Luan 21/08/2014
Fim de uma trilogia e a satisfação em tê-la conhecido!
No terceiro e último livro da trilogia Cemitério dos livros esquecidos, as histórias do primeiro e do segundo livros se cruzam. O foco agora é Daniel, Fermín e, claro, David embora este em menor escala, mas com papel fundamental. Tudo acontece dois anos após o término de A sombra do vento, quando Daniel e Bea estão casados e com o filho, Julián, em fase de crescimento.
A aventura, que por característica se envereda por histórias que se cruzam de forma incrível, começa quando um homem misterioso chega até a livraria Sempere e Filhos para comprar um exemplar único de O conde de Montecristo. Na hora de levar o livro, no entanto, a surpresa: o comprador paga mas deixa o volume na livraria e dentro dele um recado tão misterioso quanto o próprio homem para Fermín.
A partir daí, muitos segredos do passado de Fermín vêm a tona. E descobrimos como a vida dele se cruz com outros personagens já conhecidos da gente. Paralelo a isso, temos o casamento de Fermín com Bernarda e a volta por cima da livrar, que estava a beira da falência.
Não tenho grandes críticas ao livro. Carlos Ruis Zafón é mestre e sempre será. Claro, não é uma obra que chegue próximo da genialidade de A sombra do vendo, mas não se distancia tanto. Achei, na verdade, curto. Rápido. Um piscar de olhos e pá: acabou. Pra quem está acostumado com Zafón, isso soa estranho.
Mas aqueles mistérios, misturados a histórias que se entrelaçam, são características presentes. Muito daquilo que nos perguntávamos nos outros dois livros da série são explicados aqui. Não sei, na verdade, se Zafón idealizou toda a história antes de escrever a trilogia ou se bolou o passado revelado em O prisioneiro do céu conforme ia escrevendo os primeiros livros: mas tudo, novamente, como não poderia deixar de ser, se encaixou perfeitamente - preciso frisar: magnifica a história criada para o passado de Fermín e todo o desenrolar.
Foram várias as revelações e em vários momentos a única reação que nos cabia era a boca aberta ou a celebre frase: esse cara é fod*. Outro ponto a se destacar são os capítulos curtos e rasteiros. Isso deixou a história muito mais rápida, fluente. No entanto, tirando estas qualidade já conhecidas, tenho sim alguns poréns.
Eles se referem à velocidade impressa à história. Não entendi porque o livro teve tão poucas páginas e tamanha rapidez no desenvolvimento. A história contada tinha, sem dúvida alguma, fôlego para mais uma 100 páginas, o que seria ideal para mim. A certa altura, parecia que ele atropelava alguns acontecimentos para encerrar a história. Não deixou a desejar no desenvolvimento, repito. Mas se aproximaria da grande obra que foi o primeiro volume da série. E também não digo que o fim deixou a desejar. Mas o desenrolar de todo o mistério ocorrer apenas nas últimas quatro ou cinco páginas me surpreendeu um pouco.
Por fim, só tenho a dizer que adorei ter conhecido tantos personagens tão bem construídos. Zafón é um dos escritores que melhor sabem contar histórias, construir personagens e nos convencer daquilo que escrever. Por essas e outras, ele é um dos meu autores preferidos e um dos clássicos da atualidade. Vai ficar pra eternidade, sem dúvida. Essa série deve sim ser reconhecida e eternizada por tudo que é. E eu fico aqui com a vontade de um dia conhecer o Cemitério dos livros esquecidos e adotar um livro.
Não conhece este lugar secreto? Tá convidado a conhecer. Leia A sombra do vento, O jogo do anjo e O prisioneiro do ceú. Não te arrependerás.