Laira.Tomaz 26/02/2013Cuco - Julia Crouch “...Por mais afastadas que estivessem, elas sempre pareciam capazes de retomar de onde tinham parado. Rose e Polly eram intimamente ligadas.”
O primeiro romance de Julia Crouch é intrigante além da conta. “Cuco” supera todas as expectativas imagináveis pela facilidade que faz com que os leitores acreditem e visualizem, num primeiro momento, a história de amor, amizade e também de vida dos personagens.
Gareth, artista plástico, pai de família e marido de Rose, faz o tipo “workaholic”, mas ainda assim, é um pai digno de elogios e um ótimo esposo. Americano, ele vive feliz com sua mulher e filhas, Anna e Flossie, em sua casa de campo, construída com muita luta nas colinas de Wiltshire, Inglaterra. Até que o inesperado acontece!
Gareth e Rose passam por um dos momentos mais atribulados de suas vidas após receberem a notícia do acidente de carro que matou Christos, um dos melhores amigos da família, na Grécia. Também artista plástico, Christos, nascido em Cárpatos, despede-se da vida deixando sua esposa e dois filhos, Nico e Yannis. Com a morte do marido de sua melhor amiga, Rose sente-se obrigada a acolhê-la em sua casa até que ela e os filhos estejam novamente em condições de seguir em frente. O único problema é que Gareth faz questão de deixar bem claro seu sentimento de aversão à Polly. Mas, com toda a sua calma e carinho, Rose, sempre prestativa, consegue contornar a situação, recebendo então, de braços abertos, sua desenfreada amiga e pop star em sua casa.
“Cuco é um pássaro que rouba outros ninhos. Rose era dona de um deles.”
No decorrer da narrativa, descobrimos que o título do livro se encaixa perfeitamente ao que nos é retratado! Com o passar do tempo e com a estadia de Polly já consolidada, Rose sente-se estranha quanto a atmosfera de sua própria casa, quanto ao comportamento diferenciado de seu marido que começa a fazer coisas que antes não fazia e com os constantes avisos que recebe de seu vizinho Simon e da médica de sua filha, Kate.
Recheada de suspense, a história faz com que você imagine coisas o tempo inteiro; faz com que você tire suas conclusões antes mesmo de chegar à metade do livro. E quando finalmente você alcança a marca final, você acaba ficando indeciso se quer sentir-se chocado, intrigado, mas ao mesmo tempo feliz pelo rumo que as coisas tomam.
Diferente de tudo o que já li, foi o único livro que de fato fez com que eu “visitasse” as páginas finais (antes do término da leitura) na tentativa de obter informações que confirmassem as minhas suspeitas! É, eu sei, um tanto quanto desonesto e sem sentido, mas não teve jeito, eu não me contive.