Isabella Pina 22/11/2013Um romance londrinoUm romance. Londres. Essas três palavrinhas me deixaram com água na boca por Charlotte Street. Tinha o potencial de ser um livro fofo e com uma história linda, mas será que ele conseguiu cumprir seu potencial?
Jason é um cara comum, atualmente vive de favor no apartamento do melhor amigo, Dev, e está sem nenhuma expectativa na vida, porque ele só um “ex”: ex-professor, ex-namorado... Aquelas pessoas sem esperança na vida, sabe? Mas tudo muda quando ele conhece “A Garota”. É um amor a primeira vista e, aparentemente, de mão única, já que só Jason fica encantado. Com isso, ele quer retomar, quer achar a Garota, quer tomar uma atitude. Com a ajuda de Dev, os dois acabam descobrindo muito mais que apenas o nome da moça que mexeu com o coração de Jason.
Como eu disse, o livro tinha ingredientes muito bons... Mas não foi tudo isso que eu pensei que seria! Não sei se era o momento que li que não era o dos melhores – visto que demorei séculos para terminá-lo, e foi quase forçada (!) - ou se a história peca em conquistar o leitor, o fato é que o livro acabou se tornando meio confuso e enrolado para mim.
O protagonista me lembrou imediatamente dois outros: Thomas Clarke, de Cruzando o caminho do Sol, e Ben Bailey, de Um mundo brilhante. Talvez por os três se encontrarem mais ou menos na mesma encruzilhada, onde não sabem se o que fizeram com a vida foi o que queriam fazer. Jason não me conquistou, porque era alguém bem desanimado. Mas o personagem que realmente surpreendeu foi seu melhor amigo, Dev, com ótimos conselhos e um humor impecável.
Eu não lembro exatamente onde li isso, mas creio que foi em alguma resenha há algum tempo: “Não é um romance, é uma história sobre Jason encontrando a si mesmo” e foi bem o que eu pensei também. O foco, apesar do que tudo pode indicar, não é muito em encontrar A Garota e sim em fazer Jason se tornar alguém melhor, alguém que ele queira ser. A Garota é nada mais que o “estopim” para que todo esse processo se inicie, afinal, graças a ela, Jason sai da sua concha, descobre mais sobre outros e sobre si mesmo que jamais teria achado possível.
O problema é que, nessa coisa de se encontrar, a história acabou se tornando meio enrolada. Não me sentia muito motivada a lê-la, o que é um defeito, provavelmente causado pelo próprio desenvolvimento, já que a escrita de Danny Wallace é pra lá de interessante – Jason tem um jeito bem curioso de contar suas opiniões, o que chega a ser confuso às vezes por não sabermos se é algo atual ou no passado.
Algumas outras coisas também podem confundir, como as várias referências a lugares diferentes que Jason faz, de Londres e da Inglaterra num geral. Eu, pelo menos, não conhecia a maioria delas, o que me deixou meio perdida, mas, ao mesmo tempo, morrendo de vontade de conhecer a Londres dos londrinos e passar por esses lugares.
O que eu queria ter visto mas não consegui foi a própria Garota. Nós passamos o livro inteiro atrás dela, sem saber quase nada sobre ela, e não conseguimos nem ver um pouquinho de como ela seria junto a Jason. Quando eu li o livro, eu imaginava que a busca pela Garota demoraria um certo tempo, mas nós também conseguiríamos ver o protagonista conquistando-a, porque seria algo bem fofo (sei lá, mas eu adoro isso!).
Aliás, estava aqui pensando, e sabe outra coisa que CS também me lembrou? How I Met Your Mother, aquela série de comédia. Sim, achei o Jason super parecido com o próprio Ted (o protagonista) e, a luta para encontrar A Garota, bem parecida com as mil histórias que Ted conta antes de finalmente conhecer a mulher de sua vida. Engraçado, né?
Charlotte Street é um livro interessante, com um pano de fundo ótimo e um desenvolvimento que poderia ser bem melhor. Mesmo assim, é uma leitura agradável, principalmente pela narrativa não usual.
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