Vulgo Grace

Vulgo Grace Margaret Atwood




Resenhas - Vulgo Grace


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Crônicas Fantásticas 15/09/2020

Vulgo Grace
Resenha por Thamirys Gênova

Título: Vulgo Grace | Autor: Margaret Atwood | Editora: Rocco | Gênero: ficção histórica | Páginas: 515 páginas | Ano de publicação no Brasil: 2017 | Nota: 5,0/5,0

Um suspeito, em geral, é alguém que possui uma relação consistente com um crime, mas que, até que se prove o contrário, é considerado inocente. Presunção de inocência ou benefício da dúvida (como seja mais confortável chamar) é um princípio jurídico famoso, utilizado por Margaret Atwood como mote para recontar uma história real de assassinato em Vulgo Grace.

A autora é conhecida como autora de O Conto da Aia, obra recentemente adaptada para a televisão, o que também aconteceu com Vulgo Grace, disponível na Netflix sob o título de Alias Grace. Consagrada por suas abordagens ácidas e reveladoras de questões latentes do feminino e do feminismo, Atwood traz em Vulgo Grace ainda, uma outra habilidade: a de reconstituir períodos históricos. Com destreza digna da Scotland Yard, a escritora nos apresenta um século XIX tão cheio de minúcias, cheiros, cores e desigualdade social, que às vezes torna-se difícil respirar normalmente durante alguns trechos (isso também acontece com vocês?).

O livro nos apresenta uma tentativa de resolução de um caso de assassinato ocorrido no Canadá durante o século XIX. A narrativa é baseada em fatos reais, mas, como toda boa história de ficção, e mesmo como toda a análise histórica, permite-se “costurar” alguns buracos com deduções plausíveis.

No início da obra, encontramos Grace Marks, acusada de assassinar seu patrão e a governanta da casa onde trabalhou por alguns meses. Ela está presa há cerca de 15 anos, quando o belo Dr. Simon Jordan, um psiquiatra ainda inexperiente, mas muito bem formado, é convidado para avaliar seu estado mental e emitir um parecer sobre Grace ser liberta ou não.

As conversas com o psiquiatra revelam que o passado de Grace foi marcado por abusos, em todos os sentidos, e a coloca, em muitos momentos, mais na posição de vítima do que de culpada. Apesar de tentar manter uma postura ética, Jordan acaba se envolvendo emocionalmente com Grace, o que torna fazer uma análise de seus relatos algo bastante nebuloso e aflitivo.

Bom, vocês devem estar se perguntando: por que ela não foi presa? Há várias razões para isso, e no meu entender, essa é a principal discussão do livro. À época do crime, Grace tinha 15 ou 16 anos. Isso a tornava quase uma criança aos olhos populares. Ela foi, ainda, vítima de uma guerra narrativa nos jornais que noticiaram o crime. Ora tratada como uma estúpida jovem que foi convencida ou coagida a participar de um assassinato, ora como uma demoníaca sedutora que transformou um bom homem em um assassino.

Uma mulher pode usar sua condição estereotipada de frágil, burra, inferiorizada, ou seja, ela pode utilizar o patriarcado para se defender num caso de julgamento contra ela? Ou ela era apenas uma injustiçada? Atwood nos deixa bem longe de respostas, mas nos impõe valiosas perguntas.

No caso de Grace, além de sua idade quando o crime foi cometido, a jovem também consegue se beneficiar dos primeiros indícios de questionamento da pena de morte e também da ascensão do espiritismo como religião. Embora seja a igreja protestante que se posicione a seu favor, a aura misteriosa da moça a torna objeto de interesse da elite canadense.

Atwood traça muito bem esse cenário do ponto de vista histórico e nos apresenta um mundo aberto a descobertas sobre a mente e o espírito, no qual uma narrativa como a de Grace era enxergada com muita curiosidade. Saber dessa “fraqueza” de pessoas influentes seria uma boa oportunidade para ganhar a confiança deles e escapar da prisão. Ou não. Essa é a pulga que Margaret nos deixa, e que vai depender muito de suas crenças pessoais como expulsá-la da sua orelha.

Outra questão bastante interessante da obra é como é descrita a classe trabalhadora. É claramente um mundo que acabou de sair da escravidão e aos poucos (bem aos poucos), migra para o trabalho livre. Os empregados são tratados de forma bastante repulsiva e usam formas de resistência bastante interessantes para se “vingar” de seus patrões no cotidiano. É assustador como muitas cenas deste livro remetem a relatos contemporâneos, que vocês podem encontrar na página “Eu, Empregada Doméstica” (https://pt-br.facebook.com/euempregadadomestica/), organizada pela rapper brasileira PretaRara. É impressionante mesmo como essa mentalidade colonial ainda se mantém no mundo contemporâneo, no Brasil.

Há ainda várias cenas onde a estrutura machista coloca as mulheres do livro em situações extremas, que destroem elas próprias e as relações entre si. Seria anacrônico no mínimo esperar relações de sororidade entre patroas e empregadas, ainda mais no XIX. Atwood, no entanto, em determinado momento, nos faz lembrar que as dores de uma acabam sendo as dores de todas e que, em determinado momento, toda mulher que já se calou diante de uma situação misógina vai se perguntar por que não impediu aquilo. É um bumerangue muito certeiro e que nos faz refletir sobre identidade, parceria e competição.

O final da obra é doloroso e magistral. Ao mesmo tempo que sentimos alívio por alguns personagens, fica a impressão de que sempre haverá algo a ser reparado e que nada pode mudar algumas violências. A questão principal deixa de ser se Grace é culpada ou não. Isso já não importa. Porque nós a entendemos e não precisamos de uma resposta, que por sinal, não é dada.

Leia mais resenhas em cronicasfantasticas.com.br

site: https://cronicasfantasticas.com.br/2019/05/13/vulgo-grace/
Anna Sens 18/12/2020minha estante
Mas ela foi presa!




Silvia 14/09/2020

Incógnita
...pois é o destino de uma mulher
Ser paciente e silenciosa, esperar como um fantasma sem fala.
Até que uma voz questionadora desfaça o feitiço do seu silêncio.
Assim é a vida interior de tantas mulheres sofredoras,
Sem sol, silenciosas e profundas, como rios subterrâneos
Correndo pelas cavernas da escuridão...

Bem, esse livro foi surpreendente de várias maneiras, pois além da história ser verídica, o julgamento do assassinato na época foi causa de muitas discussões e gerou muitas indagações.

Gostei muito da autora colocar a personagem para ser atendida por um psiquiatra, aquele ar meio de romance que pairou entre os dois, a forma que aquelas conversas aconteciam, tudo muito a seduzir o leitor e a levar a crer que a Grace seria inocente.

Achei bem interessante a teoria da influência que a Grace sofria de Marie e prefiro acreditar nisso, pois assim permaneço acreditando em sua inocência.

Aqui você leitor irá se deparar com um drama, com um mistério, com um thriller psicológico e até com um fim romântico.
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Laísa 13/09/2020

Fatos reais/ficção
Vulgo Grace é baseado em fatos reais, apesar de ser ficção. Grace Marks é realmente famosa pelo envolvimento no assassinato de Kennear e Nancy. O que deixa a história mais interessante. Porém, esperava um final menos romântico, apesar de parecer ser real o desfecho dado a personagem.
Vale a pena a leitura pela escrita da Atwood que é maravilhosa. Eu não consegui largar o livro.
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Tônia 10/09/2020

Assassina ou vítima?
“𝐀𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐞𝐮 𝐬𝐮𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐨 𝐚 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐦𝐢𝐦 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐚: 𝑨𝒔𝒔𝒂𝒔𝒔𝒊𝒏𝒂. 𝑨𝒔𝒔𝒂𝒔𝒔𝒊𝒏𝒂. 𝐄𝐥𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐝𝐮𝐳 𝐮𝐦 𝐬𝐨𝐦 𝐟𝐚𝐫𝐟𝐚𝐥𝐡𝐚𝐧𝐭𝐞, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐮𝐦𝐚 𝐬𝐚𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐭𝐚𝐟𝐞𝐭𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐚𝐬𝐬𝐨𝐚𝐥𝐡𝐨."

--»Grace Marks, aos dezesseis anos de idade, foi acusada de assassinar Nancy Montgomery, a governanta, e Thomás Kinnear, o patrão da casa na qual trabalhava como criada. Ela foi condenada à prisão perpétua e passa a maior parte de seus dias trabalhando como costureira e ajudante na casa do governador da Penitenciária de Kingston, Ontário.

--»Apesar de ser considerada culpada, a pergunta ainda permanece entre as pessoas: uma mulher desprezada que descontou a raiva em duas pessoas ou também uma vítima, envolvida involuntariamente em um crime? Grace diz não se lembrar do age aconteceu, alega ter “buracos” na memória daquele dia fatal.

--»O dr Simon Jordan, jovem médico de estudos mentais, começa a estudar Grace, utilizando ferramentas da psicologia para chegar mais perto do que realmente aconteceu.

--»Ao longo do livro, mergulhamos na história de Grace, contada cheia de detalhes, de forma que o leitor se conecta MUITO com a personagem. Acompanhar Grace foi perturbador, mas muito interessante.

--»Margaret Atwood cria uma conexão enorme com os personagens, e também uma linha tênue entre o que é real e o que não é.

--»O livro é forte, profundo e principalmente maravilhoso.
Amei desde a primeira página, com certeza ganhou um lugar como um dos favoritos.

site: https://www.instagram.com/p/B_h88_6DMH9/?utm_source=ig_web_copy_link
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Michele F. 08/09/2020

VULGO GRACE
Vulgo Grace é um livro extraordinário. Ele conta a luta de Grace contra o tribunal e a opinião da população sobre seu suposto envolvimento no assassinato de Nancy(governanta) e o sr. Kinnear (patrão). Durante esses acontecimentos Grace perde a memória e isso resulta em opiniões diversão sobre a mesma. Não é meu primeiro livro da Margaret Atwood, e como o primeiro ela me deixou presa na história, a narrativa é muito envolvente. Ela nós faz questionar sobre diversos assuntos e têm momento que me questionei em qual narrativa eu acreditaria. A Grace certamente é umas das minhas personagens favoritas. O final para mim foi chocante, por mais que a autora dê pequenos indícios ao longo da trama. Esperava um final diferente, e talvez isso tenha me desanimado um pouco.
Preciso comentar sobre a série, eu adorei, ela é completamente fiel ao livro. Desde diálogo à narrativa, o cenário é esplêndido ( eu n gostei da dublagem, mas o resto estava maravilhoso).
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Thay 03/09/2020

Se amei Vulgo Grace?
Há um tempo estou tagarelando sobre esse livro no meu Instagram literário, o que é justo. Não me julguem, este livro é perfeito para mim.

Nas primeiras páginas eu acreditava que iria odiar a história, pois achei que seria maçante, mas tudo isso deu ao fato de eu ter começado a ler durante a madrugada, com fome e sono acumulado (risada nervosa), então é visível que eu só não estava com "cabeça" para ler.
Deixei para ler no dia seguinte e vejam só! Eu amei!

Grace Marks é uma canadense que tendo uma infância muito sofrida, perdendo a mãe ainda quando criança e com o pai sendo um alcoólatra, se viu de casa em casa trabalhando como criada.
Em meio a esse vai e vem de trabalho duro, a jovem canadense se viu como uma oportunidade única, logo depois de ter conhecido Nancy Montgomery. Grace fora chamada para trabalhar como criada no casarão onde Nancy era governanta (ou seria mais que isso?-_-), mas ela teve que pensar muito, já que teria que sair de Toronto para ir embora para uma cidadezinha no interior.

Alguns anos se passaram, agora Grace tinha 16 anos e estava sendo acusada de assassinato juntamente com James McDermot - rapaz que trabalhava no mesmo casarão que Grace.

A parte mais difícil de ler essa história é que o seu cérebro fica repetindo que ela é uma história real. Grace realmente foi punida e por um crime que (eu acredito) não cometeu.
Ao longo da história, Grace vai contando tudo sobre si e sua vida ao Dr. Jordan e é assim que conhecemos sobre ela. Por isso, o que eu conto aqui não é spoiler, logo no início ou se você já conhece a história real, se sabe parte do que vai acontecer.

E não, não sabemos se Grace é inocente ou não (isso talvez seja spoiler , é? ksksksk), mas é que na época não conseguiram desvendar esse caso.

Margaret Atwood conta uma história real com fatos que poderiam ser reais, isso me seduziu! Quem sabe isso os seduza também!
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Vitória L 03/09/2020

O livro começa muito bem despertando a curiosidade do leitor com uma personagem principal mto interessante. Porém, a partir do meio da história parece que se perde um pouco, principalmente quando narra a vida do médico (da qual não queria saber). Assim a minha experiência de leitura foi bem lenta e achei o final mais ou menos. Foi um livro "água".
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Bebela 01/09/2020

Vulgo Grace
Mais um livro da Margaret Atwood concluído com sucesso. Confesso que a leitura demorou engatar mas depois fluiu muito bem.
É um livro com uma riqueza de detalhes e toda a construção da história é muito bem pensada. Muito bacana a autora utilizar a história verdadeira de Grace Marks e se permitir criar novas histórias.
Vale muito a pena a leitura. E agora, estou pronta para assistir a série :)
Vanessa Lima 01/09/2020minha estante
Tu vai curtir a série


Bebela 22/09/2020minha estante
to amando! bem fiel ao livro, por enquanto ??


Vanessa Lima 22/09/2020minha estante
??


Lucas 16/11/2020minha estante
Já li outros livros de Margaret Atwood e tive justamente esse problema, demora de engatar. Inclusive esse é um que quero ler mas estou fugindo pois já espero que no início vou sofrer um pouco.

Eu fiz o caminho inverso, vi a série, e adorei, e agora quero ir para o livro.


Bebela 02/12/2020minha estante
A série é bem fiel ao livro. Gostei bastante ?


Vanessa Lima 03/12/2020minha estante
Que legal, @Bebela - também achei bem legal :)




sarah 31/08/2020

Bom
Um pouco devagar a leitura, porém gostei bastante. Tinha muita vontade de ler esse livro, não foi o melhor que já li da autora, mas está valendo.
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Steffany Leal 26/08/2020

Grace era ingênua demais ou esperta demais?
Iniciei o livro com grande expectativa e com idéia convicta em mente a respeito de Grace... Finalizei o livro com outra idéia. Margaret Atwood foi perfeita ao retratar uma história coma essa e tão rica em detalhes.
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Marcelo 24/08/2020

Inesperado e Emocionante
Ainda impactado com este livro. Achei a história maravilhosa, e seu final inesperado, emocionante até certo ponto, mas sem dúvida nenhuma justo. A autora trabalhou com uma história real, mas pouco documentada e com grandes lacunas, onde sua criatividade e talento deram conta de criar uma emocionante trajetória para a personagem Grace. Também ficamos conhecendo os costumes, preconceitos e organização da sociedade no século 19, onde a mulher pouco ou nada significa, assim como o preconceito social estava estabelecido de tal forma que poucas perspectivas haviam para quem nascia sem posses e ou sobrenome tradicional. Enfim uma história maravilhosa!!! Agora vou assistir a mini- série para ver se fizeram algo minimamente digno do livro.
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Carol 20/08/2020

Sem palavras para Margaret Atwood. Livro que envolve do início ao fim, apesar de em alguns momentos a leitura ser arrastada. Retrata um caso de um crime real que ocorreu no século XIX e seus desdobramentos para Grace Marks, uma das acusadas na época. Excelente história e excelente leitura.
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Fernanda.Lima 18/08/2020

Virei amiga de Grace Marks : )
Ainda com dezesseis anos, Grace Marks foi condenada ầ prisão perpétua por ter tido parte no assassinato de seu patrão e da governanta da casa em que trabalhava. Seu cúmplice, que também trabalhava na propriedade, teve "menos sorte" e foi condenado à morte. Antes de morrer a culpou por tudo, dizendo que tinha sido seduzido com promessas amorosas em troca dos assassinatos. Grace sempre negou tudo.
Os jornais e o público acompanharam o caso de perto. Alguns diziam que Grace é uma mulher fria, calculista e ambiciosa, outros que é uma ingênua, de nervos frágeis e que foi corrompida, tendo poucas condições de discernir o que estava fazendo.
Devido ao bom comportamento na prisão e talentos para costura, Grace acaba caindo nas graças de autoridades e pessoas influentes que durante os anos se esforçam por tentar provar sua inocência e libertá-la.
É ai que o livro começa de fato e Grace começa a contar sua história. Inocente ou culpada?
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Gabriela 14/08/2020

Bom...
O livro é bem difícil de ler no começo, bem paradão, as melhores partes são sempre as narradas pela protagonista Grace, as demais as vezes são bem entediantes. Mas no geral é um livro bom.
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Déborah Melo 14/08/2020

Ótimo
Escrevendo para poder constar no desafio skoob rs
Tentarei escrever uma resenha real a partir da minha atual leitura...
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