa agora que todas elas me parecem "qualquer".
escrivadocaos 31/05/2021minha estante
Arual busca tratamento psicólogico para superar término da leitura de Cronica da Casa Assassinada e toma medicamentos para diminuir o vazio existencial que se assoma.


Bruno.Araujo 25/07/2021minha estante
Tive a mesma impressao com a leitura. Leia lavoura arcaica do raduan nassar que vc vai ter a mesma impressao, e qualquer um da Hilda Hilst




187 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR