A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Julinho 24/03/2023

A Montanha Mágica é um retrato simbólico-filosófico-cientifico da Europa pré primeira grande guerra, onde representantes das ideologias da época passeiam e se contradizem num jogo de ambivalência.
No entanto, durante a minha experiência de leitura (a primeira de muitas, posso apostar), a obra de Thomas Mann me surgiu também como uma espécie de conto de fadas sombrio, colocando o sisudo escritor alemão um pouco dentro da tradição de seus compatriotas Hoffman e Grimm.

Me soa assustadora a história de um jovem que decide passar umas férias de três semanas num sanatório em uma montanha, e acaba ficando "preso" ali por sete anos, dormindo na mesma cama onde outras pessoas morreram. Esse local é rodeado por figuras, em certa medida, fantasmagóricas: médicos sádicos, doentes terminais, a mexicana chorosa que repete seu estribilho "tous-les-deux", pessoas que desaparecem e mortos, são abandonadas nevasca abaixo em trenós... Um local que promete cura e parece adoecer e levar as pessoas a morte. Quem decide desertar, fugir, também acaba sucumbindo ou tento que voltar, como zumbis asmáticos.

As descrições da visita do médico ao leito de Hans, da visita ao cemitério, dos exames com o raio X são fantasmagóricas. Há também sessões pseudo científicas de mesa branca, o contato com o sobrenatural ou parapsíquico, ouvir vozes e prever o futuro (a tia vidente de Hans). O incêndio no final, tão comum em romances góticos, tem seu semelhante nas explosões e no fogo da guerra ao fim do romance, a qual liberta o protagonista do aprisionamento da montanha.

Há o que se pensar, e nas mãos de um inventivo diretor, daria um filme de suspense gótico.
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Regina 23/03/2023

Mágico
É um excelente clássico. É um livro mágico. Tem vários detalhes que nem todos gostam, mas eu amei. Crises, doenças, lugares, tudo bem detalhado. Um livro que me encantou por mais de 3 meses. Favoritei. Me acrescentou bastante coisa. Super recomendo
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Gleide 85 15/03/2023

Não e a toa que essa e uma das grandes obras desse autor! Torna se angustiante como o tempo atua com as personagens.
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Ronaldo 07/03/2023

Perfeito
Incrível. Perfeito. Maravilhoso. Engraçado. Inteligente. Interessante. Mágico.

Não é possível ler apenas uma vez. É coisa para ler e reler como um filme favorito que devemos rever regularmente.

Realmente mágico.
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Daniel Andrade 28/02/2023

O clássico dos clássicos
Talvez, seja o clássico mais clássico que já li. É lento, às vezes tedioso, os personagens falam de maneira complicada... e mesmo assim é maravilhoso. É um livro para ser lido de maneira devagar, como o próprio narrador sugere no começo. Alguns capítulos voam, em outros passei dias encalhado. E é assim que é pra ser. Não tem muito o que falar sobre a história, apenas recomendar a leitura de qualquer livro do Mann, mas especialmente desse (e Doutor Fausto, por favor).
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Monica.Fusco 28/01/2023

A montanha mágica
Um livro extenso e muito profundo. Um dos temas principais é a questão do tempo e vários pensamentos filosóficos. Achei cansativo em alguns momentos.
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Artur.Sergio 24/01/2023

A montanha mágica ou da desconstrução do tempo
Jamais em toda a minha curta vida de leitor havia eu permanecido por tanto tempo em uma leitura. Meu casamento com essa obra densa durou seus longínquos sete meses.

Acredito que por desconhecer a estilística de Mann e pela sua forma descritiva de escrita, e a espessura do livro, eu tenha acabado por alimentar todo esse tempo de leitura.

A montanha mágica é uma obra que mudou e estimulou minha relação com a literatura. Primeiro, na maneira descritiva de tudo aquilo que nos parece quase insignificante, no entanto se visto por outros olhos recebe uma camada encantadora, uma cobertura imagética e literariamente bela. Ou seja, pode-se escrever sobre tudo, mas o beleza está nas mãos de quem cria e nos olhos de quem aprecia.

Outra lição aprendida é a sensatez de que o tempo literário, ou da leitura, não deve ser rígido; isto é, respeite o tempo da arte, do prazer e preocupe-se em saborear, mesmo que por pequenos pedaços, o que está a seu dispor. Entregar-se à leitura é mais importante do que o tempo que ela leva.

A montanha mágica é ousado na sua narrativa ? o seu ponto alto, a meu ver. O capítulo intitulado "Passeio pela praia", por exemplo, é, nesse sentido, o mais audacioso dentre todos. A metalinguagem é levada à experimentação.

Não considero esta uma leitura fácil ou convidativa para um primeiro contato com a obra de Thomas Mann, mas, como também fiz, lançar-se a partir dela não é um problema. A literatura não deve pôr medo em nenhum leitor que se preze.

É certo que farei uma releitura, daqui a sete anos, quem sabe, e espero ter uma experiência e um olhar ainda mais sólido e detido para as incontáveis belas nuances deste livro. Lê-lo é postergar o tempo ? não no sentido vulgar, como um Hans Castorp da vida, como um pensionista do Berghof ?, ao modo de um testemunho de um caótico século.
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Wellington 20/01/2023

A Montanha Mágica – 9,0
Thomas Mann, filho de brasileira, adverte: o livro levará mais que sete dias para ser lido, mas, assim espera-se, menos que sete meses. Levei três. Exige distanciamento frequente, tamanha densidade e qualidade dos escritos. Há capítulos inteiros destinados a discussões filosóficas entre os dois mentores do protagonista – um humanista, representando o pensamento progressista da época, e um ex-jesuíta, encarnando o espírito nostálgico pela Idade Média.

Mas isso é empolgante, ao menos. Outros dois ou três capítulos são das divagações de Hans Castorp, nosso herói, “filho enfermiço da vida”, que se habitua sem se habituar a um tempo e lugar que não passam. A monotonia e monocromia dos cenários alpinos, frios, cheios de neve, são registrados com maestria – às vezes, maestria demais.

Por que é tão bom? Pois ensina coisas a qualquer um que leia. O contrário é impossível, à exceção de olhos impacientes que abandonem a obra antes do tempo. Sim: A Montanha Mágica requer tempo... E antes de vivência, digestão, que de relógio.

Trata-se de romance de formação, gênero caro à Alemanha (em quantas mais coisas os alemães são proficientes?). Acompanha-se Hans Castorp de bebê à vida adulta. O cenário: sanatório luxuoso para tuberculosos nos Alpes. Contexto histórico: logo antes da Primeira Guerra eclodir. Fala de vida e morte, música e engenharia, amor e sofrimento, política e piedade. Eternidade e vida estão aqui.

Leitura obrigatória para quem gosta de romances.

site: https://www.instagram.com/escritosdeicaro/
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andressa308 09/01/2023

incrível
obra prima!
será que também desta festa mundial da morte, e também da perniciosa febre que inflama o céu da noite chuvosa, ainda surgirá o amor?
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Anezio 19/11/2022

Não pode morrer antes de ler esse livro
Livro que explora questões filosóficas e existenciais profundas, lidando sobretudo com questões de vida e morte.

Lamentavelmente não dá pra avaliar com 6 estrelas.
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Italo 23/10/2022

“O interesse pela doença e pela morte é apenas outra expressão do interesse pela vida”
O tempo é o tema central deste livro, e é curiosíssimo como ele é distorcido durante a leitura: embora eu tenha tomado bem uns dez dias para lê-lo, não percebi o tempo passar e, quase como num instante, ele se acabou. Thomas Mann começa a escrever A montanha mágica em 1912, mas só a termina em 1924, e o enredo encerra a época e a cultura europeia pré-1a guerra sob um olhar que parte do pós-guerra: no sanatório de elite onde Hans Castorp está, acompanhamos através de contrações e dilatações do tempo as contradições europeias, as prostrações do corpo, o ingênuo senso progressista, o início da intensificação do antissemitismo, a consolidação do capitalismo moderno e, claro, a morte. Há três momentos muito marcantes neste livro, a meu ver, e penso neles frequentemente. A tradução de Herbert Caro está excelente, aliás!
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Dika 21/10/2022

Mágica onde?
Hans Castorp é um personagem que não me encantou, não se sobressai, apático; não há com ele ação, emoção, só uma pitada de romance que nunca acontece?
Livro demasiadamente prolixo, filosófico, descritivo até cansar. Haja TEMPO e paciência para lê-lo.
Demorei muito para terminar. No posfácio há recomendação para que se leia duas vezes o livro, mas prefiro outro tipo de romance, meu TEMPO é precioso demais.

Gostei de saber que sua mãe era brasileira.
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Noemia 01/10/2022

Hans Castorp, o enfermiço e cândido filho da vida.
Com intenção inicial de visitar um primo, o jovem Hans Castorp sobe a montanha do sanatório Berghof para tuberculosos e, após ter sua saúde afetada, se entrega à uma vida horizontal até se desconectar completamente da planície. Assim se inicia a história de A Montanha Mágica.

Nesse lugar elevado, ele conhece personagens inesquecíveis: os rivais Settembrini e Naphta, que representam os intelectuais de lados opostos que dão a vida por suas ideias, em relação aos quais Castorp passa de aluno passivo à interlocutor ativo e questionador; o hedonista Peeperkorn, homem de envergadura que não tem muito a dizer, mas que tanto ensina com suas pequenas futilidades e sua paixão em aproveitar a vida; os olhos quirguizes de Clawdia Chauchat, que despertam em Castorp um amor ardente e ingênuo, bonito porque sincero; e convive longo tempo (seja lá o que isso signifique) com seu primo Joachim Ziemssem, homem profundamente ligado ao dever de luta na planície.

A vida que para Castorp estava encaminhada como engenheiro naval é então substituída pelo dia a dia do sanatório. Neste tempo, que se apresenta de forma totalmente distinta, se estendendo e encurtando segundo suas leis incompreensíveis, ele evolui de um jovem inexperiente, medíocre, ingênuo e de mente simplista a alguém com opiniões próprias, relativamente maduro, curioso pelos mistérios da vida e da morte, do universo, do corpo e do espírito. Longe do mundo "real", conhece os lados sublime e vil do ser humano e se entrega a si mesmo, aos mais profundos sentimentos e reflexões e ao prazer da arte.

Até o  mundo lá de baixo lembrar a ele e a todos nós que, por mais que questionemos o relógio e tentemos escapar ao tempo, ambos seguem existindo fora de nós.

PS: este livro é um mundo e esta resenha é apenas uma versão encurtada e sem spoilers da que fiz quando acabei a leitura.
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Raul.Gustavo 30/09/2022

A metafísica da Caverna de Platão transformada em romance!
É uma obra extensa e com uma linguagem difícil, até diria poética. Se prepare para encarar uma subida a um estado elevado do espírito, onde existe o certo e o errado, o conflito, a morte, o amor, a tragédia, o desejo, as coisas novas e as velhas: a metafísica, ou as coisas que não mudam, densas e compiladas em personagens memoráveis e inesquecíveis.

Thomas Mann infelizmente passou por duras coisas na vida, tendo passado por duas guerras mundiais, com duas irmãs se suicidando, uma briga ferrenha com o irmão, que também era escritor. Fugiu dos nazistas e escreveu diversas obras consagradas das quais esta é o meu primeiro contato.

A tuberculose hoje é uma doença que possui tratamento e cura, mas na época existia muita obscuridade e desconhecimento. Sua esposa precisou ficar internada em um sanatório como o fictício dessa história, de onde o autor obteve sua inspiração.

Os personagens aqui são recheados de tanta realidade que são quase palpáveis, mas não são de maneira nenhuma facilmente compreendidos.

A montanha nos mostra que existe um lugar para onde não sabemos que precisamos ir, e do qual não sabemos nem que precisamos retornar. Que lugar é esse? Você precisa descobrir lendo, pois a subida faz parte da descoberta. Quanto tempo ficar lá? É uma questão que a mágica do lugar te permite controlar.

Com certeza quero revisitar essa obra outra vez, mas quero fazer isso com mais bagagem literária.
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