spoiler visualizarDominic nic nic 07/09/2021
As três estrelas são mais pelo carinho que sinto pelo primeiro livro, por ser o primeiro que li quando criança e do qual possuo um apego pela nostalgia.
Pollyanna Moça é um livro rápido de ser lido, e sua estrutura é um tanto engraçada, dado que na verdade parece dois livros que foram combinados em um. Sua primeira parte, se dá no início da adolescência de Pollyanna, tendo seu próprio arco de início, meio e fim. Enquanto sua outra metade, é com ela adulta, também tendo uma história que apesar de complementar a apresentada na primeira parte, parece mesmo que pegamos na verdade a continuação de outro livro. Não é algo ruim, só achei intrigante e me pergunto se a autora na época não tinha planos de na realidade fazer da história uma trilogia.
É interessante que Pollyanna quando cresce apesar de ainda possuir suas convicções quanto ao otimismo, o apresenta de uma maneira muito mais madura do que quando criança, e isso é um ponto muito positivo ao mostrar o desenvolvimento da personagem. Ainda assim, a história do livro é repleta de soluções caídas do céu e bem imediatas, que não convencem muito ou parecem forçadas.
Mas se há algo, ou melhor, alguém que é um ponto positivo do livro (olhe o jogo do contente aqui), é a apresentação do novo personagem, Jamie, que parece uma versão do outro gênero de Pollyanna a princípio, mas que com o decorrer do livro mostra que joga uma versão do jogo do contente ainda melhor que a garota. Enquanto Pollyanna o joga de maneira inocente e muitas vezes até tola, algo que muitos leitores do primeiro livro até se irritam com ela, Jamie o joga por que precisa dele, por que se não o fizer não haverá mais nada com que se agarrar a vida, mas sem que se aliene quanto as mazelas ao seu redor, algo que acaba ensinando até mesmo a nossa protagonista. Mas um aviso quanto a adição desse personagem, e isso provavelmente se deve pela época em que se é escrito, é a forma como sua deficiência é referida e que pode incomodar em muitos momentos.
Em certo ponto da história, há o triângulo amoroso entre Pollyanna, Jamie e Jimmy, e apesar de Jamie ser meu favorito para ela a princípio, no final acabei ficando aliviada que Pollyanna ficou com o amigo de infância e ele com uma garota que realmente o merecia. Há algumas passagens da história em que Pollyanna afirma até mesmo evitar Jamie, por que quando estava perto dele ficava difícil jogar o jogo do contente, isso por conta dele ser uma pessoa com deficiência. Achei isso extremamente pesado e admito que me incomodou bastante, pois nem esperava isso de Pollyanna que já havia lidado com outras pessoas com deficiência antes e nunca havia tido tal tipo de reação.
Enfim, não é exatamente um livro ruim, mas há pontos que incomodam nele. E com certeza eu leria um livro inteiro só do Jamie. Mas quanto a Pollyanna, acho que gosto mais da versão que a tenho guardada no coração de quando era criança.