CALINE 29/09/2013Quem já leu todos os livros lançados do Nicholas Sparks, já deve ter percebido (por mais que seja super fã) que suas histórias já não tem mais nada de inovadoras. Até um certo momento não me incomodei com isso, porque não li todos os seus livros e aqueles que eu escolhi ler tinham detalhes que tornavam a história interessante, envolvente e emocionante, mesmo com sua dose de clichê.
Porto Seguro foi a minha última leitura do autor e provavelmente será a última de verdade. Dessa vez o que já vinha irritando certos leitores e fazendo com que eles abandonassem os livros do Nicholas, me atingiu também. Queria acreditar que ele ainda é capaz de escrever algo que me faça chorar, me faça suspirar ou que faça meu coração bater mais forte, mas não acredito que isso possa acontecer. Por isso antes de ser uma resenha, esse post é um aviso de desistência. Nicholas querido, eu estou abandonando você, porque por mais que você tenha achado a fórmula do sucesso e seus livros vendam como água, para mim as suas histórias não funcionam mais. Caso você resolva inovar e surpreender, eu posso reconsiderar a minha decisão.
Quando comecei a ler Um Porto Seguro, minhas expectativas estavam altíssimas. Minha irmã tinha lido ele antes de mim e estava completamente in love com a história. Perfeito, incrível, lindo, emocionante, foram tantos elogios que assim que apareceu uma brechinha no meu tempo, comecei a ler. Nem preciso dizer que criar expectativas com relação a um livro é péssimo para a leitura (aliás criar expectativa com relação a qualquer coisa é contra-indicado). Conheço a fórmula do Nicholas, mas ele sempre conseguia me surpreender ou me emocionar em algum momento, por isso eu imaginei que minha irmã estava certa e esperei pelo momento em que seria arrebatada pela história, mesmo que ela fosse cheia de clichês.
Foi uma leitura longa, tediosa, cheia de detalhes insignificantes e com um enredo cheio de falhas. Pensei em largar o livro diversas vezes, mas ainda existia um mínimo de esperança que não me permitiu fazer isso. O problema é que o final do livro chegou e o arrebatamento não veio. Faltou algo, faltou tudo. Faltou emoção de verdade, não daquela que nos faz chorar, mas daquela que nos prende à história, que nos faz torcer pelos personagens e que nos deixa satisfeitos mesmo quando o final é perfeito mas não é o que a gente queria.
Alex e Katie formram um casal muito legal. Ela demorou um pouco para se deixar envolver, teve medo que seus segredos fossem descobertos ou que seu passado voltasse para assombrá-la, mas Alex foi insistente e usou de todas as armas para conquistá-la.
O problema no livro está no detalhamento desnecessário de algumas cenas (o que torna a história mais longa do que deveria) e na criação de alguns personagens. O ex-marido de Kate, por exemplo, foi a maior pedra no meu sapato (e no dela também, coitada). Ele era louco, literalmente, e eu senti mais pena do que raiva das suas atitudes e sinceramente querido Nicholas, um homem como ele, que fez o que fez, jamais deveria despertar pena nas pessoas.
O livro também tem um toque sobrenatural, algo misterioso que eu descobri logo de cara e que foi mais um ponto que não fez tanta diferença na história, pelo menos para mim.
Se você é fã do Nicholas e acredita que suas histórias mesmo sendo tão repetitivas ainda são incríveis, esse livro é pra você. Se você nunca leu nenhum livro do Nicholas e está pensando em começar, escolha outro. Agora se você assim como eu tem um histórico de amor e ódio com os livros do autor, eu aconselho que leia, mas não com muitas expectativas e tire suas próprias conclusões.
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