Resenhas - O Homem do Castelo Alto

Matheuzices 05/05/2023

O livro "O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick, é uma obra distópica que apresenta uma realidade alternativa na qual os Aliados perderam a Segunda Guerra Mundial e o mundo foi dividido entre os japoneses e os nazistas.

Na história, o personagem principal, Juliana Frink, é uma mulher que busca encontrar o autor do livro "O Gafanhoto se torna Pesado", um livro que relata uma realidade alternativa onde os Aliados venceram a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, conhecemos outros personagens, como Frank Frink, ex-marido de Juliana, que busca vender suas peças de artesanato para sobreviver, e Robert Childan, um negociante de antiguidades que tenta se adaptar à nova ordem mundial.

O livro é um estudo sobre o poder e a manipulação ideológica, onde o leitor se depara com um mundo em que a verdade é constantemente distorcida e a realidade é moldada pelos vencedores da guerra. Além disso, é uma reflexão sobre a identidade nacional e a cultura, mostrando como a dominação de um país pode afetar profundamente sua cultura.

Com sua prosa envolvente, Philip K. Dick cria um universo complexo e intrigante, cheio de reviravoltas e mistérios. "O Homem do Castelo Alto" é uma obra que instiga o leitor a refletir sobre a natureza da realidade e a manipulação da informação. Um livro que, apesar de ter sido escrito há mais de 50 anos, continua atual e fascinante.

Arlindo.Ramos 30/04/2023

O Homem do Castelo Alto
Que livro ótimo. Em História não existe "se", mais na literatura tudo é possível. Esse livro faz pensar, e se os Alemães tivessem ganhado, como seria o mundo hoje?

AndradeFS.Ju 28/04/2023

Eu tinha altas expectativas. Imaginava profundidade e ação, mas recebi dúvida e decepção. Erro meu em achar que tudo ia se cruzar mais adiante. E o tal do Dente de Leão? E as joias? Vai ter atentado? O velho chega no Japão? O alemão tá caindo numa cilada? Eles estão na Matrix? Não sabemos.

alissont 27/04/2023

Uma trama mal-acabada
De todas as leituras que fiz até aqui em 2023, essa certamente foi a que iniciei com mais expectativas, não sendo elas, infelizmente, supridas. Motivado pela série de mesmo nome produzida pela Amazon, talvez eu tenha elevado demais o sarrafo para analisar o livro.

"O homem do castelo alto" não é de todo uma decepção, pelo contrário, possui uma boa escrita e histórias interessantes fundamentadas em uma ótima premissa. Todavia, no meu ponto de vista, tais histórias poderiam ser mais desenvolvidas e os personagens mais bem aproveitados. Ao terminar, a sensação é que o livro seria muito melhor se possuísse mais algumas centenas de páginas, o que o leva a parecer uma obra incompleta, inacabada e desprovida de um "closure" que interligue os arcos da trama.

Diego Miúdo 24/04/2023

"O Homem do Castelo Alto": uma reflexão inteligente sobre a realidade e a história.
"O Homem do Castelo Alto" é uma obra inovadora que desafia a compreensão do leitor sobre a realidade e a história. O livro se passa em uma realidade alternativa onde as potências do Eixo venceram a Segunda Guerra Mundial e governam o mundo, criando um cenário político e social complexo e repleto de tensões.

A trama principal gira em torno de um livro intitulado "O Gafanhoto Torna-se Pesado", que apresenta uma história ainda mais alternativa onde os Aliados saíram vitoriosos da guerra. Esse livro é tão importante e controverso que começa a afetar as vidas de diversas pessoas, que vão desde um dono de loja até um oficial do governo japonês.

A narrativa é construída em torno de uma série de personagens que se entrelaçam de maneiras inesperadas, cada um lutando com suas próprias questões e conflitos internos. A abordagem de Dick para a construção de personagens é fascinante, pois ele oferece uma visão sutil das motivações de cada personagem, sem nunca impor sua própria perspectiva.

O livro é uma reflexão sobre a natureza da realidade e a importância da história na nossa compreensão do mundo ao nosso redor. "O Homem do Castelo Alto" é uma obra inteligente e desafiadora, que convida o leitor a questionar suas próprias crenças e perspectivas sobre a vida e a sociedade. Com sua narrativa complexa e cheia de nuances, é um livro que deve ser lido por todos os fãs de ficção científica e de obras que exploram os limites da nossa compreensão do mundo.

Brujo 16/04/2023

O Gafanhoto Torna-se Pesado
E se a Alemanha nazista tivesse vencido ? Como o país e sua Blitzkrieg chegou muito perto de ganhar a Segunda Guerra Mundial, essa é uma realidade que foi imaginada por muitos. Um destes foi Philip Kindred Dick, que em 1962 lançou "O Homem do Castelo Alto", ganhador do prêmio Hugo de 1963.
Na realidade imaginada por K. Dick, os EUA não conseguiram superar a grande depressão de 1929 devido ao assassinato de Franklin Roosevelt, o que faz o país ficar extremamente fragilizado militarmente e não conseguir ajudar os Aliados. E, pior ainda: o Japão invade o Oeste do país.
Enquanto isso, a Alemanha toma toda a Europa, dizima a URSS, a África e todas as minorias. Resumindo, basicamente a Alemanha toma toda a África, Europa e o Leste dos EUA. Japão domina Ásia, Oceania e o Oeste dos EUA.
É nesse cenário que PKD desenvolve talvez os seus personagens com maior profundidade (pelo menos dentre as obras que li até agora): Frank Frink, um construtor de jóias; Juliana Frink, ex-mulher de Frank, que parte em uma jornada ao lado de um agente nazista disfarçado; Robert Childan, o dono de um antiquário que tem um complexo de inferioridade e ao mesmo tempo admiração pelos japoneses dominadores; Nobusuke Tagomi (meu preferido), o ministro do comércio japonês nos EUA, que se vê em meio a uma conspiração envolvendo um agente alemão da Abwehr e um militar japonês de alta patente; E Hawthorne Abendsen, o escritor de um livro dentro do livro chamado "O Gafanhoto Torna-se Pesado", que relata com uma verossimilhança absurda a derrota do Eixo na guerra. Ou seja, temos aqui uma metalinguagem. E uma das boas.
Algo que liga esses personagens é o I Ching, o livro das mutações, que permeia toda a história, guiando e aconselhando os personagens e com um peso ainda maior do que o livro escrito por Abendsen.
Aliás, Abendsen é o próprio Dick. Figurativamente. Na realidade e na ficção, os autores usaram o I Ching de maneira quase febril para escrever seus livros, isolados em uma cabana. Nas duas realidades, o I Ching determina a construção dos personagens e o andamento da história. Realidade e ficção se misturam de maneira perfeita, em uma incrível metalinguagem. Em determinado momento da história, há até a discussão se o livro de Abendsen é ou não ficção científica e, por tabela, traz esse questionamento para o próprio "Homem do Castelo Alto".
Esse livro é fantástico, pois mostra perfeitamente o mundo dominado pelo Eixo. No período em que ocorre a história, há uma espécie de guerra fria entre Japão e Alemanha, que estão para ir para as vias de fato através da operação nazista dente-de-leão; Mostra como a Alemanha é superior ao Japão tecnologicamente, tendo até iniciado a exploração espacial, plenamente factível, se lembrarmos que os EUA cooptaram vários cientistas nazistas para trabalhar em sua própria tecnologia espacial. Aliás, essa exploração espacial nazista (conceito assustador!) é o único traço de sci-fi deste livro. Podemos dizer que K. Dick escreveu uma ficção especulativa distópica.
Outro aspecto interessante que não costumamos ver com frequência nas obras do autor é a existência de uma personagem feminina com relevância na história. E Juliana Frink é essa personagem. Emmanuel Carrère diz na biografia "Eu estou vivo e vocês estão mortos" que Dick criou Juliana para se apaixonar por ela. A personagem é a responsável por mostrar à Abendsen, através de uma pergunta ao I Ching que o próprio jamais teve coragem de fazer, que a realidade descrita em "O Gafanhoto Torna-se Pesado" é a verdadeira realidade, que aquela na quais os personagens viviam de alguma forma era falsa. Este é o final do livro, determinado pelo I Ching no mundo real, e pra mim foi plenamente satisfatório. Vale dizer que o Sr. Tagomi teve um vislumbre desta "realidade verdadeira" em um momento que assemelha-se à iluminação budista, descrito belamente pelo autor: "Sinto os ventos quentes do carma me conduzirem. Não obstante, fico aqui. Meu treinamento foi correto: não devo fugir da brilhante luz branca pois, se o fizer, retornarei novamente ao ciclo da vida e da morte, sem nunca conhecer a liberdade, sem nunca ter descanso. O véu de Maya tombará mais uma vez se eu... A luz desapareceu. "
Enfim, esse livro ainda possui muitos outros detalhes dignos de nota, como a noção de historicidade de objetos de coleção, grande descrição da geopolítica daquela realidade, a profundidade da psiquê dos personagens e muitas outras coisas. Mas basta dizer que este é um livro digno de uma leitura atenta e detalhada e que irá te fazer pensar por dias!
Ah, vale lembrar que há a série de TV baseada no livro. Eu vi somente a primeira temporada e gostei bastante, apesar da história ser muito diferente em relação ao livro e achar o andamento um pouco arrastado. Vale a pena conferir, mas o livro é infinitamente superior!

sakura 16/04/2023

Bom livro, mas cansativo
ótimo livro, acho importante pra compreender o nazifascismo. acho uma distopia boa, mas é um pouco cansativo.

TomAs19 11/04/2023

Um ótimo livro que merece mais reconhecimento
O Homem do Castelo Alto fala de um tema que muita gente já deve ter parado para pensar: E se os nazistas tivessem ganhado a guerra?

Ele pega muito na parte humana, como as pessoas lidam com a realidade que estão. Preconceito de muitas partes e até mesmo pessoas se sentindo inferiores às outras.

Para quem tem vontade de ler esperando grandes explicações geopolítica e econômica da realidade, sinto que não se sentirá saciado. Mas ainda receberá algumas informações interessantes.

Com certeza é um livro que irá agradar todo tipo de leitor, vale a pena a leitura.

Paiva 10/04/2023

Quando descobri esse livro minhas expectativas foram a mil, utopia maravilhosa sobre o fim da 2° guerra, assunto q jamais imaginei.
Porém, grande foi minha decepção... a leitura não trás profundidade de como realmente seria o mundo com Alemanha e Japão no comando, personagens fúteis aos quais vc não se apega, não torce e até esquece a importância dele no enredo. Realmente muito ruim?

Larissa V 31/03/2023

A premissa é muito boa, ambientado em um mundo onde a Alemanha nazista venceu a Segunda Guerra Mundial, mas a execução é um marasmo? Eu esperava um relato mais detalhado do caos que seria o mundo nessas condições, mas o livro só relatou os acontecimentos de um modo bem confuso, arrastado e tedioso.
Recomendo não.

Juan Bahia 29/03/2023

Não é uma Distopia mas é
Na mesma linha de 1984, admirável mundo novo entre outros, o livro traz um mundo onde eventos históricos terminaram de forma diferente.

Quando você lê algum dos livros citados acima você chega a sentir repulsa, estranheza e a dor dos personagens pela sua vida.

Em o homem do castelo alto isto não é totalmente verdade, o que é mais surpreendente no livro.

Ele traz a história e os personagens de forma branda, continua e calma. As vezes não parece tratar de algo diferente da realidade.

Pessoalmente a leitura de outros do gênero foi muito mais empolgante, divertida mas a história como um todo não deixa a desejar em nenhum ponto.

Danielle.Almeida 27/03/2023

Prometeu muito
E entregou quase nada. A premissa desse livro é incrível, como seria se a Alemanha nazista tivesse vencido a Guerra? Aqui vemos uma América dividida entre os estados do Pacífico, dominados pelo Japão e o Grande Reich da América, a nação nazista dominada pela Alemanha. Mas fora isso nada nos faz acreditar que isso aconteceu pois muito pouco é falado sobre as consequências da vitória do Eixo. Conhecemos alguns personagens que parecem ser importantes para a história mas em momento nenhum consegui me afeiçoar ou de fato me importar com eles, os acontecimentos não tinham nenhuma relevância pra mim como leitora e em alguns diálogos e divagações se tornava muito chato. Houve pouquíssimas cenas realmente empolgantes e o final ou eu sou muito burra ou ele simplesmente foi cuspido no livro. Tinha muita expectativa nesse livro por ser o meu primeiro do Philip K Dick, mad ficou muito aquém do que eu imaginava.

Tiago.Salles 22/03/2023

Esperava mais
O homem do castelo alto é um livro que conta o cotidiano de vários personagens, mostrando a realidade onde japão e nazistas tivessem ganhado a guerra, dividindo o USA em dois. O livro não tem a missão de explicar sobre os acontecimentos sócio políticos ou geográficos, é mais como uma novela com vários personagens e acontecimentos, com certos questionamentos, pensamentos raciais e intrigas.

shuhua 12/03/2023

"E era agradável ser carregado por outro ser humano. Ser puxado em vez de precisar puxar. E ocupar, mesmo que por um momento, uma posição mais elevada."
"Talvez, se soubermos que somos loucos, então não sejamos loucos. Ou estamos, finalmente, deixando de ser loucos."
"Não sabem o que fazem aos outros, desconhecem a destruição que causaram e estão causando."

Eu não entendi nada, ao mesmo tempo que é super confuso também é interessante, pensar num cenário onde o Eixo ganhou a segunda guerra mundial é assustador, mas parando pra pensar, é algo que há muitos anos atrás não estava tão distante assim, como seria?
Através de diversos personagens, o autor apresenta o mundo e como sua política e socioeconomia funcionam. Americanos são minorias, judeus precisam de identidades falsas e vivem uma vida inteira tentando não serem descobertos, e por aí vai.
Confesso que achei a escrita confusa, por muitas vezes o autor se perdia em detalhes que não tinha necessidade, além deu ter achado os personagens bem chatinhos. É uma leitura difícil, mas até que vale a pena.

Marcus Oliver 10/03/2023

Um ?e se?? bem instigante
A literatura sabe utilizar, como ninguém, a ideia de ?e se??, neste caso, há ?e se o Eixo ganhasse a Segunda Guerra Mundial??.
É nesta história que se acompanha uma realidade paralela.
Os EUA é dividido em dois grande estados, do Pacífico, controlado pelo Império japonês, e um por um estado fantoche, controlado pelo Reich nazista.
Os brancos norte-americanos são tratados como as minorias atuais, oprimida em diversos pontos e tolerados em certos círculos da sociedade japonesa.
O lado norte-americano do Reich não é apresentados, é mais citado por meio de notícias e opiniões dos personagens, sendo a mesma história para o resto do mapa geopolítico desse mundo ficcional. Essa estratégia serve para fugir do modelo básico de livros de fantasia e ficção-científica, ter um ou dois capítulos apenas descrevendo este mundo e seu funcionamento.
A trama principal em si não é o foco desta história, mas trazer uma realidade totalmente plausível com a mudança histórica de um evento e como isso poderia afetar diretamente a vida particular dos indivíduos e a relação entre as dias potências (Japão e Alemanha).