Leitora Assídua 22/05/2017
Sheldon X Bagshawe
Escolhi gostar de um autor que deixou uma sucessora decepcionante. Tilly tem talento para escrita, sabe como envolver um leitor, sem dúvida, prende a atenção a ponto de deixar curioso para ter certeza de suas suspeitas levantadas no decorrer da obra. Estrategista, embora previsível, é possível desvendar o mistério logo no início da obra, o que sobra para o leitor se esbanjar na descrição dos fatos, e massagear o ego com a afirmação da sua suspeita.
Sidney tinha início, meio e fim. Tinha personagens que o leitor queria para si, queria viver, queria conhecer mais e mais.
Tilly entrega tudo de uma vez, e esse tudo nem é muita coisa, acaba sendo o suficiente para desvendar a trama. Isso pode ser tolerável para quem não conhece as obras do Sheldon. É envolvente, enigmático, surpreendente, e claro, muito suspense. As perguntas que os personagens se fazem, é a mesma que dos leitores, diante das divagações é fácil descobrir a resposta, o que nos faz retornar ao ponto: o leitor massageia o ego apenas afirmando suas suspeitas com o restante da leitura.
Anjo da Escuridão é um pouco do Sidney que conheci em O Reverso da Medalha, mas, com o final do A Senhora do Jogo, de Tilly, que, como sempre, deixa suas pontas abertas, me deixa indagando o que pode ou não ter acontecido, Sidney respondia a todas as perguntas, mas, me fazia criar perguntas fora do roteiro, é aí que mora a magia do Sheldon. Ele te dá as respostas, mas te permite criar as perguntas, tornando a obra inesquecível por sua trama, Tilly torna inesquecível o quanto Sheldon faz falta.
Escreva, Tilly, continue suas histórias, mas não assine mais com o nome do Sheldon, isso me faz sempre comparar você com ele, e é sempre decepcionante, o foco que deveria ser a obra, fica em segundo plano.