A Filha da Minha Mãe e Eu

A Filha da Minha Mãe e Eu Maria Fernanda Guerreiro




Resenhas - A Filha da Minha Mãe e Eu


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Vitor Emmanuell 02/09/2013

Mesmo quem nos ama às vezes não consegue ver quem realmente somos
A Filha da Minha Mãe e Eu é um daqueles livros que fala sobre a relação entre mãe e filha. Há algumas semanas, tive a oportunidade de ler Jardim de Inverno, onde fiquei apaixonado por livros que conseguem passar para o leitor essa emoção que poucos conseguem.

Confesso, nas primeiras páginas o livro foi um pouco chato. Eu tinha que falar sobre isso, quase desisto da leitura acho que na página 101. Mas sorte a minha que o livro superou essa fase “chata” e conseguiu me surpreender. Afinal, todos sabemos o que acontece numa história onde mãe e filha estão relacionadas, queremos deduzir que tudo ficará bem, não é mesmo?

E é onde entra o subtítulo do livro. Na minha opinião como leitor apaixonado, sei que em qualquer família, sempre tem aquela pessoa que não consegue demonstrar o que sente por nós. Sabemos que somos especiais, mas não enxergamos isso de primeira passagem, apenas com muita convivência. No livro, é o que acontece com Mariana e Helena.

“Com um irmão quase da mesma idade, era difícil ter um dia inteiro de paz dentro de casa. A gente competia o tempo todo.”

Mariana descobre que está grávida, mas para conseguir ser mãe, precisa conhecer seu papel como filha. Também logo nos primeiros capítulos descobrimos o porquê do título do livro.

“E foi assim, entre tantos desencontros, que descobri que existiam duas Marianas: a filha da minha mãe e eu.”

O livro é narrado em terceira pessoa e mostra o tempo todo os pensamentos de Mariana, sua opinião em relação a tudo. Mariana sente-se menosprezada, eu até diria “menor” em relação a seu irmão que tem tudo o que quer.

Não sei o motivo, mas adorei Guga. Embora imaturo na maioria das vezes, ele é muito determinado e quando coloca uma coisa na cabeça, não sai. Faz de tudo para conseguir o que quer. No livro, ele e Mariana competem sobre tudo, até para ver quem come mais. Foi uma forma que Helena criou para que os dois a obedecessem sem reclamar. Quando um ganhava algo, o outro ganhava. Quando um apanhava, o outro apanhava também.

As pequenas verdades que são mostradas ao longo da trama, mostram o relacionamento conturbado entre as duas. Helena é fria, não demonstra seus sentimentos de maneira alguma. Mariana é alegre, tem energia de sobra para aproveitar a vida, e quer ser reconhecida como filha, o que parece que Helena não enxerga.

Na infância, Nana se sentia diferente em relação à sua mãe. Sempre foi mais próxima de seu pai. Ela pensava que Helena tinha ciúmes da relação com seu pai. Mais carinho. E foi assim que Nana tornou-se uma adolescente rebelde, só ficava trancada no quarto e só vivia questionando sua mãe, em tudo. Sempre causava brigas entre as duas.

“Apesar dela fazer, emocionalmente, diferença entre mim e meu irmão, no resto, era tudo igual: o que um tinha, o outro tinha também. E isso para o bem ou para o mal. Se um ganhava um presente, o outro ganhava também.”

Somente com o amadurecimento, que Mariana vai perceber que o amor que sua mãe sente por ela existe, embora ela só consiga enxergar quando vê sua mãe sensível. O livro se superou do meio para o final, a história deu uma reviravolta incrível e com um final bonito. Recomendo o livro para aqueles que querem realmente uma leitura agradável sobre o relacionamento de mãe e filha.

Título: A Filha da Minha Mãe e Eu
Autora: Maria Fernanda Guerreiro
Editora: Novas Páginas – Novo Conceito
Páginas: 272
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Sheila 09/08/2013

Resenha: "A filha da minha mãe e eu" (Mariana Fernanda Guerreiro)
Por Sheila: Oi pessoas! Como anda a vida? Espero que tudo ok. Hoje vou apresentar para vocês mais um título nacional, romance de estreia da autora Maria Fernanda Guerreiro. Já no início, somos apresentados a alguma reticências ... afinal, Mariana é uma jovem em um relacionamento que descobre algo que vai mudar para sempre sua vida: ela será mãe.

Mas (palavra que inicia o romance) a alegria inicial abre espaço para muitas dúvidas. Mariana começa a se questionar e angustiar com a possibilidade de ser mãe, devido ao relacionamento nem sempre tranquilo que estabeleceu com a sua própria. Na verdade, nas palavras de Mariana, é necessário que ela se sinta filha antes de se tornar mãe. E esta talvez seja uma tarefa bastante penosa.

A partir do segundo capítulo, somos apresentados a Dona Helena, mãe de Mariana e Gustavo, por quem Mariana se sentiu, a vida inteira, preterida em detrimento de seu irmão mais velho, e incompreendida em suas tentativas de ser amada e cuidada em seus momentos de dúvida e conflito.

"A primeira vez que ouvi a palavra "cínica" foi da boca da minha mãe. E o que mais me surpreendeu: era para mim que ela estava dizendo. Eu tinha apenas 5 anos e nenhuma ideia do que aquilo significava.
- Alô? Oi, é a Helena. Olha, nós não vamos mais para aí por que aconteceu um acidente ... é ... um louco bateu no carro do Tito e a gente não vai mais ... alô, só um minuto ... - minha mãe disse impaciente ao telefone.
De repente, ela tapou o bocal e olhou para mim.
- Deixa de ser cínica, Mariana! Levanta já dai e para de drama, se não vou te dar um motivo de verdade para chorar ... - e voltou a conversar no telefone enquanto eu engolia meu choro deitada no sofá da sala."

Desde pequena, de incompreensão em incompreensão, cada vez mais vemos a história de Mariana e Helena, mãe e filha, se entrelaçar e distanciar. É como se houvesse um ruído muito grande na comunicação das duas, a ponto de não conseguirem entender o que uma tenta comunicar à outra.

Decepções, expectativas exageradas, palavras não ditas, vão recheando este espaço cada vez maior que se instaura entre as duas. Enquanto Mariana conta como foi crescer sendo duas ao mesmo tempo - ela, e quem sua mãe parecia acreditar que ela fosse - Mariana também vai nos contando a história de seus pais, como a infância de ambos foi determinante para que adotassem determinadas atitudes. E como era difícil para sua mãe ser Mãe, por também não ter podido ser filha de sua mãe.

"- Pecado é trair o marido como ela fez! Pecado é ser perdoada e depois trair meu pai de novo! Pecado é fazer tudo isso na própria cama e ser pega em flagrante pelo marido! Pecado foi o meu pai ter atirado no amante daquela senhora, que se diz minha mãe, e ter sido preso! Pecado é essa mulher ter fugido e largado os três filhos enquanto meu pai estava na cadeia por causa dela! (...) Pecado foi ter sido criada por uma família que não era a minha e que me fazia de empregada quando eu tinha só 4 anos ..."

Helena precisa carregar um enorme tonel de situações mal resolvidas da infância com sua mãe, o que, para Mariana, parece ser determinante na maneira como as duas se relacionam: competindo pelo amor de seu pai, enfrentando as interpretações e explosões de sua mãe, além do tratamento diferenciado que sente em relação a seu irmão.

"- Tem mais suco no copo dela - apontou Guga para o meu suco de laranja.
- Não tem não! Você pôs mais suco no copo dele - respondi.
- Então, pões seu copo do lado do meu para ver - disse meu irmão enquanto arrastava o copo até o meu.
- Tá vendo, tem quase um dedo a mais no seu copo, Guga. Põe mais pra mim mã...
Não tive tempo de acabar a frase. De repente, ela segurou meu queixo, ergueu minha cabeça e despejou toda a jarra de suco pelo minha goela abaixo. O Guga ficou mudo. Eu, atônita. Minha mãe saiu da cozinha braba.
Não conseguia nem respirar. Passado o susto, comecei a chorar. Alguns minutos depois, minha mãe voltou a cozinha. Nós dois ainda estávamos paralisados. Pensei que ela fosse se desculpar, me colocar em seu colo e dizer o que tinha acontecido. Mas em vez disso, ela disse taxativa.
- De agora em diante, um reparte e o outro escolhe. E cada um para o seu quarto agora! De castigo!"

Vamos então assistindo ao desenrolar destes acontecimentos, o passar dos anos, e descobrindo o por que de algumas situações sendo como são, mas principalmente vendo o amadurecimento de Mariana, como fez para crescer sendo a filha de sua mãe - e não ela mesma - e os conflitos que adviram daí. Será que Mariana conseguirá "fazer as pases" com seu passado para poder usufruir do seu futuro?

O romance é narrado em primeira pessoa, mas nem por isso deixa de perder seu encanto. É escrito em uma linguagem super acessível, o que não inviabiliza que a estória seja contada de forma belíssima. São poucos os títulos desse gênero que me chamam a atenção, mas confesso que este me emocionou às lágrimas. A sensibilidade por trás das frases, o encadeamento sutil entre os fatos e sentimentos faz com que o livro vá muito além do que se espera.

Além disso, o desfecho me surpreendeu, esperava algo mais clichê, mas a autora realmente conseguiu transformar o fim em apenas um breve intervalo na história de duas pessoas que se conhecem, (re) conhecem e constroem diferentes começos. Recomendo.

site: https://mail.google.com/mail/u/0/?shva=1#sent/14062e78e2d4cd22
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Sâmella Raissa 30/07/2013

Resenha original para o blog SammySacional

Ao contrário de como sempre faço com os livros que resenho por aqui, não irei falar novamente sobre a premissa da história, até porque ela já é pequena e se eu falasse demais acabaria soltando spoilers repentinos ou mesmo falar algo desnecessário - o que, na verdade, já estou fazendo - mas, bem, o que digo, à princípio, é que o livro tinha uma premissa que até poderia lhe transformar em uma história reflexiva, com alguma lição de moral realmente eficaz e algo do gênero. Não que o livro tivesse sido ruim, ele foi bom - por isso as três estrelas ali em cima como avaliação final - mas não o suficiente, digamos.

A minha visão era de que Maria Fernanda Guerreiro queria criar uma história emocionante sobre um relacionamento de mãe e filha, que fizesse as pessoas refletirem sobre esse mesmo relacionamento em cada uma de suas vidas. E bem, caso seja isso, ela realmente escreveu uma história boa que vale a pena ser lida e que dá sim para tirar algo de muito bom sobre várias questões familiares para sua vida. Mas, de um determinado ponto, acho que a história acabou pecando com seus personagens e conflitos. Eu tentava me simpatizar com eles, realmente, mas não conseguia. Nenhum deles parecia ter uma postura estável durante muito tempo, e mesmo a protagonista, às vezes, me passava a impressão de ser uma criança, mesmo quando já estava acima dos 16 anos. Ela simplesmente voltava a persistir em velhos erros e ficava naquela de mudar e tal, mas no fim das contas ainda continuava na mesma.

E, bem, o que dizer sobre a família da Mariana? Eu me surpreendia cada vez mais com ela, simplesmente isso. Os integrantes em si eram bons, muito legais, na verdade, eram gentis e alguns até divertidos e bons amigos, mas, fala sério, eles passaram por muita confusão, desde até muito antes do nascimento da própria protagonista. Quando você estava agoniado e intrigado com um determinado acontecimento, no capítulo seguinte um outro já aumentava a confusão e você ficava desesperado sem saber como tudo aquilo iria se resolver - e até mesmo se iria se resolver. Mas, ao menos em um aspecto positivo, a união daquela família foi algo que eu gostei, e, olhando por um lado, até que todos aqueles problemas serviram como provações. Mas, ainda assim, acho que foi muita carga para as mesmas pessoas, e, a partir de um ponto, muita coisa acontecendo a cada período curto de tempo.

No geral, eu diria que a leitura de A Filha da Minha Mãe e Eu é válida, mas que, para cada pessoa, poderá provocar as mais diferentes reações. No meu caso, eu não consegui mesmo me conectar com a história e entender todos os ângulos, ainda estou inconformada com várias atitudes de alguns personagens, em especial a mãe da Mariana, a Helena, que oras parecia ser uma mãe incrível, mas em outros momentos nem mesmo parecia conhecer a própria filha. Foi uma relação bem conturbada, e eu não consegui entender o motivo para a Helena agir daquele jeito - mesmo que o motivo fosse sempre explicado, mas eu acho que não justifica tanto, ela poderia mudar se quisesse de verdade. Mas, bem, o livro tem sim uma boa construção, apesar de eu não ter visto muito equilíbrio nos acontecimentos, mas ainda assim foi uma boa leitura.

site: http://sammysacional.blogspot.com.br/
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VL 23/07/2013


Tudo começa a partir do momento em que Mariana (também chamada de Nana) vê o sinal positivo do teste de gravidez e diante da revelação de que seria mãe começa a tentar entender seu papel como filha.


A narrativa da infância de Nana é muito cativante, ela que desde pequena já teve que saber lidar com a suposta 'preferência' da mãe, Dona Helena, pelo irmão, Guga e com diversos outros problemas que serviram para para me deixar mais interessada na história dela. Com a sucessão dos acontecimentos, que a propósito foram muito bem escritos pela autora, entre um caso e outro o enredo ficava mais emocionante.


Maria Fernanda Guerreiro fez baste uso dos flashbacks já que a história gira em torno das lembranças da vida de Nana, e durante sua adolescência a autora conseguiu me fazer entender toda a contradição da personagem, seu medo de não ser amada pela mãe, o ressentimento por ter sido 'trocada' pelo irmão, o desejo de ter a mãe como uma amiga e protetora e poder sentir-se amada por ela, enfim, diante de tudo isso, pude me sentir parte da história, como se sentisse a Nana em mim.


O desejo pelo amor e atenção da mãe com o tempo foi se transformando em ódio e ressentimento, o que grande parte de sua adolescência acabou consumindo-a, retratando uma realidade sofrida para ambos os lados, o da mãe e o da filha. A falte de comunicação e afinidade entre as duas é evidente, e agora mais um problema surge no meio do caminho criando assim mais uma série de problemas descritos pela autora, e que poderiam ser resolvidos ou até mesmo evitados se houvesse cumplicidade entre as duas.

(...)

leia mais:

site: http://viciadasliterariamente.blogspot.com.br/2012/06/resenha-filha-da-minha-mae-e-eu.html
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Greice Negrini 23/07/2013

Envolvente e de linda estória!
Sinopse:
Sensível e tão real a ponto de fazer você se sentir parte da família, A filha da minha mãe e eu conta a história do difícil relacionamento entre Helena e sua filha, Mariana. A história começa quando Mariana descobre que está grávida e se dá conta de que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel como filha, tentar compreender o de Helena e, principalmente, perdoar a ambas. Inicia-se, então, uma revisão do passado – processo doloroso, mas imensamente revelador, pautado por situações comoventes, personagens complexos e pequenas verdades que contêm a história de cada um.


MINHA OPINIÃO:


Quando li o título da obra, para ter uma ideia, estava com um pensamento de que seria aquelas obras sobre temas em que sempre nos pegamos pensando: “Minha mãe é sempre assim, ela não muda”.

Mas será que em algum momento de nossas vidas já paramos para avaliar o que seria de nós quando nos tornarmos mãe? Ou para quem já é mãe, será que não somos exatamente como as nossas?

Mariana é uma mulher que se descobre grávida e começa a relatar todas as suas experiências com sua família, especialmente com a sua mãe, desde seu nascimento.

Relata com grandes detalhes como se sente em relação a sua mãe preferir o seu irmão, por mais que o ame muito.

Um momento extremamente marcante é quando Mariana se apaixona por seu professor da faculdade e depois descobre que se meteu numa enrascada e resolve fugir dele e assim, o professor para se vingar,volta, tenta conquistar a mãe de Mariana somente para se aproximar novamente da filha e chantageá-la.

Este livro conta momento cruciais que todos devemos ler e ter como uma lição: momento de separação, da luta de uma família para fazer um filho sair das drogas, de aborto, de adoção, de abandono.

Sabe-se que também o pai tem uma imagem importante neste livro, pois completa o círculo familiar que faz esta história se tornar um grande laço de ternura.

É o tipo de livro que toda adolescente deve ler para aprender a estar atenta a todo tipo de perigo que o mundo oferece e que todos os pais deveriam ler para indicarem aos filhos a melhor forma de conversar com eles.

É um livro completamente envolvente e fácil de ler pois utiliza uma linguagem acessível.
Tem o encanto e o amor de uma mãe que protege seu ninho, mesmo que seja a sua forma de amar e de demonstrar o seu amor.
Um livro com uma estrutura psicológica bem montada.

A Filha da minha mãe e eu é um livro da Editora Novo Conceito e escrito por Maria Fernando Guerreiro.


site: www.amigasemulheres.blogspot.com
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Cau :) 31/05/2013

A filha da minha mãe e eu
"Quando vi as duas listras azuis no teste de gravidez, tive uma certeza: preciso me sentir filha antes de me tornar mãe. Porque uma parte da minha alegria era inventada, e a outra não era minha."(Pág. 7)

Normalmente quando leio um livro, começo a entrar no clima depois de algumas páginas. Este me tocou já no primeiro parágrafo.

Quando descobre que está grávida, Mariana se vê dividida entre a alegria e o medo da maternidade, por conta dos grandes conflitos que sempre teve com sua mãe, Helena. Ela acredita que, antes de mais nada, para se tornar mãe, precisa perdoar e ser perdoada.

Desde muito novinha, Mariana sentia-se menos amada do que seu irmão, Gustavo. Por mais que tentasse agradar Helena, por mais que implorasse pela sua atenção e seu amor, sempre se sentia incompreendida. E seu ótimo relacionamento com o pai, Tito, também era motivo de grande ciúme por parte da mãe.

Toda a rigidez e aparente frieza de Helena era usada para tentar esconder seu triste passado. Quando criança, sua mãe traiu o seu pai que acabou preso por matar o amante da esposa, num ataque de fúria. Sua mãe então fugiu, abandonando os filhos pequenos. Helena foi separada de seus irmãos, indo morar com outra família, causando traumas que ela carregou a vida inteira. E tudo isso acabou influenciando na sua maneira de ser mãe. Mas, apesar dos ataques de raiva e descontroles emocionais, quando precisava defender os filhos de alguma situação, Helena se tornava uma verdadeira leoa!!

"De repente, veio uma imagem na minha cabeça: minha mãe era como um doce de mil folhas, com várias camadas, e só se chegava ao creme tirando cada folha antes." (Pág. 110)

Enquanto Mariana crescia, os problemas aumentavam, assim como também crescia a distância entre mãe e filha. Mariana queria ser mais próxima de sua mãe, queria poder conversar com ela sobre suas coisas, queria tê-la como amiga. Mas Helena era enfática: “Eu sou sua mãe, não sua amiga!”. Sentindo-se sozinha e desamparada, Mariana precisa lidar com as dores, os problemas da adolescência, as primeiras paixões, contando consigo mesma e com seu pai amoroso.

"Depois de tantos anos, compreendi que não é que minha mãe não sabia dar. Ela não sabia era receber." (Pág. 136)

Toda a história é contada por Mariana, o que me agradou muito porque, por mais que ela estivesse narrando pelo seu ponto de vista, em diversos momentos ela também tentava entender o ponto de vista de sua mãe. Adorei a diagramação, fácil de ler, e a capa é linda!

Ao iniciar a leitura de A Filha da Minha Mãe e Eu, de Maria Fernanda Guerreiro (Novo Conceito, 256 páginas, R$ 29,90), o primeiro pensamento que tive foi: “Eu nunca vou conseguir escrever sobre esse livro como ele merece ser escrito...” E realmente não consegui transferir para o papel todas as emoções que ele me despertou. Um livro forte e extremamente profundo! Doído, até. Uma história comovente que, muitas vezes, me levou às lágrimas. Parte dessas lágrimas, tenho certeza, por pura saudade da minha mãe, que já se foi há nove anos, e que, graças a Deus, era bem diferente de Helena!

Vou deixar para vocês uns trechos desse belíssimo livro. Recomendo que todos comprem, ele merece ser lido!

"Passei boa parte da minha vida alternando entre querer ser igual a minha mãe ou ser tudo o que ela não era. Mas, o mais curioso é que, em ambos os casos, a referencia era a mesma. Até quando eu queria ser completamente diferente dela, era nela em quem me espelhava." (Pág. 203)

"A verdade é que éramos duas estranhas que não sabiam demonstrar o sentimento que a outra precisava. De repente, tudo me pareceu tão simples e o tempo entre nós tão desperdiçado. Era fato o amor que existia entre mãe e filha, mas os caminhos escolhidos para demonstrá-lo não tinham sido os mesmos." (Pág. 117)

Engraçado... minha mãe que nunca tinha conversado comigo sobre sexo, nem sabia quais eram meus sonhos e medos, em vários momentos importantes da minha vida esteve junto comigo e não percebi." (Pág. 122)
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Nina 16/05/2013

A Filha da Minha Mãe e Eu - Maria Fernanda Guerreiro
Mariana acaba de descobrir que está grávida e, diferente de Davi, seu marido, ela não consegue se sentir plenamente feliz com a notícia. Isso porque a revelação de sua gravidez a faz reviver momentos dolorosos de sua relação com a mãe, Helena. Ela ainda não sabe como é ser mãe, mas já sabe que será uma mãe bem diferente da sua.

Desde muito pequena, Mariana percebeu a preferência de sua mãe por seu irmão Guga. Talvez por ele ser mais frágil e mais sensível do que ela, Helena sempre pareceu mais propensa e estar do lado dele. Mesmo assim, ela sempre fez tudo ao lado de seu irmão mais velho e a frieza de sua mãe só a levava a se aproximar mais do pai, Tito, sempre atencioso e cheio de carinho com ela.

O problema é que a proximidade de Mariana com o pai só fazia atiçar o ciúmes da mãe e fazer com ela aumentasse os maus tratos com a filha. Só bem mais velha é que ela percebeu que Helena disputava a atenção do marido com a própria filha.

Aos poucos Mariana vai relembrando seu passado com sua família para tentar se reconciliar com sua mãe e conseguir aprender como também ser uma mãe.

* * * * *

Eu não consegui gostar desse livro, pronto.falei!
E vou explicar para vocês o porque, mas primeiro acho mais fácil dizer o que foi positivo. A escrita de Maria Fernanda Guerreiro é muito boa. A leitura é fácil e prazerosa e, consequentemente, flui rápido. A revisão foi muito bem feita e a capa é linda. O enredo e até interessante e o leitor fica curioso para saber o final, o que aconteceu com a Mariana e sua família. E é só.

No começo até que as coisas vão bem, mas não consegui me conectar com os personagens que não são nem um pouco carismáticos. A própria Mariana é uma sonsa de marca maior, que absorve tudo para si, parece que todas os problemas, tristezas e preocupações da mãe são por culpa dela. E como o livro é narrado em primeira pessoa e a história contada através dos pensamentos e lembranças de Mariana, pouco se conhece dos demais personagens. Mas acredito que não perdemos muito: Helena é chata e muito radical em suas atitudes, Tito é o marido bonzinho e bobo, Guga é frágil e muito infantil, a avó materna me pareceu totalmente lunática enquanto a família paterna é grudenta, intrometida e sem noção.

Mas o que mais me incomodou foi o excesso de problemas que essa família tem que enfrentar. Tem de um tudo: traição, divórcio, aborto, drogas, homossexualismo, abuso sexual, depressão, tentativa de suicídio, abandono na infância, espíritos obsessores, etc. Ou seja, é pouca família para muito desgraça!

Quem acompanha o blog sabe o quanto me irrita quando o livro gira em torno de um problema e ele se resolve com tanta facilidade que parece mágica. Pois é, aqui também temos isso. Um dia Mariana está está em depressão profundo e vai se atirar da janela e no outro está ótima, e nunca mais se fala nisso. Helena de um dia para o outro se arrepende de tudo e vira a melhor mãe do mundo. Ou seja, o livro tem tanta informação e quer abordar tantos assuntos diferentes, que no final tudo se resolve magicamente.

Mas você persiste e continua lendo porque pensa que pelo menos um romancezinho tem que ter, já que na primeira página do livro Mariana fala de seu marido e diz que está grávida. Que nada! Tudo se resume a um final insosso com pouco mais de dez páginas. Decepcionante!

Bom peeps, eu não indico. Tem muito livro bem melhor por aí.
E vocês? Já leram? O que acharam?

B-jusssss! ♥
;-p

Resenha postada no meu blog: Pronto.Falei!
http://ninattavares.blogspot.com.br/2013/05/a-filha-da-minha-mae-e-eu-maria.html
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Rosana 16/04/2013

A Filha da Minha Mãe e Eu - no Livrólogos
Este livro relata, com uma profunda riqueza de detalhes, um conturbado relacionamento entre Helena e sua filha Mariana.

Ao se perceber grávida, decide, antes mesmo de ser mãe, fazer uma análise, uma revisão de seu papel de filha, e tentar compreender o que é ser mãe. Para isso, ela faz um retrospecto minucioso da vida em família, com passagens reveladoras sobre seu comportamento.

Na infância, confusa com as atitudes da mãe em relação à educação dela e de seu irmão Gustavo (Guga) sente-se incompreendida, começa a se isolar em seu próprio mundo, fazendo de seu pai um verdadeiro amigo e confidente.

“ E era em meu pai que eu buscava o refúgio sentimental de que tanto sentia falta”.

Ela e seu irmão Guga se entendiam muito bem, apesar de “ter certeza” de que a mãe gostava muito mais dele. Isso a incomodava muito.

Com o passar do tempo, os problemas familiares se avolumando, o convívio no lar vai ficando cada vez mais difícil. A relação, mãe e filha, se transforma em total rejeição e culpa.

“ E foi assim, entre tantos desencontros, que descobri que existiam duas Marianas: a filha da minha mãe e eu”.

Os pais se separam. Guga vai estudar Oceanografia na Austrália . As coisas não melhoram para Mariana. Ela já é adolescente, mas, em casa, mãe e filha são como duas estranhas incapazes de demonstrar qualquer sentimento. A palavra final era sempre da mãe. Mariana queria sua amizade sem magoá-la. Mas como? Ela preferia a amizade do pai,despertando ciúmes na mãe

Questionava o amor de sua mãe, mas que amor ela oferecia?

“De repente, tudo pareceu tão simples…Era fato o amor que existia entre mãe e filha, mas os caminhos escolhidos para demonstrá-lo não tinham sido os mesmos”.

A capa é bonita, a diagramação é bem agradável a leitura. Um livro sensível e emocionante.
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Isabella Pina 06/04/2013

Antes de sermos mães, devemos aprender a sermos filhas.
Mariana acaba de de descobrir que está grávida. Ela deveria estar borbulhando de alegria, no entanto, os sentimentos são muito confusos e são causados por um misto de acontecimentos do passado. Sua mãe, Helena, de uma personalidade muito forte, nunca demonstrou muito o seu amor para a filha e, várias vezes, as duas discutira m e parecia que quase sempre estavam brigadas.

A gravidez faz com que ela se lembre da própria mãe e com isso, somos levados à infância de Mariana e seu irmão, Guga. Com ela como narradora, vamos vendo sua vida passando, desde criança até se tornar a mulher que é. Realmente, conhecemos sua história, seus problemas, suas tristezas e alegrias. Uma das coisas que mais gostei nessa narrativa criada pela Maria Fernanda é que eu realmente me senti como se uma amiga estivesse me contando sua história. A Mariana nos faz nos sentirmos à vontade, como se fosse uma antiga conhecida nossa, e eu gostei muito disso.

A história também é muito interessante. É a história de uma mulher comum, mas eu gostei bastante da forma como ela foi contada. Eu até estava curiosa com o livro, porque a relação "mãe e filha" é muito complicada, mas se for bem contada, pode ser um tema muito legal. E foi isso que aconteceu: por mais conturbada que fosse a que existia entre a Mariana e a Helena, era algo realista. A gente conseguia ver isso acontecendo, ainda mais porque eu acho que deve acontecer mesmo.

Além disso, a história em si foi boa. Eu não sabia exatamente o quê esperar, mas gostei do que li. Além do tema principal, algumas outras histórias foram criadas e eu gostei bastante delas, porque davam um toque especial à história como um todo. O pai da Mariana, Tito, e sua proximidade com a filha, por exemplo, foram um dos maiores problemas entre a Helena e ele - e entre ela e a própria filha. Guga, o irmão da Mariana, também tinha seus próprios problemas, que na verdade me surpreenderam, porque eu não esperava nada disso.

Por todos esses motivos, esse é um livro que eu recomendo. Ele tem sentimentos e uma ótima escrita, além de falar de um assunto muito presente na nossa vida. Aliás, parabéns à Maria Fernanda pela ótima história criada e que venham muitos outros livros tão bons ou melhores que esse!
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KatiaMaba 31/03/2013

A Mãe da Minha Filha e Eu – Maria Fernanda Guerreiro.
Porque à relação mãe e filha em algumas famílias ainda transcorre de forma tão conturbada? Esta pergunta acompanha o leitor de Maria Fernanda Guerreiro até o último capítulo do livro “A Filha da Minha Mãe e Eu”.

É certo que muitas explicações surgem ao longo da história na condição de origem das agressões verbais entre mãe e filha, mas, por experiência própria eu afirmo que, dependendo do amadurecimento espiritual e quando há amor incondicional tudo pode explicar, mas, nada justifica repetir algumas ações quando uma das pessoas envolvidas no conflito tem capacidade para reconhecer as consequencias imediatas ou futuras.

Perfil: Maria Fernanda Guerreiro nasceu em 18/01/1973 na cidade de São Paulo (SP). Formada em Comunicação pela FAAP. Atuou como redatora em agência de propaganda. Atualmente é roteirista do longa Estação Liberdade. O romance acima mencionado é seu trabalho na estréia no mundo da literatura brasileira.

Abraços,
Feliz Páscoa para você e todos os seus familiares.
Kátia Regina Maba
http://katiareginamaba.blogspot.com/
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Lelê 25/03/2013

Resenha:
A história começa com Mariana já adulta, vivendo em um relacionamento sério, prestes a casar, e vendo aquelas duas listras no teste de gravidez. Positivo.
A partir daí uma série de dúvidas e temores surgem. Será que ela saberá ser mãe se ela nem sabe ser filha?
Mariana então começa a reviver toda sua vida desde que nasceu, tudo o que ela passou ao lado de seus pais, Helena e Tito, e seu irmão Guga. Além de outros familiares.
Uma história de família bem complicada. Pois Helena não teve a chance de ser filha, então sua experiência como mãe é bem complicada. Porém em nenhum momento foi ruim, mas sim muito fria e fechada.
Já Tito é aquele pai amigo e protetor. E como dosar o excesso de carinho e atenção de um, e a falta do outro?
É disso que se trata este livro.


"E foi assim, entre tantos desencontros,
que descobri que existiam duas Marianas:
a filha da minha mãe, e eu."
Pag. 29


A família enfrenta uma quantidade imensa de problemas. Mariana desenvolve depressão, a mãe de Helena, que tinha sumido por quinze anos, volta trazendo mais confusão, e muitas outras coisas acontecem.
E só o que Mariana quer é se aproximar da mãe, só que ela não sabe o jeito certo de fazer isso.


Mas relacionamento não é uma questão de
merecimento. E eu já deveria saber disso."
Pag. 210


É narrado em primeira pessoa, por Mariana. A narrativa é bem simples e fácil de acompanhar, apesar de ser um tanto rápida, mas não teria como não ser pois Mariana conta sua vida toda em menos de trezentas páginas. O que facilita ainda mais a leitura é a quantidade de diálogos, o que é bem bacana, pois assim acompanhamos melhor o que cada personagem tem a dizer sobre tudo o que acontece com essa família.

A capa é bem simples, mantendo o mesmo tom. Tem tudo a ver com a história.

Gostei!!
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Flavinha 20/03/2013

Doce, forte, surpreendente!
Não sei se foi o fato de ter começado a leitura sem expectativas, mas o fato é que este livro se saiu muito melhor que a encomenda!
A narrativa da delicada relação entre Mariana e sua mãe, fruto de um contexto complicado desde as origens da família, quando sua mãe ainda vivia apenas o papel de filha, me cativou. Talvez por ter me identificado com muita coisa escrita nestas páginas... o fato é que a intensidade com que tudo aconteceu na vida das personagens - todas as alegrias e momentos de dor - me levaram a não querer parar a leitura!
Acima de tudo o livro é uma lembrança de que, independente das circunstâncias, problemas e defeitos que as pessoas que formam este núcleo possam ter, nada na vida é tão forte quanto o amor da família. Impossível não se emocionar!
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Ana Luiza 13/03/2013

Resenha do blog Mademoiselle Love Books - http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br
A primeira coisa que Mariana pensou quando descobriu que estava grávida é que, antes de ser mãe, ela precisava entender e rever seu papel de filha. Desde a infância a garota teve uma difícil relação com a mãe Helena, uma mulher rígida que também teve uma infância nada fácil.
A mãe de Helena traia o marido, o que acabou causando a prisão dele e fazendo com que seus filhos fossem morar com estranhos. Anos depois, já crescida, mas ainda muito jovem, Helena conhece Tito, seu futuro marido e pai de Mariana e Gustavo. O mau relacionamento com a mãe refletiu no mau relacionamento de Helena com a filha Mariana, o que sempre foi reforçado pela impressão que a menina tinha de que a mãe gostava mais do irmão mais velho.
Mesmo tendo claramente ciúme da relação do irmão com a mãe, Marina tinha um bom relacionamento com Gustavo e, principalmente, com o pai Tito. O grande carinho entre pai e filha, assim como o grande carinho entre mãe e filho, acabou causando em Marina e Helena um círculo vicioso e infinito de afastamento, de modo que as duas sempre acabavam brigando ou magoando uma a outra.

“Com o tempo, percebi que se minha mãe era a melhor do mundo, às vezes, era a pior também.” (Pág. 14)

Apesar dos altos e baixos, Marina sabia que a mãe a amava e as duas chegaram a se aproximar em alguns momentos, mas nunca superaram as mágoas do passado. Então por isso que, ao descobrir sua gravidez, Marina percebe que é preciso por um fim nisso, o que a fará reviver toda a sua vida mais uma vez, passando por todas as lembranças, das felizes as tristes.

“Passei boa parte da minha vida alternando entre querer ser igual a minha mãe ou ser tudo o que ela não era. Mas, o curioso é que, em ambos os casos, a referência era a mesma.” (Pág. 203)

Mas Marina não relembra e analisa apenas a sua vida, mas a de toda a sua família, afinal, ela não foi a única que passou por momentos difíceis. Refazendo toda a trajetória de uma família, acabamos por presenciar todos os tipos de situações, todas muito reais, a qual uma família pode ser submetida. Brigas, segredos, traições, divórcios, perseguições, drogas e até mesmo abortos estão presentes na história, além de uma diversidade de sentimentos que vão da alegria a tristeza, do ódio ao amor. Conforme vemos todos os personagens crescerem e amadurecerem ao longo da trama, também somos expostos a uma bela lição de todos os tipos de amor: entre irmãos, entre amantes, entre todos os membros de uma família e, principalmente, entre pais e filhos.

“E foi assim, entre tantos desencontros, que descobri que existiam duas Marianas: a filha da minha mãe e eu.” (Pág. 29)

“A Filha da Minha Mãe e Eu” é um livro para qual tinha boas expectativas, mas que acabou me surpreendendo. Já sabia que tinha em mãos uma história bela, mas esperava uma trama bem dramática, e, apesar de ser emocionante, o livro não tem nada de dramático ou mesmo entediante. A história não é leve, por causa de seu conteúdo, mas flui com uma facilidade impressionante.
A escrita em primeira pessoa da autora é simples, condizente com o perfil da protagonista/narradora, mas super bem feita. Um detalhe que me chamou a atenção foi que, mesmo a Marina sendo a narradora e a protagonista, ela também conta as histórias dos outros personagens, como quando seu pai e sua mãe se conheceram, como se estivesse lá, detalhando até mesmo os sentimentos e pensamentos dos outros personagens. Pode parecer meio estranho um narrador personagem agindo como um narrador observador em algumas situações, mas como já disse, achei o toque bem interessante e, até mesmo, inovador. Apesar de ter gostado desse detalhe na escrita da Guerreiro, senti falta de descrições mais completas e, em alguns momentos, de que ela deixasse claro quando tal acontecimento ocorreu.
Quanto à trama, a autora foi bem realista, explorando situações e personagens reais, mas todos bem amarrados e planejados. Todos os acontecimentos, assim como todos os personagens, tem uma importância para a trama em geral. Todos os personagens tiveram uma personalidade, importância e história própria, gostei do modo como a autora entrelaçou a história deles com a principal, a da Marina. Falando nela, a garota foi minha personagem preferida. Marina é uma personagem aparentemente simples, mas de uma complexidade emocional que praticamente a torna real para o leitor. O mais interessante na personagem é que ela não é apenas uma adolescente amargurada, com o velho drama de “mamãe me odeia”. Pelo contrário, Marina tem consciência do quanto a mãe a ama, e do quanto ela ama a mãe, mas o que não impede suas dúvidas e mal relacionamento com Helena. Além de uma personagem convincente, envolvente e emocionante, me identifique com Marina, afinal, quem nunca teve problemas e um relacionamento um pouco conturbado com os pais?
A editora fez um excelente trabalho com o livro. A revisão e diagramação estavam perfeitas, não encontrei um erro sequer. Isso sem falar da capa, que além de linda, combina perfeitamente com a história.
“A Filha da Minha Mãe e Eu” é, além de um livro envolvente e emocionante, uma boa reflexão para todos nós. Em vez de ficar apenas julgando as atitudes erradas e injustas da mãe, dizendo o quanto ela foi uma má mãe, Marina também julgou a si própria, percebendo o quanto foi uma má filha. Acho que todos nós devemos parar para refletir nossos papéis como parte de uma família de vez enquanto, aprendendo a deixar certas de coisas de lado e, principalmente, a dar valor naqueles que amamos e que nos amam, que estão sempre ao nosso lado, independente da situação.
Recomendo “A Filha da Minha Mãe e Eu” para todos, principalmente para aqueles que gostam de histórias com um teor mais real, que não deixe de nos emocionar e fazer refletir. O livro me lembrou muito Preces e Mentiras (Sherri Wood Emmons), Precisamos Falar Sobre o Kevin (Lionel Shriver) e
Um Ano Inesquecível (Ronald Anthony), outros belíssimos livros que super recomendo.

“Mesmo sem conseguir ver seu rosto, pude sentir que, naquele instante, nascia na minha mãe o maior sorriso do mundo. Um sorriso que eu nunca veria, mas que eu tinha certeza que existia. Assim como seu amor por mim. E, o meu, por ela.” (Pág. 272)

Autora da resenha: La Mademoiselle

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CooltureNews 10/03/2013

Publicada em www.CooltureNews.com.br
Após um grande momento afastado de romances e dramas, ou seja, quase todos os livros da Editora Novo Conceito, resolvi entrar de cabeça novamente neste gênero e assim também liberar algumas resenhas atrasadas desta editora. E justamente este foi um que me chamou muito a atenção, primeiro pela capa e depois pela sinopse, mas o livro foi uma grande surpresa, afinal não foi nada daquilo que estava esperando.

Para começo de conversa não tinha a mínima ideia que se tratava de uma autora nacional e isso foi uma grande surpresa, pois a editora realmente caprichou na edição e isso não é algo que estou acostumado a ver no tratamento para autores brasileiros, pelo menos não para àqueles que estão fora da grande mídia. Em todo caso, pela sinopse esperava que a história em si girasse em torno da gravidez da personagem e seu drama agora como mãe tentando recuperar o contato com a sua própria mãe, mas não. A história do livro é basicamente uma viagem ao passado da personagem e sua relação um tanto perturbada, porém normal, com sua mãe.

Digo normal, pois é basicamente a mesma relação que 90% das pessoas possuem com seus pais, mas quando visto através de uma ótica egoísta, a nossa situação é sempre mais complexa que a do próximo. Voltando ao livro, dou os parabéns pela autora não entrar na onda de narrar um evento do passado e já fazer a ligação com o que esta ocorrendo no futuro, o livro inteiro é essa ligação, ou seja, logo no primeiro capitulo temos a descoberta da gravidez e só vamos ver onde isso vai dar nos capítulos finais. Por mais que essa técnica de intercalar eventos do passado e do futuro cada qual no seu capitulo funcione a maioria das vezes e traz certa dinâmica ao livro, não é um artificio que aconselho para livros dramáticos.

A leitura do livro é simples e descontraída, mas a autora perde um pouco a mão após a metade do livro aproximadamente, quando começa a colocar muitos acontecimentos marcantes, em menos de trezentas páginas a obra aborda temas como homossexualismo, drogas, aborto, gravidez, relacionamos com homens mais velhos, estupro e por aí vai, sem levar em conta todo o drama familiar decorrente do relacionamento entre pais e filhos, tudo bem que esses outros assuntos em sua grande maioria é decorrência dos relacionamentos familiares, mas abordar todos de uma única vez tornou a historia um pouco fantasiosa, ou seja, passou daquele ponto onde conseguimos nos identificar e reconhecer como um drama que poderia ser real para algo forçado.

Porém, devo dar o braço a torcer em relação ao desenvolvimento dos personagens bem como suas concepções, a autora realmente acabou caprichando principalmente com Helena, a mãe. E realmente acredito que se o livro tivesse focado mais os relacionamentos, sem o uso de tantos ápices e problemas externos, definitivamente seria um livro mais interessante e entraria para a lista dos favoritos. Em todo caso é uma leitura simples e até divertida, levanta algumas questões que poderiam ser melhores debatidas, mas ainda assim nos leva a pensar sobre elas.
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