Os Filhos de Anansi

Os Filhos de Anansi Neil Gaiman
Neil Gaiman
Neil Gaiman




Resenhas - Os Filhos de Anansi


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Núbia Esther 02/10/2015

“As pessoas reagem às histórias. Elas as contam, as histórias se espalham e, conforme são contadas, mudam os contadores. E quem nunca tinha pensado em nada além de fugir dos leões e se aproximar com cautela dos rios para não virar comida de crocodilo agora começa a sonhar em morar em um local diferente. O mundo pode ser o mesmo, mas o cenário mudou. Entende? As pessoas ainda têm a mesma história, em que nascem, fazem coisas e morrem, mas agora a história tem um significado diferente do que tinha antes. ” (Página 237)

Se não me falha a memória este já deve ser o quinto livro do Gaiman que leio (ainda preciso começar a ler suas graphic novels) e não importa seu público alvo, quer seja um romance com aura de contos de fadas, uma aventura infanto-juvenil, ou um romance envolvendo anjos e demônios. Gaiman sempre acerta o tom e é expert em tornar seus leitores cativos. Com Os Filhos de Anansi não foi diferente, a começar pela dedicatória destinada a nós leitores e se embrenhando por uma história de muitas pernas, personagens e eventos aparentemente incongruentes. Gaiman se mostrou um bom tecedor de teias e um exímio contador de histórias.

Se você como eu pegou (ou pretende pegar) Os Filhos de Anansi para ler sem ter muitas informações sobre a obra, pode ficar encucado com o texto de orelha do Fábio Moon na edição da Intrínseca. Nele nós descobrimos que aqui, Gaiman irá retornar ao universo fantástico já explorado em Deuses Americanos e aí é impossível não bater a dúvida. Será que não é imprescindível ler Deuses Americanos antes? Será que se partir direto para a leitura deste livro, posso não compreender a história narrada em Os Filhos de Anansi? Sem ter Deuses Americanos na estante, a solução foi arriscar. E no fim, ainda que seja um universo revisitado, não ter travado conhecimento com ele anteriormente em nada prejudica esta leitura. A única sensação que ficou, foi o desejo de conhecer mais a fundo o resto desse universo criado por Gaiman. Mal posso esperar para ter Deuses Americanos nas mãos. Mas, voltando aos filhos de Anansi…

Charlie Nancy está satisfeito com sua vida estacionária e seu emprego entediante em Londres. E talvez, isto se deva em grande parte, ao fato de haver mais de mil quilômetros de oceano entre ele e seu pai. Aquele que desde que ele se entende por gente tem o poder de lhe constranger das mais diversas (e requintadas) formas. Só que agora, Charlie está para se casar, e Rosie, a noiva, quer que ele convide o pai para o casamento. Mas, quando Charlie está para dar o grande passo, ele recebe a notícia da morte do pai e viaja para a Flórida para a última despedida. Essa viagem, além de reaver sua “querida” alcunha Fat Charlie, também resgata velhas conhecidas de seu pai e dois segredos de família: seu pai foi um deus (Anansi) e Fat Charlie tem um irmão que herdou toda a divindade do pai não deixando nada para ele. Ah, e o irmão, pode ser convidado para uma visita por meio de uma aranha. Elas sempre dão o recado!

— Anansi, a aranha, é uma figura popular da mitologia do oeste africano. Uma criatura astuta, trapaceira e que frequentemente se dá bem sobre outros deuses e humanos, espalhando infortúnios (enquanto recolhe graças) por onde passa. Sua figura é particularmente bem conhecida nos Estados Unidos. —

Fat Charlie não imaginava que um convite feito em um momento de bebedeira, poderia tirar sua vida dos eixos. Spider aparece em sua porta e a partir de então, nada é mais o mesmo. Rosie se apaixona por Fat Charlie (que na verdade é Spider), Fat Charlie se encanta por outra garota, e uma atitude de Spider coloca Fat Charlie na mira de seu inescrupuloso empregador e da polícia. Agora, tudo o que ele quer é se livrar do irmão, mas é claro que nada sairá como o planejado e mais uma dose de loucura é adicionada.

Misturando mitologia, crime do colarinho branco, assassinato, acordos impensados, vingança e fantasmas, Gaiman criou um romance de ares psicodélicos, ritmo frenético (mesmo com tantas viagens intercontinentais) e com personagens que se não o cativam à primeira vista, acabam te conquistando mesmo sem você se dar conta. É fácil ser arregimentado para as desventuras de Fat Charlie. Afinal, o que ele sempre quis foi a normalidade, mas sua família nunca foi normal e depois da morte do pai e um encontro com uma aranha, a loucura se tornou ainda maior. Não é difícil entender seu anseio e torcer para que Spider pare de provocar rebuliços e parta novamente. Por outro lado, mesmo com toda sua obtusidade, não há como negar que Spider contribui para que algumas passagens da história sejam extremamente hilárias e ele até mesmo consegue nossa admiração em alguns momentos. Provando que um pouco de loucura na normalidade tão desejada por Fat Charlie talvez não seja uma péssima ideia.

O livro, publicado originalmente em 2005, já contava com uma edição brasileira publicada pela Conrad em 2006. Agora, chega com uma nova edição e tradução publicada pela Intrínseca. Nesta nova edição, os adendos originalmente incluídos na nova edição britânica foram mantidos: o acréscimo de uma cena cortada (estrelando Spider) e duas perguntas respondidas por Gaiman sobre sua experiência enquanto inglês em escrever sobre os Estados Unidos e sua “fábrica de ideias”. E como fã do autor, quanto mais Gaiman melhor!

[Blablabla Aleatório]

site: http://blablablaaleatorio.com/2015/09/17/os-filhos-de-anansi-neil-gaiman/
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Paulo 24/11/2015

Quem é você, ou o que você acha que é.
Quem é você, ou o que você acha que é, e o que você faz quando descobre o que é realmente. Neil Gaiman de uma maneira que é sua marca registrada, mostra a as mudanças na vida do filho de um antigo Deus africano. E na de seu irmão. E na vida de todos que os cercam.
Os Filhos de Anansi pode ria ser sobre eu ou você, sobre nossas decisões e escolhas.
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Luigi 07/01/2016

A dona Aranha subiu pela parede...
Anansi, uma lenda que eu admirava quando criança em um livro de um autor que admiro. Achei incrível como retratou o deus-aranha tão divertidamente, fiquei muito com Pedro Malasartes na cabeça.
A história tem um fluxo tranquilo e nada confuso, segue numa linha tão divertida e a narrativa do Neil é tão suave quanto o balançar de uma rede na casa de vovó. Me senti tão cativado que não queria que o livro acabasse.
Fat Charlie e Spider, irmãos "descolados", tem uma química divertida e por muito tempo você acha que não vai dar certo pela diferença deles, h-eh, e também pelas travessuras do Spider, que parecia muito com o pai.
Recomendo a leitura. Afinal de contas, você se lembra de quem é? E se por acaso lembra... O que faz com essa informação?
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Paula 23/01/2016

Divertidíssimo!
Anansi é um personagem da mitologia africana, do tempo em que todas as histórias eram contadas por meio da música. Na obra de Neil Gaiman, Sr. Nancy tem dois filhos: (Fat) Charlie e Spider. A vida de Fat Charlie, a princípio é bastante normal. Ele tem um emprego, uma noiva, uma sogra e algumas vizinhas idosas. Quem torna a vida de Charlie peculiar é seu pai, um tipo constrangedor que adora fazer piadas, criar apelidos e colocar Charlie em situações embaraçosas.
Em um certo momento, os pais de Fat Charlie falecem e ele entra em contato com suas vizinhas. Então, Charlie descobre que seu pai é, na realidade, um deus-aranha e que quem herdou seu "lado divino" foi o seu irmão Spider. Eles não mantinham contato e, a partir do momento em que se encontram, a vida de Charlie vira um inferno.
O livro é muito divertido. Os conflitos entre Charlie e Spider são engraçadíssimos e as reuniões com as vizinhas na tentativa de resolver a situação, melhores ainda. Gostei muito de como Neil Gaiman abordou a música nesse livro. Há várias citações que sempre aparecem em momentos cruciais.
O livro foi publicado no Brasil, pela primeira vez, em 2005; mas a nova edição de 2015 apresenta uma cena excluída. Essa cena não integrou a narrativa, mas Neil Gaiman quis publicá-la à parte porque tanto ele como sua editora haviam gostado do texto. Essa edição também traz um pequeno sobre o processo de escrita do autor.
Ótima leitura!



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spoiler visualizar
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Renata (@renatac.arruda) 12/03/2016

Comédia e horror
Uma última observação é sobre dois detalhes que dão um sabor especial ao livro: as críticas pontuais de Gaiman, bem colocadas e nunca panfletárias, ao sexismo e à misoginia principalmente dentro da força policial -- e é uma delícia que todas as personagens femininas do livro sejam mulheres tridimensionais, que desempenham papéis tão importantes quanto os personagens masculinos; e ainda o fato de que, por se tratar de uma obra sobre descendentes africanos, Gaiman não sente a menor necessidade de descrever os personagens como negros, antes, são as pessoas brancas que acabam sendo destacadas como tal. Em um mundo em que qualquer obra de ficção que não especifique a raça de seus personagens leva à presunção de que são todos brancos, esse é um tipo de detalhe menor que pode até passar despercebido, mas que faz toda a diferença.

Leia a resenha completa no Prosa Espontânea:
http://prosaespontanea.blogspot.com.br/2016/03/os-filhos-de-anansi-neil-gaiman.html
Ana 25/09/2016minha estante
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Rod 18/01/2018

Ma-ra-vi-lho-so!!!!!!!!!!
Neil Gaiman manipula habilmente a arte de construir um rio com sombra de oceano. É por isso que ele é um gênio. Escreveu uma cidade efêmera, mas recheada com uma profundidade que nos levaria ao núcleo da terra.
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Ana 30/01/2018

Os Filhos de Anansi
Olá meus Kaóticos!

Hoje eu venho trazendo um pouco de Mitologia Africana para vocês.

os-filhos-de-anansi-detalhe1Segundo a Wikipédia, existe uma lenda africana que conta sobre o princípio, quando o mundo era muito triste por não haver histórias. Anansi entra nessa lenda a partir do momento que se “apodera” das histórias para trazer alegria a seu povo, e consecutivamente, se espalhando pelos quatro cantos do mundo.

É óbvio que não se resume a apenas isso (para saber um pouco mais, clique no nome Wikipédia a cima), porém Gaiman, mais uma vez, mergulha no mundo mitológico trazendo para nós, mais uma de suas histórias de fantasia, com aquela pitada de humor que só ele sabe fazer.

O livro começa com um Charlie Nancy (ou Fat Charlie para o resto do mundo) insosso, acomodado com o emprego, com um futuro casamento a vista e com péssimas lembranças de sua infância.

conheca-a-lenda-de-anansi-o-mr-nancy-de-deuses-americanos_fCom a aproximação da data de seu casamento, Charlie se vê compelido por sua noiva a convidar seu pai a cerimônia. Entretanto, quando acaba criando coragem pra passar por cima de toda uma infância traumática em prol de um casamento harmonioso, Charlie descobre de uma vez só a morte de seu pai, a existência de um irmão e o pior: Seu pai é nada mais nada menos que um Deus!

Em meio a lembranças de um pai sacana e a realidade de um irmão não muito diferente, cheio de poderes e charme, Charlie se vê sendo jogado para escanteio, ofuscado pelo brilho de seu irmão, ao mesmo tempo em que sua vida organizada, programada e certinha está subindo pelos ares.

Não sei por qual motivo, mas eu sempre tenho altas expectativas das obras de Neil Gaiman, e com essa leitura não foi diferente. Vim com muita sede ao pote e acabei dando com a cara na porta. A verdade é que achei um livro muito a quem do que dizem por aí.

Toda a mitologia envolvida é muito interessante, Gaiman nos fala bastante sobre esse mundo de fantasias, entretanto o livro só fica bom a quase 70 páginas do final. Antes achei apenas um livro devagar quase parando, com algumas pitadas de humor sarcástico.

O final salvou todo o livro, na minha opinião, mas pra quem costuma desistir no meio da leitura, vai achar o livro apenas chato. Então, minha dica é: Achou ruim? Tá com vontade de desistir? Desiste não, migs, continua que o final é muito bom.

site: https://literakaos.wordpress.com/2018/01/17/resenha144-os-filhos-de-anansi-de-neil-gaiman/
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Blink.Indica 26/01/2019

OS FILHOS DE ANANSI
Os Filhos de Anansi tem mitologia, ação, romance, mistério, morte e muito mais! Neil Gaiman entrega um livro maravilhoso e não choca ninguém.

Confesso que no início eu estava resistente com a leitura, o começo é meio morno e até um pouco entediante, se a meta de Gaiman foi passar o quão chato era a vida de Fat Charlie antes do irmão aparecer, essa meta foi atingida com sucesso. Eu diria que o verdadeiro conteúdo do livro começa quando Fat Charlie “invoca” o irmão, Spider é tudo que ele nunca foi e muito mais e é muito interessante ler as interações deles.

Não duvido que as intenções de Spider fossem boas, mesmo ele tendo vacilado muito com o Fat Charlie, por viver como um Deus ele nunca se importou de fato com as consequências de suas ações, e de certa forma isso de se importar é tudo muito novo para ele. No fim ele não foi um cara ruim, ele só precisava de alguém que o aceitasse o entendesse e acima de tudo que estivesse ali para ele quando ele precisasse.

Toda a jornada de Charlie indo e vindo de Londres para os EUA e até as idas dele ao mundo mítico foram muito bem construídas e mesmo sendo um pouco fora da realidade, Gaiman fez com que parecesse algo completamente normal você se jogar no mundo apenas com a roupa do corpo para se livrar do seu irmão que está literalmente roubando sua vida, o que é um puta plot twist que eu não estava esperando de jeito nenhum.

Quando a revelação final é feita eu tive que parar de ler par aplaudir a genialidade de Gaiman, esse homem pensa em todos os detalhes e mesmo com o começo lento ele consegue prender a atenção do leitor a um nível que é preciso ler tudo de vez para que as peças se encaixem e finalmente se faça luz!

A parte mítica do livro é muito boa e para mim que não tinha conhecimento nenhum sobre Anansi e suas histórias, esse livro serviu como porta de entrada para mim nesse mundo tão vasto que é a mitologia africana. Fiquei bastante curiosa sobre os outros deuses animais e suas histórias com Anansi, que em vida era um deus bem escroto, mas depois de ter passado pela mitologia grega, romana e nórdica eu cheguei a conclusão que todos os deuses são assim.

Enfim, Gaiman está de parabéns, provando que ele com toda certeza pode escrever qualquer história.

site: https://blink-moments.blogspot.com/2018/11/resenha-os-filhos-de-anansi.html
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Dede Silva 30/03/2019

Divertido
A história tem um ritmo rápido, viaja em vários tempo, montando um grande quebra cabeça dando sentido a narrativa.
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Kal 13/02/2020

Mais que uma história sobre o Deus das Histórias, uma história sobre família
Uma aventura que me fez aprender um pouco mais sobre mitologia africana e me fez conhecer esta divindade que aparece relativamente em deuses Americanos, mas rouba a cena quando aparece, neste livro ele aparece pouco também, sua influência e histórias tem o tom perfeito para situação que está ocorrendo no tempo presente do livro, a única ressalva é que ele funciona bem melhor depois da leitura de Deuses Americanos.
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Fabian Rodrigo 23/02/2020

Para nós ocidentais é comum conhecermos um pouco sobre a mitologia Greco-romana, Nórdica, Egípcia entre outras. Confesso que não imaginava a existência de uma mitologia africana, temos sim, algumas religiões baseadas em Deuses africanos. E este livro nos traz exatamente isso, todo um universo rico em história, cultura e personalidade. Como é a África.
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@gezaine_ 01/05/2020

A história demora um pouco a engrenar, mas é sempre muito divertida. Os personagens e o narrador são muito engraçados e é bem interessante aprender um pouco sobre mitologia africana.
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