O Contrato Social

O Contrato Social Jean-Jacques Rousseau




Resenhas - O Contrato Social


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Fidel 08/08/2015

Não tenho a pretensão de me autodenominar um crítico de Rousseau pelo simples fato de não ter competência para tal. Entretanto, gostaria de observar, que as reflexões de Jean-Jacques Rousseau em "Do contrato social" parece óbvia para os tempos atuais. Porém, parece-me que estamos esquecendo esta obviedade.

Entender a essência do Contrato Social de Rousseau não é complicado porque estamos acostumados a fazer contrato para tudo na vida. Em nossos dias fazemos contratos de trabalho, de serviços, de produtos, de casamentos, de espólios e muitos outros.

Mas negligenciamos o contrato mais importante que o cidadão celebra com o estado ao nascer e receber o seu número de registro: O contrato social. O
O Sistema é simples. Legitimado pela constituição, o estado tem um contrato social que determina a sua relação biunívoca com o cidadão em que suas cláusulas estabelecem entre outras, o direito a educação, a saúde, a moradia, a segurança, a infraestrutura e a liberdade.
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Leo 20/04/2015

Quem ler este livro vai encontrar não só a visão que Rousseau tinha da sociedade, mas também a que tinha da Humanidade.

Para este autor, o Homem é intrinsecamente bom, e é a evolução da sociedade e da política que cria os homens maus. Uma opinião com a qual eu não concordo totalmente, mas que está bem fundamentada ao longo das páginas.

Rousseau usa várias vezes o exemplo dos antigos romanos, o povo que segundo ele teve um sistema político mais próximo do perfeito, e que degenerou por pequenos erros cometidos ao longo da sua história, levando-o a ruir sob o peso da sua própria grandeza.

Mas nem só desse exemplo se faz este livro, muito menos apenas de exemplos. Rousseau teoriza como é que a sociedade evoluiu e como deveria evoluir idealmente para formar uma sociedade o mais perfeita possível, em que quem manda está em perfeito equilíbrio com quem é mandado. Do seu ponto de vista, o Contrato Social é um contrato de cooperação e mutualismo, e não de submissão.

A existência de um grupo restrito de pessoas a formar um governo, ou a elevação de uma única a rei, são ambas coisas que nascem naturalmente da evolução das próprias sociedades, conforme as necessidades e o tamanho de cada nação.

É a partir daqui que Rousseau argumenta que a ditadura nem sempre é uma coisa má, quando temporária, e que o problema de qualquer sistema de governo, seja ele uma monarquia, uma aristocracia, uma democracia, uma combinação mista das 3 ou outra coisa qualquer, é o poder subir à cabeça das pessoas e a própria política mais tarde ou mais cedo acabar por degenerar e de certa forma corromper as pessoas, por não ser perfeita.

Achei um ponto de vista bastante interessante, embora não tenha concordado com algumas coisas. A escrita do autor é clara e não se perde em floreados: Rousseau vai direito ao assunto e diz o que tem a dizer de forma a que se perceba, detalhe não tão pequeno quanto isso que muitas vezes falha em muitos livros desta natureza.

É então um livro cuja leitura aconselho vivamente, especialmente se tiverem algum interesse por política.
Claudia Cordeiro 21/04/2015minha estante
"Para este autor, o homem é intrinsecamente bom" ? - em que mundo o autor vivia?


Leo 06/05/2015minha estante
Penso que Rousseau está ultrapassado.
Confesso que a ideia do homem essencialmente bom e corrompido pela sociedade me atrai. Já que o mal está presente na sociedade, nos discursos de ódio, no fundamentalismo, fascismo, radicalismo, etc... Mas no fim, eu penso que a natureza humana, varia de pessoa para pessoa, alguns são bons outros não. Enfim, é um debate interessante.




Camilla Cardoso 24/02/2015

Uma luz
Rousseau literalmente ilumina a nossas mentes e deixa bem nitida a nossa relação com o social. Onde estamos inseridos, como estamos e para onde vamos. Não se trata apenas de um estudo social. Ele trabalha todas as questões envolvidas e escondidas nas relações sociais. Interessante é saber que estamos tomando o rumo errado.
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Gabi 15/11/2014

"Do Contrato Social" é um livro clássico, escrito em 1762 por Jean-Jacques Rousseau, em uma época conturbada na França, foi um dos responsáveis pela Revolução Francesa e a consequente queda do absolutismo.
Achei uma leitura incrível, o autor demonstrou uma visão de mundo que transcende, em muito, sua época, cita como absurdo à escravidão, o poder religioso perante o governo e os tipos de sistemas políticos que seriam corretos tendo como referência o tamanho do território e a quantidade de habitantes.
Recomendo.

"O princípio da vida política está na autoridade do soberano: o poder legislativo é o coração do Estado, o poder executivo o cérebro que dá movimento a todas as partes. O cérebro pode cair em paralisia, e o indivíduo continuar a viver. Um homem fica imbecil e vive; mas, apenas cessam as funções do coração, o animal expira".
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Ale 29/08/2014

Dificuldade na leitura
Confesso que apesar de ter o hábito da leitura e ser uma apaixonada por bibliotecas, a leitura deste livro se tornou uma tarefa difícil.
Certos momentos tive de ler algumas partes, mais de uma vez, buscando uma melhor compreensão. O que naturalmente facilitou que se tornasse uma leitura onerosa.
Quando perder a concentração se tornou algo inevitável recorri ao dicionário, tornando decisivo para mim, na hora de entender a leitura.
Próximo ao final, eu já estava desencorajada e a ponto de enlouquecer. Afinal nunca vi alguém mencionar que sentiu alguma dificuldade diante do livro. Então pausei.
Voltei, insisti e finalmente cheguei ao fim. Uffa!
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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: O contrato-social ou Princípios de Direito Político, de Jean-Jacques Rousseau
“O povo pode ser livre enquanto é apenas bárbaro, mas não pode mais sê-lo quando o vigor civil se extenuou. As agitações, então, podem destruí-lo sem que as revoluções tenham possibilidades de o restabelecer; e tão logo seus grilhões se rompam, tomba o povo disperso e deixa de existir. Daí por diante, passa a necessitar de um senhor, não de um libertador. Povos livres, recordai-vos desta máxima: Pode-se adquirir a liberdade, mas recuperá-la, jamais.”
*
“Um pouco de agitação dá energia às almas, e o que faz realmente prosperar a espécie é menos a paz do que a liberdade.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2009/01/o-contrato-social-jean-jacques-rousseau.html
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Elivelton 02/06/2013

Direito a Opinar
O Povo tem o direito a opinar em meio a sociedade,pois somos nós os criadores das leis (Poder legislativo), então somos nós quem devemos nos opor a qualquer e toda ação dos políticos, porém cada vez mas a população se omiti a não opinar a aceitar todas a escolhas feitas por eles, mesmo quando na grande maioria os beneficiados são dirigidos a eles.
A gestão política idealizada por Rousseau é muito correta, dando direitos ao povo, com toda razão somos nós quem temos o poder,
numa época onde as revoluções foram marcas de grandes conquistas, feitas por revoluções, a não conformidade das pessoas com a regras feitas na época, porém hoje me envergonho da não continuidade das lutas dos nossos antepassados.
No Livro são mostradas a leis, criadas para uma sociedade politicamente correta, que com certeza permanecem somente no papel,palavras de grande valor que permanecem por épocas e continuará, mas o ser humano não veem ou melhor preferem não enxergar, relaxando quando não se há nada de tranquilo,pois cada dia fica mais explícito o quanto nos são nos tirado direitos, e cada vez mas somos deixados de lado.
Humberto3 02/06/2013minha estante
Muito boa! Não conformidade!




jmrainho 24/12/2012

Do contrato social
Biblioteca pública
Ed. Martin Claret, 2001.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. Wikipedia

INTRODUÇÃO
Todos nascem homens e livres. A liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar à própria qualidade de homem.
O Contrato Social seria, assim, a única base legítima para uma comunidade que deseja viver de acordo com os pressupostos da liberdade humana. Muito embora o homem seja naturalmente bom, ele é constantemente ameaçado por forças que não só o alienam de si mesmo como podem transforma-lo em tirano ou escravo.
As possibilidades de desigualdade e injustiça entre os cidadãos são evitadas mediante a “total alienação de cada associado, com todos os seus direitos, em benefício da comunidade”. Não sendo total essa alienação, o indivíduo ficará exposto à dominação pelos outros. Em caso contrário, o cidadão não obedece a interesses de apenas um setor do conjunto social, mas à vontade geral, que é “uma força real, superior à ação de qualquer vontade particular”. A submissão à vontade geral, possuidora de “inflexibilidade que nenhuma força humana pode superar”, conduz a uma liberdade que “resguarda o homem do vício” e a uma moralidade que eleva a virtude. Liberto dos estreitos limites de seu próprio ser individual, encontra plenitude numa verdadeira experiência social de fraternidade e igualdade, junto a cidadãos que aceitam o mesmo ideal.
A profissão de fé cívica formulada por Rousseau reduz-se a alguns poucos dogmas simples que todo ser racional e moral deveria aceitar: crença num ser supremo, vida futura, felicidade dos justos, punição dos culpados. A esses dogmas positivos deve-se acrescentar apenas um negativo: a rejeição de todas as formas de intolerância.
Os princípios de liberdade e igualdade política, formulados por ele, constituíram as coordenadas teóricas dos setores mais radicais da Revolução Francesa (Robespierre era seu fervoroso seguidor). A valorização rousseauniana do mundo dos sentimentos, em detrimento da razão intelectual, e de natureza mais profunda do homem, em contraposição ao artificialismo da vida civilizada, encontra-se precisamente na base do amplo movimento romântico que caracterizou a primeira metade do século XIX e permanece vigorando até os dias de hoje.
(Introdução da coleção Os Pensadores, Abril)

LIVRO 1
O homem nasceu livre, e por toda a parte geme agrilhardo.
Eis a espécie humana dividida em rebanhos, cada um com seu pastor, que o guarda a fim de o devorar.
Aristóteles havia dito não serem os homens naturalmente iguais, e nascerem uns para escravos, outros para senhores.
Obedece ao poder; se isto exprime cede à força, bom é o preceito, mas supérfluo, que ninguém o infligirá. Todo o poder vem de Deus; confesso-o, mas toas as enfermidades também, e por isso se proíba chamarmos o médico?
Diz-se que o déspota assegura a seus vassalos a tranquilidade civil. Que ganham, se a mesma tranquilidade é uma de suas misérias? Também nas masmorras se vive em sossego, e é isso bastante para que lá nos achemos bem? Tranquilos viviam os gregos encerrados na caverna do Ciclope, esperando a vez de serem devorados.
Nos maus governos é aparente e ilusória essa igualdade, que só serve para manter na miséria o pobre e o rico na sua usurpação. De fato, as leis são sempre úteis aos que possuem, e danosas aos que nada têm, donde deduz que o estado social só é vantajoso aos homens quando todos eles tem alguma coisa e quando nenhum deles tem demais.

LIVRO 2
Todo homem tem o direito de arriscar a própria vida para a manter. Já disseram talvez que quem se lança pela janela, por escapar de um incêndio, seja culpado de suicídio?
Toda justiça vem de Deus, única origem dela, e se nós a soubéssemos receber de tão alto não precisaríamos de leis nem de governo.
Por fim, as medidas que se devem tomar para manter a autoridade geral, a que tantos oficiais longínquos se querem subtrair ou querem enganá-la, ocupam todos os desvelos públicos, e ninguém se dedica à felicidade do povo; apenas algum cuidado resta de o defender em caso urgente.
Se indagais em que consiste justamente o maior bem de todos, que tal deve ser o fim de todo o sistema de legislação, achá-lo-eis resumido nestes dois objetos principais, a liberdade e a igualdade.
Quanto à riqueza, entende que nenhum cidadão seja assaz opulento que possa comprar ouro, e nenhum tão pobre que seja constrangido a vender-se. Quereis dar consistência ao Estado? Aproximai o possível os graus extremos; não suporteis gente opulenta nem mendigos: esses dois estados, naturalmente inseparáveis, são da mesma sorte funestos ao bem comum.

LIVRO 3
Que o Estado existe por si mesmo e o governo só existe pelo soberano; assim que a vontade dominante do príncipe não é ou não deve ser senão a vontade geral, ou a lei, e a sua força não é senão a força pública nele concentrada.
Que distinga sempre sua força particular destinada à sua própria conservação da força pública destinada à conservação do Estado; que ele, numa palavra, esteja pronto sempre a sacrificar o governo ao povo, e não o povo ao governo.
O luxo é o efeito das riquezas, ou as faz precisas e corrompe ao mesmo tempo, este com a possessão, aquela pela cobiça. O luxo vende a Pátria à frouxidão e à vaidade, rouba ao Estado todos os cidadãos para os submeter uns aos outros, e todos à opinião.
Se houvesse um povo de deuses, seria governado democraticamente, mas aos homens não convém tão perfeito governo (Paladino, pai do rei da Polônia, Duque de Lorena).
A ordem mais natural, e melhor, é que os mais sábios governem a multidão, quando há certeza de que eles hão de governar em proveito dela, e não deles.
Mas se a aristocracia requer menos virtudes que o governo popular, também requer outras que lhe são adequadas, como a moderação nos ricos e o contentamento nos pobres.
Por mais que um orador político lhes pregue como a força do povo sendo a sua, seu maior interesse é que o povo seja florescente, numeroso e formidável, e eles sabem muito bem que isso não é verdade; seu interesse pessoal é primeiramente que o povo seja fraco, miserável, e que nunca possa lhes resistir.
Em todos os governos do mundo, a pessoa pública gasta e não produz nada. Donde lhe vem pois a substância consumida? Não se há de medir esse encargo pela quantidade de impostos, mas pelo caminho que eles tem de atravessar, para voltar às mãos de donde saíram: quando a circulação é pronta e bem estabelecida, não importa que se pague muito ou pouco; sempre o povo é rico, e o erário prospera. Ao contrário, por pouco que o povo dê, se esse pouco não lhe torna às mãos, como sempre dá, em breve se esgota, e deste modo nunca o Estado é rico, e o povo é sempre indigente. Daí se infere que mais aumenta a distância do povo ao governo, mais vê, a ser onerosos os tributos; assim, na democracia o povo está mais aliviado, na aristocracia menos, na monarquia sustenta o maior peso. Logo, a monarquia só convém às nações opulentas, a aristocracia aos Estados de medíocre riqueza e amplidão, a democracia aos Estados pobres e pequenos.
Assim como a vontade particular age sempre contra a geral, assim o governo faz um contínuo esforço contra a soberania: quanto mais aumenta esse esforço, mas se altera a constituição. Por dois modos gerais se degenera um governo: a saber, quando ele se estreita, ou quando o Estado se dissolve. De dois modos sobrevém a dissolução do Estado: primeiro, quando o príncipe cessa de o administrar segundo as leis, e usurpa o poder soberano.
Quando o Estado se dissolve, o abuso do governo, qualquer que seja, toma o nome comum de anarquia: mas se quereis distinções, a democracia degenera em OCLOCRACIA (A oclocracia também pode ser definida como o abuso que se instala num governo democrático quando a multidão se torna senhora dos negócios públicos) ., e a aristocracia em oligarquia. Acrescentaria que a realeza degenera em tirania.
Se queremos formar estabelecimento duradouro,não cuidemos de o fazer eterno.
O princípio da vida política está na autoridade do soberano: o poder legislativo é o coração do Estado, o poder executivo o cérebro que dá movimento a todas as partes. O Estado não subsiste pelas leis, mas sim pelo poder legislativo.
Nas coisas morais, os limites do possível são menos estreitos do que nós cuidamos, e são nossas fraquezas, vícios e preocupações que os apertam. As almas baixas não acreditam nos grandes homens; os vis escravos riem com ar burlesco da palavra liberdade.
Cumpre ir ao combate? Pagam as tropas e ficam em casa. Cumpre ir ao conselho? Nomeiam deputados que atributam a pátria e representantes que a vendem. Num Estado verdadeiramente livre, os cidadãos fazem tudo com seus braços, nada com dinheiro.
Que os depositários do poder executivo não são os senhores do povo, mas seus oficiais, e que os pode pôr ou tirar quando quiser. Que lhes não importa contratar, senão obedecer, e que incumbindo-se das funções que lhe impõe o Estado, cumprem com o dever de cidadãos, sem nenhum direito de discutir as condições.
Com pretexto de tranquilidade pública, as assembleias destinadas a restabelecer a boa ordem; de modo que aproveita o silêncio que impede quebrar-se as irregularidades que faz cometer, para supor a aprovação a seu favor dos que por tímidos se calam, e para punir os que ousam falar.

LIVRO 4
Os ditadores em Roma só o eram por seis meses e a maioria abdicou antes do termo. O ditador só tinha tempo de atender às necessidades que o fizeram eleger, faltando-lhe o tempo de fantasiar projetos ambiciosos.
Assim como a declaração da vontade geral se faz pela lei, a declaração do juízo público se faz pela censura. A opinião pública é uma espécie de lei, de que é ministro o censor, o qual, como o príncipe, só a aplica aos casos particulares.
De colocarem Deus em frente de cada sociedade política se originou serem tantos os deuses quantas as nações; não era possível a dois povos diversos, e quase sempre inimigos, reconhecer por largo tempo o mesmo dono: dois exércitos em batalha, não podem obedecer ao mesmo chefe. Das divisões nacionais nasceu o politeísmo, e daí a intolerância teológica e civil, que é naturalmente o mesmo. Sucedeu o que os pagãos temiam, tudo mudou, até a linguagem dos humildes cristãos; e o pressuposto reino do outro mundo, governado nenste por um chefe visível, foi o mais violento despotismo.
A caridade cristã não permite que se julgue mal o próximo; desde que ele, por qualquer artimanha, aprenda a arte de impor-se, e de apoderar-se de uma parte da autoridade pública, eis um homem constituído em dignidade. Se a consciência manda expelir o usurpador, cumpre transtornar o sossego público, usar de violência, derramar sangue, atos alheios à doçura evangélica. O essencial é obter o Céu, e a resignação é o novo meio que o facilita. Sobrevém guerra estrangeira? Sem custo voam os cidadãos ao combate, nenhum se lembra de fugir, desempenham seu dever, mas sem a paixão da vitória; mais sabem morrer que vencer; que importa serem vencedores ou vencidos? Não sabe a Providência, melhor que eles, o que lhes convém? O cristianismo só prega servidão e dependência. Citar-me-ão as Cruzadas; sem disputar acerca do valor dos cruzados, notarei que, longe de serem cristãos, eram soldados do clero, cidadãos da Igreja, e guerreavam pelo país espiritual, que ela (ninguém sabe como) convertera em temporal.
O direito que o pacto social dá ao soberano sobre os vassalos não excede, como disse, os limites da utilidade pública. Logo, os vassalos não devem responder ao soberano por suas opiniões, salvo quando elas importam à comunidade.
Na república, diz o Marques d Argenson, cada um é perfeitamente livre no que aos outros não prejudica.
Os dogmas da religião civil devem ser simples, poucos, concisos, sem explicações ou comentários. A existência da Divindade, onipotente, inteligente, benfeitora, previdente e providente, a vida futura, a felicidade dos justos, o castigo dos maus, a santidade do contrato social e das leis: eis os dogmas positivos. Quanto aos dogmas negativos, a um só os limito, a intolerância, compreendida nos cultos que excluímos. Enganam-se, ao meu ver,os que distinguem a intolerância civil da teológica, pois são inseparáveis: é impossível viver em paz com gente que se julga condenada, amá-los seria aborrecer a Deus que os pune, e releva absolutamente convertê-los, ou atormentá-los.

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Izabela 27/07/2012

Livros como esse te fazem refletir sobre sua própria definição de sociedade. Tem uma linguagem muito clara e objetiva e tem uma persuasão incrível.
Nos deixa claro do que é um sistema democrático e na aceitação de cada individuo na sua classe de poder. Concretiza o significado de sociedade civil. Examina ponto por ponto, de pró á contra.
Não tem leitura pesada, consegue ter desenvoltura e ser poético em uma teoria política.
Pra quem gosta de teoria política, super recomendo!
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Prata 04/06/2012

"Enfim, cada um dando-se a todos, à ninguém se dá."
"O homem nasceu livre e por toda parte encontra-se agrilhoado. Quem se julga senhor dos demais, é de todos o maior escravo."

O autor se faz entender brilhantemente e seu talento para a escrita é louvável! Permeia idéias filosófico-políticas que estão em voga até hoje, e discursa sobre as crises existenciais humanas de forma tão pura que consegue nos mostrar sua época e viajar ao séc. XXI de forma lúcida e emocionante. Um livro que deve ser lido e relido. Um livro que não deixo sair do pensamento nunca. Já li 3 vezes, e adoro!
Uma reflexão sobre o homem, a democracia, a solidariedade e a sociedade civil.
Magnífico!
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Tiago Paulo 19/05/2012

Soberania popular
Pode-se dizer que o grande mérito deste pensador foi definir e concretizar o conceito de soberania popular, no sentido de o fundamento do poder legítimo deve repousar na comunidade de cidadãos, os quais devem participar de todas as deliberações coletivas, justamente para fazer valer uma vontade geral e não particular de um grupo dominante. Esse seria a base da soberania popular.
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Ricardo 10/05/2012

A democracia direta: seus requisitos e consequencias
Este clássico da filosofia moderna que inspirou revoluções e governos do século XVIII até hoje dá uma aula do que é uma democracia direta, como era o homem no estado de natureza rousseauniano e na cidade, diferindo de outros contratualistas (Hobbes e Locke)ao mostrar os princípios de um governo democrático e de uma sociedade civil.
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Rayssa 19/07/2011

Na minha concepção o Rousseau é um dos melhores autores que estudei em Teoria Política. Poeticamente falando, acho lindo o que ele escreve. O difícil é concretizar.
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