Os deixados para trás

Os deixados para trás Tom Perrotta




Resenhas - Os deixados para trás


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Clara Oliveira 19/01/2021

Os que ficaram para trás
vou começar dizendo que esse livro não se trata de como as pessoas desapareceram ou pra onde foram. Então não espere repostas, mas sim um livro cotidiano e dramático. Aqui vemos uma história perturbadora sobre a reação das pessoas a acontecimentos extraordinários e inexplicáveis. Vemos o poder que a família pode ter para curar ou então ferir. E também principalmente como a fé se transforma em fanatismo.
É um livro que tem que ter paciência e mente aberta pra entender do que se trata. De início pra mim, a leitura foi lenta e cansativa pelo simples fato de eu não ter pegado a mensagem que o autor trouxe. Mas depois que aconteceu o estalo na minha cabeça, eu achei essa obra incrível! É um livro super atual e tenho certeza de que sempre vai ser. O próprio nome do livro já diz que é sobre aqueles que ficaram para trás. Então vamos ver como famílias se separaram e como pessoas se tornaram estranhas umas para as outras. Esse livro fala sobre fé, amor, fanatismos e principalmente a perda. Vale super a pena conhecer e afundar de mente aberta nessa obra.
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rafazaakar 27/02/2016

ZaaKar.com Resenha - The Leftovers
Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!

Sinopse: "O que aconteceria se, de repente, sem nenhuma explicação, pessoas simplesmente desaparecessem, sumissem no ar? É o que os perplexos moradores de Mapleton, que perderam muitos vizinhos, amigos e companheiros no evento conhecido como Partida Repentina, precisam descobrir. Desde o ocorrido nada mais está do mesmo jeito — nem casamentos, nem amizades, nem mesmo o relacionamento entre pais e filhos. O prefeito da cidade, Kevin Garvey, quer acelerar o processo de cura, trazer um sentimento de esperanças renovadas e propósito para sua comunidade traumatizada. Ainda que sua família tenha sido desfeita com o desastre: sua esposa o deixou para se juntar a um culto cujos membros fazem voto de silêncio; seu filho, Tom, abandonou a faculdade para seguir um profeta duvidoso chamado Santo Wayne; e sua filha adolescente, Jill, não é mais a dócil estudante nota dez que costumava ser. Em meio a tudo isso, Kevin ainda se vê envolvido com Nora Durst, uma mulher que perdeu toda a sua família no 14 de Outubro e continua chocada com a tragédia, apesar de se esforçar para seguir adiante e recomeçar a vida. Com emoção, inteligência e uma rara habilidade para enfatizar os problemas inerentes à vida comum, Tom Perrotta escreve um romance impressionante e provocativo sobre amor, conexão e perda".


***

Essa semana eu decidi ler um livro diferente do que eu costumo ler. Já estava ensaiando para pegar ela há um tempo já. Comprei esse livro em uma promoção nas Lojas Americanas, apenas porque a capa me chamou muito a atenção. Obvio que eu já sabia que havia uma série relacionada ao livro, então aproveitei e fui com tudo.
Essa semana eu li The Leftovers – Os deixados para trás, do americano Tom Perrotta. Para quem não conhece, Perrotta nasceu em Garwood, New Jersey. É filho de um carteiro e uma secretária . Desde criança, Tom já adorava ler, tendo O. Henry, J. R. R. Tolkien e John Irving dentre seus escritores favoritos, começou, já no ensino médio, escrevendo contos para uma revista literária chamada Pariah. Cursou Inglês na Universidade de Yale, entrando lá em 1983 e logo em seguida fez mestrado em artes na Universidade de Siracusa.
Em 1991, Tom Perrotta casou-se com a também escritora Mary Granfield, com quem teve dois filhos: Nina, nascida em 1994 e Luke, que nasceu em 1997. Desde então, vive com sua familia Belmont, Massachusetts.
Em Junho de 2012 Damon Lindelof foi anunciado para desenvolver a serie baseada no livro junto com Perrotta. O episódio piloto foi encomendado em Fevereiro de 2013. No dia 16 de Setembro de 2013, a HBO anunciou que transformariam The Leftovers em uma série, encomendando uma temporada com 10 episódios. Essa foi a primeira série da HBO adquirida de um estúdio de fora, a Warner Bros. Television, e a primeira também a não ter sido produzida unicamente pela HBO. Hoje, a série passará por reformulações na trama e elenco para a sua segunda temporada.

"As pessoas precisavam de uma razão para saírem de suas casas e se divertirem um pouco, erguerem os olhos para o céu e se darem conta de que o mundo não tinha acabado".

A história se passa em uma cidade de Nova Iorque chamada Mapleton, e narra os acontecimentos do que muitos acreditam ser o ‘arrebatamento cristão’ e acompanha a vida das pessoas que não foram levadas pelo arrebatamento, três anos após ter ocorrido. Acredita-se que 2% da população mundial tenha desaparecido (algo em torno de 140 milhões de pessoas) e a série passa a acompanhar como a sociedade está agora.
Depois desse ocorrido o mundo todo fica abalado. Pessoas perdem seus entes queridos, filhos, irmãos, pais, amigos, namorados... Tudo se esvai em um piscar de olhos. Ninguém sabe o que realmente aconteceu, teorias bíblicas vem a tona assim como muitas outras teorias. Alguns dizem que os que partiram eram pecadores – mas haviam tantas crianças e pessoas de bem no meio -, outros dizem que eram os escolhidos para algo além – transformando-os em os deixados, os perdedores. O pior nisso é que as pessoas não não em quem por a culpa. E isso agrava ainda mais a tão esperada ‘cura’.
Organizações, seitas e vários messias e profetas aparecem para rebanhar a humanidade. Pessoas largam suas vidas para seguir aquilo que acreditam ser o caminho certo, enquanto deixam para trás família e entes queridos. A humanidade vive um estado de “meu Deus, o que vamos fazer?’... E parece que isso nunca vai passar. Alguns acreditam que, após 7 anos do arrebatamento, tudo chegará ao fim. Outros acreditam que esse vazio deixado por esse dia fatídico de 14 de outubro nunca deixara suas vidas.

“Tom Perrotta escreveu um conturbador ensaio sobre como pessoas comuns reagem a acontecimentos extraordinários e inexplicáveis, o poder da família para ferir e curar e a sutil facilidade com que a fé se transforma em fanatismo” - Stephen King.

Sem duvidas essa foi a leitura mais difícil do meu ano, até então. Tom, Perrotta nos apresenta a realidade de várias famílias, de várias pessoas a respeito do que era e do que se tornou a vida após os acontecimentos. Aquele sentimento de perda que nunca se vai. Uma mãe que se prende ao Bob esponja, um rapaz que larga a faculdade para seguir um messias e um pai que tenta cuidar de uma cidade e de uma filha após a mãe os abandonar para seguir uma espécie de organização.
O autor nos coloca a par de todos esses sentimentos internalizados, de toda essa saudade guardada por cada pessoa que perdeu alguém no dia do arrebatamento.
A escrita é pesada, demorada, e bem intrínseca. Não é para ser rápida, é para ser significativa. Você tem que sentir exatamente aquilo que a personagem está sentindo. Entender o que tinha antes, o que aconteceu e o que é hoje. Passado, presente e futuro.
Não há ação, não há respostas. A trama é isso, é conhecimento. Você precisa apenas entender o que aconteceu e como as pessoas têm reagido a isso. Não espere naves espaciais, Jesus descendo ou magia negra sendo feita. O livro está ai para trabalhar o seu psicológico. E se fosse você? E se o arrebatamento acontecesse?
Com uma escrita bem intrincada e detalhista o autor nos mostra como seus personagens são perdidos e encantadores, cada um com suas dores, cada um com suas realidade e fantasmas. A leitura vai exigir um pouco mais de você que que normalmente um livro exige, mas acredite, vale a pena. O final entra naquele ditado: Vamo fazê o quê? Acho que faz parte do autor não dar aquele final que nós esperamos.
13/55

site: http://zaakarcom.blogspot.com/2016/04/resenha-leftovers.html
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Val 19/03/2016

Vivendo como sobras
Ao todo, levei uns quatro meses para terminar The Leftovers. Comprei o livro em dezembro, numa daquelas promoções de 9,99 nas Americanas, li o prólogo – que te prende sem esforço, como um bom prólogo deve fazer – e o coloquei na pilha crescente de leituras a completar. Tenho essa visão romântica de que toda obra leva um tempo próprio para cativar o leitor: dá pra insistir ou esperar, mas eventualmente você sentará um dia com o livro aberto e o devorará em algumas horas. Levei vários intervalos dessa semana para ler The leftovers: dentro do ônibus, no caminho de casa até a faculdade, da faculdade até o estágio e do estágio até em casa; nas horas antes de dormir e durante pausas no trabalho.

Existe uma série produzida pela HBO baseada no livro, entregue já na capa da edição que tenho com o pôster promocional. A Intrínseca já o tinha publicado antes, com o nome “Os deixados para trás” e uma capa bem mais simbólica (sapatos com fumaças, como se a pessoa que os calçava tivesse evaporado). Sei que o ator socando a parede na foto interpreta o protagonista Kevin Garvey, mas o personagem do livro dificilmente teve um momento de frustração tão grande. Se alguém comprar o livro esperando a angústia retratada na capa, vai se decepcionar.

Há angústia, é claro, mas é sutil, sem as paredes quebradas que o audiovisual precisa. O livro trata de como as pessoas tentam sobreviver e achar um sentido após um evento sem explicação. Mais do que tudo, elas estão tentando se conectar novamente ao mundo, seja através de uma pessoa, seja através de uma ideia. Kevin faz isso estabelecendo uma sensação de normalidade na própria rotina e na rotina da cidade; Laurie mergulha irremediavelmente em uma crença; Jill procura uma nova órbita, diferente da moça certinha que era; Tom segue um autoproclamado novo profeta; e Nora faz esforços simbólicos ou inúteis para seguir adiante.

Este é um livro que chamo de “livro-recorte”: uma parte de uma história dentro de uma linha temporal maior, com alguns eventos significativos, que não se preocupa necessariamente em ter uma conclusão. Acompanhamos pedaços da vida dos personagens, perdidos após o mundo virar de cabeça pra baixo, lidando com o fato de que a vida segue, mesmo que não se possa enxergar razões ou condições para isso. Não há um jeito correto de reagir. Você pode lamentar a ilusória sensação de controle da confusa Jill, sentir raiva do egoísmo final de Christine (personagem vital na trajetória de Tom) ou se indignar com as decisões de Laurie, mas é inevitável que acabe relevando, já que são personagens incrivelmente humanos lidando com uma realidade desoladora.

Sobre alguns elementos do livro: os Remanescentes Culpados ocupam quase um papel antagonista na história. Eles me irritaram ao mesmo tempo em que me deixaram curiosa para saber mais do funcionamento da organização e acabaram me pegando de surpresa: como qualquer outro culto, são perigosos em suas crenças cegas. O caminho que Laurie segue é surpreendente, porém inevitável.

Apesar do contexto, não há nada de sobrenatural em The Leftovers. Como falei acima, o que há são sentimentos e situações hiper-reais. A Partida Repentina é exatamente como descrita na sinopse: centenas de pessoas desaparecendo sem deixar rastros. No início pensei que me incomodaria com a dúvida pairando no ar, mas lá pela segunda parte do livro percebi que seria ainda mais deslocado se aparecesse uma explicação ou elemento apocalíptico/extraterrestre/mágico dando respostas. Fica claro, tanto para o leitor quanto para os personagens, a pergunta certa não é “o que aconteceu?” e sim “o que fazer?”.

No final, The Leftovers é uma obra que nos dá uma sensação de indefinição. Os últimos parágrafos não transmitem esperança e só nos deixam imaginando o que vai acontecer na vida dessas pessoas tentando encontrar um caminho em meio à dor, incertezas e decepções. Eles farão o seu melhor, como puderem e se puderem. É o que a humanidade faz, certo? Com ou sem Arrebatamento.

site: https://senhoritaemburrada.wordpress.com/2016/03/19/vivendo-como-sobras-the-leftovers-tom-perrota/
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Lucas 12/04/2022

Um título para pensar
O livro não é o que a gente imagina ao vermos o título e se transforma ainda mais quando iniciamos a leitura. É um mundo completamente desconstruído, que nos oferece várias situações em que nossa interpretação dos fatos apresentados é o mais importante.
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Newton_Lopez 26/07/2017

Horrível
Sei que muitos gostaram do livro e eu respeito suas opiniões. Portanto, respeitem minha também.
Eu não gostei do livro porque foi a leitura mais arrastada de todas. Faltou um pouco de ação, principalmente no final... De todos os livros que li classifico como o pior.
O único ponto positivo do livro é a escrita do autor que é ótima, apenas faltou algo a mais. Tinha tudo para ser uma ótima história, mas ficou muito arrastado e cansativo.
Sugiro que leiam e tirem suas conclusões.
Obrigado!
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Thais Moreira 27/08/2016

Minha primeira resenha!
Nunca em hipótese alguma escrevi uma resenha, e estou acompanhando a pouco tempo esse mundo literário.
Assim que terminei de ler falei a mim mesma que deveria ter uma continuação deste livro. Além de ter sido o primeiro livro comprado em uma livraria, e sou ré confessa de comprá-lo pela capa e pela intrigante sinopse envolvendo o sumiço repentino de milhares de pessoas e como afetou a vida dos que "ficaram para trás".
A trama mexeu comigo de uma maneira surpreendente pois esse romance de Tom Perrota mostra para nós como a dor da perda é esmagadora, mas podemos descobrir um caminho para um novo recomeço de vida. E onde podemos descobrir que o amor, a perda e a vida são caminhos por onde atravessamos, para poder seguir adiante.
Muito obrigada Skoob, por me proporcionar tamanha alegria com esse belíssimo livro. E que venham mais resenhas.
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Nay Albrich 22/01/2017

Não é para Cristãos
Pelo título do livro esperava que fosse tratar do Arrebatamento Biblico de forma diferenciada. Se trata de uma visão totalmente distorcida da Bíblia. Realmente não recomendo para Cristãos ou para aqueles que acham que a história é como eu pensava, em um contexto cristão. Não acrescentou nada em minha vida.
PY3LTK - Twitter @py3ltk 13/11/2018minha estante
Bom saber...


maucsjr 01/05/2019minha estante
Em nenhum lugar do livro tá escrito que seguiria um contexto cristão, já começou lendo errado.




Daniel509 23/01/2017

A vida de quem foi deixado para trás
As pessoas não são as mesmas a vida inteira. O comportamento, o jeito de pensar, e o jeito de agir podem mudar em questão de anos. Outras vezes só e preciso que algo aconteça na vida das pessoas, para que toda essa mudança venha em um estalar de dedos.
The leftovers conta a historia, onde, em um fatídico dia, uma grande parte da população mundial simplesmente desaparece, sem deixar nenhuma pista do que aconteceu a elas. A partir dai, o livro avança 3 anos no tempo e mostra um pouco oque aconteceu a aqueles que foram deixados para trás.
No livro, conhecemos um pouco do dia-a-dia de uma pequena cidade americana, chamada Mapleton, e seus moradores. Mesmo após três anos, os moradores ainda sentem a falta de seus parentes e amigos que despareceram, naquilo que foi chamado de "A Partida Repentina", e tentam levar a suas vidas agora que tudo esta diferente para todo mundo.
Tom Perrota, o autor do livro, fez um trabalho muito bom ao mostrar como a mente, de alguns, se despedaçou facilmente com os acontecimentos daquele dia. Alguns personagens estão tentando continuar com a vida. Outros tentam descobrir qual o proposito dele ali. E alguns querem se redescobrir, recomeçando tudo com uma nova vida. Felizmente, todos tem um espaço na historia, sem se perder nela, e ser menos importante que o outro no livro. E, mesmo assim, suas historias individuais não se arrastam, e nem deixam um gosto ruim de "Inútil" para o resto do livro.
O livro em si não acontece muitas coisas. Não espere aquele tipo de historias cheias de reviravoltas e vilões. The leftovers não é esse tipo de livro, aqui a historia vai para um caminho mais humano. Um caminho que te faz entender o quão frágil é a mente das pessoas. E te faz pensar o quanto as coisas são voláteis nesse mundo. Uma hora esta tudo bem, os personagens estão vivendo suas vidas normais. No outro momento, tudo se desmorona na vida deles, e eles tem que aprender a conviver com essa nova realidade.
O livro é escrito na terceira pessoa, o que foi uma ótima ideia do autor. Assim podemos entender melhor o que se passa na cabeça dos personagens. Dividindo com o leitor toda as suas angustias e emoções, que cada pessoa estava passando naquele momento da vida dele. Fazendo com que nos aproximemos ainda mais, criando uma empatia maior por eles.
Não tenho muita coisa pra falar contra esse livro. Talvez por ser um drama, com uma historia um pouco densa, não acontece nada de mais por muito tempo. Os personagens acabam sustentado o livro, não deixando cair em um marasmo eterno, fazendo você desistir no meio do caminho. Talvez o único problema seja a parte final dele, onde as coisas começam a acelerar, e acabam indo rápido demais, deixando você um pouco perdido. Mas mesmo assim, eu fiquei com uma sensação de: Quero um pouco mais disso aqui.
Com certeza valeu, e muito, a leitura.
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Beta 14/02/2017

Resenha por Roberta de Souza
The Leftovers (Os deixados para trás), Tom Perrotta, Editora Instrínseca
O arrebatamento, para muitos, aconteceu. Para outros não...

Um belo dia, muitas pessoas, em todo o mundo, desapareceram. Seria o início do Apocalipse? Difícil dizer, já que as escolhas, pelo menos inicialmente, pareceram aleatórias. Muitos dos que desapareceram ‘não seriam dignos’ desta escolha.

A obra conta esta estranha história sob o ponto de vista dos moradores de uma pequena cidade dos Estados Unidos, Mapleton. Muitos perderam suas famílias, outros se uniram a seitas dúbias e estranhas, outros se renderam ao desespero, e alguns, lutaram para seguir em frente. Após o arrebatamento, em três anos, muita coisa mudou na vida dos moradores desta pacata cidade. Nada mais será como antes e muito, muito se perdeu...

A profecia bíblica tornou-se realidade, ou ao menos parcialmente real. Pessoas desapareceram, milhões de pessoas ao mesmo tempo, em todo o mundo. (...) O arrebatamento aconteceu na cidade natal dela, com a filha de sua melhor amiga, entre outras pessoas, enquanto a própria Laurie estava na casa. A intromissão de Deus em sua vida não poderia ter sido mais evidente (...).

O livro faz parte de uma série do HBO. É apenas o início de uma intrincada, envolvente e surpreendente história.
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Rafaela 26/04/2015

Este livro tem uma premissa muito interessante, milhares de pessoas desaparecem no que é considerado o arrebatamento bíblico. O mundo que conhecemos fica em crise, alguns cristãos não acreditam que é o arrebatamento porque todo tipo de gente sumiu ate as de conduta questionáveis. As pessoas se arrastam atrás de novos profetas, de grupos fanáticos, se entendiam com uma vida que talvez esta prestes a acabar ou tenta fingir que nada aconteceu.

Deixados para trás ocorre três anos após o evento, e destaca principalmente uma família de quatro pessoas que está desestruturada, mesmo não tendo perdido ninguém. Ha outros personagens como a Nora que achei a mais interessante e talvez a única que eu tenha realmente importado com o que ia acontecer com ela.

O livro questiona à nossa capacidade e necessidade coletiva de esquecer tragédias e continuar vivendo uma rotina. A HBO fez uma adaptação do livro, a série The Leftovers com algumas diferenças em relação ao livro, mas conseguiu mostrar como as pessoas estão em desespero, se agarrando a qualquer coisa que possa salvá-las do fim ou que garante que o sumiço de milhares não foi o arrebatamento, ou somente em um tédio sem fim, sem nenhuma perspectiva de futuro. Tanto a série como o livro tem uma narrativa lenta, a da série seria superlenta, para quem quer muita ação talvez não goste.
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Psychobooks 09/02/2015

Enredo

No dia 14 de outubro, centenas de pessoas desapareceram da cidade de Mapleton, nos Estados Unidos, sem deixar rastros. Sem saber o que causou tal fenômeno, as pessoas que ficaram - os deixados para trás - tentam agora seguir suas vidas e lidar com a perda repentina das pessoas que amavam.

Desenvolvimento do enredo e Narrativa

Durante o livro acompanhamos Kevin Garvey, o prefeito de Mapleton, que, mesmo não tendo perdido ninguém no dia 14 de outubro, viu sua família desabar: sua mulher Laurie se juntou a um culto, seu filho Tom foi seduzido pelas promessas de cura do charlatão Santo Wayne e sua filha Jill abandonou a vida regrada que levava. Além disso, ele de repente se vê envolvido com Nora Durst, que perdeu o marido e os dois filhos pequenos e não consegue deixar esse trauma para trás.
A narrativa é feita em terceira pessoa e alterna os pontos de vista dos personagens citados acima. Ao longo da leitura temos a sensação de que não acontece nada - este não é um livro de ação, e sim de reflexão sobre como o ser humano lida com o amor e a perda.

Personagens

Como não temos ação, os sentimentos e pensamentos dos personagens são amplamente explorados. A multiplicidade de pontos de vista enriquece muito a narrativa, pois vemos como cada um lida de forma diferente com o mesmo problema. Pela escrita o autor consegue transmitir perfeitamente a sensação de desolamento e desesperança que acomete as pessoas que ficaram para trás, ao mesmo tempo em que elas tentam buscar, em si mesmas e nos outros, o menor grão que seja de fé em alguma coisa para seguir em frente.

Conclusão

No geral gostei da leitura, mas esperava gostar mais. Apesar de a escrita conseguir passar para o leitor a dimensão dos sentimentos dos personagens, não me senti muito conectada a eles. Vale lembrar, mais uma vez, que esse é um livro essencialmente reflexivo e de ritmo mais lento, perfeito para quando a gente se sente um pouco saturado por narrativas mais frenéticas.

"Era como se o mundo inteiro tivesse feito uma pausa para respirar fundo e criar forças a fim de enfrentar o que quer que fosse acontecer depois."
Página 51

site: http://www.psychobooks.com.br/2014/09/resenha-the-leftovers.html
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Rafael Reis 22/08/2014

Um drama com os pés no chão
Comprei o livro há um ano. Tinha feito uma única tentativa de iniciar a leitura há alguns meses, mas falhei, não me interessei. Depois que a série "Leftovers" iniciou, algumas personagens me chamaram a atenção, então resolvi dar uma segunda chance e consegui ler de uma vez.

O evento retratado na obra é uma resposta clara a uma história com perspectiva diferente da série de livros Left Behind – Deixados para trás. Tom Perrotta traz o acontecimento semelhante ao narrado na Bíblia, onde num piscar de olhos muitas pessoas desaparecem, arrebatamento. Porém ele discorda logo da teoria bíblica por meio de um personagem cristão que investiga a vida dos que se foram, descobrindo que eles não se encaixavam no perfil daqueles que seriam levados segundo as Sagradas Escrituras.

A partir desse ponto o autor não se apega a teoria sobre a partida repentina e concentra suas páginas naqueles que ficaram. Assim inicia um drama que não cai naqueles clichês de surtos absurdos e grandes distúrbios de personalidade justificados por um evento traumático. Acredito que todo leitor espera exatamente isso, mas Perrota abandona histórias horripilantes e com pés no chão traz um drama que o leitor realmente acredita que pode acontecer. Problemas normais que eu e você poderíamos enfrentar se sofrêssemos um trauma parecido. Gostei bastante dessa aproximação com o nosso mundo, uma história tangível que parece acontecer com pessoas do meu círculo social.

As personagens são o grande atrativo da história, praticamente todas são cativantes e os ambientes diversos levam uma mobilidade interessante para a trama, enriquecendo a análise de pessoas diferentes lidando com o trauma. Um dos melhores aspectos da leitura é de que não existe enrolação, dessa forma a experiência com a história segue um ritmo tranqüilo e confortável. Os capítulos são bem organizados, alguns voltados exclusivamente para uma personagem e outros que contam sobre várias personagens num curto espaço de tempo. O livro é dividido em 5 partes e cada uma delas conta sobre eventos ocorridos no mesmo período.

Não trata de uma grande ideia ou algo imperdível, mas o desenrolar das histórias são interessantes, a diversidade dos núcleos de personagens não deixam a leitura cair na chatice. Posso classificá-lo como um drama moderado, sem grandes sequências de tirar o fôlego, algo mais real e sensível. Atualmente a série Leftovers está no ar (1x08) e não tenho como deixar de comentá-la em relação ao livro, uma vez que fui estimulado por ela. Os produtores conseguiram pegar a base do livro, a personalidade das personagens e expandiram os fatos, principalmente o drama, adicionaram uma dosagem maior de tensão e eventos ruins. Estou gostando bastante da série e espero que tenha um futuro digno.
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.Igor 02/04/2024

E se - de repente, sem nenhuma explicação - algumas pessoas simplesmente desaparecessem? Alguém pensaria em Arrebatamento? Alguns se descontrolariam? Outros continuariam, um passo de cada vez, como faziam antes do mundo virar de cabeça para baixo?

É isso que os perplexos moradores de Mapleton, que perderam vizinhos, amigos e companheiros no evento conhecido como Partida Repentina de 14 de Outubro, precisam descobrir. Porque as coisas não são mais as mesmas desde o ocorrido, sejam elas casamentos, amizades ou até mesmo o relacionamento entre pais e filhos.

Kevin Garvey, eleito recentemente o novo prefeito da cidade, quer acelerar o processo de cura, trazendo um sentimento de esperanças renovadas e propósito para sua comunidade traumatizada. A família de Kevin desmoronou com a Partida: sua esposa, Laurie, o deixou para se juntar aos Remanescentes Culpados, um culto cujos membros fazem voto de silêncio. Seu filho, Tom, também partiu. Abandonou a faculdade para seguir um profeta duvidoso chamado Santo Wayne. Apenas a filha adolescente de Kevin, Jill, ficou, e ela não é mais a estudante exemplar que costumava ser. Kevin quer ajudá-la, mas está ocupado com o desenrolar de seu relacionamento com Nora Durst, uma mulher que perdeu toda a família no 14 de Outubro e ainda está se esforçando ao máximo para seguir adiante e recomeçar a vida.

Falar de "The Leftovers" é um tanto complexo; não há um grande conflito, mistérios misteriosos, fantasias fantásticas ou algo do tipo. É apenas um relato da vida das pessoas afetadas por esse acontecimento inexplicável, especialmente sob a ótica da família Garvey, uma das poucas famílias de Mapleton que não perderam nenhum membro. Mas aí é que está a beleza sutil desse livro, na forma em que retrata o dia a dia dessas pessoas tentando entender o que aconteceu, cada uma da sua forma.

Quem vê Kevin Garvey, pode pensar que ele não se importa nem um pouco com o que aconteceu. Todo dia acorda bem cedo para correr e se exercitar, está sempre sorridente e um tanto leniente quando se trata de sua filha, mas é exatamente o contrário. Kevin acorda todo dia sem saber o que fazer, especialmente quando toda sua família, ainda que presente, está se desfazendo a cada instante que passa. Mas diferente de muitos na cidade, ele tem esperança, não em esquecer o que aconteceu, mas em retomar a vida de alguma forma. Laurie, esposa de Kevin, tem um arco semelhante, mas com diferenças marcantes. Os motivos que a levaram a entrar no culto dos Remanescentes Culpados são tão fascinantes quanto o culto é perturbador, ainda que, de certa forma, compreensíveis. Tom e Jill vivem situações tão complexas quanto a dos pais, mas, assim como falar mais alguma coisa sobre os Remanescentes Culpados, abordar seus dramas aqui seria um desserviço com essa obra fantástica.

É um livro sobre relações humanas incrivelmente "humano". Sobre pessoas que, apesar de tudo o que as cercam, lutam para sustentar sua crença no próprio futuro... Está bem longe de ser uma leitura fácil, mas vale a pena.
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