Bruno @viagempelomundodoslivros 15/06/2021
"Como fugir e esconder-se quando a primavera chegava trazendo consigo a doçura de viver?"
Neste livro escrito em Paris, em 1948, para o seu filho João Jorge (então com 1 ano), temos uma fábula que conta a história de amor impossível entre um gato e uma andorinha. Estamos diante de uma fábula, pois a história acontece entre bichos "humanizados", e nela temos a história de um Gato Malhado que era visto como o pior bicho do parque, mas que se apaixona por uma andorinha, o que gera muito julgamento em todos os moradores do parque, pois onde já se viu um gato e uma andorinha se amarem? Pois bem. Essa história nos ensina sobre o poder do amor que pode nascer entre pessoas de raças, origens ou culturas diferentes. A história que a manhã contou ao tempo para ganhar a rosa azul (O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá) é das coisas mais belas que eu já li em minha vida. Abaixo trago alguns quotes da obra que me encantaram:
"Como fugir e esconder-se quando a primavera chegava trazendo consigo a doçura de viver?"
"Sentia-se leve, gostaria de dizer palavras sem compromisso, de andar à toa, até mesmo de conversar com alguém. Procurou mais uma vez com os olhos pardos, mas não viu ninguém. Todos haviam fugido. Não, todos não. No ramo de uma árvore a Andorinha Sinhá fitava o gato malhado e sorria-lhe. Somente ela não havia fugido."
"Desejo dizer que há gente que não acredita em amor à primeira vista. Outros, ao contrário, além de acreditar afirmam que este é o único amor verdadeiro. Uns e outros tem razão. É que o amor está no coração das criaturas, adormecido, e um dia qualquer ele desperta, com a chegada da primavera ou mesmo no rigor do inverno. Na primavera é mais fácil, mas isso já é outro tema, não cabe aqui. De repente, o amor desperta de seu sono à inesperada visão de um outro ser. Mesmo se já o conhecemos, é como se o víssemos pela primeira vez e por isso se diz que foi amor à primeira vista. Assim é o amor do gato malhado pela andorinha Sinhá."