Amanda Azevedo 05/09/2012
A Seleção - Kiera Cass
O que conhecemos hoje como Estados Unidos não existe mais. Após a Terceira Guerra Mundial o que existe agora em seu lugar é Illéa, um país onde a sociedade é dividida em castas — Essas castas vão da Um a Oito, e a ideia é: quanto maior o número da sua casta menos dinheiro você tem. A casta Um é composta por membros da realeza e a Seleção é um processo — ou melhor, um evento — onde uma garota é escolhida para se tornar a nova princesa — e consequentemente a nova rainha — de Illéa.
35 garotas entre 16 e 20 anos são Selecionadas para uma “temporada” no palácio, elas vão conviver diariamente com a família real e ao final apenas uma será escolhida para se casar com o príncipe Maxon. A Seleção não tem um tempo exato de duração, ela pode durar 1 mês, 1 ano, 10 anos... O príncipe tem todo o tempo do mundo para se decidir. E não existem regras específicas para as eliminações, o príncipe não precisa eliminar 1 candidata em determinado período de tempo, ele pode eliminar 1 por vez, 5 por vez... Quando ele quiser. A grande questão é: que ele encontre a moça perfeita — dentre as 35, claro — e case-se com ela.
America Singer — nossa protagonista — está entre as 35 Selecionadas, o que a surpreende, afinal, ao contrário da grande maioria das outras garotas ela não está realmente empolgada nem empenhada em conquistar o príncipe Maxon, pois, ela já tem um grande amor — Aspen. E os dois planejam casar-se em um futuro, talvez, próximo, mas as coisas não são tão simples assim.
America é da casta Cinco e Aspen da Seis não é impossível que eles fiquem juntos, mas existe uma burocracia — e certo preconceito — quando uma mulher se casa com um homem de uma casta inferior a dela, mas isso não os preocupa e eles parecem dispostos a passar pelo que for necessário para ficarem juntos. Até que Aspen começa a temer o futuro que poderá dar para America, afinal, as pessoas da casta Seis passam frequentemente por dificuldades, chegam até mesmo a passar fome.
Em razão disso Aspen pede a America que não descarte a possibilidade de participar da Seleção, pois, todas as candidatas recebem certa quantia em dinheiro da família real e Aspen não quer se sentir culpado, pensando que America poderia ter participado e conseguido dinheiro para ajudar sua família, mas não o fez por já estar apaixonada por ele. Sendo assim, America decide tentar e ao ser Selecionada ela parte rumo ao palácio com outras 34 garotas. E ela vai convicta de que não nutriria nenhum afeto pelo príncipe Maxon, mas ao conhecê-lo as coisas não correm exatamente do jeito que ela imaginava.
Dando uma pesquisada por aí percebi que algumas pessoas têm feito comparações deste livro com a trilogia Jogos Vorazes. Há quem discorde e afirme que ambos são totalmente opostos, mas eu confesso que vi algumas semelhanças entre eles. Vou citá-las abaixo:
1) Reality Show: assim como em Jogos Vorazes onde todos de Panem acompanham o que acontece na arena, a Seleção também é televisionada para os moradores de Illéa. No entanto, no livro de Kiera Cass as câmeras não estão posicionadas no palácio em todos os lugares, apenas alguns momentos são transmitidos para a população através de equipes de filmagens que estão no palácio e não “câmeras escondidas”.
2) Castas X Distritos: em Jogos Vorazes temos 13 distritos; em A Seleção temos 8 castas. Então, você me pergunta: o que eles têm em comum? Cada casta — assim como cada distrito — é responsável por desempenhar um papel específico na sociedade. Por exemplo: America é da Cinco e essa casta é composta por artistas — A America é musicista, ela se apresenta cantando e tocando. As pessoas da Quatro geralmente trabalham em lojas, fábricas ou fazendas. Em Jogos Vorazes também tínhamos essa divisão de tarefas. O distrito da Katniss — 12 — era encarregado da mineração, o distrito 11 agricultura, etc.
3) O Evento: Tanto os “Jogos” como a “Seleção” são vistos pelos moradores como um grande evento. Antes de ir para a arena os tributos fazem uma espécie de desfile fato que também acontece quando as Selecionadas estão indo para o palácio.
Alguns podem irritar-se com essas semelhanças, outros podem nem perceber, outros podem achar que os livros não se assemelham em nada... Enfim, “n” opções. Eu, mesmo achando que existem, sim, pontos semelhantes nas histórias consegui apreciar a leitura de “A Seleção”. A leitura é fácil, flui de maneira tranquila e os personagens — em sua grande maioria — são cativantes. Mas acho válido ressaltar que ação não é o forte do livro nem mesmo as intrigas são um fator muito presente. Afinal, convenhamos, são 35 garotas em uma mesma casa — ok, um palácio — disputando um único homem, (ou uma coroa...) eu esperava mais cenas de atrito entre as candidatas. Diria que “A Seleção” é uma distopia glamourizada.