Amanda 12/07/2023Ode ao cinemaA Invenção de Hugo Cabret não é um livro convencional, a começar pela estrutura, feita em linguagem mista, com trechos escritos e várias páginas ricamente ilustradas pelo próprio autor entremeando a história. Essas ilustrações, na verdade, não estão ali só para deixar a edição lindíssima, mas para narrar várias cenas que precisam desse suporte visual.
Outro diferencial é a ficção criada em torno de um personagem muito real: Georges Méliès, um ilusionista e cineasta francês, pioneiro em muitos elementos das artes cinematográficas. Assim, partindo de uma história em nada relacionada à Sétima Arte, em que acompanhamos o jovem órfão Hugo Cabret em sua luta pela sobrevivência após o desaparecimento do tio, fazendo a manutenção de diversos relógios em uma estação de trem francesa e roubando migalhas para se alimentar, vamos pouco a pouco adentrando uma narrativa mais densa e colorida pela profunda homenagem a Méliès.
Como a história de Hugo Cabret e George Méliés se entrelaçam é que é o verdadeiro florescer desse enredo, que, apesar de não ser complexo e de se apresentar de forma bastante previsível, tem como ponto super positivo o próprio storytelling.
Embora seja um livro com muitas páginas - mais de 500 -, a leitura é rapidíssima, fácil, destinada a um público infantojuvenil e muito tranquila de se assimilar e curtir, especialmente considerando que boa parte dessas páginas são, na verdade, as ilustrações. Recomendo como experiência gráfica e narrativa, aos amantes do cinema e também aos mais jovens, que podem encontrar uma boa porta de entrada para a leitura em um livro mais dinâmico.