spoiler visualizarWell 07/04/2021
Nostalgia Boa
Alimentando uma nostalgia muito boa da minha infância, é a fiel recriação e novelização de uma das maiores franquias de games de horror já produzidas, focando no primeiro game da série, dando início a derrocada do mundo.
A história se inicia na famosa cidade de Raccoon, onde casos de assassinatos com traços de canibalismo surgem próximo a mata. O Departamento de Policia de Raccoon começa a tratar o caso de forma leviana, até que a situação se grava e a S.T.A.R.S. (Serviço de Resgate e Táticas Especiais) é chamado para ajudar na investigação. Então vemos um jogo de poderes e interesses surgir, e um mistério a ser desvendado em uma mansão que parece ser o epicentro de todos os assassinatos.
Basicamente, o livro transforma a história do primeiro game e um thriller, mas não apenas a narrativa. A autora soube incorporar os elementos marcantes e característicos da série na leitura, como os puzzles e as chaves, que são marcas registradas dos jogos, e um sacrifício de se encontrar. Estamos, neste livro, na Mansão Arklay, uma casa isolada na mata e que parece esconder os segredos necessários para a investigação. Então, tal como os jogos, temos as personagens Jill Valentine e Chris Redfield, além de Brady, Rebecca, e o Wesker.
A narrativa do livro é fácil de se acompanhar, e consegue até certo ponto manter a carga de suspensa da história, com pequenos toques de horror. Contudo, são pequenos mesmo o gore tão comum á série não está presente nas descrições com a força necessária. Além disso, a história talvez peque um pouco por não se valer pela liberdade criativa, visto que seria preciso preencher algumas lacunas do jogo para montar o livro. Algumas até são muito bem colocadas como o passado de Jill, mas em outros momentos, o livro se torna uma andança de procura aqui procura-ali cansativa o que seria mais interessante nos jogos.
A história serve como uma introdução ao acontecimentos que desencadearam o apocalipse zumbi, nos revelando aos poucos as pesquisas e os motivos da Umbrella Corp. por trás da pesquisa com o T-Virus. A conspiração que é citada no título poderia ter sido mais bem trabalhada, mas é aceitável que tenha sido da forma como foi pois ainda é o início da série. O último ponto que destacaria como sendo não muito atrativo é a escrita da autora, que precisa amadurecer demais para conseguir carregar o peso da história com louvor e fazer justiça aos games.
No geral, a experiência de reviver o mistério da mansão Arklay, descobrir os jogos da Umbrella e revisitar cenários e personagens que eu e tantos outros conhecemos e convivemos por horas e horas e muitas outras horas é incrível, nostálgico e bastante divertido. Confesso que a leitura não me animou pela apresentação.