Nati 09/01/2017“Like calls to like.” O segundo livro da trilogia Grisha conseguiu me prender e me animar mais do que o primeiro. Neste volume, temos uma Alina um pouco mais madura, ainda meio dependente e liga ao Mal, é verdade, mas que aos poucos vai se encaixando em seu papel de liderança, como a Sun Summoner e posteriormente como líder do Segundo Exército. E é nesses momentos em que Mal é colocado de escanteio que temos a nossa protagonista em seu melhor, apesar de suas inseguranças, vemos que ela brilha no papel de líder e no domínio de seus poderes. É meio por isso que fiquei ainda mais irritada com Mal neste livro - não só ele é desnecessário (apesar de ter um papel relativamente importante na trama dos amplificadores Morotzova), mas ele leva a Alina para baixo junto com ele e neste segundo livro ele deixa bem claro que ele ama quem Alina FOI no orfanato, a menina que ficava como um cachorrinho atrás dele, que o fazia se sentir importante, e que essa nova Alina, confiante, líder e poderosa o deixa desconfortável e acuado. Ele faz com que Alina questione suas decisões, seus poderes e seu papel para salvar Ravka, a faz questionar inclusive seus sentimentos. Como é que Leigh Bardugo espera que eu, como leitora, invista no relacionamento e neles como casal? Não dá, minha gente, Mal não me desce de jeito algum.
Em contraste, temos um Darkling mais poderoso, mais malvado e ousado, que é um vilão excelente e um contraponto perfeito para Alina. Acho que eles dois se entendem mais do que ninguém, pois são lados opostos da mesma moeda. É como ele mesmo diz: eles são iguais, e ele viu como ela é de verdade e nunca lhe virou as costas. Mal não pode dizer o mesmo. E aqui o Darkling mostra uma versão mais vulnerável durante as 'alucinações' da Alina, que conferem ainda mais complexidade ao personagem e o tornam ainda mais interessante.
Como sempre, para mim, são os personagens secundários que brilham nesta trilogia, e neste segundo livro, temos novos personagens que são extremamente cativantes e mais interessantes do que nossa protagonista (mesmo que ela tenha melhorado levemente neste livro), e que interagem com ela muito bem. Adorei a adição dos gêmeos, toda a intriga politica no Grande Palácio e os fiés do culto do Sol, cuidadosamente orquestrado pelo Apparat, e AMEI AMEI AMEI o Nikolai. Para mim, melhor personagem da trilogia, além do Darkling, e já quero MUITO que ele esteja no próximo livro e que no fim ele e Alina fiquem juntos (HÁ,VAI SONHANDO!), porque a química deles é fantástica. Ele é engraçado, inteligente e desenvolto, fora que tem aquele charme meio canalha mas o coração de herói e cabeça de líder nato. Nikolai, apenas ❤.
Os plots que foram introduzidos neste livro foram bem interessantes, o que tornaram o livro melhor que o antecessor, e o final foi mais digno e me deixaram mais apreensivas para o terceiro e último volume. Novamente consegui descobrir antes as principais reviravoltas, e isso me incomodou um pouco, mas menos do que no livro anterior, até porque as cenas foram super bem escritas. Consegui pescar alguns detalhes que aparecem em Six of Crows também, adoro referências de uma série na outra! No geral, superior ao primeiro volume, 3.5 estrelas.