Tríplice 01/07/2013
Original
Leviatã é o primeiro livro de uma série homônima já publicada nos EUA mas que começou a ser lançada ano passado pela Galera Record no Brasil. É um livro steampunk que narra a história de dois jovens durante a 1ª Guerra Mundial.
Para quem não sabe, steampunk é um subgênero da ficção científica que faz uma releitura do passado e inclui elementos tecnológicos do presente ou imaginários.
Os países europeus envolvidos na Guerra são separados em dois lados: os Darwinistas e os Mekanistas.
Os Darwinistas descobriram os segredos do código genético e criaram feras nunca vistas antes, mas completamente domáveis. Não há quase nada movido a motor nesses países. Para tudo que pode ser feito, há um monstro que pode fazê-lo, enquanto os Mekanistas vivem à base de vapor e metal. Embora as armas e as máquinas de guerra que usam sejam parecidas com as nossas, elas apresentam também sua peculiaridade: nenhuma delas apresenta roda, são todas movidas com “patas” e “pernas”.
Esse é o ponto mais envolvente da obra, o tema elaborado por Scott Westerfeld é tão original, tão autêntico, que ficamos grande parte da obra apenas admirando as feras e as máquinas que criou. Mas, como todo romance, há uma trama envolvida e os personagens também são bem construídos em um cenário conflitante. Há certo repúdio entre os mekanistas e os darwinistas, cada um pensa ser melhor que o outro, e o autor se aproveitou disso para dar início à Guerra. E é nesse início de guerra que o primeiro livro da série se passa.
A história é narrada por dois jovens, Alek e Deryn, que se revezam entre os capítulos.
Deryn é darwinista, britânica e órfã de pai, que por sua vez ensinou à filha tudo que sabia sobre aeronáutica. Sua mãe e suas tias sempre quiseram que ela fosse uma moça comum, uma dama. Mas o que Deryn realmente deseja é servir ao exército do ar e para isso conta com a ajuda de seu irmão, que já é soldado. Ela, então, veste-se de homem e parte para o centro de recrutas, onde engana a todos muito bem, e acaba indo parar no Leviatã, uma grande baleia voadora – o monstro zepelim darwinista. E é lá que o rumo de sua vida vai mudar.
Aleksander é mekinista, e também o príncipe austríaco renegado, que é obrigado a entrar em fuga depois da morte de seus pais.
Em certo momento da história, os dois protagonistas se encontram, uma cientista surge com uma carga misteriosa e enfim começa a aventura.
O mais interessante da história é o modo como o autor a descreve. Ele nos faz acreditar em todas as suas invenções, ele consegue dar um sentido e um significado para tudo. E mesmo tendo recriado toda uma realidade bélica, ele não foge dos acontecimentos históricos, ele apenas “encaixa” os personagens no contexto.
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