Larissa Zorzo 15/04/2017Sim, Philippa é "tudo isso"Em primeiro lugar, acho importante ressaltar que o foco do livro não é, nem de longe, o romance do casal. Eu nunca tinha lido nada da famosa Philippa Gregory e, mesmo já sabendo que o foco de suas narrativas era a trama histórica, fiquei surpresa com a carga de História que encontrei no livro.
A sinopse fala da Rainha Branca e de uma guerra entre primos, a Guerra das Duas Rosas. Mas o livro é tão, tão mais que isso.
Por vezes senti falta de um aprofundamento dos personagens. Senti que a história se desenrolava rápido demais (você muda de página e já tem outro filho na família). Só da metade pra o final do livro percebi que, na verdade, a alma e essência dos personagens pouco importavam ali. Não por descaso da autora, e sim porque aqueles personagens (e pessoas reais, em grande parte) não passavam de peões no tabuleiro do jogo de poder obsessivo que foi essa Corte. E a imagem do quão longe iam os jogos e maquinações sobre o poder, honestamente, é talvez o ponto mais cruelmente interessante do livro.
Com grande merecimento de elogios, entra a parte meio mística da história de Elizabeth. As citações da história da suposta deusa Melusina renderam trechos incríveis, e a pitada discreta de magia que a linhagem feminina da rainha possui deixaram a leitura completamente encantadora.
A escrita de Philippa é rápida, direta. Por vezes rápida demais, pra o meu gosto, e isso me fez tirar meia estrelinha da classificação final. Comecei a leitura sinceramente pensando "ok, é só isso?" e agora, minutos depois de virar a última página, realmente entendo o que a autora tem de tão único e especial.