Li 07/01/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - JANEIRO - LITERATURA INFANTO-JUVENIL *TEXTO 4*Vivi disse que não tem problema postar mais resenhas que as 3 previstas, então... Rs.
Sinopse: “temperamento do Gato Malhado não era nada bom - bastava aparecer no parque para todos fugirem. E ele ia tocando a vida com a indiferença habitual. Até que, chegada a primavera, o Gato nota que a Andorinha Sinhá não tem receio algum dele. Foi o suficiente para que dali nascesse a amizade dos dois, que se aprofunda com o tempo. No outono, os bichos já viam o Gato com outros olhos, achando que talvez ele não fosse tão ruim e perigoso, uma vez que passara toda a primavera e o verão sem aprontar. Durante esse tempo, até soneto o Gato escreveu. E confessou à Andorinha - 'Se eu não fosse um gato, te pediria para casares comigo'. Mas o amor entre os dois é proibido, não só porque o Gato é visto com desconfiança, mas também porque a Andorinha está prometida ao Rouxinol. Jorge Amado colheu essa história de amor de uma trova do poeta Estêvão da Escuna, que a costumava recitar no Mercado das Sete Portas, em Salvador, e a colocou no papel com o tom fabular dos contos infanto-juvenis em 1948, quando vivia em Paris. Não era uma história para ser publicada, mas um presente para o filho, João Jorge, que completava um ano de idade.”
Estava eu na biblioteca da minha universidade procurando livros para o desafio e eis que me bato com este! Me deu uma vontade louca de rir, pois tenho uma história curiosa sobre ele... Não sobre ele em si, na verdade, mas sobre uma adaptação que fizeram para o teatro: Minha vó me levou, junto com uns primos, para vê-la quando criança... Tem uma parte da peça que o ator que faz o gato cai do telhado para o palco! Minha vó conta que dei uma crise de pânico(eu tinha medo de todo e qualquer animal) e não deixei mais ninguém ver a peça... Ela devia ter me dado uns cascudos, na moral! Como eu ficaria indiferente ao livro?! Rs.
A história do gato malhado e da andorinha sinhá começa a ser narrada pelo Vento para a Manhã. A Manhã, por sua vez, conta para o Tempo, para que não seja castiga pelo atraso do nascer do sol (e ainda ganhar uma flor azul rara). Conta a história que havia um gato, o Malhado, que era, supostamente, o terror do parque. Tudo que acontecia de ruim ali os animais colocavam a culpa nele, mesmo sem provas. O coitado levava a fama principalmente por não ser sociável. Quando chega a primavera, o gato malhado, sempre tão fechado e sério, sorri!E todos os bichos ficam com mais medo ainda dele e saem de sua vista, achando que era prenúncio de uma nova maldade. Só a andorinha Sinhá não sai de seu lugar e ainda tem a audácia de puxar conversa com o gato...
As ilustrações de Carybé são muito fofas e o livro em si é uma gracinha também. Não gosto muito de Jorge Amado, acho o estilo dele meio confuso, mas não é que gostei do livro?! É tão gostoso de ler... Fica meio confuso às vezes, mas não empata a leitura! Comecei a ler assim que peguei na biblioteca e ficava dando aqueles risos abafados, rumrumrum, no ponto de ônibus e o pessoal me olhando de rabo de olho!
Fábulas são difíceis de definir... Acho que a moral da história do gato e da andorinha é mais na base do julgamento. Julgando, perdemos a oportunidade, muitas vezes, de conhecer pessoas bacanas. Seguir preconceitos alheios, sem averiguar a veracidade dos fatos, pode causar mal entendido e prejudicar o outro, apesar de que no caso, o “outro” não é tão inocente. E, o ápice da obra: O amor muda as pessoas! (eu não acredito nisso, mas quem sou eu para contradizer o senso comum?!). Aborda também o fato de como certas regras impostas pela sociedade podem ser cruéis!
Para ler o livro é preciso um vocabulário mais vasto! É uma boa história para pais que gostam de ler para os filhos, assim podem ir explicando as palavras, ou para professores trabalharem com os alunos em classe, principalmente por ser curtinho.