Cida Zientarski 25/03/2022
Às vezes, os crimes mais devastadores são aqueles que acontecem mais perto de nós
Este livro é o quarto volume da série policial D.D. Warren de Lisa Gardner, na qual, em cada livro, é narrado um diferente caso investigado pela sargento que dá nome à coleção. Dessa maneira, os livros podem ser lidos de maneira independente, ainda que haja uma evolução na história pessoal da protagonista.
Em termos gerais, o livro é bem desenvolvido, amarrando as pistas deixadas ao longo do enredo e conseguindo manter o suspense até o fim. Há reviravoltas que tornam a leitura ainda mais ágil ao final e a conclusão é bastante satisfatória, oferecendo, também, uma merecida finalização às protagonistas. Comecei a leitura sedenta por um bom suspense policial e Viva Para Contar atendeu com louvor minhas expectativas.
Contudo, o que mais me fez gostar da obra de Lisa Gardner foi sua forte carga de humanidade. Mais do que a história de crimes, esse é um livro a respeito de transtornos mentais infantis, abordando todas as dificuldades envolvidas nesses casos — para as crianças e para os pais —, além de outras possibilidades de tratamentos. Há cenas viscerais, que pedem ao leitor que respire fundo para prosseguir, e a autora foi muito feliz pela maneira sensível com que construiu as passagens, personagens e situações. Certamente, finalizei a leitura com uma visão diferente da que eu tinha antes de iniciá-la.
Sem dúvida alguma, Viva Para Contar foi meu livro favorito de Lisa Gardner, seja pela leitura voraz que me proporcionou, seja pelas temáticas abordadas. Um livro que recomendo aos fãs do gênero e aos que desejam conhecê-lo, mas com o lembrete de que há cenas um tanto quanto pesadas — e não só também me refiro às cenas dos crimes, algo esperado em suspenses policiais — e com potenciais gatilhos para situações de violência e abuso físicos.