Bom Crioulo

Bom Crioulo Adolfo Caminha




Resenhas - Bom Crioulo


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Artemis 07/03/2023

"esse desejo veemente,que parecia queimar-lhe as vísceras"
Mais um clássico brasileiro muito bem lido,além de uns dos primeiros romances lgbt escritos no país,a narrativa nos leva para o microcosmos do Rio de Janeiro de séculos passados,como também a vida difícil e instável dos marinheiros daquela época,Amaro ? o "Bom Crioulo" é um protagonista que carrega diversos esteriótipos raciais dirigidos a homens negros até hoje, mas durante a leitura pude extrair seu caráter ambíguo e complexo (gentil porém dominador,calmo mesmo que imprevisível) e ao menos contrasta-lo diante dos rótulos que são impostos a ele durante todo o enredo. O romance entre ele e o rapaz é mais explícito do que eu imaginava,há tantas conotações sexuais que meu puritanismo histórico foi por água abaixo kkkkkk,apesar de antiga,a obra de Caminha é fluída e de fácil compreensão, proporcionando um ótima experiência para adentrar nos clássicos brasileiros.
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Marco.A.Antunes 27/01/2023

Boas reflexões, mas com pouca cor
?Bom crioulo? retrata uma relação amorosa obsessiva entre dois marinheiros brasileiros do século XIX, trespassada por temas como a escravidão, o racismo e a sedução manipuladora. Como ponto positivo, vale apontar as boas reflexões que a obra proporciona ao leitor, não pelo pensamento do autor, mas pela crítica que se pode fazer dele partindo do prisma contemporâneo. A representação racista da negritude brasileira por via do naturalismo animalizante e a encenação da homossexualidade como um atentado contra a natureza, porém tão inevitável como qualquer outra paixão humana para o protagonista, são os dois principais eixos sociais que destrincham a violência da sociedade brasileira, expressa no discurso limitado do autor no seu tempo.

Quanto à sexualidade, esse livro já foi alvo de muitas descrições como ?extremamente sensual?, seja pelo conservadorismo da sua época ou mesmo por impressões modernas. Todavia, no meu ponto de vista, não passa de uma abordagem bastante sensorial, de fato, mas que também se limita a cenas intencionalmente vagas ou preliminares. De todo modo, é um elemento do texto que contribui para o seu projeto artístico.

O que me fez desgostar tanto desse livro foi o seu ritmo parado e, ainda que curto e relativamente trágico, bastante monótono. O desencadear dos eventos me pareceram desinteressantes e a revelação da conclusão da história foi, de modo geral, um pouco insossa. Eu acredito que pode se tratar de um elemento estilístico ou cultural do século XIX, mas não posso dizer que não esperava mais.
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Evy 16/01/2023

Uma leitura interessante
O desenrolar da história foi bem interessante, acho que algumas coisas relacionadas aos personagens poderiam ter sido desenvolvidas melhor. O Aleixo não parece ser tão ingênuo como várias pessoas acham, ele era bem espertinho e só queria ter uma vida confortável, infelizmente não terminou bem.
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Mey_mK 10/01/2023

iniciei a leitura já sabendo de toda história, então o final acabou não sendo realmente chocante, mas acredito que pela forma que foi escrito, não teria gostado tbm. pode ser devido a edição que li, mas no começo tinha uma escrita muito complexa que levou tempo para me acostumar. pela forma que ouvi falar esperava um romance bem mais romance(?), cenas e tals, mas tudo bem, vou acreditar que seja pela época que foi escrito
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Leite 31/12/2022

Ponto de partida para reflexões
Mais do que uma obra naturalista, cujos personagens principais estabelecem relacionamentos problemáticos entre si, O Bom Crioulo se configura como um recurso interessante para se levantar discussões sobre racismo, homofobia e pedofilia na escrita literária e na História do Brasil. O protagonista Amaro é encarado como um 'bom crioulo' apenas enquanto leva chicotadas calado e trabalha "manso"; a partir do momento em que o homem negro se embebeda, ou mesmo apresenta desejos que interferem nos planos de qualquer outra pessoa, este é animalizado e visto como ameaça. Ainda que, à época, apenas por abordar o assunto de relações entre homens, tenha causado polêmica por, supostamente, "fazer apologia a práticas homossexuais", sua narrativa indica o contrário: a homossexualidade de Amaro é apresentada como desvio do saudável, transgressão da norma e fonte de sofrimento. Nesse sentido, é importante se realizar uma leitura crítica desse livro, principalmente na interseção entre raça e sexualidade, num país majoritariamente homofóbico e racista.
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Rafael 25/12/2022

Uma obra revolucionária e atual
Jamais pensei que fosse encontrar algo tão contemporâneo em um livro escrito nos idos de 1895. Para minha grata surpresa, foi com o que me deparei ao ler essa obra fantástica e divertida que é "Bom Crioulo". O livro é fluido, bem escrito, com enredo envolvente e bastante polêmico ao narrar um quase triângulo amoroso entre um jovem, um marinheiro e uma portuguesa de idade já "avançada" para a época. Caminha entrelaça os destinos dessas personagens de forma magistral, trazendo à tona aspectos da sociedade daquele tempo e das dificuldades vivenciadas, já naquele tempo, por negros, gays e mulheres. Amaro, o Bom Crioulo, sofre uma nova escravidão ao fugir da senzala e cair nas sevícias da marinha. Aleixo e Amaro ainda padecem com o preconceito por conta de sua homossexualidade. Carolina, por sua vez, é menosprezada por sua condição de mulher, já sem préstimos ao atingir seus 38 anos de idade. Personagens que, como disse no início, me parecem saídos da última novela que passou na TV, pois as coisas continuam do mesmo modo, embora já tenham se passado mais de 200 anos! Gostei muito da ousada proposta de Caminha ao escrever esse livro e me deleitei com sua prosa faceira. Vale a pena a leitura.
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Wenderson 22/12/2022

O naturalismo e o determinismo em sua forma mais cruel.
Longe de ser um romance no sentido romântico, esse livro se propõe construir uma imagem. E essa imagem é a que diz que a relação homossexual só pode acabar em tragédia e gerar sofrimentos, já que, segundo o próprio narrador do livro diz, é algo "contra a natureza".
Tudo começa com a narração de um negro ex escravizado de formas animalescas e inumanas, esse homem é chamado de Bom-Crioulo ao entrar para a Marinha após fugir de uma fazenda. A contra ponto temos um lindo garoto de olhos azuis chamado de Aleixo que é do sul do Brasil e entra na Marinha ainda com 15 anos por ser de uma família miserável de imigrantes.
Com o passar da narrativa vai ficando cada vez mais claro o determinismo que o autor faz ao insinuar o negro como um animal raivoso e o jovem como indefeso. E não que o Aleixo não fosse indefeso. Essa história é sobre um abuso, o Aleixo sobre abuso. Pra mim, fica muito claro a mensagem que o autor lança sobre essa "relação". A todo tempo o narrador fala que o garoto é ainda um adolescente e ele lembra isso dizendo que o negro sofre de amores pelo garoto. Isso mostra a sujeira que esse autor vê em relações homossexuais e escancara a homofobia do mesmo.
É nojento como isso tudo é tratado e as relações de abuso e degradação, já que os personagens são "punidos" por esse "ato contra humanidade". A mensagem é que isso só podia acabar de forma ruim, que não há redenção e não há salvação para esses dois personagens.
Eu não consegui sentir pena de ninguém. E talvez seja essa a intenção do autor. Afinal, nenhum personagem é querido e nenhum personagem tem profundidade. Todos são esteriótipos naturalistas e frutos do seu meio.
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Babi 08/12/2022

Divisor de opiniões até hoje.
O "Bom Crioulo" causou polêmicas em sua época e causa até hoje. Em sua época, no século XIX, por retratar um relacionamento entre dois homens; hoje, aos olhos do século XXI, pela forma como foi retratada e o racismo e homofobia óbvios. Apesar disso, creio que seja essencial ler a obra com olhos críticos e perceber que naquela época Amaro e Aleixo, especialmente sob a tendência naturalista, não seriam lidos socialmente de outra maneira, mas que ainda sim é o primeiro romance da literatura brasileira a abrir espaço para um homem negro, gay e pobre, espaço que até hoje é escasso.

Não consegui dar 5 estrelas porque achei a história corrida, mas, independentemente da minha opinião pessoal, o livro é um clássico e vale a pena ser lido e revisitado em qualquer tempo.
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LevaiLevaiLevai 06/12/2022

O Bom-Cria
Só por ter sido perseguido por Vargas já se torna uma obra que merece a nossa atenção. Bastante libidinoso, gays e mulheres mais eriçados podem gostar do material proposto. Os finais de capítulo sempre são uma viagem.
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Clau Melo 18/11/2022

Causou o maior burburinho...
Clássico do romance naturalista, Bom Crioulo é um romance do cearense, Adolfo Caminha, publicado em 1895, considerado por alguns como o primeiro romance sobre homossexualidade.
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Regina 11/11/2022

Bom Crioulo
O Bom Crioulo é um livro naturalista, de Adolfo Caminha. Escrita fluida, excelente narrativa. Livro curto que retrata por vezes o preconceito racial e a homofobia.
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BabiMaria 07/11/2022

É um livro clássico e muito bem escrito, gosto do desenrolar das cenas e das descrições, mas é um livro que é bom ler com um olhar mais crítico, observando cada contexto. As cenas possuem um grande impacto, são sinceras e não são nada romantizadas.
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Paula 03/11/2022

Bom Crioulo
Acabei dando uma segunda chance. Não me arrependo, mas a leitura como um todo não me agradou.
A sinopse do livro me chamou atenção no dia em que comprei vários clássicos no sebo, mas não tive sorte, pois a história começa relatando a vida de um negro, ex escravo fugido para uma vida de marinheiro. E como eu sempre digo, não gosto de enredos no mar!
Fora esses caprichos particulares, a história é sucinta com poucos personagens. Pela sinopse chamar atenção para um romance homoafetivo e inter-racial, não me surpreendi com os diversos relatos sensuais, e por isso não me agradou completamente, já que para a época, o assunto seria um escândalo para os leitores. Queria ter me sentido mais apegada aos personagens e a relação entre eles.
Por fim, o livro é bacana e a linguagem simples com diversas palavras características daqueles que vivem à bordo - mais um quesito que me fez não adorar a obra hehe.
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