Danika
14/06/2012Quando a personagem principal de um livro tem o seu nome, o que você espera que aconteça? Eu achei que queria me identificar com a personagem. Saber se personalidade dela combinaria com a minha. Mas Danielle Burton teve uma vida muito frustrante. Sua infância foi marcada pela morte de toda sua família pelo seu próprio pai. E depois, ele se suicidou na sua frente. Ela foi a única que ele não matou. A única sobrevivente. E ela vive com a dúvida do porque ele fez isso. E há 25 anos que ela não vive em paz.
Danielle trabalha em um centro que cuida de crianças psicóticas. Ela se sente bem as ajudando. Tentando fazer a vida delas mais fácil. Lá é seu refúgio. O único lugar onde ela gosta de estar. Por que talvez ajudando essas crianças a encontrarem a paz, ela encontre a paz em si mesma.
[...] Eu tinha que ver aquilo. Tinha que registrar tudo. Tinha que me lembrar. É o dever da única sobrevivente.
[...] – É o sentimento de culpa de todo o sobrevivente – disse-me o Dr. Frank, gentilmente. – Você não tem culpa de nada do que aconteceu.
Essa é a história da minha vida.
Evan é um garoto especial. Para os seus oito anos de idade, é um garoto muito esperto e quando está de bom humor, a vida é fácil. Mas sua mãe, Victoria, sabe que depois do bom humor, vem algo ruim. E uma criança psicopata me assustou mais do que um filme de terror. Os detalhes que a autora não deixou de lado só serviram para reforçar como é importante que essas crianças sejam devidamente tratadas. Só que sua mãe sempre imaginou que daria conta. Que cuidar de seu filho era papel dela. Mesmo com sua família sendo destruída por isso. Mas não há mais como voltar atrás.
Há partes de uma pessoa, tantas partes, que, quando alguém abre mão delas, nunca consegue recuperá-las.
D.D. Warnes é uma investigadora muito reconhecida no seu trabalho. Uma mulher forte e corajosa que coloca muitos idiotas para correr. Ela pega um caso de uma família que foi assassinada pelo pai, ao que tudo indica, e uma investigação logo tem início. Dois dias depois, outra família é assassinada, e, pela cena do crime, o pai também é o culpado. Logo os investigadores tentam ligar os dois assassinatos, o que os leva a um centro de ajuda às crianças com problemas psicóticos.
E aí todos os casos se cruzam.
Uma investigação muito bem arquitetada como esta nos envolve de uma maneira incrível. A investigadora D.D. é ótima! Adorei o sarcasmo e o ceticismo dela. Ela é realmente incrível. A estória foi muito bem elaborada e os detalhes foram muito bem empregados. Só as partes que falavam de cosmos e mundos paralelos e de almas atraídas por energias que não me prendeu.
[...] A humanidade me encontra pela internet. AndrewLightfoot.com. Talvez você queira se inscrever para as sessões de meditação online. Eu faço com que milhares de consciências se unam pela internet e canalizo as energias em direção a um objetivo comum. Coisa muito, muito poderosa.
O tema de crianças psicóticas é raramente abordado e Lisa Gardner consegui explorá-lo de uma maneira incrível. Toda a estória se passa em cinco dias. São 476 páginas de uma investigação tensa e cheia de mistérios que leva o leitor a começar a selecionar os suspeitos e ir fazendo a análise junto à detetive D.D.. Um enredo surpreendente!
Se eu recomendo? MUITO! =)