O nome da rosa

O nome da rosa Umberto Eco




Resenhas - O Nome da Rosa


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Wagner47 04/12/2022

Unicórnios, leões, autores árabes e mouros em geral
Frei Guilherme é convocado para investigar um crime que parecia envolver algo simples, mas junto de Adso (seu Watson noviço adolescente) perceberá que há uma trama muito maior por trás disso.

Serei direto ao ponto quanto à investigação: simples, mas em sua grande parte bem executável. Meus poréns sobre ela se dão ao fato de afirmações tratadas como verdades quando convém (Miss Marple me ensinou a nunca acreditar que alguém está dizendo a verdade) e coisas na cara de Guilherme que chegava a conclusões bem enfadonhas só para aumentar a história.

Agora um sério problema do livro: contexto histórico. Há MUITA história católica e religiosa contada por Adso, o narrador do livro que simplesmente é iniciada sem mais nem menos para no fim servir mais de conhecimento ao leitor do que para preencher a obra. Ressalto que a pesquisa realizada por Eco é simplesmente completa e detalhada e ouso dizer que é invejável. Mas quando a gente tem um crime movendo a história principal, me pergunto: por quê? Victor Hugo faz muito disso em Os Miseráveis, mas faz muito sentido no final e como toda aquela aula de história é trazida para o clímax. Mas aqui não senti isso, além do fato de serem intermináveis.

E falando em detalhes e intermináveis, chego em outro problema: Adso e seus devaneios, os quais geralmente também não chegam lugar algum. Isso sem contar que ele faz questão de descrever TUDO o que seu olho vê, desde imagens de criaturas que não conhece ou todos os objetos em cima de uma mesa (alguns deles que também não conhece, olhe só).

Ainda sobre o Adso: ele simplesmente entrega o assassino bem no início, quando tudo ainda estava no ar. A história é contada no passado, com Adso agora velho escrevendo sobre sua aventura, portanto era de se esperar que citaria alguma coisa ou outra que estaria por vir. E eis que em meia linha diz algo a se esperar que não deveria ser dito. Fez eu esperar por algo e quanto mais eu lia e esse algo não acontecia, mais fui tendo a certeza de quem era o responsável.

Portanto já "sabendo" quem era o criminoso, parti de uma linha de investigação bem restrita e, devo confessar, o autor faz uns malabarimos inteligentes, mas por vezes enganosos.

Há uma história paralela onde a história de heresias casam muito bem. A resolução do caso também se faz de coincidências, mas incrivelmente cabíveis no momento e não passam a sensação de forçadas.

O final é bem frenético, porém chega num ponto que soa repetitivo. É daquela forma de "retrospectiva", mas são casos bem marcantes que não vi necessidade disso (ou aos menos fosse menos descritivo no meio do livro para complementar com o final).

Não foi uma leitura fácil e, de gosto estritamente pessoal, não foi agradável. O mistério é instigante e convincente, mas é tanto desvio de rota que me fez perder o interesse.
Traz uma ótima discussão a respeito do que é obra do homem e do que é do maligno (e Eco poderia se prender mais nisso).
Maisa @porqueleio 09/08/2023minha estante
Estou no início, mas fico em paz com minhas sensações em relação à história depois de ler sua resenha. E depois dizem que Tolkien que era descritivo demais. Além disso, sempre há uma passagem para tratar da perversidade feminina... aff


Wagner47 09/08/2023minha estante
Eu senti que só aconteceu algo de fato mesmo após 150 páginas. E quando parece que vai, na realidade volta um monte de contexto histórico.

Me senti um estranho com o pessoal colocando esse livro num pedestal. Conceitualmente é bem bom, mas ao meu ver foi muito desnecessário em diversos pontos.


Wagner47 09/08/2023minha estante
E Tolkien descreve tudo ao redor (de uma forma incrivelmente imersiva), já Eco descreve o que os olhos vêem (o que nem sempre é importante)




Joao 01/12/2022

Sem palavras
Quando assisti o filme, lá na época da escola, apesar de ter assistido por inteiro e gostado muito, não tive muita vontade de ler o livro, mesmo porque não tinha o costume da leitura. Esse ano, graças a incentivos, adquiri o exemplar. Durante dois meses permaneceu na minha estante, mas mês passado resolvi tirá-lo de lá.

Sério, sem palavras para definir O Nome da Rosa, que história boa, que debates maravilhosos, que ensinamentos belíssimos. Uma pena não ter lido antes, quando mais novo, mas talvez não teria aproveitado tanto quanto agora. Veio no momento certo.

Umberto Eco consegue lhe fazer viajar pela abadia, imaginando-a bem na tua frente. Por vezes, através dos detalhes fornecidos pelo narrador, peguei-me totalmente imerso no século XIV.

Obrigado, Professor! Uma pena que se foi desta vida, mas, felizmente, para sempre será lembrado. Eterno!

Àqueles que amam livros, principalmente os clássicos, O Nome da Rosa não pode faltar na estante, é uma obra prima.
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adjalina.menezes 30/11/2022

Uma verdadeira obra de arte
Um romance policial com todos elementos que um grande livro exige: história, cultura, filosofia, um pouco de romance, momentos cômicos, enfim vale muito a pena enfrentar esse calhamaço.
O único "ponto negativo" pode ser o uso de expressões em latim, apesar de eu ter alguma familiaridade com termos em latim isso travou a leitura porque eu ia pesquisar no google, seria bom investir numa edição que já tenha as expressões traduzidas. A minha edição infelizmente é de bolso, e no final fiquei com páginas soltas nas mãos.
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Amal0 25/11/2022

592 páginas difíceis
Esse livro não foi nada fácil, não sou católica e as descrições detalhadas das atividades católicas me incomodaram e claro, pouca investigação do crime.
Muitas frases em latim e francês sem tradução.
Enfim, recomendo o filme.
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Bruna.Tofoli 16/11/2022

Comecei a ler por recomendação de um professor da faculdade. O Nome da Rosa é um livro espetacular. A história tem base, segue um curso maravilhoso de ler e descobrir o grande mistério por trás de tudo.

Entretanto ainda levei 3 meses para ler o livro completo. Não sei se foi a versão que comprei ou se realmente não há adaptação mas a linguagem é bem arcaica, o que dificultou minha leitura (devido aos meus horários disponíveis para ler). Apesar disso me encontrei muito envolvida com Adso e Guilherme, desvendando os mistérios e crimes que cercavam a Abadia.

Fico muito feliz de dizer que acertei quem era o envolvido, apenas errei completamente em como a pessoa se envolveu.

Não é um livro que eu gostaria de pegar para reler um dia, mas conhecimento nunca é pouco e esse livro, assim como muitos outros, me agregou muito, tanto em meu vocabulário quanto em quesitos de entretenimento
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Paulo 28/10/2022

O Desabrochar da Rosa
Não adianta eu vir aqui e começar a rasgar elogios, quando todos nós sabemos que obra prima é essa! Estrear no mundo literário com esse livro, só mostra o quanto Umberto Eco era genial, preparado e preocupado em ser minucioso, permitindo que com toda a ambientação criada, quase beirasse ao real.
Acima de tudo, algo me chamou a atenção, que é o quanto eu sofri junto com o narrador. Adso no furor da mocidade, tentando lidar com todo o tipo de questionamento e o quanto toda essa experiência o definiu para o futuro, me fez lembrar de meus próprios pensamentos de alguns anos atrás. Gosto muito de livros que fazem essa ponte entre o narrador jovem e o atual, na sua velhice.
Sem falar do "tributo" que o escritor fez a Emily Brontë e o Morro dos Ventos Uivantes (meu livro preferido!). No trecho "Porque a verdade é que eu 'via' a moça, eu a via nos ramos da árvore desfolhada que palpitavam ligeiramente quando um pássaro transido de frio voava até lá à procura de abrigo; eu a via nos olhos das novilhas que saíam do curral e a ouvia nos balidos dos cordeiros que cruzavam meu caminho. Era como se toda a criação me falasse dela, e eu desejava, sim, muito, revê-la..." é como se o próprio Heathcliff estivesse narrando aqui. Ao meu ver, esse é o verdadeiro amor.
Do livro todo, a descoberta do amor (até mesmo o carnal) foi a parte mais bonita e descritiva possível. É como se o escritor tivesse dedicado um carinho á parte para isso.
"- O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem coisa alguma, que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra a alma mais que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe e amarre tanto o coração como o amor. Por isso, senão tiver armas que a governem, a alma precipita-se em imensa ruína por causa do amor.".
Admito que gosto mais do final do filme, onde Adso fica balanceado com o seu destino e por um segundo pensa em abandonar tudo para fugir com a moça. Mas o do livro é bom também e um completa o outro.
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Leo Leu 27/10/2022

Definitivamente um dos melhores livros que já li.

Acompanhar essa investigação (sem saber informações) foi um dos melhores momentos que tive com a literatura. O autor constrói com uma ótima narrativa uma história de suspense, mistério é grande investigação, que te prende, te ensina e te diverte até o fim. Vale a pena ler e reler.
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@joabcliteral 11/10/2022

O Nome da Rosa de Umberto Eco
Terminei de ler há pouco o livro O Nome da Rosa de Umberto Eco.

Umberto Eco foi um escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional. Foi titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha. Nascido na década de 1930, faleceu em 2016 deixando um vasto legado para a literatura.

O Nome da Rosa se passa num mosteiro nas escarpas dos Montes Apeninos na Itália medieval, onde uma série de assassinatos desafiam o extraordinário talento de dedução do sábio franciscano inglês Guilherme de Baskerville.
A história é retratada por seu fiel companheiro Adso que acompanha seu mestre de perto nessa investigação cheia de tensões e complexidades que tornam tudo mais obscuro do que poderia se esperar.
Com uma leitura densa é uma crônica da vida religiosa do século XIV, um grande retrato dos obscuros anos da terrível Santa Inquisição envolve o leitor com todo o caráter enigmático dos acontecimentos envolvendo os personagens.

Recomendo a todos que gostam de tramas profundas e de caráter histórico. É um prato cheio para os amantes de enigmas.
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voandocomlivros 27/09/2022

🌹 "Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa."


"A abadia do crime" era o título que Umberto Eco tinha dado ao romance quando ainda estava escrevendo. E apesar da história homenagear Sherlock Holmes, o autor resolveu trocar o título para "O nome da rosa", pois o livro é muito mais do que apenas uma trama policial.


🌹 "Os livros não foram feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz, mas o que quer dizer."


Falar que essa obra é um crônica fascinante sobre a Idade Média, ainda é pouco. "O Nome da Rosa" é um daqueles raros livros perfeitos que atravessam muitos gêneros e podem ser universalmente aclamado. Fazia tempo que eu não sentia tamanha completude durante uma leitura. Já existem milhares de maravilhosas críticas sobre ele, mas eu fiquei tão extasiada durante e depois da leitura, que precisei tirar um tempinho para escrever algumas palavras sobre esse magnífico "O Nome da Rosa".


🌹 "Três coisas concorrem para criar a beleza: primeiro, a integridade ou perfeição, e por isso achamos feias as coisas incompletas; depois, a devida proporção ou a consonância; e por fim a claridade e a luz, e de fato dizemos que são belas as coisas de cor nítida. E, uma vez que a visão do belo comporta paz e, para o nosso apetite, é a mesma coisa acalmar-se na paz, no bem e no belo, senti-me invadido por grande consolo e imaginei como devia ser agradável trabalhar naquele lugar."


Eu fui lendo bem aos pouquinhos, saboreando as páginas sempre que batia vontade, até que chegou um momento que não deu mais para largar até terminar. Eco cria um romance que poderia ser rotulado como ficção histórica, mistério, suspense, teologia e filosofia. Oh God! Até amor e sexo tem nessa história que se passa em uma abadia por volta 1300. Basicamente, Eco pegou Sherlock Holmes e Watson e os reformulou como monges. E eles ficaram sensacionais haha... Aquele humor britânico do Holmes e a inocência genuína do Watson que os fãs de Sir Conan Doyle tanto amam estão impressos nos papéis de frei Guilherme de Baskerville e de Adso de Melk.


🌹 "A linguagem dos gestos e do rosto é mais universal que a das palavras."


Assassinatos e debates filosóficos e teológicos se entrelaçam no decorrer da narrativa, cada um se alimentando do outro à medida que as tensões aumentam e a trama se complica.


🌹 "Entre desejar o bem e desejar o mal, o passo é curto, porque se trata sempre de dirigir a vontade. Isso é verdade. Mas a diferença está no objeto, e o objeto é reconhecível claramente."




O que mais me fascinou foi a habilidade com que o autor trabalhou os argumentos teológicos entre os ocupantes da abadia. Através dessas personagens, muitas dos quais eram pessoas reais, ele apresenta discussões multifacetadas, críveis e muitas vezes ardentes sobre uma variedade de tópicos, tais como: hereges, votos de pobreza, castidade e interpretações do evangelho.


🌹 "O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem coisa alguma que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra a alma mais que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe e amarre tanto o coração como o amor. Por isso, se não tiver armas que a governem, a alma precipita-se em imensa ruína por causa do amor."


Outro ponto que me fascinou totalmente é o fato de todo o romance girar em torno de outros livros e textos. O bibliotecário cego chamado Jorge de Burgos faz alusões ao verdadeiro autor Jorge Luis Borges. Suas obras foram grande inspirações para esse romance. Eu só lamento não ter lido Borges ainda, mas a hora vai chegar.


🌹 "O livro é criatura frágil, sofre o desgaste do tempo, teme os roedores, as intempéries, as mãos inábeis. Se por séculos e séculos todos tivessem podido tocar livremente os nossos códices, a maior parte deles já não existiria. O bibliotecário, portanto, defende-os não só dos homens, mas também da natureza, e dedica a vida a essa guerra contra as forças do esquecimento, inimigo da verdade."



Você realmente precisa ler este livro. Poucas pessoas não encontrariam algo de interessante em suas páginas. "O Nome da Rosa" é profundo, denso e cheio de camadas que com um pouco de esforço vai lhe entregar grande prazer, diversão e reflexão.



🌹 "O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos que, por sua vez, falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, portanto é mudo."


🌹 "Nunca como nestes últimos anos os pregadores ofereceram ao povo palavras tão ameaçadoras, perturbadoras e macabras, para estimular nele a piedade e o terror (e o fervor, e o respeito à lei humana e divina). Nunca como em nossos dias, em meio a procissões de flagelantes, se ouviram tantas loas sagradas inspiradas nas dores de Cristo e da Virgem, nunca como hoje se insistiu tanto em estimular a fé dos simples através da evocação dos tormentos infernais."


🌹 "Acho que o riso é bom remédio, como os banhos, para curar os humores e outras afecções do corpo, em especial a melancolia."


🌹 "O sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se teve, mais se gostaria de ter, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo."


🌹 "O saber não é como a moeda, que permanece fisicamente íntegra mesmo através das mais infames barganhas: ele é como uma linda roupa, que se consome através do uso e da ostentação. Acaso não assim o próprio livro que, se tocados por muitas mãos, terão suas páginas esfareladas, suas tintas e seu ouro opacificados?"


🌹 "Agora sei que a causa do amor é o bem, e aquilo que é bem se define por conhecimento, e só se pode amar aquilo que se aprendeu como bem."


🌹 "Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si.

site: https://www.voandocomlivros.com/post/o-nome-da-rosa-resenha
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voandocomlivros 27/09/2022

🌹 "Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa."


"A abadia do crime" era o título que Umberto Eco tinha dado ao romance quando ainda estava escrevendo. E apesar da história homenagear Sherlock Holmes, o autor resolveu trocar o título para "O nome da rosa", pois o livro é muito mais do que apenas uma trama policial.


🌹 "Os livros não foram feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz, mas o que quer dizer."


Falar que essa obra é um crônica fascinante sobre a Idade Média, ainda é pouco. "O Nome da Rosa" é um daqueles raros livros perfeitos que atravessam muitos gêneros e podem ser universalmente aclamado. Fazia tempo que eu não sentia tamanha completude durante uma leitura. Já existem milhares de maravilhosas críticas sobre ele, mas eu fiquei tão extasiada durante e depois da leitura, que precisei tirar um tempinho para escrever algumas palavras sobre esse magnífico "O Nome da Rosa".


🌹 "Três coisas concorrem para criar a beleza: primeiro, a integridade ou perfeição, e por isso achamos feias as coisas incompletas; depois, a devida proporção ou a consonância; e por fim a claridade e a luz, e de fato dizemos que são belas as coisas de cor nítida. E, uma vez que a visão do belo comporta paz e, para o nosso apetite, é a mesma coisa acalmar-se na paz, no bem e no belo, senti-me invadido por grande consolo e imaginei como devia ser agradável trabalhar naquele lugar."


Eu fui lendo bem aos pouquinhos, saboreando as páginas sempre que batia vontade, até que chegou um momento que não deu mais para largar até terminar. Eco cria um romance que poderia ser rotulado como ficção histórica, mistério, suspense, teologia e filosofia. Oh God! Até amor e sexo tem nessa história que se passa em uma abadia por volta 1300. Basicamente, Eco pegou Sherlock Holmes e Watson e os reformulou como monges. E eles ficaram sensacionais haha... Aquele humor britânico do Holmes e a inocência genuína do Watson que os fãs de Sir Conan Doyle tanto amam estão impressos nos papéis de frei Guilherme de Baskerville e de Adso de Melk.


🌹 "A linguagem dos gestos e do rosto é mais universal que a das palavras."


Assassinatos e debates filosóficos e teológicos se entrelaçam no decorrer da narrativa, cada um se alimentando do outro à medida que as tensões aumentam e a trama se complica.


🌹 "Entre desejar o bem e desejar o mal, o passo é curto, porque se trata sempre de dirigir a vontade. Isso é verdade. Mas a diferença está no objeto, e o objeto é reconhecível claramente."




O que mais me fascinou foi a habilidade com que o autor trabalhou os argumentos teológicos entre os ocupantes da abadia. Através dessas personagens, muitas dos quais eram pessoas reais, ele apresenta discussões multifacetadas, críveis e muitas vezes ardentes sobre uma variedade de tópicos, tais como: hereges, votos de pobreza, castidade e interpretações do evangelho.


🌹 "O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem coisa alguma que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra a alma mais que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe e amarre tanto o coração como o amor. Por isso, se não tiver armas que a governem, a alma precipita-se em imensa ruína por causa do amor."


Outro ponto que me fascinou totalmente é o fato de todo o romance girar em torno de outros livros e textos. O bibliotecário cego chamado Jorge de Burgos faz alusões ao verdadeiro autor Jorge Luis Borges. Suas obras foram grande inspirações para esse romance. Eu só lamento não ter lido Borges ainda, mas a hora vai chegar.


🌹 "O livro é criatura frágil, sofre o desgaste do tempo, teme os roedores, as intempéries, as mãos inábeis. Se por séculos e séculos todos tivessem podido tocar livremente os nossos códices, a maior parte deles já não existiria. O bibliotecário, portanto, defende-os não só dos homens, mas também da natureza, e dedica a vida a essa guerra contra as forças do esquecimento, inimigo da verdade."



Você realmente precisa ler este livro. Poucas pessoas não encontrariam algo de interessante em suas páginas. "O Nome da Rosa" é profundo, denso e cheio de camadas que com um pouco de esforço vai lhe entregar grande prazer, diversão e reflexão.



🌹 "O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos que, por sua vez, falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, portanto é mudo."


🌹 "Nunca como nestes últimos anos os pregadores ofereceram ao povo palavras tão ameaçadoras, perturbadoras e macabras, para estimular nele a piedade e o terror (e o fervor, e o respeito à lei humana e divina). Nunca como em nossos dias, em meio a procissões de flagelantes, se ouviram tantas loas sagradas inspiradas nas dores de Cristo e da Virgem, nunca como hoje se insistiu tanto em estimular a fé dos simples através da evocação dos tormentos infernais."


🌹 "Acho que o riso é bom remédio, como os banhos, para curar os humores e outras afecções do corpo, em especial a melancolia."


🌹 "O sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se teve, mais se gostaria de ter, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo."


🌹 "O saber não é como a moeda, que permanece fisicamente íntegra mesmo através das mais infames barganhas: ele é como uma linda roupa, que se consome através do uso e da ostentação. Acaso não assim o próprio livro que, se tocados por muitas mãos, terão suas páginas esfareladas, suas tintas e seu ouro opacificados?"


🌹 "Agora sei que a causa do amor é o bem, e aquilo que é bem se define por conhecimento, e só se pode amar aquilo que se aprendeu como bem."


🌹 "Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si.

site: https://www.voandocomlivros.com/post/o-nome-da-rosa-resenha
Leticia 27/09/2022minha estante
Que resenha boa! Deu mais vontade ainda de finalmente ler minha edição, que está parada há algum tempo já.




TatianaTati 20/09/2022

Merece várias releituras!
Não lembro se já senti isso por um livro antes, mas assim que terminei "O nome da rosa", fiquei com vontade de recomeçar a leitura! Com a história fresca na memória, fica mais fácil observar detalhes que com certeza passaram batido durante a primeira leitura.
Adorei poder contar com um texto do autor ao fim da obra para explicar algumas escolhas – como o nome do livro! Fiquei até o fim tentando entender qual era o nome da rosa, e que rosa?! Hahaha!
A ambientação na Idade Média é um espetáculo à parte, tanto no detalhismo das paisagens e da arquitetura quanto nos fatos históricos. A escrita do Eco fez sentir-me imersa naquela época e no labirinto da biblioteca. E, mesmo sendo o foco da trama a investigação dos assassinatos, foram os debates filosóficos, teológicos e políticos que tornaram a narrativa muito mais instigante!
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Emanuela133 07/09/2022

Foi difícil ler
As primeiras páginas são muito difíceis de ler, as partes em latim são de matar!!! E tem muita coisa q não precisava ser dita como foi. Entendo que era o estilo de escrita do autor e que é um clássico, mas livros assim não me prendem muito bem.

A trama é muito boa e dá uma sensação legal de ir descobrindo junto com eles o que aconteceu.

Esse livro é um tapa na cara de religiosos radicais (gostaria q muitos lessem) e é uma representação incrível da hipocrisia dos fiéis, da dominação e da busca implacável por manter a sociedade leiga.

Li esse livro por causa da matéria biblioteca escolar q tô fazendo na faculdade e com certeza terminei a leitura dando mais valor ainda aos livros! Ler engrandece a alma e a mente de conhecimento e conhecimento é poder!
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Tutuzinha 06/09/2022

Nem todos os clássicos funcionam para todo mundo
O nome da rosa é uma leitura difícil, talvez porque não combina com o que eu já estou acostumada a ler ou até mesmo por não combinar com a minha faixa etária.
Tem termos em latim espalhados aleatoriamente nas páginas, são tantos que se você fosse parar para usar um tradutor levaria muito tempo só para traduzir esses trechos.
A história política que a história conta é basicamente jogada no seu colo, como se o autor não fizesse questão que você entenda. Teve momentos durante a narrativa que eu entendi perfeitamente o que estava acontecendo, já em outros momentos (tipo quando o autor fica três páginas descrevendo um edíficio religioso) que eu simplesmente me distraia do foca da leitura. Foi bem entediante, pelo menos para mim foi uma história com uma linguagem que não funcinou.
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Elizabeth 31/08/2022

Tem que gostar
O livro com partes em latim sem tradução cansa, a história é boa, mas poderia ser contado com menos detalhes. O final me deixou muito triste.
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Caroline Vital 30/08/2022

Que chato!
Chato, porém interessante. Principalmente para alguém da área da Biblioteconomia, como eu. Muito legais as passagens que ocorrem dentro da biblioteca.

Mas nossa... Confesso que pulei alguns parágrafos. Mas, valeu a leitura.
Felipe Lopes 31/08/2022minha estante
Só esperando terminar o conde monte Cristo para comprar o nome da rosa.


Caroline Vital 31/08/2022minha estante
Já li O conde, é bom demais!




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