Tiago sem H - @brigadaparalela 12/08/2014Após realizar um ritual na mata para saber sobre namorados, várias meninas são acusadas de praticar magia negra. Somado a esse fato, entre elas havia uma escrava que supostamente era versada em rituais mágicos. A ordem em Salem é então comprometida quando para se salvarem, essas meninas começam a acusar várias pessoas de fazerem pactos demoníacos, iniciando assim, uma verdadeira caça às bruxas.
Ao ler a peça, o leitor já se depara com um enredo chocante. Pessoas são condenadas pelos motivos mais banais possíveis: aqueles que não vão à missa, a mulher que não deixa o marido se concentrar na leitura da Bíblia e até mesmo os que não sabem os mandamentos da igreja, vão ser acusados com ligação com os pactos demoníacos. Mais chocante é saber que Arthur Miller se baseou em fatos ocorridos em Massachssets em 1692 para compor sua história.
Miller escreveu a peça na década de 50, período da Guerra Fria em que a caça aos comunistas estava crescendo nos Estados Unidos. Sua alusão de bruxas e comunistas, fez com que ele fosse acusado de ações anti-americanas depois disso.
À medida que o enredo se desenvolve, diversas pessoas são condenadas e um tribunal é montado para que esses indivíduos sejam julgados. O que acontece, é que nessa época, as colônias viviam muito isoladas o que fazia com que o espírito puritano delas não conseguisse distinguir o conceito de justiça, o que acarretava em enforcamentos totalmente injustos.
É fascinante como um autor consegue apenas com os diálogos (e poucas explicações de cena), deixar o leitor tão ciente e preso ao que esteja acontecendo, quando muitos livros da atualidade, fazem descrições de cenas que acabam deixando o leitor perdido.
Apesar de ser um livro pequeno, As Bruxas de Salem, é extremamente abrangente, pois consegue ser utilizado para diversos estudos de caso, como por exemplo, a influência que a igreja desempenhava sobre o Estado e os resultados de uma jurisdição que se baseia em provas abstratas para a condenação.
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