Gustavo Simas 24/05/2022Parceria futurística conflituanteDetetive humano e detetive robô, Elijah Baley e R. Daneel Olivaw, respectivamente, buscando evidências, elaborando teorias, testando hipóteses para encontrar a pessoa culpada do assassinato de um ser humano importante na Terra.
Com o humor branco de Asimov a obra pode não parecer uma Distopia; observando de longe constatamos que é ao identificar o cenário de superpopulação terrestre, a condenação da Terra ao isolamento pelos Siderais, todos os terráqueos vivendo em Cidades subterrâneas. O robô humanoide lógico, mas não racional, Daneel Olivaw, é uma figura que aparece em outras importantes obras de Asimov e, aqui, lemos sua origem. Isaac constrói bem a relação entre ambos e os desdobramentos são aceitáveis, embora como história policial não se abrigue ao lado de Agatha Christie, por exemplo.
O livro surgiu de um desafio proposto a Isaac Asimov, para unir história policial e robótica. E o resultado é a série que delineia melhor o universo asimoviano e investiga a fundo as suas 3 Leis da Robótica. Cavernas de Aço me pareceu mais interessante do que Fundação: diferente das opacas sensações velozes da Fundação de Hari Seldon, aqui são evidenciados laços emocionais entre as figuras; diferente das curtas doses expositivas de uma, aqui temos tempo para raciocínio e diagnóstico. Fora o fato de que Elijah Baley é humano, sente raiva, medo, ansiedade e ama, sendo uma composição acurada e não deificada neste universo.