O nome da rosa

O nome da rosa Umberto Eco




Resenhas - O Nome da Rosa


549 encontrados | exibindo 151 a 166
11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 |


Ricardo 26/01/2023

Obrigado Eco!
Sou muito grato aos livros por oportunizar vivências que seriam impossíveis de viver. Como se referir a esse livro? Uma genuína obra de arte. Algo genial que palavras não conseguiriam descrever. Quando terminei a leitura, simplesmente fiquei pasmo com a viagem que tinha acabado de fazer. O autor leva o leitor a uma imersão na cosmovisão da Idade Média. É possível sentir o sabor das comidas descritas, o cheiro da atmosfera vislumbrada. O delicioso assombro pelas artes presentes na música, pintura e arquitetura. Sim, é possível sentir a indignação correr as veias pelas monstruosas injustiças cometidas aos pequenos da sociedade. As desigualdades sociais gritantes da época geradas por um sistema econômico injusto atrelado a uma religiosidade que sustentava toda aquela ordem chamada de “divina” onde o desfrute de uma vida boa era destinado apenas a uma ínfima parcela da sociedade. A exclusão era a palavra de ordem velada nos princípios morais. A linguagem, cultura, saúde e educação eram uma realidade da elite, por isso destinada a poucos. O resto da sociedade em si tinha como vocação natural viver na periferia desses valores. Destinados a receber apenas as migalhas do que sobrava de valores educacionais e culturais. Não é de estranhar que para tal sociedade as bibliotecas deveriam ser labirintos. Locais para esconder o conhecimento invés de anunciá-lo. Obrigado Eco por oportunizar essas vivências!
comentários(0)comente



Monica.Fusco 21/01/2023

O nome da rosa
Um livro cheio de mistérios com uma trama bem amarrada que envolve a igreja na época medieval. Vale a leitura!
comentários(0)comente



Carina 21/01/2023

Interessante porem lento
Gostei muito dessa leitura o mistério que envolve a trama é interessante e instigante...porem achei as discussões de cunho religioso um tanto lento e chato....
comentários(0)comente



Lya 20/01/2023

Bom
Achei um pouco cansativo em alguns momentos, acabei não pegando muita coisa do contexto histórico e das discussões teológicas, acho que estava esperando algo diferente, mais voltado pra investigação, que é o que sempre ouvimos falar qnd comentam sobre o livro, mas curti, foi uma boa experiência
comentários(0)comente



Erika 15/01/2023

O nome da Rosa
Eu gostei muito do livro dos personagens também, mas não é um livro que recomendo, tem umas discussões longas um pouco cansativa, quem não sabe pode até acreditar que foi escrito na época de 1300, mas não foi. É um livro que não é difícil de ler, mas tem partes arrastada, tudo se encaixa e eu realmente demorei pra desconfiar quem era o assassino.
comentários(0)comente



Vitória 09/01/2023

Desafiador... De ler e de comentar
Geralmente faço minhas resenhas logo após concluir a leitura. Dessa vez, refleti e esperei um pouco para fazer justiça a obra, pois a primeira impressão que tive ao ler a última frase do livro foi: "é isso? Esperava mais" ou "acho que perdi algo". Com certeza é um clássico e merece ser lido, sem maiores discussões quanto a isso. Entretanto, não esperava que a leitura fosse tão difícil e enfadonha. As páginas pareceriam multiplicar-se. Como o próprio autor já comentou, o leitor se sente numa penitência ou iniciação, dada a exigência que demanda para que o interesse na resolução do mistério continue viva depois de imensas digressões sobre filosofia, teologia e outros saberes. Acho válido e necessário um bom contexto histórico e boas reflexões, entretanto, acredito que como estava mais interessada no mistério e na autoria dos crimes propriamente ditos, perdi a paciência em vários momentos. Outro aspecto que me incomodou bastante foram as várias passagens em latim, alemão e outras línguas sem uma tradução (uma simples nota de rodapé não custava nada). Acabei lendo com o tradutor do lado e até passei por cima de vários trechos pois não estava mais interessada na tradução. Dito isso, não tiro o brilhantismo da obra. Se foi difícil lê-lo, imagino como deve ter sido complexo escrevê-lo. As descrições e mapas da abadia e da biblioteca são verdadeiras obras de arte. A questão do riso, a problemática da biblioteca, e consequentemente do conhecimento, guardada por labirintos e enigmas e destinados somente para aqueles considerados doutos e merecedores, é surpreendente. E, lógico, o motivo pelo qual coloquei o livro como uma das minhas metas de leitura e como uma boa fã de Sherlock Holmes, frei Guilherme de Baskerville e Adson formam uma ótima dupla em busca da resolução do mistério que ronda a abadia. O final foi angustiante e frenético, achei condizente com a narrativa como um todo. Recomendo, mas não é uma leitura fácil e para todas as horas. É o tipo de livro que requer uma preparação anterior e reflexão posterior.

~ Citações favoritas ~

Há momentos mágicos de grande cansaço físico e intensa excitação motora, em que surgem visões de pessoas conhecidas no passado [...] dão-se igualmente visões de livros ainda não escritos. (Pos. 505)

?In omnibus requiem quaesivi, et nusquam inveni nisi in angulo cum libro.? (Pos. 552)

Os homens de outrora eram grandes e belos (agora são crianças e anões), mas esse fato é apenas um dos muitos que testemunham a desventura de um mundo que vai envelhecendo. A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam antes de alçar vôo, o asno toca lira, os bois dançam. Maria não ama mais a vida contemplativa e Marta não ama mais a vida ativa, Lia é estéril, Raquel tem olhos lúbricos, Catão freqüenta os lupanares, Lucrécio vira mulher. Tudo está desviado do próprio caminho. (Pos. 507)

Os homens de outrora eram grandes e belos (agora são crianças e anões), mas esse fato é apenas um dos muitos que testemunham a desventura de um mundo que vai envelhecendo. A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam antes de alçar vôo, o asno toca lira, os bois dançam. Maria não ama mais a vida contemplativa e Marta não ama mais a vida ativa, Lia é estéril, Raquel tem olhos lúbricos, Catão freqüenta os lupanares, Lucrécio vira mulher. Tudo está desviado do próprio caminho. (Pos. 657)
A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam antes de alçar vôo, o asno toca lira, os bois dançam. Maria não ama mais a vida contemplativa e Marta não ama mais a vida ativa, Lia é estéril, Raquel tem olhos lúbricos, Catão freqüenta os lupanares, Lucrécio vira mulher. Tudo está desviado do próprio caminho. (Pos. 658)

Assim era meu mestre. Sabia ler não apenas no grande livro da natureza, mas também no modo como os monges liam os livros da escritura, e pensavam através deles. (Pos. 788)

Pois a arquitetura é dentre todas as artes a que mais ousadamente busca reproduzir em seu ritmo a ordem do universo, que os antigos chamavam de kosmos, isto é, ornado, enquanto parece um grande animal sobre o qual refulgem a perfeição e a proporção de todos os seus membros. E seja louvado o Nosso Criador que, como diz Agostinho, estabeleceu todas as coisas em número, peso e medida. (Pos. 820)

?Porque raciocinar sobre as causas e os efeitos é coisa bastante difícil, da qual acho que o único juiz possível é Deus. (Pos. 882)

E este é o mal que a heresia faz ao povo cristão, tornando obscuras as idéias e levando todos a se tornarem inquisidores em benefício próprio. Tudo o que vi na abadia depois (que relatarei mais tarde) me fez pensar que freqüentemente são os inquisidores a criar os hereges. E não apenas no sentido que eles os imaginam quando não existem, mas no sentido que reprimem com tanta veemência a praga herética a ponto de impelir muitos a se tornarem partícipes, por ódio a eles. (Pos. 1227)

?Somos anões?, admitiu Guilherme, ?mas anões que estão nos ombros daqueles gigantes, e em nossa pequenez conseguimos enxergar mais longe que eles no horizonte.? (Pos. 1842)

?Porém existem duas formas de magia. Há uma magia que é obra do diabo e que visa a ruína do homem através de artifícios de que não é lícito falar. Mas há uma magia que é obra divina, lá onde a ciência de Deus se manifesta através da ciência do homem, que serve para transformar a natureza, e um de cujos fins é prolongar a vida humana. E esta é magia santa, a que os sábios deveriam se dedicar sempre, não só para descobrir coisas novas, mas para redescobrir muitos segredos da natureza que a sabedoria divina revelara aos hebreus, aos gregos, a outros povos antigos e hoje até aos infiéis (e nem te conto quantas coisas maravilhosas de ótica e ciência da visão há nos livros dos infiéis!). E de todos esses conhecimentos uma ciência cristã deverá se apossar, e retomá-la aos pagãos e aos infiéis tamquam ab iniustis possessoribus.? (Pos. 1861)

Aristóteles diz no livro dos segredos que, ao comunicar muitos arcanos da natureza e da arte, infringe-se um sigilo celeste e que muitos males poderiam seguir-se. O que não significa que os segredos não devam ser revelados, mas que compete aos sábios decidir quando e como.? (Pos. 1891)

Enquanto me deitava cheguei à conclusão de que meu pai não deveria ter-me mandado pelo mundo, que era mais complicado do que pensava. Estava aprendendo coisas demais. ?Salva me ab ore leonis?, rezei, adormecendo. (Pos. 2936)
Sentia-me entorpecido pelo sono, porque o sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se tem mais se quer, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo. (Pos. 2941)

Assim devotamente adormeci, e por muito tempo, porque parece que nós jovens temos mais necessidade de sono que os velhos, que muito já dormiram e se preparam para dormir durante a eternidade. (Pos. 3332)

Acho que quando se reúne tanta gente seguindo uma promessa e pedindo logo algo, não se sabe nunca quem está falando dentre eles. (Pos. 3491)

Não se muda o povo de Deus se não se reintegram em seu corpo os marginalizados.? (Pos. 3642)

?Assim Deus conhece o mundo, porque o concebeu em sua mente, como se estivesse de fora, antes que fosse criado, enquanto nós não conhecemos a regra, porque vivemos dentro dele encontrando-o já pronto.? (Pos. 3952)

?O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem qualquer coisa, que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra mais a alma que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe tanto e amarre o coração como o amor. Por isso, a menos que não tenha as almas que a governam, a alma cai, pelo amor, numa imensa ruína. (Pos. 4159)

Temia a cada instante defrontar-me com outro espelho, porque tamanha é a magia dos espelhos, que mesmo que saibas que são espelhos eles não param de inquietar-te. (Pos. 4328)

Como era belo o espetáculo da natureza não tocada ainda pela sabedoria, freqüentemente perversa, do homem! (Pos. 4995)

Porque em todo crime cometido para possuir um objeto, a natureza do objeto deveria nos fornecer uma idéia, ainda que pálida, da natureza do assassino. (Pos. 5055)

Freqüentemente os livros falam de outros livros. Freqüentemente um livro inócuo é como uma semente, que florescerá num livro perigoso, ou, ao contrário, é o fruto doce de uma raiz amarga. (Pos. 5070)
?Os livros não são feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz mas o que quer dizer, idéia que os velhos comentadores dos livros sagrados tiveram claríssima. (Pos. 5556)

Mais velho me torno e mais me abandono à vontade de Deus, e aprecio sempre menos a inteligência que quer saber e a vontade que quer fazer: e reconheço a fé como único elemento de salvação, que sabe esperar paciente sem questionar demasiado. (Pos. 6842)

Não existe apenas a luxúria da carne. É luxúria a de Bernardo Gui, distorcida luxúria de justiça, que se identifica com luxúria de poder. É luxúria de riqueza a do nosso santo e não mais romano pontífice. Era luxúria de testemunho e transformação e penitência e morte a do celeireiro quando jovem. E é luxúria de livros a de Bêncio. Como todas as luxúrias, como aquela de Onan que espargia o próprio sêmen por terra, é luxúria estéril, e não tem nada a ver com o amor, nem mesmo com o carnal...? (Pos. 6863)

?O amor verdadeiro deseja o bem do amado.? (Pos. 6868)

?O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos, os quais por sua vez falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, e portanto é mudo. Esta biblioteca talvez tenha nascido para salvar os livros que contém, mas agora vive para sepultá-los. Por isso tornou-se fonte de impiedade. (Pos. 6871)

Percebia agora que se pode sonhar mesmo sobre livros, e por isso se pode sonhar até sonhos. (Pos. 7494)

?É tarde?, disse Guilherme, ?e quando se tem pouco tempo, ai de quem perder a calma. Devemos agir como se tivéssemos a eternidade diante de nós. (Pos. 7736)

A biblioteca fora condenada por sua própria impenetrabilidade, pelo mistério que a protegia, pela exigüidade de seus acessos. (Pos. 8314)

Está fazendo frio no scriptorium, dói-me o polegar; deixo esta escritura, não sei para quem, não sei mais sobre o quê: stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus. (Pos. 8464)
comentários(0)comente



Digo Rameh 08/01/2023

Com certeza uma das leituras mais difíceis que fiz. A história é absurdamente detalhada de forma que se acompanha cada segundo da narrativa. A qualidade da escrita é genial.
comentários(0)comente



Fernando 07/01/2023

Várias camadas
Um livro repleto de significados e reflexões. Com uma trama envolvendo mistério e religiosidade o autor consegue prender tanto a atenção do leitor mais erudito quanto daquele que pretende só desfrutar de uma boa história.

Final interessantíssimo que me fez refletir durante horas.

Só não é perfeito, pra mim, porque em algumas partes é um pouco massante com suas longas enunciações e descrições.
Pretendo ler outros livros do autor.
comentários(0)comente



Fernanda631 05/01/2023

O Nome da Rosa
O Nome da Rosa foi escrito por Umberto Eco e foi publicado em 17 de outubro de 1986.
Se passando em 1327 na Itália medieval, Umberto Eco narra um suspense investigativo protagonizado pelo frei Guilherme que ao chegar em um mosteiro franciscano se depara com algo enigmático: 7 monges morrem em 7 dias. Por tanto as investigações se iniciam ao passo em que os 7 dias passam.
Mas a dúvida que fica entre os monges é: quem e por quê? As investigações se desenvolvem através de enigmas, pistas, manuscritos, códigos e a luta para encontrar o assassino e tentar entender o por quê de tudo aquilo.
Você provavelmente irá encontrar poucas obras de suspense em estilo policial como Sherlock Holmes ou Agatha Christie em um formato medieval. Umberto Eco nos traz isso de forma única mesclando o contexto histórico muito bem definido e descrito com os elementos de um bom suspense.
Esse é o primeiro romance de Umberto Eco, um dos mais importantes teóricos da comunicação de massa do século XX. O autor utiliza um roteiro policial, no estilo de Conan Doyle, que se desenvolve na última semana de novembro de 1327, em um mosteiro franciscano da Itália medieval.
Em “O Nome da Rosa“, Adso é um monge que em sua velhice decide relatar por escrito os acontecimentos de novembro de 1327, quando era um noviço e acompanhou seu mestre, Frei Guilherme, a uma abadia no interior da Itália. Os dois foram ao local para um encontro entre monges, porém ao chegar lá, passaram a investigar uma série de assassinatos que pareciam recriar passagens do Livro do Apocalipse e que envolviam o mistério da biblioteca da abadia, um local proibido para os próprios monges que ali moravam.
Confesso que não é uma leitura muito fácil. A premissa promete uma trama de investigação e suspense e o livro entrega isso sim e de forma esplêndida, porém ele vai muito além.
A abadia era uma construção antiga, localizada no alto de um monte e bastante fortificada. Possuía uma das maiores bibliotecas da época, com obras raras. Essa biblioteca é o centro da história. Foi construída com entradas e saídas secretas para evitar que alguns livros circulassem livremente.
Neste mosteiro, paira a suspeita de heresia, e para a investigação é enviado o frei Guilherme de Baskerville que era alto e magro, era conhecido pela sua inteligência, seu raciocínio rápido e sua capacidade de dedução. Porém, a delicada missão é interrompida por sete excêntricos assassinatos. A morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias e sete noites conduz uma narrativa violenta, que encanta pelo humor e pela crueldade, pela malícia e pela sedição erótica.
Assim, foi com contentamento que o abade lhe recebeu, na esperança de que ele pudesse resolver o mistério da morte ocorrida alguns dias antes de sua chegada e antes que chegassem as delegações para o encontro. O que ninguém esperava era que outras mortes não tardariam a acontecer.
Esses crimes fazem frei Guilherme atuar como detetive. Ele busca provas, decifra símbolos secretos e manuscritos em códigos e trabalha arduamente no misterioso labirinto que é o mosteiro onde eventos extraordinários ocorrem durante a madrugada.
A trama dos monges assassinados é apenas um dos enredos dessa história (a melhor parte, é verdade), paralelo a isso temos o encontro entre duas ordens de monges que representavam dois grupos dentro da Igreja Católica do século XIV: os do que acreditam que todos os sacerdotes e a própria Igreja deveriam manter uma vida pobre e os que queriam continuar acumulando a riqueza e vivendo no luxo. Com isso, Umberto Eco trouxe uma série de passagens e discussões filosóficas e teológicas, não apenas sobre esse tema.
São páginas e páginas de longos diálogos ou ruminações tanto de Adso, nosso narrador que reflete na velhice aquilo que viu e viveu na juventude, quanto de vários outros personagens. Tenho que falar que nem sempre entendi tudo o que era dito exatamente, mas esse aspecto mais denso do livro não tira em nada tudo de bom que ele nos apresenta. Além disso, o livro é permeado com passagens irônicas e engraçadas que tornam a leitura mais leve.
Todo o resto, a parte da investigação em si, os mistérios e especialmente os protagonistas, são maravilhosos. Adso é bastante inocente e impressionável quando jovem o que me fez criar carinho por ele, já Frei Guilherme é a voz da razão dentro de um ambiente em que a razão é relegada a segundo plano, mas ele tem tato de apresentar suas opiniões e colocações de uma forma a não se impor, ganhando mais autoridade e respeito dessa forma.
Assassinatos e debates filosóficos e teológicos se entrelaçam no decorrer da narrativa, cada um se alimentando do outro à medida que as tensões aumentam e a trama se complica.
A escrita de Umberto Eco é rica em descrições que alguns podem considerar cansativas, mas para mim ajudou a nos apresentar aquele ambiente. Além disso, o grande acontecimento do final, foi uma das cenas mais bem descritas que já li e acreditem, eu leio bastante. Apesar de ser robusto, possui um desfecho surpreendente e inteligente, podendo satisfazer qualquer um sem te deixar decepcionado. Isso por que a história é narrada de forma rica em conteúdo.
Para os amantes de história este livro é perfeito. Sem contar que você aprende com ele através dos detalhes vividos neste mosteiro em um contexto histórico muito interessante. É bem descritivo, mas o tamanho vale a pena para poder conhecer o potencial de Umberto.
E se você que curte uma história medieval, mas também não deixa de se aventurar nos livros de suspense, essa pode talvez ser uma boa combinação para você
O nome da rosa não apenas é uma narrativa de investigação de crimes, mas também uma fascinante crônica sobre a Idade Média.
O que mais me fascinou foi a habilidade com que o autor trabalhou os argumentos teológicos entre os ocupantes da abadia. Através dessas personagens, muitas dos quais eram pessoas reais, ele apresenta discussões multifacetadas, críveis e muitas vezes ardentes sobre uma variedade de tópicos, tais como: hereges, votos de pobreza, castidade e interpretações do evangelho.
Outro ponto que me fascinou totalmente é o fato de todo o romance girar em torno de outros livros e textos. O bibliotecário cego chamado Jorge de Burgos faz alusões ao verdadeiro autor Jorge Luis Borges. Suas obras foram grande inspirações para esse romance.
Poucas pessoas não encontrariam algo de interessante em suas páginas. "O Nome da Rosa" é profundo, denso e cheio de camadas que com um pouco de esforço vai lhe entregar grande prazer, diversão e reflexão.
comentários(0)comente



Caio.Victor 05/01/2023

Clássico italiano que entrega tudo!
Sempre escutei bons comentários sobre a obra, de modo que já no início da leitura pude constatar sua excelência.

Ler O nome da rosa é ter uma aula de história, filosofia, teologia. Quantas descrições gostosas de se ler! Não é todo mundo que consegue ler um livro tão denso... Mas é muito prazeroso fazê-lo.

Não tem como não ir atrás de informações dos personagens históricos citados. No meu caso, fiquei bem curioso sobre o Roger Bacon, mestre do frade Guilherme, que foi um grande cientista. Para ele estudar ciências/razão era uma forma de explicar Deus. Isso influenciou demais o Guilherme no seu método de investigação.

Este romance investigativo entrou para meu top 10 de leituras. Muito, muito bom.
comentários(0)comente



rosa 31/12/2022

luxúria do saber
"Um livro é feito para ser lido", disse certa vez Frei Guilherme, o grande Sherlock Homes dessa história, mas continuo dizendo que esse livro não só foi feito para ser lido como para ser contemplado, uma verdadeira obra de arte.

Hoje li o pós-escrito do próprio Umberto Eco que traz essa minha edição e passei a gostar ainda mais dessa história depois de perceber o imenso trabalho que o escritor teve nos mínimos detalhes da sua escrita, até os diálogos da história tinham duração e pausas programadas!

O enredo: A história se passa num mosteiro beneditino onde uma série de assassinatos misteriosos acontece. O abade convida o renomado frei Guilherme, ex juiz inquisidor, a investigar o crime junto de seu noviço Adso (que narra a história). Eles têm acesso irrestrito a qualquer lugar da imensa abadia, exceto a biblioteca, que é a grande peça chave dessa história.

Pontos favoritos da escrita e da trama:

1) A sabedoria reconfortante de Guilherme, que desde o início mostra que é dotado de vários conhecimentos dos campos científicos, defendendo que o conhecimento deve nunca ser aprisionado, mas sim propagado."Reconfortante" pois sua sabedoria não se limita apenas aos livros: tem um senso de justiça social e tolerância que chega a ser moderno meio à idade das "trevas".

2) A arquitetura minimamente planejada da abadia.

3) A perfeita reconstrução do contexto medieval, os costumes, a literatura, as ordens religiosas e, sem dúvidas, o retrato do tribunal da inquisição.

4) A filosofia e os pensadores mencionados, diretamente ou indiretamente, não conhecia Roger Bacon e passei a gostar muito de sua filosofia. A metodologia didática que guilherme usa para fazer Adso entender seu processo investigativo é incrível também!

5) A moral sobre o conhecimento e sobre livros, nos fazendo refletir sobre mecanismos de poder. Em O Nome da Rosa, Umberto traz à tona algo que eu vi em poucos livros: a "luxúria do saber" e seu aspecto totalitário, também questionando até onde vai a intransigência das verdades, até onde vão seus limites de interpretação.
comentários(0)comente



Rodrigo Scarabelli 25/12/2022

Segredos heréticos, livros proibidos e mortes misteriosas
Daqueles livros que entram no rol dos inesquecíveis, leitura marcante, envolvente e, diria, que transporta o leitor ao ambiente clerigo-medieval europeu em clima de mistério, onde verdades secretas trazem perigo a quem desafia elucida-las contrariando a Igreja e sua vigilante Inquisição contra quem busca conhecimentos interditos e heréticos.

A biblioteca do mosteiro.... ah... a biblioteca do mosteiro! Uma obra de arte à parte nessa história. Labiríntica, nebulosa, claustrofóbica, cheia de armadilhas sensoriais que fazem os curiosos andarem em círculos, vislumbrarem demônios e se perderem sem chegar aos segredos cruciais escondidos em livros.

E além de tudo isso... mortes misteriosas de monges ao longo da trama. Para elucidar o que está havendo, um clérigo Franciscano acompanhado de um jovem aprendiz é incumbido de investigar e descobrir o assassino. É pelos olhos do jovem nobre que esse mundo nos é descortinado.

Ingredientes magistralmente trabalhados pelo autor numa obra arrebatadora!
comentários(0)comente



Leila 19/12/2022

Eis que reli O nome da rosa do erudito Umberto Eco e precisava dessa tentativa para tirar o ranço que esse livro tinha me deixado quando li há muitos anos atrás (no mínimo 20 anos, não me lembro bem), na época não curti nada mas a Leila leitora de hoje achava que poderia ter faltado bagagem literária para apreciar a obra. Assim sendo fui tirar a prova dos nove e eis que continuo não gostando,kkkk. Entendo que é um livro perfeitamente bem escrito, muito muito inteligente, mas que não me emocionou, não me impactou, me gerou zero nadas. E como eu estou sempre esperando ser enlevada pelos livros que leio, realmente meu santo não bate com o Umberto Eco ou com o nome da rosa que é a única obra do autor que li até hoje (e continuará sendo). Não satisfeita, ainda fui rever o filme também, de 1900 e bolinha, rs. Sorry Eco,não deu, mas tá tudo bem, vc era o cara e sempre babo ao ver o vídeo da sua "pequena" biblioteca pessoal. Sigamos que tenho mais zilhões de livros à minha espera.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fellipe.Henrique 15/12/2022

Obra prima de Humberto Eco
Essa obra prima de Humberto Eco é considerada ao melhor livro que ele escreveu e não é atoa. Muito bem escrito e uma trama envolvente. Só peça muito no Latim que as vezes é um parágrafo inteiro.
comentários(0)comente



549 encontrados | exibindo 151 a 166
11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 |