Bartleby, o escriturário

Bartleby, o escriturário Herman Melville




Resenhas - Bartleby, o escriturário


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Ingrid 29/11/2022

Resenha - Bartleby, o escriturário
“Bartleby, o escriturário” é um conto do escritor americano Herman Melville, autor do famoso “Moby Dick”. Esse conto pode ser encontrado com alguns outros nomes aqui no Brasil, “Bartleby, o escrivão” e “Bartleby, o escrevente”, então pode escolher a edição que desejar para conhecer essa história. Eu li na edição da Rocco, que está no kindle unlimited.

O conto é curto, não chega às 96 páginas do livro, então em mais ou menos uma hora é possível terminar a leitura. Ademais, a escrita do autor é fluida, não existem muitas dificuldades, e enquanto lê você fica com vontade de saber o que vai acontecer. É uma leitura que prende.

A história é narrada por um advogado que tem um escritório na Wall Street, e que tem três funcionários, Turkey, um senhor que trabalha de forma excelente pela manhã, mas o frustra pela tarde; Nippers, um ótimo funcionário pela tarde, mas que tem manhãs problemáticas; e Ginger Nut, um garotinho muito diligente, que trabalha no escritório por conta de seu pai.

Então, certo dia o advogado precisa contratar um novo escriturário, e se depara com Bartleby, que se mostra excelente em seu trabalho. As cópias feitas por Bartleby tem ótima qualidade, e ele trabalha sem atrapalhar, sempre em seu espaço e trabalhando dia e noite.

A partir daí a história nos mostra um Bartleby que só trabalha, e tem isso tão automático em si, que não consegue fazer nada além do escopo de escriturário. Sua frase “Prefiro não fazer” vai frustrando cada vez mais seu chefe, o advogado.

É angustiante ver o que se passa com o advogado, tentando descobrir o que fazer com Bartleby, que com o tempo perde totalmente a vontade de trabalhar e, principalmente, de viver. Ele se robotiza em um ponto que é como se fosse um fantasma, sua humanidade se perde.

Enfim, é um conto rápido que nos faz refletir, e vale a leitura para quem quer começar a ler Herman Melville.

site: https://www.instagram.com/ingridbeatrizbs/
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Joao366 10/12/2021

"Ah, Bartleby! Ah, Humanidade!"
Se acaso alguém perguntasse a Bartleby: "Gostaria de fazer a resenha deste livro, Bartleby?" Certamente ele responderia como sempre responde qualquer questão: "prefiro não fazer".
Mas como não sou Bartleby, não posso deixar de falar, ainda que brevemente, dessa novela.
Todos os personagens possuem uma excentricidade genuína, mas o escrivão supera qualquer tipo de excentricidade já existente ou descrita.
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bardo 21/03/2023

Talvez o maior mérito desse pequeno conto seja a capacidade do autor em construir uma situação e lançar o leitor num sentimento ambíguo com tão poucos elementos. A despeito dessa edição ter pouco mais de 100 folhas (trata-se de uma edição bilíngue) o conto em si é bastante curto e extremamente eficiente em seu objetivo de incomodar o leitor.
É difícil não se indispor inicialmente com o narrador, suas descrições de seus subalternos e mesmo suas revoltas por mais razoáveis que sejam o colocam num lugar de uma afetação irritante. Inicialmente a figura de Bartleby nos parece até simpática, como inclusive é a impressão do narrador.
Aos poucos porém a ambiguidade vai tomando conta e é difícil não dar razão ao desconforto do narrador e ao mesmo tempo se exasperar com sua submissão às ações incompreensíveis de Bartleby. Esse aliás talvez seja o grande trunfo do conto, como só temos a versão do narrador e seu antagonista “prefere não dizer” nada sobre si não temos como precisar suas motivações.
Inclusive a pena do narrador para com ele nos soa despropositada, gradualmente o personagem de Bartleby nos parece estranho, inconveniente, amorfo e a passividade do narrador e seu motivos simplesmente sem sentido. O final dramático e até certo ponto inesperado nos lança de vez no terreno do imponderável e nos faz questionar afinal o que presenciamos.
Talvez frustre alguns leitores a indeterminação do conto, inicialmente fica um sentimento de o que isto quis dizer? Seria uma metáfora de uma apática rebelião contra o Sistema? Uma gradual recusa formal de participar do convívio humano? São perguntas que provavelmente o leitor vai se fazer ao terminar essa curiosa e quase atemporal narrativa.
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Lucaslucasrocha 19/03/2021

Quer deixar uma resenha?
Acho melhor não! ?
História ótima para ler em uma sentada. Divertida e ajuda aqueles que não sabem falar não para nada o quanto pode ser libertador seguir suas vontades.... Oooou perigoso
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Livia M. 31/07/2022

Acho melhor não!
Acho melhor não, mas paradoxalmente não sou exigente.
Acho melhor inertemente não mudar coisa alguma.
Ah, Bartleby! Ah, humanidade!
Acho melhor não deixar de ler.
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Daniel Batista | @somdodan 24/12/2015

Desconcertante. O tipo de livro que deixa um legado de questionamento suficiente para te pegar desprevenido numas andanças pelas ruas.
"Eu preferiria não fazer" ecoa com facilidade, e seu destino, impensável, rasga as nossas esperanças mundanas e desalenta, desesperadamente, tudo aquilo que propúnhamos de bom. Sei que "Moby Dick" teve muito mais impacto, mas nesta pequena novela, o que se vê tem, também, seu valor.
E ainda mais valor tem o que não se vê.
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Gu Henri 31/01/2018

A grande audácia de Bartleby é ser audacioso em rejeitar qualquer audacidade. Não fazer, não ser, não querer, não se importar; é isto que ele prefere. É aí que reside todo o questionamento da existência de Bartleby. Entre o "ser ou não ser" ele preferiu o "não ser". O não agir, talvez porque o agir fosse em vão, talvez fosse sem sentido, e o não agir traria a ele sentido à vida e à sua existência.

A melancolia da obra é angustiante, tentamos página após página encontrar essa motivação de Bartleby, porém neste nosso intento háverá apenas especulações, como em toda grande obra. Bartleby é o ponto culminante da indagação de um mundo que é regido pelo capitalismo e, que tem como Wall Street a Meca do capitalismo.

A grande questão que norteou o mundo moderno desde La Boétie; o obedecer.

Agir sem pensar, como mera engrenagem da máquina burocrática, talvez seja, o não existir.

Temos consciência da nossa existência quando sabemos que existimos no mundo. A consciência é determinante. O COGITO ERGO SUN de Déscartes na entrada da modernidade já confirmara isso. Se se pensa, logo temos consciência desse nosso existir no mundo. Ao adquirirmos esta consciência, também devemos lembrar da servidão (obediência) de que La Boétie se indaga.

Não basta existir e ter consciência disto, é também necessário agir com consciência. Ao executarmos ações impostas não somos nós mesmos, somos o desejo de outrem. Para Bartleby; ser consciente da existência é também ser consciente que se obedece. Saber que não se é livre, pois que obedece, e que a recusa de obedecer trará sérios problemas à existência.

Bartleby toma consciência do que significava sua vida. A mera aceitação de cumprir ordens, um organismo programado para agir segundo a vontade que não é sua. E assim o fez, até se cansar, por perceber através de sua consciência que, sua existência fora em vão, seu existir fora sem sentido. Esse obedecer o fez viver de um tal modo que anulou o sentido real de sua existência, anulou a sua vida, anulou sua liberdade para agir de acordo com a sua vontade e consciência, trouxe a ele uma vida sem significado, sem qualquer sentido naquilo que exercera anteriormente. Não bastou existir e pensar nesta existência, era preciso ir além, era preciso desobedecer para romper e dar sentido ao existir. No caso, quando se percebe como foi gasto a existência uma atitude extrema se cria. Podemos traçar um paralelo com Ivan Ilitch, que no leito de morte vira que sua vida fora uma farsa, uma vida vivida para meras convenções, e de acordo com elas se encenar o papel.

Quando se obedece sem se questionar acerca das coisas nós nos tornamos peças de uma máquina que nos aprisiona, somos movidos por outras peças, e estas outras peças são movidas por outras, até algumas, devido a exaustão, serem substituídas por outras e, ainda assim, continuar a máquina a trabalhar sem parar, o ciclo nunca é interferido. E a máquina e todas as peças trabalham, mas, já não se sabe mais para quem ou pra quê. Qual o sentido? Como romper com esse ciclo vicioso?

Somente se existe quando há sentido nesta existência. Só se existe quando as vontades e a ação provém da consciência. Ao perceber nossa existência, devemos dar plenitude para que haja um sentido, somente há o caminho da desobediência para se chegar ao existir, o outro caminho, o da servidão, nos leva apenas a sermos peças. Ao homem foi dada a faculdade da consciência, é pela razão que sabemos que existimos, e é pela razão que também damos conta que podemos desobedecer, pois, não há maior falta de consciência do que o agir sem significado.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 18/04/2018

A história que Melville nos conta é de um certo escriturário chamado Bartleby, que bate na porta do escritório de um advogado, para assumir uma vaga de emprego que estava sendo ofertada.

De início ele executava suas tarefas com rapidez, até que decide não mais fazer nada
"Prefiro não fazer"
"Prefiro não responder"
"Prefiro não ir"
Eram essas as frases que ele tinha na ponta da língua ao ser requisitado pelo patrão.

O texto é curtinho e rápido, mas pode nos suscitar grandes reflexões. O que teria levado o escriturário a agir daquela forma? Estaria ele louco ou revoltado agindo contra o sistema?

Bartleby nos faz pensar nos trabalhos pelos quais já tivemos que passar, alguns com uma rotina estressante e enfadonha, com ambiente insalubre, com pressão...

E qual o sentido? Pagar as contas e sobreviver? Não fosse trágico seria bem cômico.
Marcos 20/04/2018minha estante
Maravilha de resenha, parabéns!


Aline Teodosio @leituras.da.aline 20/04/2018minha estante
Obrigada! =)




naotemlogin 07/06/2024

O que dizer sobre Bartleby, o escrivão? Eu poderia começar dizendo que é um texto sobre a inércia causada pela depressão ou uma passiva obstinação do um homem que decide se voltar contra as estruturas capitalistas que regem o mundo. Igualmente, eu poderia escrever uma longa e exaustiva resenha sobre a genialidade de Herman Melville como escritor e a sua habilidade em criar personagens obsessivos seja na inércia ou, do mesmo modo e com a mesma força, na ação. Mas, seguirei o exemplo de Bartleby? ?Prefiro não?.
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Luiz.Goulart 15/09/2021

“Eu preferia não fazê-lo.” Bartleby
O segundo livro que li de Herman Melville após vencer o calhamaço que foi Moby Dick. Trata-se de um quase conto e é mais leve e acessível, com humor, inclusive. A história de um advogado do século XIX que contrata um novo copista. E entra Bartleby em cena. O personagem é tão marcante que fascina até hoje leitores e críticos e filósofos contemporâneos como Gilles Deleuze e Jacques Derrida escreveram textos sobre ele.
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BanjoCore 16/09/2020

Ahhhhhhhh
Que ódio, pqp!!! Hahahahahaha

Sou um leitor/ouvinte medíocre, sim eu sei!

A história te prende, intriga, instiga, vc se apega, fica com raiva, pensativo, e no final...
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Marcelo217 31/10/2020

Incômodo
Pelo fato de ficar tão incomodado com o personagem e a história, fiz a leitura rápida até o final, sem rodeios.
Por ser um desses "aclamados", não sei se entendi como se deveria, mas acredito que Bartleby representa uma forma de resistência à sociedade da época. Requer muita coragem ir contra a corrente, talvez se existissem mais atitudes como essa das pessoas em preferir não fazer algo, o ser humano chegaria a plenitude, mas, observando a sociedade, o "preferir não fazer" é um luxo que infelizmente o mundo não dispõe àqueles que tem a coragem de ir contra a sistemática em geral.
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