Ana 26/01/2017
Camille Preaker é uma repórter policial no Chicago Daily Post e é convocada pelo seu chefe a cobrir o que parecem ser assassinatos em série acontecendo em sua cidade natal: Wind Gap. Uma menina foi assassinada há alguns meses e agora outra está desaparecida. E, poucos dias após chegar na cidade, Camille é uma das primeiras pessoas a encontrar o corpo da segunda menina.
Inicia-se aí o envolvimento de Camille na investigação do caso. Richard Willis, um detetive de Kansas City é emprestado para a cidade, já que o corpo policial de Wind Gap não tem experiência com crimes mais graves.
Richard conta com a ajuda de Camille para conhecer melhor os habitante da cidade e seu histórico, mas a investigação anda a passos lentos, sem ter muitas pistas nas quais se apoiar.
Enquanto isso, acompanhamos o conflito de Camille: ela tem problemas com sua mãe e seu padrasto, e sua meia-irmã mais nova é a típica duas caras: a menina exemplar da mamãe enquanto está em casa e a personificação da menina popular e malvada quando está andando pela cidade com suas amigas.
Além dos problemas familiares, Camille também trava uma batalha consigo mesma. Seu corpo é coberto de cicatrizes que formam palavras diversas, compulsão que começou mais de uma década antes e motivo de sua internação em uma clínica psiquátrica.
"Eu me corto, sabe? E pico, e fatio, e gravo e furo. Sou um caso muito especial. Eu tenho determinação. Minha pele grita, vê? Está coberta de palavras — cozinha, cupcake, gato, cachos —, como se um garotinho com uma faca tivesse aprendido a escrever em minha pele."
Assim como em "Garota Exemplar", a autora apresenta a história aos poucos, o que faz com que você, a cada capítulo, se convença que uma nova teoria é a correta para solucionar o mistério para, ao final, surpreender completamente o leitor com uma hipótese há muito abandonada.
Gillian Flynn escreve de forma visceral, descreve detalhes sangrentos, cria personagens fortes e complexos e trabalha muito bem as relações entre eles. Alguns podem ficar agoniados com detalhes tão explícitos, mas eu gosto bastante desse estilo de escrita que não tem medo de derconcertar o leitor quando lhe convém.
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