mai celestino 17/05/2023
"tudo se resume a um dia após o outro"
Legend consegue abordar bem os elementos distópicos numa história breve (um futuro problemático, povo oprimido, governo opressor, sociedade dividida, conflitos, alguém para burlar as leis e tentar reverter o sistema). E assim se dá...
June é uma prodígio de 15 anos, extremamente inteligente e bem resolvida, nasceu na elite da República, mas sua família se resume agora a seu irmão mais velho, Capitão Metias. Seu futuro? Ocupar um cargo militar, função a qual ela se dedica e vem sendo treinada.
O menino Day, tem a mesma idade, porém é o seu oposto, ele é altamente famoso, mas por ser o criminoso mais procurado do país. Usa suas habilidades contra o governo como forma de protesto. Sua família é das favelas e precisa de sua ajuda para sobreviver.
Mundos completamente diferentes, mas que se cruzam quando a única pessoa a quem June tinha é assassinado e acaba que Day se torna o principal suspeito. Ela então jura a todo custo se tornar o que for preciso para fazer justiça.
Porém nem tudo é tão fácil, nem tão óbvio; segredos mudam todos os planos.
Os capítulos são narrados de maneira alternada na perspectiva dos dois personagens principais, June e Day, assim conseguimos ter uma visão clara dos fatos. E por mais que você já imagine o fim da história, a autora consegue manobrar os acontecimentos e gerar surpresa, é um previsível imprevisível.
Fiquei realmente satisfeita como Marie Lu deu vida a esse mundo com a medida certa de detalhes. Sem excessos, mas com personagens expressivos. Legend é uma distopia bem próxima da realidade, sem aqueles aparatos, invenções sensacionalistas e surreais que outros títulos apresentam (embora eu também goste disso), mas é que tu consegue de fato imaginar o mundo igualzinho uns anos à frente.
Se teve um ponto negativo foi a ausência de quotes. Para alguém que já senta com caneta, marcador e flags foi decepcionante terminar o livro catando uma frasezinha de efeito rs. Outra coisa difícil foi associar as ações a jovens de 15 anos, mas talvez isso faça sentido logo mais a frente. No entanto, esses dois fatores não tiraram o brilho da história. E depois de reler três vezes, vamos pro próximo da trilogia.