Resenhas - O Sentido de um Fim

Emilio 03/07/2019

Frases
É um livro para prestar atenção nas frases. Algumas:
- Quem foi que disse que a memória é o que nós achamos que tínhamos esquecido?
- E devia ser óbvio para nós que o tempo não age como um fixador, e sim como um solvente.
- Mas minha memória tem se tornado cada vez mais um mecanismo que reitera dados aparentemente verdadeiros com pequenas variações.
- Eu descobri que esta pode ser uma das diferenças entre a juventude e a velhice: quando somos jovens, inventamos diferentes futuros para nós mesmos; quando somos velhos, inventamos diferentes passados para os outros.

Tamires 05/07/2019

O sentido de um fim, de Julian Barnes
Quão frágil pode ser a nossa memória? Essa pergunta ficou se repetindo na minha cabeça desde que cheguei à última página de O sentido de um fim, de Julian Barnes, enviado aos assinantes da TAG Curadoria no mês de junho de 2019. O livro, que teve como curador o escritor brasileiro Michel Laub, é uma leitura que prende, incomoda e nos faz criar diversas teorias sobre os personagens, suas trajetórias e as ligações que estabeleceram durante a vida.

A história gira em torno das lembranças de Tony Webster. Mas não lembranças aleatórias: a primeira ex-namorada, um inteligentíssimo amigo dos tempos de colégio — Adrian, que comete suicídio aos 22 anos, — e algumas pessoas que preenchem o espaço entre a juventude de Webster e sua maturidade, quando recebe de herança de sua ex-sogra uma pequena quantia em dinheiro e também o diário de Adrian.

Não quero dar muitos detalhes sobre o enredo, — o livro tem apenas 176 páginas — mas O sentido de um fim, em minha visão, fala não só sobre a fragilidade da memória, mas também sobre a forma estranha e incontrolável com a qual a nossa vida está ligada às pessoas com as quais tivemos um contato mais próximo ao longo da vida. Além disso, a narrativa de Julian Barnes nos faz refletir sobre como a memória, mais precisamente, as lembranças do nosso passado, podem não ser exatamente — na verdade, nunca são — iguais de pessoa para pessoa. A questão do ponto de vista é muito bem exemplificada aqui, como ressaltou Michel Laub no prefácio desta edição. O sentido de um fim segue a trilha dos narradores inconfiáveis, que nos proporcionam uma leitura com diversas camadas de interpretação.

“Será que a conversa foi exatamente assim? Provavelmente não. Mas é como eu me lembro dela.” (p. 30)

“Eu descobri que esta pode ser uma das diferenças entre a juventude e a velhice: quando somos jovens, inventamos diferentes futuros para nós mesmos; quando somos velhos, inventamos diferentes passados para os outros.” (p. 98)

O sentido de um fim foi uma ótima leitura, instigante até a última página. É daqueles livros que, quanto mais lemos, maior é a vontade de continuar a ler. Depois do fim fiquei ainda muito tempo refletindo sobre o enredo e voltando em vários trechos para reler.

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-o-sentido-de-um-fim-de-julian-barnes/

Gabriel 26/01/2020

A vida numa memória...
O que é mais belo? A vida ou as memórias? Haverá vida sem elas, elas sem vida?

Carla.Cerqueira 18/02/2020

Amei!
Que história! Faz a gente pensar nas nossas atitudes e suas consequências

Ines 28/02/2020

Leve e denso...
Leitura fluida em boa parte do tempo e sem dúvida é daqueles que fazem refletir e muito sobre o poder que as palavras têm, o peso que quando ditas podem decidir muitas coisas e acarretar também muita culpa.

Julia Dutra @abibliotecadebabel 03/04/2020

bem escrito, mas extremamente pretensioso

Yann 28/04/2020

É uma daquelas historias que vc termina e ela te acompanha por semanas. Ate sonhei criando varias teorias sobre o final rs. O livro ainda nos faz refletir a respeito das nossas próprias memorias o que de real vivemos quando lembramos ou nos enganamos fantasiando essas memorias para sermos melhores

Julia 08/11/2021

Sou fofoqueira, difícil isso de começar a contar coisas e depois parar por não achar relevante da história. Mas no geral uma ótima história deixa espaço para imaginar.

gimellomiranda 11/06/2020

O que fazem o fim ter algum sentido? Memórias... Lembranças.
Um livro curto, com escrita simples, narrado por Tony, um homem que descreve duas fases de sua vida (adolescência e velhice), abordando perspectivas do personagem sobre suas próprias ações nestes diferentes momentos.
O enredo traz acontecimentos envolvendo a antiga namorada de Tony, Veronica, e da amizade do protagonista com Adrian, que suicidou-se aos 22 anos, deixando alguns vínculos e pendências com o amigo de juventude. A partir daí o narrador inicia sua jornada de reflexão, arrependimentos, lembranças e aceitação de fatos do passado que influenciaram seu presente.
É uma obra que traz ponderações muito interessantes sobre a mudança interna das pessoas no decorrer da vida, e a forma como passamos a encarar a realidade de outra maneira quando temos empatia.
Me surpreendeu bastante o final da história (positivamente), assim como todo o livro! As memórias do narrador são envolventes e fazem o leitor se colocar no lugar de Tony, em meio a todos os seus conflitos internos.
Ao final, remetendo ao título do livro, vemos que o sentido de qualquer ponto da vida (e talvez especialmente do fim) só é compreensível por meio da análise das lembranças e da interpretação e encaixe que damos a elas no nosso presente, o que o narrador faz muito bem. Recomendo a leitura :)

Laura.Radicchi 19/06/2020

Este é o tipo de livro que permite varias conjecturas sobre o que acontrceu na vida do protagonista. Um livro que toda vez que for relido, e devemos reler varias vezes, vamos perceber nuances diferentes.
Mas alem de tudo isto Julian Barnes aborda no livro a questão da memória e da história. Como muitas vezes o que lembramos nao é de fato o que aconteceu. E que a história pode ser a junção da falta de memória com a falta de documentação.

João Pedro 30/07/2020

tá, mas e aí?
Um livro que deixa aberto um leque de possibilidades sobre como enxergamoa as nossas verdades. Um livro que te traz todas as respostas mas não responde nenhuma das suas perguntas e te faz pensar no que de fato aconteceu. Um livro bastante filosófico sobre a vida e a morte e as verdades que criamos para nós mesmos. Um livro curto e com uma leitura extremamente agradável.

Keli 09/08/2020

Porque não escutei sobre ele antes?
Eu amei o livro! Achei que ele traz algumas reflexões ao longo da história de uma formar tão natural e tão complexa ao mesmo tempo. A narrativa é escrita de uma forma brilhante e é incrível ser pega de surpresa junto com o personagem. Confesso que queria ter conhecido mais do Adrian e o final do livro é algo que foge das expectativas.

Flavia.Borges 15/08/2020

Muito bom
Livro muito bom, com um enredo que parece despretensioso, mas que surpreende ao final.

Tati Vizú 17/08/2020

Interessante!
Nesse livro nos sentimos perdidos em meio às memórias e fatos vividos pelo personagem.