Resenhas - O Exército De Um Homem Só

Kalu 17/11/2012

o Capitao idealista
A forma como Scliar narra é muito fascinante. O jeito como ele transcreve a forma de pensar de uma cabeça sonhadora como a de Meyer (que é uma parte dele mesmo- autor). As indas e vindas percorrendo os anos da vida de Meyer, as repetições de trechos de narração encaixados cada vez em novos contextos (da mesma forma como nossa cabeça funciona)... E seu humor irônico! Muito Bom.

Cheguei a pensar que lia a história de um esquizofrênico (ele e seu mundo perfeito), o que me deixou mais instigada. Meyer é o idealista de um mundo só seu, não de uma transformação neste mundo de todos nós.
O ser humano é um universo fantástico!

Doug 09/02/2012

Um sonho utópico
O que se pode aprender com a utopia política do Capitão Birobidjan? Afinal, é saudável sonhar? Quando uma sonho vira utopia? E isso o que o grande escritor gaúcho Moacyr Scliar tenta nos passar com essa impressionante e viciante saga de um sonhador. Não existem palavras que descrevam essa incrível obra do Scliar.

Line 25/02/2011

Por uma construção de uma sociedade melhor, ou Nova Birobidjan.
O livro é um romance nitidamente quixotesco, onde nos apresenta o universo do Capitão Birobidjan, na sua batalha para construir uma nova sociedade.
Engraçada a forma de como acontece sua vida (organizada através dos anos) acompanhando os acontecimentos da União Soviética, e se vendo num círculo, onde se repete as sensações "meio afogado", sua ilusão sempre acaba nesse fim "meio afogado" (talvez no meio de tanto sonhos e/ou tantas desilusões). E ele, Mayer Guiznburg (Capitão Birobidjan), é o líder e a massa, disposto a abandonar tudo para provar que era possível a tal construção (que futuramente se torna de edifícios, mas com a mesma ideologia, e que por sinal, acaba dando certo, mas por caprichos acaba falindo).
Nota-se uma crítica aos socialistas que insistem em abraçar o mundo e curar seus problemas de uma forma, como se o socialismo fosse uma receita, um manual de instruções que nos mostram "como construir uma nova sociedade"... sem rever situações, sem avaliar, sem questionar uma outra forma. Mas, na minha contradição, admiro os Quixotes, os que pelos menos tentam e não estão acomodados.
"Somos um exército
(o exército de um homem só)
no difícil exercício de viver em paz".

iemai 24/08/2010

Desisti de ler em ebook. Quando cair em mãos, aí sim... :)

Labes 19/06/2009

Instigante. O capitão, afinal, representa uma classe de inúteis sonhadores ou pretende mostrar que, afinal, vale a pena viver em busca de seus ideais?
Parece-me um sussuro da esquerda em 1970, mas mais do que isso: o exército de um homem só pode muito bem ser a crítica do regime soviético ou, quem sabe - e eu acho que até mais - a valorização dos homens que não se encaixam direito no mundo - as passagens em que o capitão descreve sua filha mostram bem isso - porque simplesmente sonham, sem ter vergonha alguma disso.

Thaysss 21/01/2009

Livro com fina ironia!

Acredito que podemos interpretar de duas maneiras:

* como uma crítica não só do socialismo, mas de todas as ideologias que são corrompidas por seus pregadores quando tentam colocá-las na prática;

* deboche dos idealistas que não conseguem colocar o pé na realidade.

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Thays
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