@abismodecores 05/01/2012
Avisos: Este livro faz referência a sexo e drogas, além de possuir linguagem de baixo calão.
Um relato cínico da juventude parisiense.
Hell, a personagem principal, é um misto de hedonismo e total consciência de seus erros e acertos. Hell é uma francesa, uma putinha, daquelas mais insuportáveis, da pior espécie. Sim, ela assim se auto-define. Sem pudor; com palavras de baixo calão para alcunhá-la da forma mais apropriada, ela é uma vadia... Para ela, é melhor é ter um punhado de pó do que felicidade. É melhor ter sexo do que amor. Essencialmente consumista, sua revolta existe, mas sua revolta interna nada importa. Afinal, Hell prefere ter o sapato da moda à mudança de seus hábitos…
Vários personagens secundários e vazios surgem. E é impossível criar uma complexidade para eles, porque, para ela, eles pouco importam. E, com ela, pouco se importam.
É quando surge Andrea – alguém tão sujo quanto ela.
Não há começo ou fim definidos, não há linearidade… Há apenas uma a história desgraçada pelo sistema e pelo consumo quando o querer e o não querer convergem para um único ponto, quando surge amor no sexo… O que pode acontecer quando alguém toca no coração de nossa fútil e dissimulada Hell? O que acontece?
Lolita Pille, através da crítica, conseguiu retratar a depressão da personagem em relação ao mundo e a situação em que se encontra… Uma narrativa que mistura romance e relato confessional, “Hell é o delírio de que o consumo representa a evolução da existência.”
(postado originalmente no http://www.eucoracaolivros.com/2011/03/hell-paris-75016.html)