O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Paula 31/01/2021

Quanto mais eu leio Saramago, mas tenho certeza que ele é meu escritor preferido.
O único defeito desse livro, na minha opinião, é a ausência de Maria na vida de Jesus.

?Deserto é tudo quanto esteja ausente dos homens, ainda que não devamos esquecer que não é raro encontrar desertos e securas mortais em meio de multidões?
?Afinal a ausência é também uma morte, a única e importante diferença é a esperança?
?As palavras proferidas pelo coração não tem língua que as articule, retém-nas um nó na garganta e só nos olhos é que se podem ler?
?Ninguém na vida teve tantos pecados que mereça morrer duas vezes?
?Já não chorava, mas os seus olhos nunca mais voltarão a estar secos, que esse é o choro que não tem remédio, aquele lume continuo que queima as lágrimas antes que elas possam surgir e rolar pelas faces?
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Marcia.Faria 24/01/2021

Perfeito
Saramago é genial, ele simplesmente pega uma história que é contada e recontada há 2 mil anos e a barra de uma forma simplesmente brilhante. Ele utiliza lacunas e histórias apócrifas para dar apoio à sua imaginação e cria uma história completamente nova, isso é um feito notável. Esperava um Jesus ainda mais humano, mas toda a parte sobrenatural é perfeita é justificável. Adorei a abordagem da vida de José e como ele amarra os fatos que seguiram o nascimento de Jesus à morte de José e consequentemente à saída de casa de Jesus. Maria Madalena também foi brilhantemente retratada, assim como as figuras de Deus e do Diabo.
Fora a forma de escrita de Saramago, que é extraordinária. Diálogos maravilhosos e cheios de simbologias. Dos livros dele que já li, esse foi o de leitura mais fácil, fluída e ao mesmo tempo mais bela e tocante.
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Thaís Aguiar 17/01/2021

Mais um Saramago, mais um favorito.
Sou suspeita para falar, quando digo que começar o ano lendo Saramago, é sempre uma boa ideia. Um autor inteligentíssimo, que utiliza de um texto frenético e ininterrupto para contar sempre as melhores histórias. Mesmo quando essa história já conhecida por todos, como é o caso desta em questão. Nesse livro incrível, Saramago faz uma releitura da história de Jesus Cristo da forma mais verídica possível, ou seja, trata-se de uma versão mais crua, um lado ainda mais "humano" do Filho de Deus, com seus defeitos, dúvidas, desejos e tudo o que observamos em nós mesmos enquanto "meros mortais".

Mesmo conhecendo os fatos e os personagens de antemão, é incrível como a sensação que permeia a leitura é de novidade, como se estivéssemos conhecendo aqueles nomes pela primeira vez, tamanha originalidade que traz o autor para a obra, na medida do possível. Aliás, é importante relembrar que Saramago foi um ateu irredutível, o que reflete no "tom de voz" da obra. O que quero dizer é que, ao fazermos uma leitura atenta, percebe-se muita ironia nas entrelinhas do texto (algumas nem se dão o trabalho de serem sutis), críticas ao cristianismo e às religiões em geral, sendo a maior crítica direcionada sempre para Deus.

Nessa obra, acredito que eu tenha lido até agora em toda a minha vida de leitora (que não é grande coisa, diga-se de passagem), o melhor encontro e diálogo entre Jesus, Deus e o Diabo. É um capítulo já no final da história onde diversas questões polêmicas são trazidas à tona, fatos que nos levam a divagar por muito tempo após fechar o livro.

Recomendo a todos essa história que só posso chamar de magnífica. Um livro para reler vez ou outra, que nos traz uma reflexão muito profunda e íntima, um texto que não deve passar por indiferente independente de quem o leia, seja cristão ou ateu.




site: https://www.instagram.com/elaselivros/
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Monalisa.Costa 15/01/2021

Leitura conflituosa!
A narrativa,muito mais do que outras, parece refletir os conflitos vividos por seu autor.

José Saramago, ateu convicto, apresenta Deus à sua maneira. Sob o pretexto de criticar a Igreja Católica, cuja história de fato merece represálias, traz ao livro um deus muito pior que muitos homens, que mais lembra os deuses da mitologia grega.

A seu ver, Deus, com características exclusivas do velho testamento, se mostra como um ser calculista, desprovido de qualquer moral, cujo intuito é unicamente aumentar o seu poder, como um déspota inconsequente.

Não se critica aqui a ideia de humanizar a figura do Cristo, o que é interessante, mas o fato de Deus fazer de toda a humanidade apenas um joguete, de não haver na sua figura qualquer respeito ou traço de amor que qualquer pai normal tem por qualquer dos seus filhos.

Deus nem parece mesmo ter os dois lados que até os deuses gregos e romanos tinham, de amor e ódio. Este Deus criado pelo autor é só ambição, a impor medo como método primordial. É até mesmo inferior ao que se pinta socialmente como o Diabo. Não há amor, não há perdão, só ambição, astúcia, vingança e temor!

Entendo a intenção de crítica social, mas, para mim, este livro remete mesmo aos conflitos existentes na alma do autor que parece se sentir abandonado, pessimista e desamparado.

Quanto à leitura do livro, apesar de interessante, é um tanto difícil, tendo em vista que é bastante desprovida de pontuação.

Recomendo, mas com votos de paciência e olhar crítico sobre a obra!
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Kel Cesar 02/01/2021

A história do Filho do Homem, contada através do estilo inigualável de Saramago, ateu, porém não menos conhecedor do objeto de sua crítica do que muitos que se dizem cristãos.

Este romance histórico (podemos chamá-lo assim?) humaniza Jesus, tornando-o de fato mais próximo dos leitores (seus irmãos) do que de Deus. Mas não apenas ele: as Marias, José, seus irmãos e irmãs, os discípulos (todos!) e até mesmo o Diabo!
Exceto Deus, que esse não permitiria ser retratado como menos que "O Deus" nem mesmo pelas palavras de um gênio como Saramago.

"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" é para crentes e não crentes. Cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, umbandistas, hindus...

É um livro lindo. Leia sem medo.


Mais no Instagram: @kel.cesar
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Nivia.Oliveira 31/12/2020

Saramago ousou contar uma nova versão para a história da Sagrada Família: Jesus, Maria e José.
Como habitual o autor é muito criativo, irônico e sarcástico e eu diria abusado ao interpretar à sua maneira os textos canônicos, mas os questionamentos que os personagens apresentaram alguma vez já passaram por nossa cabeça também: a existência do Bem e do Mal; os dogmas; o poder de Deus x o poder de Roma... E por que não buscar respostas para amadurecer nossa fé?
Nesse livro Jesus é mais humano: tem irmãos, tem mulher, tem pecados... Entretanto, assim como o filme “A última tentação de Cristo” (1988, super polêmico!) seu final é a cruz. Esta que é o símbolo do Cristianismo, Religião que demostra sua força ao longo da história.
Mas fiquei pensando no poder da FÉ. Tenho o hábito de ler a bíblia e sei que a interpretação vai além do conhecimento teológico e da contextualização histórica.
Apesar dos diversos impropérios, Saramago não me convenceu com sua versão porque a crença no poder de Jesus Divino está encarnada em mim, fora transmitida pelos meus pais desde a infância, e especialmente, foram vivenciados momentos sublimes que é impossível compreender apenas com a razão.
A passagem do encontro de Maria Magdalena com Maria, mãe de Jesus é lindíssima! Tão sublime que elevou Maria ao mais alto patamar da divindade: o altruísmo.

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Samuel M de Paula 29/12/2020

“O Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um é somente a ausência do outro.”
Nessa obra Saramago reconta a vida de Jesus Cristo de uma forma mais carnal e com ironia e crítica para essa história tão conhecida no Ocidente. Uma enredo cheio de sensações, ambiguidades e ressignificação de fatos ocultos.

Um livro cheio de polêmicos que contradizem os evangelhos e levam a história para caminhos inesperados. Com um Jesus mais humano e menos divino, que se confronta com seus pais e tem relações amorosas; com isso Jesus se torna mais como o leitor e menos com Deus.

Graças as metáforas, Jesus é um homem com todos os defeitos e com faces que se contradizem, mas ainda uma face iluminada e divina.
Allean 29/12/2020minha estante
Sou louco pra ler esse livro


Samuel M de Paula 29/12/2020minha estante
Allean, considerando que os únicos documentos que possuímos estão na Bíblia Sagrada e os pontos descritos são feitos por terceiros e em alguns momentos superficial, Saramago procura dar paladar e tato a história




Paula.Fernandes 26/12/2020

Inquietante
Uma obra prima de Saramago! Leitura provocativa e inquietante que nos faz refletir o tempo todo. Maravilhosa!
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Sammi 20/12/2020

Saramago sendo Saramago
Com um estilo narrativo único e provocador, Saramago nos entrega um romance/ficção histórica, sem igual. Você precisa se acostumar também como estilo da escrita, que a princípio dá trabalho para acompanhar os diálogos, mas depois disso a leitura flui muito bem.

Dá para ler como uma fanfic...rs um spin-off de alguns personagens ou simplesmente como um e "Se".

Vale muito a leitura, pela diversão e principalmente pelo deleite do processo de pesquisa e imaginação.
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Karamaru 15/12/2020

UM EVANGELHO
“...ainda cá ficaremos milênios e milênios em constante nascer e morrer, e se o homem tem sido, com igual consciência, lobo e carrasco do homem, com mais razões ainda continuará a ser o seu coveiro.”

Sim, é um livro polêmico e não esconde o fato de sê-lo, mesmo porque Saramago é aguerrido quanto às ideias que defende, ideias tais que pululam em praticamente toda a sua obra. Em “O evangelho segundo Jesus Cristo” destacamos não só o apuro estético do texto, mas também as perspectivas interpretativas heterodoxas dos evangelhos oferecidas aos leitores. Controvérsias à parte, Saramago entrega-nos um romance de grande beleza – sarcástico sim, mas profundamente humano.

A jornada de Jesus é narrada de forma linear. Acompanhamos, assim, a sua vida da concepção à crucificação. Se nos quatro evangelhos pouco é revelado sobre a infância e adolescência de Cristo, aqui o acompanhamos nessas fases, com todos os dilemas que elas trazem.

Todos os personagens são pintados com tintas reais. Saramago dessacraliza-os, expondo-lhes defeitos, dores e anseios. E precisamos nos referir aos personagens divinos: Deus e o Diabo. Que personagens, senhores! Há uma cena em específico na qual ocorre uma conversa entre Deus, Jesus e Satã que é simplesmente incrível. Inclusive, o livro parece obter um novo fôlego após esse colóquio, como se ele funcionasse à maneira de um “rito de passagem”.

Não reduz o valor da obra, mas incomodou-nos o narrador, sobretudo nos dois primeiros terços da narrativa: ele é assaz insistente na defesa de seu ponto de vista ideológico e narrativo. De todo modo, um grande romance, corajoso por expor a religião no que ela pode ter de mais perigoso e prejudicial: a restrição do livre pensamento.

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: @o_alfarrabista).
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Marco 27/11/2020

Mais um Nobel
Seja bem vindo Saramago. Um prazer enorme conhecê-lo através deste lindo livro. Primeiro livro seu que leio. Além de Nobel, és português. Trazes as minhas origens na sua arte. És realmente um mestre desta nossa língua. Obrigado!
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Laura S. 23/11/2020

Minha primeira leitura de Saramago
A escrita de Saramago é, como se sabe, um tanto quanto desafiadora. Para quem não o conhece, demora um pouco pra "pegar o jeito" da leitura, seja pelo português de Portugal, pelas falas que se adentram umas às outras, misturadas com comentários do próprio autor, seja pelo vocabulário.
De qualquer forma, "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" é uma obra muito boa, segue a linha principal dos acontecimentos bíblicos, mudando, contudo, detalhes que alguns podem entender que subvertem toda a narrativa original, o que, logicamente, era a intenção desde o princípio. Não comece a ler esperando uma narrativa religiosa, porque não a encontrará, de forma que isso pode incomodar os cristãos mais fervorosos.
A única coisa que me incomodou nesse livro foi o final, que fiquei por entender. Sim, as últimas cinco páginas (inclusive, aceito explicações). Mesmo assim, é uma obra incrível da literatura portuguesa que vale, demais, a leitura.
Comecei a ler Saramago por esse livro e não me arrependo.
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Rocchi 19/11/2020

Depois que você se acostuma com a pontuação totalmente aleatória e arbitrária do Saramago, é só ladeira abaixo. Direto no seu coração.
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Jose.Maltaca 11/11/2020

Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez.
Por que há tanto sofrimento no mundo? Por que Deus assiste a seus filhos se digladiarem e não faz nada? Por que, além de ser conivente com as atrocidades, Deus ainda pune os homens? Por que Deus mandou seu filho único, munido das vontades inerentes à carne humana, para morrer infeliz e de maneira cruel? O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), livro magistral do soberbo escritor português José Saramago, não tenta responder a essas perguntas, mas as levanta de maneira ácida e dolorida. É uma obra que por vezes confunde, mas cuja bússola sempre aponta para a humanidade como sujeita aos desígnios arbitrários e idiossincráticos de forças aquém de seu poder. Por essas razões, o livro é herético ao interpretar a história de Jesus, mas o faz de forma a passar uma mensagem contundentemente ateísta – feito impressionante em um livro cujo objetivo mais superficial é a releitura de grande parte do Novo Testamento.

Em outras palavras, é um livro que não agradará a todos. Há bastantes trechos que subvertem totalmente a história bíblica, colocando o protagonista em situações inimagináveis a quem se acostumou à narrativa oficial. Todavia, nada é gratuito: Saramago sabe o porquê dos eventos transcorrerem da maneira como são descritos, carregando uma mensagem em prol da autodeterminação humana frente à barbárie que consigna a religiosidade cega. Ou seja, é um livro cujo intuito é o choque, mas um choque calculado. É uma ode à imaginação humana como vetor de suas próprias transformações – não à toa os pastores trazem alimentos no lugar de especiarias e riquezas a Jesus em seu nascimento. É a imaginação de Saramago que desmistifica a deificação exacerbada, o qual, por sua vez, exerce sua vingança contra o personagem de José, homônimo do autor. Não é surpreendente, portanto, que a obra se dedique extensamente a centralizar sua narrativa no pai de Jesus, o qual carrega todas as mazelas e culpas por ser vítima da vontade divina, sofrendo um amargo e doloroso fim.

Jesus, em um golpe de misericórdia contra o próprio pai mesmo após sua morte, renega-o e entrega-se aos desígnios do Pai Celestial. Aos poucos, porém, suas experiências o fazem convergir gradativamente ao seu lado terreno, ao perceber a arbitrariedade das forças que competem para a miséria humana. Suas últimas palavras, título desta resenha, resumem a transformação de Deus em força meramente ditatorial e indiferente ao sofrimento – o contrário do amor. Este foco na transformação de Jesus Cristo, contudo, apressou Saramago a tal ponto que grande parte dos principais eventos bíblicos transcorre ao final do livro, apressadamente. Não obstante, a genialidade empregada ao esmiuçar os eventos em enfoque – o diálogo entre Jesus, Deus e o Diabo é um dos melhores trechos que já li – tornam a leitura da possível Magnum Opus de Saramago indispensável.
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