Aline 11/04/2017Das coisas que eu entendi, das que eu não entendi e ProzacIniciei a leitura de “A Náusea” em ritmo lento e cheia de questionamentos, principalmente em função do texto um tanto prolixo. Ali pela página 80, tive que parar. Me perguntei “Afinal, qual é a desse livro??” e abri o Google (atual pai-dos-burros) para me ajudar. Depois de uma pesquisa simples, porém esclarecedora, retomei a leitura de “A Náusea” e, aí sim, pude entender melhor o que estava acontecendo, sob a luz da teoria existencialista.
E por falar em entendimento, “A Náusea” despeja divagações em nível hard. Algumas eu entendi; outras, não. Das coisas que eu entendi, cito o ponto de vista lúgubre sobre a vida sem objetivo e da inexorável passividade do homem diante das coisas que existem. Por outro lado, várias passagens do livro são uma grande incógnita para mim. O momento em que Roquentin vai ao museu e começa a descrever alguns retratos, por exemplo, são umas boas 15 páginas que até agora não fizeram sentido algum para mim. Enfim, talvez um dia, como numa epifania, minha ficha caia.
Ao final, eu vejo a náusea como uma espécie de crise de ansiedade diante de um mundo sem sentido. Ainda que essa ansiedade seja familiar à muita gente (eu inclusa), não acho que o ponto de vista pessimista de Sartre seja a melhor resposta para a vida. Verdade ou não, é muito difícil viver assim. Iludida ou não, eu opto pelo otimismo. Me deleito com as mensagens de Sêneca. Se ainda o peso do mundo me afeta, penso na minha família, no meu trabalho, suspiro e sigo adiante. Se tudo isso ainda não funcionar, 20mg de cloridrato de fluoxetina e bola pra frente.